Sessão 11
Capítulo 259 — A Conclusão de Miyuki
— Perspectiva de Miyuki —
Fui chamada pelo advogado. Desta vez, como fui convocada como testemunha no julgamento do Senpai, estava ali para receber as instruções.
“Por que você se ofereceu para testemunhar? Isso pode acabar sendo desfavorável pra você também. Você já está envolvida em outro julgamento, não está? Seu depoimento aqui pode prejudicar sua posição naquele caso.”
Quando os promotores me questionaram sobre o caso do Senpai, disseram:
“Queremos que você testemunhe no tribunal sobre se a violência doméstica que motivou esse incidente realmente aconteceu, e o que ocorreu depois disso.”
Eu não consegui responder. A ideia de confessar meus pecados num ambiente público e oficial me aterrorizava.
Lembro claramente daquele dia. Fui chamada a uma sala de conferências no gabinete da promotoria, onde uma promotora levantou o assunto.
“Pra ser honesta, sei que isso soa duro. Testemunhas, por regra, não podem recusar. Poderíamos obrigá-la a depor se fosse preciso… mas entre nós há um debate sobre se é certo forçar alguém da sua idade, ainda menor de idade, a isso. Então, antes de tudo, quero ouvir o que você realmente sente.”
As palavras dela eram firmes e dignas, mas eu sentia sua preocupação comigo.
“Eu só preciso dizer as coisas que só eu saberia, certo?”
Minha voz saiu baixa e fria.
“Isso mesmo. Provavelmente, só três pessoas realmente sabem o que aconteceu: Aono-kun, a vítima; Kondo-kun, o agressor; e Amada-san, que ficou entre os dois. E acreditamos que você é quem pode testemunhar de forma mais objetiva.”
Naquele momento, eu hesitei. Seria mentira dizer que não pensei em recusar. Tinha medo de que minha reputação despencasse. Tinha medo de ser eu a decidir o destino de Kondo-senpai. E tinha medo de finalmente encarar os pecados dos quais vinha fugindo.
Mas naquele instante, superei tudo isso. O que veio à mente foram os rostos da família Aono e da mãe do Eiji, que sempre me trataram com carinho.
“Entendi.”
Minha voz tremia. Mesmo assim, essas palavras finalmente saíram. Palavras que eu deveria ter dito muito antes.
****
E então, de pé no tribunal, fixei meus olhos em Kondo-san, que tremia.
“P-Por que você está mentindo?”
Ele gritou. Mentindo. Então essa era a verdade, afinal.
Enquanto se debatia, o Senpai foi contido por vários seguranças.
“Não é mentira… Disseram pra eu fazer a mentira parecer real, de repente me deixaram com hematomas, depois tiraram fotos… e, quando percebi, elas já estavam espalhadas por todo lado…”
Acho que ele realmente acreditava que podia transformar uma mentira em verdade. E, de fato, seu esquema fez a mentira se espalhar como se fosse real. Eu havia fugido disso. Traí a pessoa que amava e, além disso, cometi o ato mais baixo possível.
Não há como eu ser perdoada por isso. Não há como eu merecer perdão.
Mas eu não podia deixar o Eiji carregar uma mancha falsa em seu nome por mais tempo. Isso… eu simplesmente não podia permitir.
“Muito bem. Testemunha, apenas uma última confirmação. A declaração do réu era falsa, correto?”
As palavras do juiz eram gentis, mas cortantes.
“Era falsa. Ele estava mentindo o tempo todo. É alguém que tentou convencer a si mesmo de que suas mentiras eram a verdade.”
Foi uma completa declaração de rompimento.
O rosto desesperado de Kondo-san parecia o de alguém cujo interior acabara de se despedaçar.
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