Volume 2

Capítulo 83: Retorno

Com Xu Ying em seus braços, ainda inconsciente, Alaric começou a descer as escadas que levavam ao andar inferior, cada passo sendo tomado com cautela para proteger o corpo frágil em seus braços. 

O peso dela parecia nada comparado ao turbilhão de pensamentos que giravam em sua mente, tudo acontecendo tão rapidamente que mal teve tempo para processar. O dia já havia sido uma sucessão de acontecimentos caóticos desde o momento em que acordou e percebeu que Wei não estava lá, até as alucinações e o ataque repentino. E agora, para completar, teve que lidar com um chefe de máfia de forma totalmente inesperada.

— Você vai continuar me seguindo? — Ele indagou ao pequeno ser que flutuava ao lado de sua cabeça, observando-o com curiosidade. Em resposta, recebeu um aceno de cabeça animado. — Não tem algum lugar para chamar de lar? Algum lugar para o qual deseja voltar?

O ser, que antes exibia um sorriso radiante, deixou sua expressão alegre desaparecer gradualmente, substituída por uma tristeza pura e palpável. Abaixando os braços e a cabeça, ele continuou a acompanhar Alaric.

— Ahhhh… tudo bem. Pode me seguir até encontrarmos um lugar para você ficar.

O ser mal pôde conter a alegria, quase beijando a ponta do nariz de Alaric de tanta felicidade ao ouvir aquilo. O jovem ignorou a animação dela, e continuou a avançar em direção à saída. 

Do nada, uma voz bizarra, sussurou em seu ouvido direito: “Lá atrás há algo que você procura…”

Alaric parou instantaneamente, não por medo, pois sabia que era apenas o espírito em seu ombro, mas sim por mera e a mais pura curiosidade. O que poderia ser esse algo que ele procurava? E, mais importante ainda, como um espírito teria tal conhecimento?

Com tantos questionamentos e com a curiosidade o consumindo, virou-se para seguir na direção que a alma orientava. O pequeno ser, ao ver aquilo, parou e ficou observando até notar como aquele armazém estava escuro e medonho. Aí, tremendo que nem vara verde, tratou de voar até bem próximo do rapaz.

Navegando entre as caixas, gaiolas e jaulas, Alaric se viu quase cego pela penumbra que envolvia o lugar. De repente, uma sensação estranha o envolveu, como se algo o chamasse, esperasse por ele. Atrás de algumas caixas, quase escondido, vislumbrou um suporte para espada. No topo do suporte, uma bainha negra com detalhes em vermelho, que abrigava uma lâmina.

Franzindo o cenho, Alaric hesitou em se aproximar, por alguns instantes. No entanto, sem nada a perder, ele cuidadosamente acomodou o corpo de Xu Ying junto a uma caixa, certificando-se de que ela estava segura, e se levantou, começando a caminhar em direção ao suporte misterioso.

Por algum motivo, o pequeno ser optou por não acompanhá-lo, ficando ao lado do corpo desmaiado da garota, com as mãos juntas como em uma prece.

"É isso que busco?", indagou a si mesmo em um tom quase sarcástico. Parecia até uma piada reduzir tudo o que buscava a uma simples lâmina. Será que sua alma estava tão vazia assim? Diante desse pensamento, acabou rindo de sua própria desgraça e estendeu a mão até a bainha, tocando-a.

Um choque percorreu das pontas dos dedos até os pés, fazendo-o franzir o rosto, fechando um dos olhos, tentando suportar aquela dor que não era terrível, apenas incômoda.

Num impulso, Alaric envolveu a bainha com os dedos e a agarrou com força, arrancando-a do suporte com vigor. Tanto vigor, que acabou caindo para trás, se estatelando no chão.

"É isso?" Deitado no chão, ergueu a bainha até o céu, observando o teto do armazém ficar desfocado atrás dela. E, em suas mãos, estava o verdadeiro foco: a bainha preta com detalhes em vermelho. Não podia negar que era bonita, elegante. Era algo que certamente chamava a atenção.

Curioso para ver como era a aparência da lâmina, Alaric levou a outra mão até a empunhadura e a puxou, revelando a lâmina preta com detalhes em vermelho, que lembravam ondas. Era uma espada deslumbrante, exótica, ele podia sentir isso. Não era todo dia que se via uma lâmina negra. E seu gume único já indicava que se tratava de uma katana.

Os olhos claros de Alaric brilharam intensamente diante daquela maravilha, captando o resplendor que tanto a lâmina quanto a bainha emanavam, indicando que era uma arma que deixava uma marca na alma. Em segundos após o brilho, ela desapareceu diante de seus olhos.

"Vamos testar..." Num impulso, ele se pôs em pé, olhando ao redor para verificar se tudo ainda estava sob controle. Assim, fechou os olhos, esperando que o nome daquela katana aparecesse em sua mente. No entanto, mesmo que buscasse em cada mísero neurônio, nada lhe vinha à cabeça.

— Sério... droga... — Já sem esperanças e com o semblante abatido, apenas desejou que a lâmina aparecesse para ele. — O que...

Como se atendendo aos seus chamados, em um brilho dourado, melhor, em dois brilhos dourados, tanto a katana quanto a bainha surgiram. A bainha estava em sua lateral direita, com a lâmina pronta para ser sacada.

Alaric estranhava o fato de a arma invocada ter uma bainha, algo que ele nunca tinha visto antes, mas também não ia reclamar; a bainha conferia um estilo único e também poderia dissuadir problemas futuros. Com essa lâmina ao lado, as pessoas pensariam duas vezes antes de se meterem com ele, percebendo que estava armado e preparado para qualquer desafio.

“Sem nome então…?” Ao que tudo indicava, sim. Essa arma invocada não possuía um nome. Mas, apesar de desprovida de nome, podia ser invocada com certa facilidade, algo que o deixava satisfeito, mesmo que não soubesse ao certo como funcionava. Era como se fosse algo natural para ele, uma habilidade que emergia de seus instintos mais profundos.

“Acho que isso é tudo…” Parecia que tudo o que poderia fazer ali havia se esgotado. Assim, mirou Xu Ying com os olhos e começou a caminhar até ela. Pelo menos, até passar por uma jaula estranha e parar.

À frente da jaula, havia vários saquinhos de plástico, daqueles que não deixariam líquidos escapar, cada um com uma ponta para beber o que quer que estivesse dentro. Intrigado, Alaric abaixou-se e, com cuidado, pegou um dos saquinhos. Parecia conter resquícios de algo dentro, mas na escuridão era impossível discernir.

O pequeno ser, que permanecera ao lado da garota, aproximou-se de Alaric batendo suas asas. O brilho tênue de sua pele iluminou o saquinho, revelando a coloração vermelha do líquido meio viscoso que estava dentro.

O jovem inclinou a cabeça, cerrando as sobrancelhas com curiosidade enquanto observava os saquinhos. Sangue? Era uma possibilidade, mas por que estariam em saquinhos e em tão grande quantidade? Então, ainda analisando o objeto, desviou o olhar por um instante para a jaula.

— Pode iluminar ali? Parece que não há nada vivo, então chegar perto não é um problema. — Como nenhum ruído vinha de dentro da jaula, presumiu-se que não houvesse nenhum ser vivo ali. Isso encorajou o pequeno ser, ainda que apreensivo, a se aproximar, levando consigo a luz. — Mas que merda é essa!?

O jovem franziu as sobrancelhas, incrédulo com o que via dentro. Como pode o ser humano, ser capaz de tamanha crueldade… era um corpo já seco, aparentemente humano, mas as presas proeminentes denunciavam uma raça diferente.

— Um vampiro? Por que estariam prendendo e alimentando um vampiro?

Quando perdido em suposições, Alaric notou alguns  ruídos de movimento ao seu redor, o que o fez erguer-se num ímpeto, apressando-se em alcançar o corpo de Xu Ying. Os sons indicavam que os capangas de Xiong estavam despertando, e ele não podia perder mais tempo. 

Ainda perplexo com o que testemunhara, saiu às pressas daquele armazém, não sem antes libertar cada ser, cada criatura aprisionada ali. Deixando que os pobres homens lidassem com o que mereciam, após tudo o que haviam feito.

À medida que deixava o armazém para trás, os gritos agonizantes soavam, cortando o silêncio de noite e chegando aos seus ouvidos. Alaric, sem demonstrar qualquer reação que fosse, adentrou a densa floresta, sem olhar para trás.

Ele não se considerava um justiceiro, tampouco via suas ações como certas ou justificadas pelos atos hediondos dos outros. Apenas seguia seus próprios desejos, sem ponderar sobre o que fazia.

Após um breve período caminhando pela estrada de terra batida, envolta pela densa floresta cujos sons naturais ecoavam ao redor, Xu Ying, nos braços de Alaric, começou a mostrar sinais de despertar. Seus olhos, por trás das pálpebras entreabertas, pareciam lentamente ganhar consciência.

— Onde... onde estou...? — Com a voz carregando um tom de confusão, percebeu que estava distante do chão, pior ainda, envolta nos aparentemente fortes braços de alguém. Ela abriu os olhos alarmada, já se debatendo. — Me solta! Socorro!

— Vai continuar gritando assim? — Alaric não desviou o olhar da estrada, apenas ficou ligeiramente incomodado com os gritos que cortavam o ambiente tranquilo.

Não apenas ele, mas também a pequena criatura que voava ao seu lado, tapou os ouvidos, contorcendo o rosto em agonia. Os delicados ouvidos dela pareciam sofrer bastante com aqueles gritos irritantes.

Ao escutar a voz grave, porém suavizada por um toque de tranquilidade que a tornava cativante, Xu Ying cessou seus gritos e movimentos frenéticos. Com cuidado e uma pitada de vergonha, ela dirigiu o olhar até o rosto daquele que a carregava.

— Alaric!? — Sua voz escapou em um sussurro, enquanto o calor irradiava as bochechas, e seus lábios começavam a tremer. — O que... espera... como... estou tão confusa…

— Te resgatei das mãos de Xiong e agora estou te levando para a casa de sua avó — Alaric mantinha os olhos fixos na estrada à frente, sem se desviar por nada. — Acho que isso é tudo que precisa saber, ou deseja mais alguma informação?

— Não… Eu me lembro… infelizmente… — Ela abaixou os olhos, que antes estavam fixos no rosto do rapaz, parecendo à beira das lágrimas. — Estava com tanto medo… acho que preciso te agradecer… obrigada, muito obrigada mesmo.

— Ehhh, sem problemas… — Alaric não conseguia se acostumar a receber elogios, então sempre que isso acontecia, ele ficava sem jeito. — É… Se não se importar em contar, pode me dizer o motivo dele ter te raptado?

— Acho que era algo relacionado à dívida dos meus pais... Xiong insistia que eles deviam algo a ele e apenas estava cobrando o que era dele por direito... algo assim...

Alaric, mesmo sem olhá-la diretamente, pôde perceber o leve tremor e peso em sua voz ao mencionar "pais", despertando uma ponta de curiosidade; fazendo com que sua expressão mudasse sutilmente, adquirindo certos traços de perplexidade.

— Parece estar pensando em qual seria essa dívida, não é? — Pela primeira vez, o jovem desviou o olhar até o rosto dela, que ainda estava corado, mas contendo traços de melancolia reprimida. — Eu também não sei... Meus pais... na verdade, eu não os conheci…

O jovem suavizou sua expressão, talvez tocado pelo fato. Como ele também nunca conheceu os pais e parecia resignado a nunca os encontrar, a conexão entre os dois era palpável, causando uma pequena simpatia da parte dele. 

Desde que testemunhou a partida daquele a quem amava, desistiu de procurar pelos seus próprios pais; já não fazia sentido para ele. 

— E como foi que ele te sequestrou? — Ele decidiu ignorar a questão dos pais, talvez pelos próprios traumas internos.

— Estávamos andando; minha avó e eu, em uma área pouco frequentada da vila, durante o entardecer. De repente, fui atingida por algo na cabeça e perdi a consciência. Quando acordei, estava naquela sala, amarrada e o encarando de frente…

A última parte foi proferida num tom baixo, quase sussurrado, as palavras pareciam carregadas do mais puro temor. Não era para menos, Alaric podia imaginar o terror que alguém com uma vida pacífica sentiria ao ser trancado por horas, frente a frente com um criminoso daqueles. A situação era ainda mais angustiante para uma mulher, sempre com o receio de que as coisas pudessem tomar um rumo desagradável. O rosto de Alaric se contorceu de nojo, a essa última parte.

— Aquilo é... — Ela parecia focada em outra coisa, com os olhos fixos em algo ao lado do jovem, quase brilhando de admiração, como se por um momento esquecesse tudo o que havia acontecido. — Uma fada!?

— Fada? — Ele desviou o olhar por um instante para a criatura que voava ao seu lado, cujo sorriso radiante indicava gratidão por ser reconhecida. — Como você sabe?

— Eu... — Ela corou levemente, brincando com os dedos de forma tímida. — Eu gosto de estudar sobre criaturas mágicas…

Alaric observou como ela corava intensamente só por compartilhar um hobby simples, e involuntariamente deixou escapar uma risadinha. No entanto, seu riso foi rapidamente silenciado por um olhar sério e penetrante da moça.

— Desculpe... é que... esquece. Então, o que exatamente é uma fada?

Ela o encarava com seriedade, ainda um tanto irritada com sua risadinha. Inicialmente relutante em compartilhar, preferia deixá-lo curioso, mas o fascínio de uma amante do misticismo acabou prevalecendo.

— São criaturas pequenas e mágicas, criadas pela deusa Luna, com o propósito de auxiliar os viajantes durante a noite... Pelo menos, era assim antes de... bem, antes delas serem escravizadas e quase levadas à extinção...

A fada deixou os olhos caírem, uma expressão de desânimo tomou conta dela ao relembrar aqueles tempos sombrios. Alaric observou sua reação com pesar, voltando então sua atenção para Xu Ying, que ainda estava aninhada em seu colo.

— Isso explica por que nunca ouvi falar delas. Elas não podem falar? Ou essa veio com defeito? 

Alaric soltou a pergunta de maneira normal, não parecia nem carregar um tom descontraído, e logo percebeu que havia falado besteira. Já que sentiu os olhares perfurantes tanto da pequena fada quanto da garota em seu colo.

— Ehh… acho melhor eu ficar quieto... — Alaric recuou, tentando remediar os problemas.

A pequena fada cruzou os braços e soltou um "Humph" muito audível e, virou o rosto de lado, emburrada.

— Mas, para responder à sua pergunta... não, elas não têm a capacidade de falar. Ainda assim, conseguem entender facilmente a língua humana. O que eu não entendo é por que ela está te seguindo. Fadas, após tudo o que aconteceu, evitam a todo custo proximidade com humanos ou qualquer outra raça humanoide, se limitando a interagir apenas com os elfos das florestas na grande floresta no meio do continente...

A fada, ao ouvir isso, ainda com o rosto virado, espiou com um olho e abriu um grande sorriso. Voou até a frente do rosto do jovem e fez alguns gestos que pareciam contar os acontecimentos recentes.

— Eu a salvei, e pelo jeito ela sente algum tipo de gratidão, ou simplesmente não tem para onde voltar — respondeu Alaric, em um tom seco, sem vida, que anulou todos os esforços da pobre fada em contar os fatos por meio de mímica. — Foi mal, mas duvido que alguém entenderia o que estava tentando dizer…

A fadinha quis arrebentar a cara daquele sem coração, mas logo desistiu, deixando os braços caírem e as costas curvarem enquanto voltava a voar ao lado do jovem, desanimada.

— Você, por outro lado, está falando bastante, quer dizer...

Xu Ying o olhou confusa, mas logo entendeu o que ele quis dizer, quando percebeu os braços que antes a seguravam com firmeza amolecerem e se abrirem. Sem mais nem menos, Alaric a soltou bruscamente, fazendo-a estatelar-se no chão.

— Aí! Por que fez isso? — Ela o encarava com ódio, ainda presa ao solo de terra. — Você poderia ser mais cuidadoso, sabia!?

— Ah, é? Entendo. — Ele simplesmente seguiu em frente, deixando-a ali, com expressão de indignação. — Melhor levantar logo. Ficar sozinha para trás, no meio de uma floresta à noite, não parece seguro…

Ela lançou um olhar ao redor, a escuridão envolvendo a densa mata, insinuando a presença de algo mais sinistro do que simples animais. O arrepio que percorreu sua espinha a incitou a se levantar rapidamente para segui-lo.

À medida que avançavam, o silêncio se instalou entre eles. Não por sua irritação com ele, mas simplesmente pela falta de assunto. Alaric não era exatamente um conversador nato, e o peso de um dia exaustivo se fazia sentir sobre ele, especialmente devido ao espírito que drenava suas energias implacavelmente, como se fosse uma sanguessuga.

Após alguns longos minutos angustiantes, finalmente chegaram à vila. As ruas estavam desertas, e o único som era o suave tocar dos bardos, indicando que a taverna já estava aberta.

— Acho que é aqui que nos despedimos — comentou Alaric, parado de costas para ela, observando a tranquilidade daquele belo local.

Alaric considerou acompanhar ela até a porta de sua casa, mas percebeu que não havia necessidade, e estava exausto. Além disso, o propósito do espírito que o guiava tinha sido cumprido, ou seja, a alma já havia partido, então não havia razão para incomodar a senhora Ying.

— Sim... — Ainda um pouco hesitante, ela se aproximou dele e tocou delicadamente sua mão. — Não sei como te agradecer por tudo que fez... Acho que nem em mil anos serei capaz...

Alaric sentiu a suavidade daquela pele tocar sua mão já calejada e, por um momento fugaz, quase se deixou envolver pelo calor reconfortante. Mas então, voltou à realidade.

— Não precisa me agradecer, apenas fiz o que achei melhor para mim.

Ela não compreendeu completamente o que ele quis dizer com isso, mas optou por não questionar. O que Alaric queria dizer era que, no fundo, ele aceitou fazer tudo aquilo para poder encontrar-se com Xiong, para descobrir se ele tinha alguma ligação com a incessante perseguição.

— Mesmo que diga isso, ainda me sinto em dívida com você... então... — Sem dar tempo para o jovem reagir, ela o envolveu completamente por trás e suavemente roçou os lábios em seu pescoço, deixando um beijo delicado. — De-desculpe... Até mais!

Sem olhar para trás, ela fugiu, envergonhada pelo gesto impulsivo. Porém, com um sorriso radiante adornando seu rosto. Enquanto isso, Alaric permanecia atônito, sentindo ainda o arrepio percorrer sua espinha e a sensação do toque dos lábios. Ele levou a mão até a área beijada, e acariciou, talvez tivesse sido uma boa recompensa. Apesar dele querer bem mais…

A fada observou tudo em silêncio, seu rosto iluminado por um grande sorriso apaixonado. De repente, pareceu ficar alerta, o que fez Alaric olhar para ela.

— O que foi? Aconteceu algo? — perguntou ele.

Ela não respondeu, nem fez qualquer gesto, mas começou a emitir um brilho verde intenso. Em um instante, se desfez em um líquido viscoso que se dirigiu até o dedo anelar do jovem, formando um anel prateado com uma pérola verde.

— Mas que diabos está acontecendo? — murmurou Alaric, perplexo.

— Alaric, não é? Precisamos conversar… 



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