Lorde Sem Olhos Brasileira

Autor(a): Sr. V


Volume 1

Capítulo III: “Segunda chance?”

— Estamos-vos no reino de Ares. Chamo-me Helena de Tróia. Vocês devem estar confusos com tudo, não é mesmo? Bem. Irei explicar a situação de vós — disse seguida de uma breve pausa, encarando os demais continuou — Todos entendem minha língua. Que esplêndido!

Embora pudessem entender suas palavras, estavam longe de entender aquela situação. Helena por vez continuou:

— Todos vós morrestes. Vocês tiveram suas vidas roubadas pelo ceifeiro, embora suas almas tenham sido poupadas e não entregues à Hades. Mas, sim, trazidas a mim!

No momento que ela disse tais palavras, todos ficaram espantados. Para alguns ainda não havia caído a ficha, enquanto outros já aceitavam o fardo da morte. A garota assustada disse preocupada:

— Então realmente estamos mortos?! Morremos mesmo?! Aqui é o céu?!

— Que brincadeira é essa?! É uma pegadinha, né?! Claro que ninguém morreu. — disse uma outra garota em meio à multidão.

Helena por vez já percebendo o caos que voltava, tentou agir o mais calmamente e rapidamente que podia:

— Não precisam temer. — disse Helena, com uma voz calma. — Como já disse antes, aqui não é o céu! Está bem longe de ser o paraíso cara heroína.

— Então ond-. — Foi interrompida.

— Com o poder dos deuses, eu os invoquei a este mundo!! Sendo assim... Vejam isso como uma nova chance. Suas almas seriam lançadas no submundo para Hades, mas os deuses misericordiosos lhe deram uma segunda chance. Uma segunda e única chance! Para todos, sem exceções.

Absoluto silêncio, essa foi a resposta de todos ali. Helena continuava sua narrativa, mas Aku estava perdido em seu próprio mundinho, “O que está rolando? É uma pegadinha, né?” Ele olhou ao redor, vendo que alguns tremiam com medo e outros choravam rezando ao Buda ou a qualquer outro deus.

— Vocês foram chamados a um grande propósito por um nobre motivo. Vocês foram os escolhidos pelos deuses, como nossos heróis. Se alegrem!! — disse ela, abrindo os braços. — De muitos que morrem a todo e qualquer momento em mundos diferentes. Saiba que vocês foram os escolhidos pelo monte olimpo, para terem essa nova chance e fazer a diferença! Vocês!!! E apenas vocês.

Era uma confusão, embora ela falasse bem e de forma clara, ainda sim, era tudo bem confuso. Eles se encaravam entre si, sussurrando um para o outro que tudo era uma brincadeira, uma mera pegadinha sem graça. 

— Que palhaçada — disse cuspindo no chão — Ei. Perdeu a noção do perigo?

Gangster, delinquente, foram esses nomes que todos pensaram ao ver o garoto surgir de em meio aos demais. Garoto alto, corpo definido para sua idade, cabelo com topete branco e olhos cor de mel. Usava jaqueta com uma camisa branca, calça folgada e tinha cordões de ouro e piercings pelo rosto.

Andou ele até a frente de todos, passos despreocupados. Então encarando Helena de frente, disse com deboche:

— Segunda chance é uma hova. — disse irritado. — Corta essa. Se isso for uma pegadinha, vou fuder com vocês… Sacou?

— Como? Mas que tipo de linguajar rude é esse, garoto? Os deuses o castigaram se continuar com isso. — disse Helena elevando a voz.

— Tá certo, as coisas aqui são estranhas. E parece que realmente pode ser verdade as merdas que falou. Mas… Salvar o mundo? Ainda mais esse lugar que nem conheço? Tá achando o que? Que sou trouxa? Tá me vendo com cara de otário sua puta?!

— Mas eu vos invoquei para esse propósito! Os deuses os trouxeram para isso.

— Hmn…? Acha que eu sou obrigado a cooperar só por isso? Não estou nem aí para esses seus deuses imaginários. Não vou fazer nada que não quero. Foda-se vocês… só quero voltar para minha casa seus merdas. Tratem de me mandar de volta agora mesmo! Estão ouvindo?!!

— M-Mas…

— Você não escutou? Se fingir de surda não vai ajudar. Ou tá querendo dizer que eu não fui claro vadia? Eu não fui claro?!! Me manda agora de volta. — disse ele, a encarando nos olhos.

A pobre garota de farda o encarava com nojo.

— E você?! Tá olhando o que?! Quer morrer?!

Ela parecia irritada, não demorando para acertá-lo com um tapa. Ela o desaprovava com seu jeito desrespeitoso de agir.

— Mas que grosseria a sua. Você não tem modos?! Foi criado em um chiqueiro por acaso? Porque só sai merda da sua boca. Tenha mo-

Em troca dos conselhor, recebeu um cruzado de direita, que a jogou no chão. Lágrimas desciam de seus olhos enquanto encarou o garoto, colocando a mão na boca e virando o rosto, olhando os demais que pareciam não querer se envolver.

— Eu não costumo bater em mulher… mas, você mereceu! — Olhou ao redor, todos o encaravam. — O que foi seus putos?! Eu sou a vitima aqui. Assim como todos vocês! Essa vaca tá dando uma de santa. Enquanto esses merdas trouxeram a gente sem nossa vontade, pra esse “mundo”... Parece uma piada. Ta até parecendo àquelas histórias de merda que os perdedores liam na hora do intervalo.

Ele parecia perigoso, Aku também não queria se envolver, pois não se dá muito bem com valentões. Mesmo que só de olhar, percebia seu corpo tremendo e seu olhar ficava sério.

— Merda. Quem diria que uma bosta dessas fosse rolar logo comigo?

— Que deselegante… batendo em mulher?

Falou alguém se aproximando de suas costas, ele ao se vrando foi surpreendido com um chute no estômago. Começou a tossir enquanto tinha dificuldade em respirar, caindo de joelhos. Tentou se recuperar para revidar, porém, recebeu uma pisada no rosto, a qual o pressionou contra o chão, sua cabeça era esmagada.

— Merdas como você devem ficar de joelhos! Ou melhor… debaixo dos meus pés. 

Falou uma garota com corpo robusto, moreno, usava jaqueta rasgada, cabelo roxo e olhos azuis. Ela pisava em seu rosto com um salto alto, o encarando de cima com um olhar assustador e uma expressão dominante.

— Você acha que é forte? Que é diferente dos demais aqui? Se acha especial? — disse ela, se abaixando até ele. — Que fofo… o cachorrinho que late e não morde. Parece um delinquente que tinha na minha sala ano passado. Quer saber aconteceu com ele? 

Ela abriu um sorriso que o fez tremer, ele tentava se soltar a todo custo, mas isso só a fazia o pressionar ainda mais.

— Já chega! — Gritou Helena. 

A garota a encarou, assim o deixando ir. Ele se levantou, segurando seu nariz que sangrava, estava tão irritado que saiu esbarrando em todos até um canto no salão. Sentou se curvando e enterrando sua cabeça em meio aos seus joelhos.

Helena encarava o homem no trono com uma expressão preocupada. Ela por vez tentou se recompor, respirou fundo e falou:

— Que bagunça. Achei que iria conversar com heróis… Porém, só vejo crianças assustadas. Eu entendo que é tudo repentino e confuso, mas deixem-me explicar. Vamos ter uma conversa civilizada, sem mais brigas.

Ela encarou o garoto sentado no canto, ele estava com a cabeça debruçada em seus joelhos. Parecia querer se esconder, ou pelo menos esconder sua raiva, pois todos conseguiam escutar seus sussurros assustadores. Helena por vez continuou:

— Antes de tudo. Saibam que não os trouxemos para esse mundo, de graça. — Suspirou fundo. — Todos serão compensados, de alguma forma. Se for poder ou fama, riquezas ou bajulação… Ou quem sabe até mesmo reinados e toda a fortuna que couber em seus bolsos. Mas serão recompensados!

Todos já começavam a se acalmar, as palavras dela chamavam atenção. Era como se algo no ambiente os fizessem ficar mais leves. As palavras dela eram como doce ou um delicado vinho.

— Vocês agora são heróis!! Podem tudo. Se quiserem aceitar os seus destinos, ok. Caso não, ok também. Mas… Pensem bem. Vocês têm mesmo escolha? — deu uma pausa, continuou. — Vocês morreram em seu mundo. Sendo assim, entendam de uma vez por todas. Ninguém aqui tem escolha!

As palavras leves e doces viraram fel e um peso aos ombros. Helena continuou sua narrativa, desta vez não com palavras delicadas:

— O fim do mundo está próximo. Não apenas do meu mundo, mas do de vocês também! — Virou as costas apontando para as gravuras na parede. — Esse monstro que veem... ele é o mal. Aquele que deseja destruir tudo. O motivo de estarem aqui!

Enfim, agora sabiam que as coisas começariam a ficar mais sérias, tudo era muito verdadeiro para ser uma pegadinha ou um sonho.

— O chamamos de Lorde do inferno. O destruidor de mundos! Ele é como um câncer, consumindo tudo, até que não reste mais nada.

Aku encarava as gravuras. Um ser o qual possuía uma armadura assustadora, foi então que se lembrou do sonho de mais cedo. Só de lembrar suas pernas tremeram e sua garganta secou, ele estava sem ar.

“Nem ferrando que estão dizendo que vamos ter que enfrentar isso?!” Pensou consigo enquanto olhou os demais que aparentavam medo assim como ele. Então mais uma pessoa disse:

— Oi?! Está dizendo que teremos que enfrentar isso?! Está louca, somos apenas crianças.

— Se acalmem. Tudo em seu tempo... Quando vocês estiverem prontos, fortes o suficiente. Então com ajuda dos céus, acabaremos com esse mal que nos têm atormentado por todo esse tempo. E ainda tem bastante tempo para preparar vocês! — disse se direcionando a todos. — Por hora, irei apresentar todos aos responsáveis. Aqueles que me pediram para invocar os heróis.

E assim fez, apresentou o rei Hugo Brides-III e a rainha Stinff Brides, juntamente de sua linda filha, princesa Seraphina.

— Bem, depois de tudo, gostaria de saber se desejam agarrar essa segunda chance… ou deixaram essa oportunidade passar diante seus olhos? Olha, vocês morreram e sei que não temos direito de pedir que lutem por nós. Mas… Por favor, ajudem esse mundo.

Já era claro, todos deveriam concordar. Além do mais, não tinham escolha, pois como ela disse, essa era a segunda chance. Helena parecia saber usar as palavras certas, e com alguns discursos facilmente convenceu a todos ali, sem mais perguntas ou questionamentos. Mas para Aku tudo aquilo parecia ainda muito raso.

Era como se algo os fizesse aceitar de bom grado e sem opções. Aku por vez, não demora para entender.

“Pera. Eu estou mesmo em um mundo de fantasia? É isso que ela está dizendo?! Eu realmente fui invocado?! Eu sou um herói invocado, agora?!” 

Diferente dos demais que ainda estavam pensativos, Aku já parecia animado. Estava tão empolgado que faltava pular.

Helena então após confirmar que todos aceitariam seu destino, começou enfim os preparativos.

— Para verem suas habilidades, basta pensar em suas mentes o nome “Janela de Status". Os deuses procuraram a melhor maneira de ajudá-los. — Caminhava entre eles. — Nessa janela de status, haverá informações sobre você e suas classes. Não se preocupem quanto aos seus níveis… Lembrem-se que estamos ainda no começo de suas jornadas, agora se concentrem! Se não me engano, uma vez me disseram que era como um “Jogo”.

— Consegui!! Fui o primeiro. — disse o garoto sem roupas.

No meio de seu pulo de vitória, todos o viram, até demais. O que o deixou bem envergonhado, e voltou a se esconder com as mãos. Hele por vez o vendo, mandou rapidamente providenciar algo para o cobrir. Não demorou para alguns homens lhe entregarem um lençol, ele ainda estava envergonhado, mas agora coberto.

Vários outros depois dele conseguiram, janelas se abriam bem diante dos seus olhos curiosos. Embora apenas eles pudessem ver essas janelas, que eram painéis azuis flutuantes que continham informações deles.

Helena pediu para todos identificarem suas classes com o que diziam suas informações. Logo eles foram separados um por um, desde classes como: Mago, Druida, Paladino, Templário, Gladiador, Tank, Soldado,  Ninja e um Assassino. 

Parecia tudo muito comum, até que surgiram as primeiras classes especiais, como a garota de cabelo roxo que ganhou classe “Semideus”. Um garoto com cabelo loiro que ganhou classe “Bárbaro” e uma garota de cabelos ruivos que ganhou a classe “líder Nato”. Até mesmo a garota de farda escolar conseguiu a classe “Aprendiz”. 

E como uma ironia macabra do destino, o delinquente ganhou a classe “Monarca Absoluto”. 

Aku e os demais perceberam na hora, era uma classe roubada. Helena mudou completamente seus modos com ele, começando a elogiar e tentando se aproximar mais, juntamente de alguns nobres que conversavam com ele.

“Tenho que tomar cuidado com esse merdinha!” Pensou consigo enquanto esperava sua vez.

Antes dele, o garoto que estava coberto com a toalha falou de sua classe “Alquimista”. Não parecia ser uma classe única, embora, alguns magos no castelo o chamaram para conversar.

“Droga. Já é minha vez? Por favor… Uma classe única e muito foda! Uma classe digna de um verdadeiro herói. Vamos deuses, não me decepcione… Prometo ser um bom garoto.” 

Uma tela azul surgiu em sua frente como em um jogo. Ela flutuava, apenas ele podia vê-la, nela continha suas informações. Embora houvesse várias informações sobre ele, decidiu ir direto ao ponto. Helena e os demais aguardavam ansiosos sua resposta:

— Vejamos… minha classe é… 

Ao encontrar sua classe, seus olhos passaram por ela sem dar muita importância, mas isso mudou quando enfim a leu. 

“Mas que porra é essa?! Tá de sacanagem comigo?! Stalking?!! Por que diabos eu sou um Stalking?! É uma piada?!"


{Informações do Herói}

  -Calasse-

  [Stalker/Espião]

Nome: Aku Jima.       Nivel- 01
Idade: 14 anos.

Força- 10.

Defesa- 15.

Altura: 1,48m

Peso: 45,8kg

Resistência- 5. 

Ataque- 15.       

Planeta de origem: Terra.   Inteligência- 66.
Nacionalidade: Japonês/Tóquio.

Agilidade- 20.

Sentidos- 20.

             ---                ---
Data de nascimento: 02/02/2000 ás 00h30min. Data da morte: 23/03/2014 ás 00h33min.
??????????????? ??????????????
Signo: Peixes. Morreu como herói.


Comentários