Sessão 11

Capítulo 253 — O Primeiro Encontro de Endo e Yumi

 


— Perspectiva de Endo —

   Ouvi dizer que Kondo e os outros haviam sido presos, e que o pai dele estava envolvido em um grande escândalo de corrupção que incluía até o Primeiro-Ministro, o que tornou tudo ainda pior. A empresa deles já faliu. A única coisa que restava para ele era o talento no futebol, mas considerando o impacto desse enorme escândalo, é seguro dizer que ele foi socialmente destruído.

“Foi vingança?”

   Achei que estava agindo para fazer justiça por Aono ter sido intimidado, mas com Eri envolvida, talvez meus próprios sentimentos tenham se misturado. Quando penso nisso, fico um pouco assustado.

   Mas naquela época, quando eu estava preso naquele estado sem esperança, isolado do mundo, nunca imaginei que acabaria em um lugar tão cheio de luz.

“Kazuki, desculpa por te fazer esperar!”

   Hoje é meu primeiro encontro com Yumi como seu namorado. Dá pra ver que ela se esforçou muito para se arrumar.

   Fiquei tão impressionado com a aparência dela que não consegui dizer uma palavra, e ela me lançou um sorriso meio irônico.

“Me esforcei tanto pra me arrumar, e você não vai dizer nada, Kazuki~?”

   As palavras dela fizeram meu coração disparar.

“Desculpa, é que fiquei totalmente encantado.”

   Naquela época, durante o incidente, eu conseguia mentir e guardar tudo para mim. Mas agora não consigo mais fazer isso. Consigo falar com honestidade e naturalidade. Pensar que, se eu tivesse tido essa sinceridade antes, poderia ter feito as pazes com Yumi muito mais cedo me deixa com um aperto no peito.

“Eh… eu não esperava que você fosse dizer algo tão direto… obrigada.”

   Yumi tremeu, o rosto completamente vermelho. Ver a reação dela me fez perceber o quão melosas minhas palavras soaram, e fiquei envergonhado.

“Ah, é… vamos lá.”

   E o nosso primeiro encontro, doce e agridoce, começa.

   Tínhamos planejado assistir a um filme hoje. Quando eu era recluso, passava o tempo vendo inúmeros filmes, então acabei aprendendo bastante sobre eles. Foi até conversando sobre livros e filmes que me tornei amigo do Aono. Ele sempre assistia logo aos filmes que eu recomendava.

   Hoje viemos assistir à reexibição de um filme que eu havia recomendado ao Aono, chamado Bajrangi e a Garotinha Perdida (Bajrangi Bhaijaan). Eu só tinha assistido a filmes por streaming antes, então queria ver esse no cinema — e foi por isso que convidei Yumi.

   Hesitei por um momento em convidar Yumi, que não costuma ir ao cinema, logo para um filme indiano. Mas ela disse: “Como assim? Se é um filme que você achou bom, Kazuki, então eu quero ver também. É pra isso que servem os encontros.” Como esse filme é relativamente curto para os padrões indianos — duas horas e meia —, eu ficaria feliz se ela gostasse.

   A história é simples. Um jovem honesto da Índia encontra uma garotinha perdida. Ela tem uma deficiência que a impede de falar, então não consegue dizer seu nome nem de onde veio. O jovem se esforça para ajudá-la e acaba descobrindo que ela é do Paquistão, um país que tem uma relação tensa com a Índia. Ele faz de tudo para levá-la de volta para a mãe.

   As vastas paisagens naturais do sul da Ásia são retratadas com beleza, e, embora a dureza da realidade esteja presente, a bondade sincera desse jovem que supera tudo isso é mostrada com delicadeza.

   A história chega ao meio. O jovem enfrenta muitas dificuldades.

     Será que a Yumi está gostando?

   Preocupado, olho para o lado e a vejo derramando grandes lágrimas, enxugando-as com o lenço. Quase começo a chorar também.

   Talvez eu tenha ficado um pouco atrapalhado. Nossos olhares se cruzaram por um instante, e nossas mãos se tocaram levemente.

   Yumi olhou para mim novamente, e seus olhos diziam tudo.

“Será que… você poderia segurar minha mão um pouco?”

   Ela não disse isso em voz alta, mas de alguma forma eu entendi e assenti. Sua mão quente envolveu gentilmente a minha esquerda.

   E pelo resto da sessão, nossas mãos não se soltaram.



— Finalmente o Endo encontrou sua luz no fim do túnel. Graças a Yumi, ele saiu de um inverno cruel para uma primavera gentil.

 

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