Volume 2
Capítulo 132: A Peça; O Sofrimento de Lin Xi. #4
— Por favor! — uma mulher gritou, caindo de joelhos diante do General Vermelho. — Eu peço que o General me perdoe pelos meus atos! Aqui estão as garotas Lin! Por favor, poupe minha família!
Senhora Chu bateu com a testa no chão, segurando uma corda que estava amarrada às 3 crianças, que caíram quando a mulher puxou a corda! Poeira levantou quando os braços das garotas ficaram ralados. Lin Xi não suportou ver essa cena e pulou da sua montaria, batendo suas asas!
— Não! — ela gritou, horrorizada quando Vermelho fez o mesmo e a segurou pelo braço, puxando ela com tudo para trás. — Senhora Chu! Você prometeu cuidar delas!
Lin Xi tentou se soltar para socorrer suas irmãs, mas Vermelho deu-lhe um tapa na cara que a fez cair de frente para a senhora que estava de joelhos.
— FIQUE QUIETA! — gritou, provocando choramingos em Lin Xi, que esfregava a bochecha agora mais vermelha e inchada do que nunca. Porém, ela ainda se arrastou para acolher suas irmãs em um abraço, tentando tirar aquelas cordas de seus pulsos.
— Soldados! Peguem as garotas! — Lin Xi encarou, petrificada, suas irmãs que foram puxadas de seus braços em um instante. — Não! Não machuque elas! Soltem elas!
Lin Chaoyan, Lin Ji e Lin Ning derramaram lágrimas, enquanto suas bocas vedadas soltavam sons desesperado que partiram aos poucos a sanidade de Qin Xa. Sua respiração ficou um pouco irregular quando todo o seu Mar de Qi começou a fervilhar, junto com todo o seu ódio e nojo dessa cena!
…
E uma ideia insana surgiu na sua mente como um terremoto.
Bastava levantar e acenar com a mão! Tudo ali seria completamente devastado e toda essa desgraça iria acabar! Era só liberar seu Qi nessa sala e destruir tudo, destruir tudo aquilo que era tão horrendo e lhe causava tanto mal!
Mas ela conseguiu manter sua mente, sabendo que aquilo era apenas atuação! Não era real! Não eram crianças de verdade! Não era um sofrimento de verdade! Aquilo era uma apresentação cujo propósito primordial era servir de entretenimento!
"Tenha calma Qin Xa! Tem milhares de artistas marciais loucos para despedaçar seu corpo se você atrapalhar isso! É sua moral falha, ou seu medo da morte que guia sua vida?! Essa droga não passa de uma história de mal gosto e eu não sou imbecil o suficiente para ficar tão imersa nela!”
Se forçando a se acalmar, assistiu Lin Xi ser puxada pelo General Vermelho, e agarrada com seus braços para trás.
— Eu mandei ficar quieta! Faça isso mais uma vez e você verá suas irmãs sofrerem muito mais do que isso! — Lin Xi parou de lutar, ficando pendurada naqueles braços enquanto suas irmãs eram contidas por soldados sem expressão.
— Tudo bem... não machuque elas... eu imploro, não faça nada com elas...! Por favor... — um fio de sangue escorreu da boca dela, sujando seu queixo e descendo para seu pescoço.
— Huumm…
— Haaan… Huumm…
As crianças não fizeram nada que pudesse machucar sua irmã, apenas emitiram grunhidos para dizer a sua irmã que ficasse quieta. Elas estavam bem!
Não precisava tentar soltá-las!
Não tinha porque lutar por elas, elas estavam bem!
E a senhora Chu, enquanto tudo isso acontecia, permaneceu ajoelhada, não ousando fazer um som. Os olhos do General Vermelho caíram sobre ela.
— Você é amiga de Lin Xi?
— Não! Não Senhor! Eu nunca ousaria fazer uma coisa dessas! — a velha bateu com a testa contra o chão, falando como se fosse chorar pela injustiça sofrida. — Eu sou apenas uma dona de casa de chá! Ela me pagou para esconder essas garotas sem meu reconhecimento e levou elas para minha casa sem que eu soubesse! Eu nunca iria esconder inimigos do Futuro Rei! Por favor, perdoe minhas ações!
Lin Xi olhou cheia de raiva para a mulher, mas conseguiu calar a própria boca. Mesmo que seus olhos estivessem repletos de decepção, ela apenas olhou sem dizer uma palavra em sua defesa.
Vermelho soltou Lin Xi, ainda deixando-a ao alcance do braço.
Qin Xa encarou aquela mulher, enojada. Negar sua amizade de uma forma tão convicta... quem que possuía uma alma tão podre ao ponto de fazer uma coisa dessas? Que falta de vergonha e bondade era essa?
Era assim que funciona o pensamento de “a minha família está acima de tudo”? A família estava mesmo acima de toda sua dignidade? Acima de todo o seu respeito próprio e de toda sua reputação?
Ela sabia que o medo definia a vida de muitos… mas isso não impediu que uma vontade de socar aquela velha surgisse dentro dela.
— Soldados! — Vermelho ignorou a mulher e pegando Lin Xi pela cintura, a colocou em sua montaria. — Nossa missão nessa cidade está concluída! AGORA ELA É NOSSA!
— UUUUUU! — fazendo tudo tremer, o grito de vitória dos homens e mulheres espantou todo mundo. Eles ergueram suas armas, assustando até os ossos pobres da velha Chu.
— E agora que a cidade é nossa, mostrem para essa mulher patética que nunca devemos negar uma amizade! Enquanto o céu existir, eu nunca irei tolerar esse tipo de gente em nosso reino! EXECUTEM TODA A FAMÍLIA DELA POR ESSA COVARDIA E POR TER UM CORAÇÃO TÃO DESPREZÍVEL!
— Meu Senhor! — o grito agudo e de gelar a alma da senhora Chu foi ignorado, e os soldados caíram sobre ela, com suas espadas cortando e rasgando sua carne!
Vermelho subiu em sua montaria segurando Lin Xi, que encarava suas irmãs contidas pelos soldados. As garotas, horrorizadas, tremendo e chorando não tiveram coragem de encarar a mulher que teve sua cabeça arrancada no meio da rua.
A cabeça decepada da senhora Chu foi fincada em uma lança e erguida para o alto…
E assim, as cortinas se fecharam.
Com uma música sombria, as cortinas se abriram, revelando que a escuridão da noite foi espantada pela luz das pedras luminosas da mansão do General Vermelho, que segurando o braço de Lin Xi com força, mandou que os soldados levassem as garotas para um dos pátios da mansão.
Ele então levou Lin Xi para seu quarto e fechou a porta. Lin Xi se afastou, ficando a muitos passos de distância, olhando para o chão, como se procurasse por algo lá. Procurando qualquer lugar para olhar, qualquer lugar que não fosse o rosto do General Vermelho.
Seus ombros permaneceram caídos, e agora ela não choramingava mais por sua situação.
— No fim, aqui está você. Finalmente eu posso tocá-la... — Vermelho se aproximou lentamente, passando a mão pelas bochechas inchadas da moça, que estremeceu.
— Desculpa por ter sido rude com você naquela hora... — Lin Xi mordeu os lábios, com seu rosto sendo erguido a força. — Está doendo?
— ... não...
— Não precisa se fazer de forte. Eu não sei o que deu em mim para fazer uma coisa daquelas. Eu nunca havia levantado a mão para bater no rosto de uma mulher antes... realmente não dói?
Passando os dedos onde havia a marca do tapa, ele encarou ela nos olhos.
— Não, Senhor... não dói... Ai! — Vermelho deu um peteleco no hematoma, fazendo Lin Xi tremer.
— Mentirosa… aqui, deixe-me passar isso para passar a dor e sumir o inchaço. — pegando uma pomada, Vermelho passou no rosto da garota com cuidado. O silêncio era a única coisa que preencheu aquele quarto, enquanto Lin Xi não disse nada para ajudar ou impedir.
Ela só apertou as mãos toda vez que os dedos do homem passavam perto dos seus lábios, já que por dentro sua boca estava cortada. Após isso, Vermelho sussurrou, pegando as mãos dela:
— Pronto, em algumas horas não haverá mais hematomas ou dor. Não minta mais para mim, eu só quero o seu bem. Tudo bem?
— Sim... Senhor, as minhas ir- — seus lábios foram tapados pelo dedo dele. — Não se preocupe com elas. Nós é que temos negócios para tratar aqui. Se eu falei que elas iriam ficar seguras, então nem um fio de cabelo delas irá se machucar. Entendeu?
— Sim...
— Muito bem. — sorriu e foi até o canto do quarto, e abrindo uma das gavetas do criado mudo, Vermelho pegou uma folha de papel. Chamou Lin Xi para olhar aquilo e falou: — Esse é nosso registro de casamento, assine aqui e estaremos finalmente casados.
— E a cerimônia... — Vermelho balançou a mão com um sorriso largo preenchendo sua face, e seu braço passando em volta da cintura da garota. — Não teremos cerimônia, infelizmente. Eu ainda sou o general que precisa da moral dos cidadãos, meu amor. Para que tudo ocorra bem até que eu chegue ao trono, não posso revelar que casei com a filha de um dos generais inimigos. Até você sabe disso, não é? Agora assine…
Segurou a mão dela, de uma forma muito suave, e guiou até o papel.
— Sim...
O sorriso do homem deixou Lin Xi rígida, mas mesmo quando ela começou a assinar, Vermelho ainda continuou falando.
— Sim. Assinando isso, ninguém poderá tirar você de mim. Seremos marido e mulher até que um de nós parta dessa vida e se encontre com os ancestrais. — ao ver o papel assinado, ele o pegou, mas não soltou Lin Xi.
— Você tem uma caligrafia linda, é fluida e suave, lembra muito a da Fada Rosa... muito linda mesmo...
— Obrigado por seus elogios, Senhor...
Colocando sua assinatura ao lado, Vermelho sorriu ainda mais e encarou Lin Xi. — Agora que somos casados, vamos tornar isso real...
Colocando o papel sobre o criado mudo, ele puxou-a contra seu corpo, fazendo a moça gemer. Sua pegada foi forte, possessiva, autoritária, e quando ele estava prestes a lhe beijar para saciar a ansiedade gerada por anos de desejo... Lin Xi fechou os olhos, sem reagir de forma alguma.
Seus braços pendiam rente ao corpo. Ela havia aceitado seu destino, e sabia que lutar era pior do que deixar o ato acontecer.
...
Qin Xa assistiu tudo isso com nojo, achando toda essa cena medonha demais para ser apenas uma peça. Ela já estava esperando ver Lin Xi ter seus lábios violados, só que algo aconteceu, fazendo sua expressão mudar para um desgosto ainda maior.
Ela foi solta. É claro… não tinha como essa cena acabar de uma forma tão simples. Tinha piorar de alguma forma.
— Vá se banhar. — Vermelho virou as costas. — A viagem foi longa e você está cansada e suada... quando você se limpar poderemos continuar. — Lin Xi assentiu, abaixando a cabeça e pegando roupas limpas em sua mala.
— Voltarei em alguns minutos, meu Senhor...
Ao ir se lavar, às pressas para se afastar dele, deixou o General Vermelho sozinho no quarto.
Vermelho bufando de raiva, bateu no criado mudo e encarou a porta do banheiro com ódio evidente em seu olhar. Ele cuspiu no pé da cama, abriu uma das gavetas e pegou um frasco de pílulas, jogou uma na boca e a engoliu.
Um pressentimento sinistro dominou a mente de Qin Xa com esse ato do homem, porém sem conseguir dizer porque, ela só pôde continuar assistindo as ações estranhas e bizarras dele.
Ele trocou suas roupas por um roupão tão rápido que as moças da plateia nem tiveram chance de se sentirem constrangidas, e se deitou na cama. E enquanto encarava a porta do banheiro, ele esperou por alguns minutos em silêncio.
Lin Xi saiu do banheiro, seu corpo molhado liberava uma camada fina de vapor que fez sua pele branca ficar com um toque sedutor e muito convidativo ao toque. Claro que ela havia se banhado com água quente, por isso o vapor. Seu caminhar contido ressaltou seu charme de garota frágil, e isso era uma tentação para o homem na cama, cujos olhos se fixaram na sua figura.
Uma camisola fina cobria sua pele, e suas asas estavam secas. Seus passos curtos em direção à cama deixavam o coração de Qin Xa muito inquieto.
— Meu Senhor, estou pronta... — ela sentou ao lado de Vermelho, sem demonstrar resistência alguma e ele sentou-se, ergueu a mão para tocar seus cabelos.
— Muito bem, venha aqui... — ela se inclinou para perto dele, seus olhos fixos nas próprias mãos.
Engolindo seco, Vermelho abraçou o corpo da garota e trouxe seus lábios para seu pescoço, passando a língua no pescoço dela lentamente, como se quisesse sentir algo além do gosto da sua pele…
Mas foi então que ele a empurrou novamente, dessa vez fazendo Lin Xi ser afastada da cama e quase cair! Olhando com medo para ele, ela enrijeceu com as próximas palavras do homem.
— Vá se lavar de novo!
— Meu Senhor, mas eu já-
— Eu disse para ir se lavar! — Vermelho levantou com raiva e pegou ela pelo braço, arrastando-a para o banheiro. — Você está suja! Eu mandei você se limpar!
— Ai! — sendo jogada contra a banheira cheia de água, a camisola de Lin Xi ficou encharcada, chegando a engasgar com a água que voou para sua boca. O desamparo em seu olhar quando encarou Vermelho deixou o desconforto em Qin Xa ainda mais intenso.
Era de revirar o estômago ver Lin Xi tirando as roupas, cheia de pavor, na frente de mais de 70 mil pessoas, e jogando água sobre sua cabeça.
— Se lave de novo! — Vermelho cruzou os braços. — Eu quero ver com meus próprios olhos você ficando limpa!
— Sim, meu Senhor... — com a cabeça abaixada, a água fria escorreu por seu rosto, pelo seu corpo e por suas asas. Lin Xi se esfregou, passou sabão sobre o corpo até ficar coberta por espuma, em silêncio, e novamente jogou água sobre o corpo.
A espuma foi lavada, e a garota tremia levemente.
Vermelho assistiu tudo do início ao fim. Até que quando Lin Xi acabou de limpar os pés, e estava tremendo de frio, sua voz grave soou mais uma vez:
— De novo. Você ainda não está limpa da imundície de Zhao Piao! Lave-se até estar completamente limpa!
Lin Xi abriu a boca e encarou ele, com um gemido suave e rouco escapando de sua garganta. Grandes lágrimas derramaram de seus olhos e ela assentiu, mordendo os lábios.
— Sim... meu Senhor... eu vou limpar a minha imundície...
Lin Xi mais uma vez pegou o sabão e esfregou na pele até ficar vermelha. Seus gemidos chorosos eram suprimidos, mas seus fungados abafados estavam claros para todos.
Ela se esfregou, esfregou e continuou esfregando. Jogou água sobre si, já pálida e tremendo, e quando acabou mais uma vez já não conseguia mais conter seu choro, gemendo e lamentando.
Ela parou, abraçou as pernas com força enquanto tremia e soltou um grunhido.
— Pare de chorar. — Vermelho ficou de cócoras ao lado da banheira. Passou os dedos nos cabelos dela.
— Perdão... perdão por chorar... eu vou terminar de me limpar... eu vou ficar limpa… — fechando a boca à força, ela mais uma vez fez a água cair sobre seu corpo, molhando Vermelho também.
E novamente ela lavou aquele corpo magro.
Até que Lin Xi se livrou da 4º camada de sabão, Vermelho não fez nada além de assistir em silêncio. Agora, Lin Xi já estava tremendo tanto que mais parecia que ela estava tomando banho com gelo, não água. Sua tremedeira era insuportável de se olhar, mas ela não parou.
Mesmo chorando, ela não desobedeceu.
Foi então que ela teve seu braço puxado.
— Pronto, querida. Agora você está limpa...
Ao ser tirada da banheira, seu corpo foi colocado contra o chão molhado. No mesmo momento em que suas costas encostaram no chão, Vermelho ficou por cima dela, e as cortinas começaram a se fechar.
Na última visão que Qin Xa teve de Lin Xi, ela estava fechando os olhos com força, fazendo as lágrimas ficarem evidentes, e seus lábios entregarem seu desgosto.
Ela não fez nenhum som. E não reagiu até que o palco fosse ocultado dos olhos de todos.
Ela cumpriu o que prometeu: Fazer qualquer coisa para que suas irmãs ficassem seguras.
"Esse é o fim da garota que sempre estava corando e sorrindo ao lado das irmãs?" Um desprezo sem tamanho nasceu dentro dela contra quem escreveu essa peça. Assim como uma admiração por essa atuação nojenta.
A mente do ser que fez isso era simplesmente perversa e cruel, essa era a verdade. Tinha que ser a verdade.
Mas Qin Xa mal podia imaginar que o destino de Lin Xi seria muito, muito pior do que isso…
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