Vol 1
Capítulo 4
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— ......
— ......
— ......
Havia um silêncio realmente frio.
Não importava o que as pessoas dissessem, o rosto do Duque Miriel, que recitava seus erros com indiferença como se estivesse fazendo um rap com o nome de sua família, também estava momentaneamente envergonhado.
— Estou condenada.
Abaixei a cabeça e cerrei os punhos.
Todos os olhos estavam voltados para mim.
Meu coração estava acelerado.
Eu estava tão nervosa que um suor frio escorreu pelas minhas costas.
Agarrei a barra do meu vestido para acalmar minha respiração irregular e o zumbido em meus ouvidos.
— ......Você quer sair desta casa?
O Duque Miriel, que foi o primeiro a recuperar seus sentidos, abriu a boca como se estivesse se perguntando.
— Sim...
— É essa a proposta?
— Sim...
— Por quê?
O Duque Miriel perguntou como se estivesse muito curioso.
Há muitos motivos, mas é impossível dizê-los imediatamente.
— Fiquei sabendo de um segredo de nascimento...
Enquanto eu pensava em uma resposta apropriada, minha língua, aterrorizada novamente, perdeu o controle do meu cérebro.
Aaaaagh!
Estou ficando louca.
— Um segredo de nascimento?
Como se essa palavra despertasse curiosidade, não apenas ao Duque Miriel, mas a todos os outros olhares que me atingiram.
Fiz contato visual com o Duque Miriel o máximo que pude, mantendo meus olhos bem abertos para evitar qualquer contratempo.
Então, os olhos do Duque Miriel se estreitaram ligeiramente.
— Você está dizendo que há um segredo de nascimento nesta família que eu não conheço?
Ele perguntou como se estivesse com pressa.
— Sim... O vovô não sabe...
É claro que eu sei todos os segredos porque li a novel, mas ele não sabe.
Por mais minucioso que fosse, nem mesmo meu pai, que era chamado de vergonha de uma família aristocrática, teria feito um exame de sangue.
— ......
— ......
De repente, os arredores ficaram em silêncio.
— O quê?
De bom humor, levantei reflexivamente os cantos de minha boca e sorri energicamente.
Então, as sobrancelhas do Duque Miriel, que haviam parado por um momento, se franziram.
— Não serei odiada se eu sorrir.
Essa foi uma das verdades que aprendi em minha vida.
— Tudo bem, qual é o segredo?
— E… I-Isso é…
Engoli com dificuldade.
Então, pareceu-me ouvir alguém ao meu redor engolindo com dificuldade também.
Ugh.
Respirei fundo para evitar o incidente com o lagarto.
— Du...
Então, ouvi suspiros ao meu redor e, de repente, tap, tap, tap. Havia um som de batida na escrivaninha.
Como se estivesse impaciente.
Lutei para me livrar da ansiedade enquanto fazia minha apresentação, pulei para cima e para baixo em meu assento, respirei fundo novamente e abri a boca com cuidado.
— Isso é.
Quando olhei nervosamente para o lado, os pescoços das pessoas sentadas na sala de conferências de alguma forma se esticaram para a frente.
Isso é tudo? De alguma forma, a maneira como as pessoas estavam me olhando parecia com as senhoras do mercado assistindo ao último drama.
— Na verdade...
Talvez por isso eu estivesse tão nervosa que não conseguia dizer mais nada.
— Eu sempre fui uma bagunça completa com apresentações!
— I...
Foi quando eu estava prestes a terminar de falar.
— Meu senhor! Ocorreu um grande problema.
Um soldado me interrompeu e entrou correndo.
— Estamos no meio da reunião de Ano Novo, o que está acontecendo?
— Ah...
Os gritos da Duquesa Miriel se sobrepuseram ao som de um suspiro vindo de algum lugar.
O Duque Miriel virou a cabeça ferozmente com uma expressão de raiva. O soldado que corria por impulso hesitou.
— Parece que a mina de pedra flutuante desmoronou, prendendo alguns trabalhadores e o gerente.
— O quê? Como eles lidam com o gerenciamento de segurança?! Há vítimas?!
— Até agora, não houve vítimas fatais e foi determinado quantos trabalhadores ficaram feridos.
Assim que terminou de falar, o Duque Miriel se levantou, olhou para mim e depois se levantou com uma expressão rosnada.
— A reunião de Ano Novo será realizada novamente em alguns dias, então, até lá, todos devem ficar com a família por um tempo.
— Sim!
Pessoas com forte disciplina militar pularam de seus assentos e levantaram suas vozes com atenção, temendo que faíscas voassem.
Duque Miriel, que estava prestes a sair enquanto recebia um relatório do soldado, fez uma pausa por um momento.
— Você, você, você e você.
Os dedos do Duque apontaram para alguns dos membros nervosos da família. Os rostos dos acusados ficaram brancos.
— Não vou falar muito, seus trolls preguiçosos e sem respostas. Limpem seus pescoços e me sigam.
— Meu senhor...!
Um dos indivíduos apontados o chamou com tristeza, mas assim que o olhar feroz do Duque os alcançou, todos fecharam a boca e correram para ficar diante dele, abaixando a cabeça.
— Ah, você está brincando comigo agora mesmo.
— O quê...?
— Vocês não estão limpando seus pescoços? Por que não? Devo limpá-lo eu mesmo?
— N-não!
Eles rapidamente remexeram em seus bolsos, tiraram lenços e esfregaram seus pescoços.
Aqueles que não tinham um lenço rapidamente pediram emprestado a uma pessoa próxima e se limparam.
Eu estava olhando fixamente para a figura com disciplina militar em pé, mas, dessa vez, o Duque virou a cabeça e olhou para mim.
— Você!
— Sim... Sim!
O chamado me surpreendeu, então levantei minha voz para um guincho enquanto cobria meu pescoço.
Depois, mordi minha língua.
— Você...
— E-EU...
Talvez porque eu estivesse tão surpresa que as lágrimas encheram meus olhos sem que eu percebesse.
— Eu não tenho um lenço...
Cobri rapidamente meu pescoço com a mão e sussurrei baixinho.
Fiz o melhor que pude, mas não consegui evitar o choro em minha voz.
— Eu sou tão pequena...
Senti um medo visceral de estar diante de alguém infinitamente mais alto.
Como se tivesse ouvido meu choro, o Duque Miriel não se moveu de seu assento com uma expressão rígida.
— Ele está com raiva...?
Todos os olhos estavam voltados para mim.
Eu sabia que tinha que me mover rapidamente, mas meu corpo não estava cooperando facilmente.
— Eu não deveria chorar, mas...
Mesmo que eu não chorasse, eu ainda era um Suin que nem mesmo pertencia à linhagem dessa família. Havia muitas razões para eu ser odiado, já que vivia sozinho, então não deveria acumular mais carma aqui.
Mordi o lábio inferior, tentando relaxar a mão que cobria meu pescoço, depois mal levantei o canto da minha boca trêmula.
— Eu não tenho um...
Devo ter parecido muito triste, então as pessoas próximas me entregaram seus lenços com expressões de pena no rosto.
Até mesmo o soldado que estava de guarda nas proximidades estendeu um lenço cuidadosamente bordado em forma de coração, que ele havia tirado do fundo do peito.
Como havia apenas dez lenços na frente do meu nariz, peguei o mais próximo com as duas mãos.
Todos estavam olhando para mim com expressões tristes, como se estivessem desejando uma vida longa para alguém prestes a morrer. Mas ver isso me deixou ainda mais triste.
— Obrigada...
Fiz uma reverência em agradecimento e me afastei rapidamente.
Esqueci de limpar meu pescoço e fiquei ao lado das pessoas que estavam me olhando, com a cabeça baixa.
— ......
— ......
Tudo estava em silêncio.
Quando eu estava prestes a enrolar o lenço amassado e levá-lo cuidadosamente ao meu pescoço.
De repente, o lenço havia desaparecido!
Na verdade, alguém o havia roubado.
— Você... Ahem! Quando foi que eu lhe pedi para limpar o pescoço? A próxima reunião começará com você, então pense bem no que dizer!
Sua voz parecia rouca, ou seria minha imaginação?
— Eu não vou morrer...?
— Qual é o objetivo de matar algo tão pequeno como você? Onde eu poderia usar isso? Coisas pequenas, finas e macias como você não podem nem mesmo ser usadas como alimento para o gado!
Com essas palavras, meu rosto ficou ainda mais pálido.
— Essas pessoas vão se tornar comida...?
Como esperado do Duque Etham, onde as pessoas morrem todos os dias. Além disso, em um mundo de fantasia, tudo é possível.
O Duque Miriel franziu os lábios várias vezes e cerrou os punhos.
— Como diabos você me vê?
Como eu o vejo...?
O que ele está perguntando? É sobre como eu me dirijo a ele? Ou tem algum significado abstrato? Falando desse último, não parecia que deveria ser chamado de vilão.
De qualquer forma, é provável que não seja o caso nessa atmosfera.
— Vovô...?
— ......
O silêncio reinou mais uma vez.
As pessoas que estavam limpando o pescoço pareciam estar olhando para mim agora com a boca aberta, mas como meu campo de visão era muito estreito, eu não conseguia nem ver.
Cheirar, cheirar.
Limpando o muco que escorria de meu nariz, olhei cuidadosamente para a Duque Miriel.
— O quê?
— G-avô...?
Seus ombros tremeram.
Não era isso?
—Meu senhor?
— Ahem, é isso aí, coisinha fofa! Vejo você em alguns dias.
Isso não significa que vou morrer em alguns dias?
— Sim...
A reunião do dia terminou em uma atmosfera caótica.
* * *
— Por que eu fiz aquilo...?
Hoje, assim que abri os olhos de manhã cedo, enterrei o rosto em um travesseiro e chutei o cobertor sobre o passado sombrio que me veio à mente.
Depois de lutar com meu passado sombrio por um longo tempo, fiz uma pequena caminhada depois de comer uma refeição que a Mayla preparou e me deliciei com um monte de pudim.
Para descobrir a rota de fuga, eu percorria vários lugares todos os dias, usando a desculpa de dar um pequeno passeio.
E o lugar em que fui parar hoje foi em uma cadeira no jardim que encontrei por acaso.
— Oh? Você é ela, não é? Foi você quem chorou na frente do Patriarca, certo?
Um garoto que parecia ser alguns anos mais velho do que eu colocou seu rosto na minha frente enquanto segurava uma bola na mão.
— Não, eu não chorei.
— Bem, honestamente, isso seria compreensível. Então, o que está fazendo aqui sozinha?
— ...Apenas caminhando.
Respondi enquanto me sentava no banco e abraçava um pouco os joelhos.
— É mesmo? Você não está entediada? Quer brincar com a gente?
O garoto sardento com bochechas rechonchudas se aproximou de mim.