Sessão 9

Capítulo 211 — Para Encontrar Kazuki

 


— Perspectiva de Domoto Yumi —

   O caso do qual meu pai está encarregado aconteceu na escola onde o Kazuki estuda.

   Os rumores sobre o Kondo-kun e a Tachibana-san parecem estar se espalhando também entre nossos colegas do ensino fundamental.

“Isso virou um grande problema.”

   Estou preocupada com o andamento da investigação. Pensei em perguntar ao meu pai o que estava acontecendo, mas acho que isso é impossível. De jeito nenhum meu pai, um homem tão sério, me contaria.

   Fiquei pensando se seria certo entrar em contato com o Kazuki num momento tão difícil. Então, com um pouco de hesitação, mandei uma mensagem dizendo [Quero te ver], e ele respondeu imediatamente:

[Então, até amanhã, em frente à estação!]

   Li aquela frase incomumente animada. Meus sentimentos pesados desapareceram de repente.

   Logo mandei uma resposta. As aulas terminariam mais cedo amanhã por causa de uma reunião de pais e professores. Combinamos de nos encontrar na hora em que o Kazuki saísse da escola.

   Nós nos víamos com frequência, como se quiséssemos compensar os anos de separação. Kazuki até se preocupava se eu conseguiria estudar para o exame.

   Mas tenho certeza de que darei boas notícias a ele amanhã.

     Será que ele vai ficar feliz?

   Cheia de expectativa, abri meu caderno de vocabulário de inglês. Hoje, vou dar o empurrão final.

 

— No dia seguinte, em frente à estação —

   Meu pai, que tinha ido à reunião de pais, precisou voltar direto ao trabalho. Eu amo meu pai, que sempre prioriza os eventos familiares importantes, não importa o quanto esteja ocupado.

“Desculpa te fazer esperar; você chegou cedo.”

   Kazuki parecia achar que eu chegaria depois dele.

“Na verdade, hoje teve reunião de pais, então saí mais cedo da escola.”

“Ah, entendi.”

   Rindo, entramos em nosso café habitual. O lugar é famoso pelas panquecas, mas o Kazuki se incomoda facilmente com o calor, então ele sempre pede raspadinha. E, como eu esperava, fez o mesmo dessa vez. Minha previsão silenciosa se confirmou, e sorri sozinha.

“Hm?”

“Não é nada. É que o Kazuki comendo raspadinha… Essa parte também não mudou.”

“Desculpa, acho que não amadureci muito.”

   Desde que voltamos a nos ver, o Kazuki manteve aquela expressão fria. Era como se ele não tivesse permissão para ser feliz, como se tivesse decidido não ser.

   Mas, ultimamente, ele começou a sorrir gentilmente, como se algo que o atormentava tivesse finalmente se dissipado.

“Não, é o Kazuki de sempre. E eu gosto disso.”

   Quando respondi, ele sorriu timidamente.

“E como foi a reunião de pais?”

“Foi boa. Acho que vou conseguir uma recomendação para a universidade feminina que é minha primeira opção. A professora disse que, se eu não relaxar agora, não vai ter problema.”

   Quando contei animada, ele pareceu surpreso e depois sorriu.

“Isso é ótimo. Parabéns.”

   Eu sabia que ele falava aquilo de coração. Mas, em algum lugar dentro dele, vi um toque de complexidade.

   Kazuki tem uma autoestima muito baixa. É compreensível, depois de tudo o que aconteceu, mas ainda assim, é baixa demais.

“Kazuki deve ter ficado um pouco triste ao pensar que eu iria embora de novo, não é?”

   Ele congelou, com a raspadinha meio derretida na mão, por causa da minha franqueza.

“Eu… não pensei nisso.”

“Mesmo? Duvido.”

   Quando o provoquei, ele virou o rosto, talvez um pouco irritado. Mas sei que é um gesto de vergonha. Nós nos conhecemos há muito tempo.

“Está tudo bem, Kazuki? De jeito nenhum eu iria embora de novo. Aqueles três anos em que não nos vimos foram tão dolorosos pra mim… eu nunca faria isso de novo.”

“Yumi?”

   Ele me olhou preocupado. Estava preocupada porque eu estava prestes a chorar.

“Kazuki é incrível. Mesmo tendo parado uma vez, você voltou a caminhar. Eu te admiro por isso. As notas não importam. Sempre, sempre te respeitei.”

   É nesses momentos. Não dá pra esconder — tenho que deixar tudo sair.

   Minhas emoções estão transbordando, mas eu não pretendo contê-las.

“Eu me esforcei tanto até agora… para o momento em que eu pudesse ver o Kazuki novamente…”

 

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