Volume 1: Esquadrão Promissor. – Arco 1: Introdução.
Capítulo 1: Amigos!
No meio-dia ensolarado, numa praça movimentada, crianças brincavam alegremente e casais tinham encontros românticos. Entre eles, um par de amigos relaxava num banco de madeira.
Um jovem alto, de cerca de 17 anos, destacava-se entre os dois. Ele tinha olhos de um roxo claro e cabelos curtos com cor grisalho, apesar de sua pouca idade. Ele estava na leitura de algo que segurava.
Ao lado dele, uma jovem da mesma idade, estava relaxada no banco. Ela lia cuidadosamente um pedaço de papel.
— Francamente, pra que fazer serve este exame? Não confiam em nossa capacidade? Não faz sentido — disse o jovem.
Notando a indignação do seu amigo, a menina guardou o pedaço de papel, olhando para ele de lado deu sua resposta.
— Dusk, você melhor do que ninguém sabe… Eles precisam avaliar e ter uma noção de como agiríamos e pensaríamos contra os Etéreos.
Ao ouvir as palavras da jovem, Dusk percebeu lá no fundo, precisaria encarar esse desafio. Por isso, seus lábios estavam levemente curvados para baixo e suas sobrancelhas arqueadas em uma expressão intensa.
— Poxa, mas eu consigo lidar com vários monstros, talvez melhor que muitos sentinelas. Não querendo criticar alguém.
Nesse momento a menina soltou um suspiro pesado, ela fez uma expressão de desgosto e cruzou os braços. Era evidente que ela estava descontente com seu amigo.
— Adianta coisa nenhuma, ser forte, usar magias complexas, balançar uma espada, mas ser um burro idiota — apontou a menina.
Recebendo o ataque gratuito da amiga, Dusk ficou levemente incomodado com o modo apático que ela falou.
— Hum!? Não sei porque, mas senti que isso foi uma indireta a minha pessoa. Espero estar errado.
— Não, foi para você mesmo. Desse jeito espero que fique mais esperto.
— Por que diz isso? O que eu fiz? Lembro de ter feito nada.
— Háá!!! Mas já esqueceu? Deixa eu te lembrar como você me deixou esperando por três horas! — ela reclamou.
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Há duas horas, na grande cidade de Cradel, com seus altos prédios e ruas movimentadas por carros e drones, Dusk estava em seu pequeno apartamento. Ele se acomodou no sofá, tomando um café quente, enquanto assistia às notícias na TV.
Na matéria eram mostradas cinco pessoas. Quatro deles, equipados com uma pistola, uma espada, um arco e flecha, e outro com um canhão, todos enfrentavam um gigante. Ao mesmo tempo, uma mulher à distância cantava em um microfone, disparando notas musicais mágicas como projéteis contra a grande criatura.
— O grupo que a Tenente Mília liderava, nesta manhã, eliminou um Etéreo de ameaça e nível, Delta — relatou o jornalista.
— Puxa! Imagina um dia eu aparecer na internet e ficar famoso igual meus pais eram. Olha lá o menino tem potencial. — Dusk sonhou alto.
Seus olhos brilhavam como uma estrela, quando a campainha do apartamento tocou de surpresa. Dusk não esperava visitas.
Curioso para saber quem era o visitante, ele se arrumou para parecer apresentável. Ajeitou as roupas, tentou arrumar seu cabelo bagunçado e abriu a porta.
— Roooar!!!
Assim que abriu, apareceu um ser humanoide de pele cinza pálida. Ele tinha asas grandes como as de um morcego e mãos enormes com unhas longas. Em seu rosto, destacavam-se duas presas manchadas de sangue e suas orelhas eram pontudas. Ele avançou na direção dele, no mesmo instante.
— Etéreo?! — Com susto e surpresa ele gritou. — Como um monstro chegou até aqui? Vai se arrepender por me atacar, feioso!
Tentando pegar distância indo para trás, ele concentrou energia na mão, mas para surpresa do jovem, nada aconteceu como esperado. Tentou novamente apontando para a criatura com a outra mão, mas o resultado foi o mesmo.
— Magias? Por que não estão saindo? Não tenho outra escolha, porrada!!!
Dusk fechou os punhos, pronto para quebrar a criatura no soco, No entanto, ele era apenas um humano normal, em desvantagem contra o monstro que o derrubou. A coisa, com seu grande peso sobre ele, estava pronto para devorá-lo.
— Me larga. Me larga. Nem minha magia de aprimoramento muscular funcionou? Alguém me ajuda! Capitães. Sentinelas. Por favor! — ele gritou.
Para surpresa dele, o monstro que surgiu do nada que estava sobre Dusk começou a desaparecer lentamente, como uma miragem. Depois que um estalo soou no ar.
Dusk notou a situação e olhou para fora do apartamento. Lá estava uma menina conhecida, olhando para ele intensamente. Ela tinha cabelos negros até o pescoço e uma pele clara. Seus olhos rosados pareciam ficar mais claros com o tempo, como se mostrassem uma mudança interna.
— O idiota! Sabe quanto tempo fiquei esperando? — ela perguntou com uma voz calma.
Ao reconhecer a jovem, Dusk sentiu um alívio profundo, contudo, uma dúvida ainda permanecia em sua mente.
— Por que? Por que me colocou em uma ilusão, Gwen? — perguntou indignado Dusk.
Gwen, com um olhar sério, colocou a mão na cintura, parecendo uma adulta observando uma criança que não quer admitir um erro.
— Lembra, não? Ontem combinamos de fazer a inscrição para sentinelas cedo, às sete da manhã? Adivinha que horas são agora? Dez da manhã. — Ela mostrou pelo horário do celular.
— Certeza? Quando foi isso? — ele perguntou levando a mão na testa.
Quando ela falou, as memórias do dia anterior voltaram rapidamente, ambos combinando por ligação. Dusk se levantou, cheio de energia, ele correu para a saída, enquanto fechava a porta no processo.
— Cê podia ter falado antes, ao invés de ter me colocado numa ilusão — ele reclamou.
— Como você receberia a punição desse jeito?
— Tá bom, acho que merecia um pouco. Já que é assim, então vamos lá! Deve dar tempo de nos inscrever, certo?
Ele partiu em disparada, deixando sua companheira com um olhar perplexo, como se tivesse derretido por dentro.
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— Tá assumo meu erro. Não farei mais algo do tipo. Desculpa. Mas sabe o que eu acho que aconteceu para me esquecer, é que ontem à noite quando planejamos tinha acabado meu treino com a espada. Por estar muito cansado, porque foi exaustivo mesmo. Fiquei sobrecarregado mentalmente.
Quando ele olhou para sua amiga, sentiu a culpa aumentar. Isso era claro pela veia pulsante em sua testa.
— Isso é uma grande desculpa para mim. Sorte sua que estou de bom humor, se não te colocaria em outra ilusão, pior que aquela, Então da próxima vez você sabe o que te espera.
Ao perceber que Gwen estava calma, o jovem suspirou aliviado, consciente do quão problemático seria se ela ficasse irritada ou se tornasse uma inimiga.
Ele olhou para a longa fila à frente, com mais de cem pessoas. Onde passou duas horas esperando para fazer sua inscrição.
— Tem muita gente querendo ser sentinela — comentou Dusk.
— Mas é claro, quem não quer ser um? Ter muito dinheiro, ganhar um pouco de fama. Mas esse não é meu foco no momento. Mudando de assunto, neste sábado faremos nossos exames de admissão para entrar em Thesena. Tem noção que será exibido pro mundo todo? — ela falou um pouco empolgada.
Ao refletir, Dusk lembrou de avaliações anteriores que não pôde fazer por não ter idade suficiente para fazer esse exame e ser um sentinela.
— Sim, vai ser legal. Mas sabe o que me deixa nervoso? Saber qual será a classificação dos Etéreos que enfrentaremos lá?
— De acordo com meu irmão, são monstros fracos de baixo nível, Zeta e Épsilon — respondeu Gwen.
Dusk se recostou mais no banco, confortável, relaxou totalmente e olhou para o céu imenso.
— São todas criaturas fracas? Pelo menos vai ajudar um pouco para ser aprovado, porém, em compensação vai ter diversão nenhuma — ele reclamou.
— É um teste de recrutamento, claro que terão Etéreos nível baixo.
Deixando seus ombros tensos se soltarem, ele permitiu que seus olhos se fechassem, e em sua mente, a imagem de duas pessoas emergiu. Então, um sorriso surgiu em seu rosto.
— Já que é assim, vou planejar como chegarei no posto de capitão — disse todo otimista Dusk.
De repente, a conversa foi interrompida por uma vibração, era o celular de Dusk no bolso, indicando uma nova mensagem. Ele pegou o telefone e seus olhos brilharam ao ver o nome do remetente.
Harry Carbess.
— Bom dia Dusk! Tudo Bem com você? Queria saber se quer almoçar no restaurante First Star? Também convidei a Gwen — ele escreveu.
Depois de terminar de ler, ele olhou para sua amiga. Ela estava distraída, lendo rapidamente uma mensagem em seu celular.
— Gwen, você recebeu…
— Sim. Harry também me convidou.
Refletindo sobre as memórias de meses atrás, Dusk recordou que o último encontro que tiveram ocorreu na cerimônia de formatura da escola preparatória.
— Faz um tempo que não vemos ele. Acho que passa de Oito meses? — disse Gwen.
— Deve ser isso aí. Mas também não tenho muito tempo para ficar saindo.
— Do jeito que fala, parece alguém ocupado — brincou Gwen.
— Levo meus treinos e estudos de magia a sério. — Dusk levantou, parou na frente da sua amiga e estendeu a mão para ela, fingindo ser um grande cavalheiro. — Gostaria de me acompanhar?
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O amigo escolheu um restaurante no centro da cidade de Cradel. O lugar era rodeado por altos prédios e tinha uma vista incrível. Drones monitoravam o local e a área em torno enquanto dirigíveis flutuavam pelo céu.
Quando Dusk passou pela porta automática, ele mexeu a mão no ar, como se estivesse queimando. Mas não era fogo, era uma ardência. Isso aconteceu quando ele estendeu a mão para Gwen, pedindo que ela o seguisse, e ela respondeu com um tapa forte.
A atendente levou os dois até uma mesa onde um homem esperava. Ele usava um jaleco branco limpo por cima de uma roupa formal discreta e usava óculos de armação fina.
— Harry! Tudo bem com você? — Dusk correu até o jovem.
— Oi! Estou feliz em te ver, faz bastante tempo. Hum?! Tem alguma coisa na mão? — perguntou preocupado Harry.
Dusk balançou a cabeça em negação, porém seus olhos apontavam para a garota ao lado, Gwen, que foi até o rapaz e o olhou de cima a baixo.
— Ei Harry! Você está bem mais bonito, comparado a da última vez, naquela época parecia um nerd magricela.
— Acho que continuo a mesma coisa, com a única diferença, sendo que eu cresci — respondeu Harry.
Vendo essa curta, mas fascinante interação, Dusk abraçou o amigo e focou nos dois indivíduos.
— Olha que bonito casal. Vocês até combinam. Lá no fundo, mas, bem lá no fundo mesmo — ele zoou.
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— Ai, ai. Não precisava de um tapa na cabeça — reclamou Dusk enquanto esfregava a parte de trás da nuca.
— Vê se aprende a parar de fazer e falar besteiras. É a segunda idiotice só hoje. Daqui a pouco vou perder minha calma — advertiu Gwen.
Na mesa em que eles estavam a comida tinha um aroma delicioso prometendo uma refeição saborosa. Cada prato era colorido e atraente. A bebida no copo era bem gelada.
No entanto, um elemento estranho se destacava. No centro da mesa havia um cubo preto que chamou a atenção de Dusk. Ele percebeu que Harry também estava olhando constantemente para o objeto.
— Essa coisa é sua? — perguntou Dusk.
— Não chame ela de coisa, prefiro termo projeto, que vai me ajudar a entrar em Thesena — ele declarou.
— Uhuu?! — Dusk ficou surpreso, enquanto concordava com a mão no queixo.
— Não se engane pela aparência. Isto não é um simples cubo, mas uma androide, feita inteiramente de nanorrobôs.
— Maneiro.
— Se ativá-la aqui, ela vai se montar e assumir a forma de uma mulher. A batizei de Stella.
— Espera, você disse que ela se monta? Essa coisa pequena vira uma máquina humanoide feminina? Tipo magia de materialização? — perguntou Gwen.
— Tipo isso, só que voltado mais para montagem ou construção mesmo — respondeu Harry.
Com um brilho intenso em seus olhos, Dusk contemplava a surpreendente novidade diante dele. Era quase inacreditável, uma coisa tão pequena assumindo a forma humana. Embora já conheça o termo androide, pois existem vários por aí, ele nunca havia visto um de perto.
— Tem como montá-la aqui, fiquei curioso agora?
— Dá para fazer isso não. Depois que eu tiver entrado como cientista, divulgarei para o mundo meu trabalho. Mas sabe o que preciso antes disso? Testá-la em combate, já que ainda não fiz um teste de campo, como essa essa função é principal, é fundamental que esteja tudo de acordo.
— Sorte sua que se tem um amigo esperto do seu lado. Já sei o que faremos. Vamos procurar missões que aceitam entrada de terceiros no aplicativo Thesena. Se procurarmos direito, talvez encontremos algo interessante. Procura aí Gwen.
— Porque eu? — ela perguntou.
— Ora, não é óbvio, você é a melhor pesquisadora entre nós.
Depois que ele a elogiou, ela pegou o celular e começou a pesquisar. Após algum tempo, ela mostrou.
— Tenho duas opções. Uma é matar uma cobra venenosa, que está atacando visitantes na rodovia principal. De acordo com informações, ela tem mais de vinte metros e sua classificação é Gamma.
— Tá maluca? Esse dá não é muito difícil — disse Harry.
— Exato, Harry não ia lidar bem com esse tipo de situação — falou Dusk.
— Ei! — Uma voz feminina mostrou indignação, mas não veio de Gwen ou nenhuma outra em volta.
— Desculpa, qual é a segunda opção? — perguntou Harry.
— Bom, essa já é…
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Em um lugar longe da cidade, onde três amigos planejavam realizar uma tarefa, um evento estava acontecendo.
Em uma floresta ao sul, quatro pessoas estavam perseguindo minotauros. Mas, por serem descuidados, não perceberam os perigos ao redor. Rapidamente, se viram cercados por mais dessas criaturas assustadoras.
— Para onde levaram a Sara? — perguntou uma moça usando um vestido e chapéu pontudo.
Os minotauros imponentes e míticos começaram a rir alto, como se tivessem ouvido uma piada muito engraçada.
— Estão rindo do quê? — perguntou um homem segurando uma espada.
De repente, o chão tremeu. O barulho alto de passos encheu o ar. Os quatro membros do grupo sentiram algo se aproximando e se prepararam para o que estava por vir.
— Perdoem os meus soldados. Eles não podem responder a nenhuma pergunta, até que eu aprove.
Um minotauro único apareceu, duas vezes maior que os demais. Seus músculos fortes eram como montanhas e seus olhos vermelhos revelavam uma assustadora sede de sangue.
— Podemos lidar com ele? — perguntou uma moça que segurava um chicote.
— É claro — disse outro sujeito, esse já segurava um escudo.
— Eu sou Thorak, o conquistador do castelo de Nartley!!! Se preparem para uma morte lenta e dolorosa! — proclamou aquele monstrengo.