Sessão 9
Capítulo 219 — Sob o Mesmo Guarda-Chuva
Caminhamos juntos para casa, sob o mesmo guarda-chuva, tentando acompanhar o passo um do outro.
Inclino um pouco o guarda-chuva, apontando-o mais para o lado dela.
“Senpai, seu ombro está ficando molhado. Não se preocupe comigo, eu já estou toda encharcada.”
Parece que ela percebeu facilmente.
“Não, eu não posso deixar assim…”
“Eu gosto desse seu lado gentil, mas isso me faz sentir culpada, então pare, por favor.”
Bem, se você diz isso, não há o que fazer.
Segurei o guarda-chuva reto, acima da gente.
“Você não vai me perguntar o que aconteceu?”
“Não. Não vou perguntar.”
“Por quê?”
“Talvez porque, quando eu estava no meu pior momento, Ai-san fez o mesmo por mim.”
Ela não tentou se intrometer em algo que eu não queria falar. Estou apenas retribuindo o gesto.
“Entendo. Obrigada.”
Ela continuou com uma expressão um pouco culpada.
“Além disso, eu confio em você.”
“Confia em mim?”
“Mesmo que você tenha um segredo, nosso relacionamento não é tão frágil a ponto de quebrar por causa disso, certo?”
Quando olhei de lado, vi que seu rosto estava bem vermelho — mas também mostrava uma expressão de felicidade. É um milagre eu ter conhecido uma garota em quem consigo confiar tanto, especialmente depois de tudo o que aconteceu.
“…”
“O que foi? Está com frio?”
Ela balançou a cabeça.
“É o contrário. Estou tão feliz que estou até com calor. Se eu não estivesse toda molhada pela chuva, queria te abraçar agora…”
Ela deve ter percebido o que acabou de dizer, porque seu rosto ficou ainda mais vermelho e ela abaixou a cabeça, tímida.
“Talvez devesse esperar um pouco antes de dizer algo assim.”
Quando a provoquei desse jeito, ela ficou ainda mais corada.
“Você ouviu isso?”
“Bem… quem sabe?”
“Você é malvado, Senpai no baka! Mesmo que tenha ouvido, finja que não ouviu.”
Fiquei feliz em vê-la agindo como uma adolescente normal pela primeira vez em muito tempo. Esses momentos, quando brincamos um com o outro, me deixam incrivelmente feliz.
Ela balançou a cabeça com força e olhou para frente. Parece que conseguiu mudar um pouco o humor.
“Sempre que algo ruim acontece, eu acabo me autodestruindo. Odeio esse lado meu que nunca amadurece.”
O fato de ela dizer isso tão naturalmente me deixa feliz — é a prova de que ela realmente confia em mim.
“É mesmo? Pelo menos agora você depende de alguém, diferente de antes.”
“Isso é porque você está aqui por mim. Porque prometeu sempre ficar ao meu lado…”
As palavras dela escorreram, cheias de emoção.
“Porque você me deu as palavras que eu sempre quis ouvir, agora eu consigo seguir em frente.”
O mesmo vale para mim. Desde aquele dia, ela tem me protegido — mesmo que isso custe seu próprio prestígio. Graças a ela, que recuperou meu manuscrito e me empurrou para frente, eu sou quem sou hoje. Estou determinado a fazê-la feliz.
“Ah, desculpa. Seu casaco do uniforme ficou molhado. Vai ter que usar amanhã.”
Ela começou a se acalmar.
“Tudo bem, tenho outro em casa.”
“Obrigada.”
Ela disse isso e abraçou o casaco com força, parecendo um pouco fria. Depois disso, tivemos uma conversa curta, apenas confirmando, sem palavras, o quanto nos importamos um com o outro.
— Perspectiva de Ai —
Posso sentir o cheiro do Senpai.
Entre a sensação de segurança e a timidez, percebo que estou falando de forma confusa e agindo de maneira estranha. Já não sou mais a garota deprimida de alguns minutos atrás — apenas uma garota comum, aproveitando um momento feliz com o namorado.
Percebi que não há necessidade de pensar em coisas complicadas.
Agora, tudo o que quero é me aquecer nesse momento de felicidade como uma simples estudante do ensino médio.
Em vez de abraçá-lo, abracei o casaco dele com força.
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