Sessão 9

Capítulo 225 — Uma Noite para Dois (2)

 

— Perspectiva da Ai —

     O que foi que eu acabei de dizer…?

“Senpai, posso me deitar do seu lado por um instante?”

   Percebi que ele congelou e prendeu a respiração com a minha súbita sugestão.

   Um silêncio pairou por tempo demais. Naquele espaço escuro, apenas nossas respirações ecoavam. Meu coração doeu no instante em que as palavras deixaram minha boca.

“Claro.”

   Ele respondeu com uma voz suave. Aquela gentileza no tom dele parecia se dissolver na escuridão.

“Então… vou aceitar o convite.”

   Tentei me recompor o máximo possível. Parecia ser o último fio de orgulho que eu tinha como garota.

   Mesmo tremendo por dentro, uma parte de mim ainda esperava algo, em segredo. Lentamente, deslizei para dentro do futon dele. Ele se virou para mim e se moveu um pouco, abrindo espaço.

““Ah.””

   Assim que fiquei sob as cobertas, percebi o quão perto estávamos — próximos o bastante para eu ver o rosto dele, mesmo no escuro.

   O local ainda mantinha o calor do corpo dele. Vestindo a camisa dele e compartilhando o mesmo futon, o cheiro que eu vinha sentindo antes ficou ainda mais forte.

“Você não está com frio?”

   Ele perguntou com delicadeza.

“Não, estou bem.”

   Estávamos tão próximos que nossas respirações se misturavam, e se não tomássemos cuidado, nossos corpos poderiam se tocar. O constrangimento de antes havia sido substituído por algo completamente diferente.

   Antes que eu perdesse a compostura, precisava dizer o que tinha de ser dito.

“Senpai, obrigada por hoje.”

“Não foi nada. Nosso encontro foi uma coincidência, e deixar você dormir aqui foi ideia da minha mãe, afinal.”

   Ele falou com a mesma gentileza de sempre. Toquei de leve minha mão direita, fria, na mão esquerda dele, sob o futon.

“Mesmo assim… obrigada por me encontrar. Eu falo sério.”

   Quando percebi, nossas mãos já estavam entrelaçadas. O calor da mão dele se espalhava lentamente para a minha. Ele é assim — sempre me encontra exatamente quando eu mais preciso.

   Fica ao meu lado, sem precisar dizer uma palavra.

   Antes de conhecê-lo, eu não acreditava em coisas como destino. Ou melhor, acreditava, mas de forma negativa…

   Pensei incontáveis vezes: Por que isso tem que acontecer comigo? Eu achava que a injustiça do mundo era o meu destino.

“Naquela época, eu não prometi que não deixaria você ir?” (tl: Fala do capítulo 128)

   Foi uma promessa feita num dia importante. Fiquei tão feliz por ele se lembrar que entrelacei ainda mais nossos dedos e apertei sua mão um pouco mais forte.

   Naquele tempo, eu achava que não me importaria com o que acontecesse — eu era imprudente, preparada para aceitar até ser beijada ou empurrada. Mas ele entendeu o que eu realmente precisava, e por isso… está tudo bem.

   A pessoa que eu mais amo está bem aqui diante de mim, e com certeza…

   Ele vai continuar ao meu lado.

“Você se lembrou?”

“Eu nunca esqueceria. Prometi que sempre ficaria ao seu lado.”

   É exatamente isso, Senpai. Você é um idiota… Como consegue sempre dizer exatamente as palavras que eu quero ouvir? Mesmo quando achei que tinha perdido tudo… como foi que você conseguiu me trazer de volta? Você até me deu um lugar ao qual eu pertenço.

“É…”

   Murmurei palavras sem sentido e encostei minha cabeça no peito dele. Aqui, eu sempre acabo chorando. Mas hoje à noite foi diferente.

   Como sempre, ele me envolveu em seus braços.

“Está tudo bem.”

   Sua voz suave chegou aos meus ouvidos. Lentamente, ergui a cabeça e olhei em seus olhos.

   Colocando em meu olhar todas as razões pelas quais me apaixonei por ele, todo o sentimento que guardava…

   Encostei suavemente meus lábios nos dele.

   Saboreamos aquele instante como se quiséssemos que durasse para sempre.

   Ao me afastar um pouco, vi a expressão surpresa em seu rosto. E pensei… o que aconteceria se eu fechasse os olhos novamente? Com essa pequena esperança, fechei-os devagar.

   O segundo beijo foi ainda mais gentil que o primeiro.



— Almeranto: CINEMA tá? Que final de capítulo bom esse daqui, viu. E que hora pra acabar a sessão 9. Bem… Obrigado a vocês, leitores, por terem chegado até aqui. Vejo vocês no próximo!

 

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