Sessão 4
Capítulo 97 — Mãe e Filha no Jantar
Quando cheguei em casa, o tio Minami, Yamada-san e a Ichijou-san já estavam lá. Achei que Ichijou-san fosse voltar comigo hoje, mas ela teve algo urgente para resolver, então foi antes e me encontrou aqui.
“Bem-vindo de volta, Eiji. Parabéns pelo prêmio, estou muito orgulhosa de você.”
Mamãe sorriu e me cumprimentou. Meu irmão também sorriu em silêncio. O mesmo fizeram os adultos ao meu redor e Ichijou-san.
Depois do incidente, o mundo que deveria ter perdido suas cores de alguma forma se tornou mais vívido do que antes.
“Obrigado, mãe, irmão, a todos. Obrigado mesmo.”
Foi por causa de todos vocês que consegui continuar tentando e não desisti. Imagine, se eu não tivesse encontrado Ichijou-san naquele telhado, eu não teria encontrado este lugar feliz. Percebi que meu destino mudou naquele momento.
Eu não queria mais morrer. Quero permanecer para sempre neste quarto acolhedor. Queria que este momento durasse para sempre.
“Bem, vamos jantar. Reservamos este lugar especialmente para esta noite. Seu irmão vai cozinhar o que o Eiji quiser.”
Todos riram dessa piada.
“Sim, obrigado. Ah, o Satoshi também disse que viria depois das atividades do clube.”
“Entendo. Então temos que fazer muitos hambúrgueres, os preferidos dele!”
Mamãe falou como se já soubesse do que meu amigo de infância gosta.
Satoshi entrou em contato comigo. Aparentemente, ele viu o Kondo-senpai sendo levado pela polícia. Isso me faz sentir um pouco mais seguro. Não quero mais ver aquele homem na minha vida. Mamãe me contou que prestou queixa por agressão.
Pode ser que, no futuro, eu precise testemunhar sobre minha experiência dolorosa em um julgamento ou algo assim. Pensar nisso me deixa um pouco deprimido, mas não quero fugir.
Ele arruinou a vida de muitas pessoas. Acho que também tenho que assumir responsabilidade por isso.
Então, vou lutar.
Graças ao jantar animado, demorei um pouco para perceber que o celular na minha bolsa estava tocando repetidamente com um som alegre de notificação.
— Perspectiva de Ai —
No meio do jantar, a mãe do senpai me chamou para conversar a sós. Um pouco nervosa, fui até a sala de descanso.
“Ai-chan, muito obrigada.”
Ela de repente se curvou profundamente.
“Essas… coisas de salvar vidas são méritos do Eiji-senpai…”
“Não é sobre isso. Recebi uma ligação da escola mais cedo. Descobriram que o Eiji pode ter pensado em cometer sucídio por causa do bullying e da violência. Talvez alguém tenha dado uma declaração durante o interrogatório.”
Foi de partir o coração. Tanto a mãe quanto eu sabíamos quem tinha feito a declaração. Só não queremos mencionar o nome dela.
Eu sabia que não deveria ter dito nada naquela hora. Eu contei à Miyuki-senpai, e mesmo que indiretamente, acabei deixando a mãe do senpai triste. O arrependimento machuca o meu coração.
“…”
“Você percebeu que o Eiji é o tipo de pessoa que nunca pensaria em fazer algo assim. Provavelmente, depois daquele episódio violento, somado à traição e ao bullying, ele chegou ao limite. Naquele momento… eu nem percebi. Não, eu não intervi nem o ajudei quando ele mais precisava, porque achei que não devia me envolver. Eu errei… Foi você, Ai-chan, quem salvou o Eiji. Mesmo quando ele estava sendo intimidado, você ficou ao lado dele. Sou muito grata por ter salvo a vida do meu filho. Obrigada, Ai-chan.”
“Não, na verdade, foi ele quem me ajudou…”
A mãe olhou diretamente para mim e assentiu, como se entendesse tudo.
“Ainda assim, você salvou a vida do Eiji. Sem você, nossa família teria se arrependido pelo resto da vida. Obrigada.”
Enquanto dizia isso, ela me abraçou como se eu fosse sua própria filha. Desde que minha mãe morreu, talvez eu não sentisse tanto alívio assim.
“Eu fui a pessoa que foi salva. Se não fosse pelo Eiji-senpai, eu também teria sido destruída.”
Sem dizer nada, o abraço dela ficou ainda mais forte.
Parece que a mãe percebeu também. Que eu quase morri. Uma lembrança estranha do primeiro dia após as férias de verão voltou à minha mente.
“Pode ser desrespeitoso da minha parte dizer isso. Me desculpe por isso. Mas acho que preciso te dizer mesmo assim. Por causa do que aconteceu com o Eiji… Ai-chan, você é como parte da nossa família agora. Eu te amo como uma filha de verdade. Sempre que passar por um momento difícil, pode contar comigo ou com o Eiji. Você não está sozinha. Se eu te perder, me arrependerei pelo resto da vida, assim como com o Eiji.”
Ao ouvir essas palavras, o fio da minha resistência se rompeu. Quando vi o rosto da minha falecida mãe em minha mente, abracei-a com toda a minha força.
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