Sessão 9

Capítulo 221 — Evento do Banho (2)

 


— Perspectiva de Ai —

   A porta se abriu completamente.

   Diante de mim estava o Senpai, segurando uma pilha enorme de toalhas. Ele não me viu, pois as toalhas estavam empilhadas acima do nível dos olhos.

“Desculpa, Ai-san. Tô abrindo, tá? A mamãe pediu pra eu trazer as toalhas.”

   Soltei um grito mudo ao ouvir aquela voz despreocupada. Em pânico, agarrei a camisa dele.

     Você não pode simplesmente abrir a porta assim, sem avisar!

   Talvez ele tenha ficado descuidado por ser a própria casa dele. Eu precisava dizer alguma coisa antes que ele percebesse.

   Com a voz trêmula, falei: “Senpai, n-não se mexa. E-eu não estou vestindo nada agora. Me dá só um momento…”

   Mas isso só piorou as coisas.

   Pois, ao ouvir aquilo, ele também entrou em pânico.

“E-eh? A-ah, desculpa!”

   Apressado para sair do cômodo, seu movimento fez com que a torre de toalhas na frente dele desabasse. Antes que caíssem completamente, eu rapidamente me virei.

   O tempo pareceu congelar.

   Fechei os olhos com força. Meu coração batia tão forte que doía.

   E então percebi — eu estava numa situação terrível. Estava segurando a camisa dele com as duas mãos, e parecia até que eu estava cheirando ela. A vontade de evitar que o Senpai me entendesse mal ou passasse a me odiar era maior do que a vergonha de estar nua.

“KYAAAAAA!!!”

   Gritei sem conseguir me conter.

   Abri os olhos lentamente para ver como ele estava. Ele mantinha os olhos firmemente fechados, desesperado. Seu pânico era tão evidente que eu acabei rindo.

“Desculpa, eu fui descuidado.”

   A voz dele também tremia.

“Você… viu?” Perguntei com cuidado.

   Ele balançou a cabeça com força, fazendo o cabelo voar.

“De verdade?” Perguntei de novo, desconfiada.

   Seus movimentos ficaram um pouco mais lentos.

“…Desculpa. Eu vi um pouquinho.”

   Ao vê-lo se desculpar de forma tão sincera, senti algo estranho — uma pontada de carinho.

“Baka!” 

“D-desculpa…”

   Ele se encolheu ainda mais enquanto eu o repreendia.

“Ecchi!”

   Ele se encolheu mais ainda.

“E ainda não pode olhar, entendeu?”

   Disse isso e rapidamente voltei para dentro do banheiro.

“Agora tá tudo bem.”

   Talvez pela pressa, percebi que ainda estava segurando a camisa dele nas mãos.

“Eu sinto muito mesmo. Enfim, vou deixar as toalhas do lado da máquina de lavar.”

   Ouvi ele sair depressa do vestiário, como se quisesse fugir.

   Soltei um suspiro de alívio.

“Eu fui vista…”

   Senti uma pontada de vergonha. Naquele momento, forcei-me a tentar justificar minhas ações.

“Isso é vingança.”

   Eu disse, abraçando sua camisa. Isso me fez sentir estranhamente feliz, como se eu estivesse sendo protegida por ele.

   Percebi mais uma vez que realmente gostava dele. As coisas podem ficar um pouco constrangedoras daqui pra frente, mas acho que tem que ser assim mesmo — um pouco estranho. Sentindo o calor da pessoa que amo, meu coração começou a derreter lentamente.

   Coloquei devagar os braços nas mangas da camisa dele.



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