Sessão 6

Capítulo 128 — Aono Eiji

 

   Eu a abraço com força.

   A sensação de sua pele macia. Sua respiração doce. O cheiro de xampu e sabão.

"Me desculpe. Mas só mais um pouco…"

   Ela se recusa a mostrar o rosto, como se estivesse manhosa. Provavelmente está chorando. Sua voz tremia.

   Essa garota não era a idol da escola nem uma pessoa perfeita. Era Ichijou Ai, a garota vulnerável de sua idade que eu havia conhecido naquele dia no terraço…

   Não acho que minha próxima escolha seja a certa. Mas vou seguir meus sentimentos. Pode ser um erro. Pode não ser o que ela esperava. Pode ser algo pesado demais…

   Mas eu aprendi com o que aconteceu com Miyuki. Preciso dizer o que realmente quero enquanto ela ainda está comigo.

   Afrouxo meus braços.

   Ichijou-san me olha com os olhos molhados, um pouco surpresa.

   Seu rosto está vermelho e ela parece ansiosa, agarrada — uma expressão vulnerável que eu nunca tinha visto antes.

"Senpai…?"

   Toco seus ombros com as duas mãos enquanto ela me encara, e começo a falar:

"Não há necessidade de pressa. Se estiver tudo bem para você… eu sempre estarei ao seu lado, Ichijou-san. Nunca vou desaparecer, jamais."

   Ela me olhou com uma expressão surpresa.

   Atingi-a com algo mais pesado do que isso… uma confissão de amor, de certa forma.

   Como se tivesse entendido o significado por trás da demora, ela soltou um breve "hã"… e pulou em mim como antes.

"Sim. Não me solte."

   Ela respondeu com a voz trêmula, mas de modo um tanto feliz.

   Confiando nessas palavras, coloco novamente minha mão em suas costas.

"Sim, nunca."

   Avançamos lentamente.

 

— Perspectiva de Ai —

"Até onde você acha que vai um pequeno erro? Dar as mãos? Beijar? Ou…"

   Ele pareceu muito abalado com minha pergunta cruel. Assim que a fiz, fui tomada por um sentimento de autoaversão. Eu sabia que estava forçando ele — um homem gentil — a tomar uma decisão cruel. Mesmo depois do que aconteceu com Amada-san, mesmo sem ele ter decidido ainda…

   Eu estava apressada. O talento dele era incrível. Fiquei feliz por ele ter decidido estrear como romancista, mas ao mesmo tempo triste com a ideia de ser deixada para trás.

   Eu não queria ser deixada de novo. Minha mãe e meu pai se foram.

   Tenho medo de que meu senpai vá embora também. Por isso, agi de forma mimada com ele, como uma criança mimada pela mãe.

   Tive medo do que ele diria ou faria em seguida… Qualquer escolha dele me deixaria feliz. Mas, ao mesmo tempo, eu já imaginava que me arrependeria. Eu o forcei a escolher. …

   Mas ele me abraçou sem dizer uma palavra.

   A ternura do abraço dele me envolveu. Fiquei feliz.

   Ele murmurou, de maneira contida: "Talvez algo assim?"

   Senti o calor de seu corpo contra o meu. Suas costas largas me transmitiam segurança.

   Estou feliz. Mas sinto nojo de mim mesma.

   Quero forçar o relacionamento a ir mais fundo. E se ele for para outro lugar? E se encontrar alguém de quem goste? Nosso relacionamento é como atravessar uma ponte perigosa no terraço. Quero que seja algo sólido.

   Odiei a mim mesma por ser tão egoísta. Odiei por me aproveitar da bondade dele. …

"Me desculpe. Mas só mais um pouco."

   Quis mostrar a ele que eu existia, abraçá-lo, impedi-lo de ir embora.

   Ele endireitou a postura, como se quisesse aceitar meu egoísmo.

   Então relaxou lentamente.

   Esse momento me deixou ansiosa. E se ele passasse a me odiar? O mundo parecia desabar por causa dessa dúvida.

   Quase chorando, murmurei: "Senpai…?"

   Ele tocou gentilmente meus ombros com um sorriso muito sincero.

"Não há necessidade de pressa. Se estiver tudo bem para você… eu sempre estarei ao seu lado, Ichijou-san. Nunca vou desaparecer, jamais."

   As palavras que ele teceu para mim estavam além da minha imaginação. …

   Demorou um pouco para meu cérebro compreendê-las.

   Uma confissão parecida, mas mais profunda do que uma simples declaração de amor.

   E as palavras que eu mais queria dentre todas as opções que havia listado. …

"Hã?"

   Minha mente ficou em branco, e meu coração começou a bater cada vez mais alto. Tive tanto medo que ele ouvisse.

   Tentei ao máximo olhar para o rosto dele. Mas estava tão nervosa que mal conseguia encará-lo.

   Mesmo assim, queria muito vê-lo e responder. Reuni coragem e olhei para seu rosto — e vi que ele também me observava, ansioso.

   Ao ver isso, me acalmei e consegui expressar meus sentimentos com sinceridade.

"Sim. Não me solte."

   Acho que eu estava com o rosto mais feliz que tive em anos.

"Sim, nunca."

   Ouvir essas palavras me deixou imensamente feliz.

   Avançamos lentamente.

 

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