Asas ao Vento Brasileira

Autor(a): Akarui K.


Volume 1

Capítulo 19: Um adeus enrubescido

As flores que lhe rodeavam o busto eram parecidas com lírios amarelos, com pétalas exuberantes e, ao mesmo tempo, delicadas. Combinaram-se com a seda da camisa bege, dando um ar de elegância. 

Até podia fingir que entendia algo de moda diante disso. Enquanto ainda não estava sob a visão alheia, disfarçadamente empurrava com os dedos a blusa para dentro da calça, na esperança de aparentar ter alguma cintura.

Quando pisou o pé para dentro dos pátios, viu o local enfeitado como nunca, no que o fascínio veio sem ser convidado. Definitivamente não era uma festa pequena.

Varais com estandartes cortavam os céus por entre as árvores, fitas de papel colorido esvoaçavam ao vento e inúmeros lampiões seguiam cuidadosamente pendurados nos galhos. 

Tudo muito organizado, de tal maneira que os estandartes e as copas não acabassem se incendiando. Brevemente, imaginou-se contendo um incêndio com as próprias mãos, mas logo descartou tal fantasia heroica pelo simples fato de ser absurda.

A festa estava em todos os lugares, talvez até nos corredores e nas salas de aula. Deviam estar reunidas ali todas as turmas, o que justificaria a quantidade exorbitante de pessoas. 

Seguiu rondando, varrendo os portais com olhos famintos em busca de seus famigerados docinhos.

Sentiu-se observada no trajeto: por onde passava, era tomada por uma estranha sensação, diferente da hostilidade a qual estava acostumada. Esperava que sua aparência não fosse vergonhosa ou bizarra e convenceu-se mais uma vez de que estava bonita de verdade. 

Mesmo que seu foco fosse a comida, a decoração interna apreendeu seus olhos. Havia pinturas nas paredes acima dos armários, quase até o teto. Lustres de cristais reaproveitados ocupavam o teto de forma padronizada. 

Deduziu, depois de minutos rodando para lá e para cá, que a comida deveria estar no lugar onde, de fato, havia comida: o refeitório. 

Agora impaciente, mapeou na cabeça os corredores até o local; não percebera que andara tanto em tão pouco tempo, suas passadas de guerreira nunca foram tão eficazes.

A tão aguardada mesa de doces estava ali, a apenas um corredor de distância, bastava que virasse a esquina. Mas foi nessa curva que esbarrou num titã, alguém tão alto que quase a derrubou. 

Bruna foi tomada por certo pavor diante das características da pessoa. Não conseguia olhar o rosto dele para forjar qualquer desculpa, porque afinal, estando bonita ou feia, qualquer um faria expressão enojada se esbarrasse nela, ainda mais se fosse um garoto. 

Desabituada ao sentimento de medo, preencheu-o com raiva; não desejava qualquer companhia desagradável que tirasse seu raro fascínio pelo lugar. Estava ali pela comida, talvez pelas luzes. 

Assim, encontrou o mínimo de forças para desculpar-se e manter a boa educação, independente da reação.

— Perdão, estava com press... — Ao erguer o rosto para olhá-lo, um inoportuno sorriso se moldou em seu rosto. — Léo?

Não esperava que fosse encontrá-lo logo ali, uma festa parecia o último lugar que ele iria na vida, se é que iria. 

Era como se não o visse há anos. Mesmo tendo consciência dos poucos meses, Léo lhe parecia mais alto do que nunca. Sempre a deixava desconcertada ter que olhar para cima para encará-lo, mas foi a vez dele de se envergonhar, enrubescendo ao vê-la. Seu olhar parecia ter luz própria sob todos aqueles lustres multicoloridos.

— O-oi, Bruna. Bem... Já faz um tempinho, né?

Ao ouvir aquilo, o motivo pelo qual ele se afastou, que por acaso sequer existia, retornou a Bruna com certo rancor.

— Bastante, por sinal — retrucou, irônica. Ele abaixou o olhar, retraído, e por um momento até mesmo um pouco de pena surgiu em Bruna. 

Abanando a cabeça, a raposa mudou de expressão, tentando manter apenas emoções boas, considerando que possivelmente era a última vez que o veria.

— A flor... — Ele reiniciou. — Er, esse colar... Como o fez?

— Não é exatamente um colar. — Ela ria, desconcertada, sem obter explicação para aquilo que a enfeitava. — Não me faça perguntas difíceis, por favor...

— Certo, deixa pra lá de novo. Você estava bem apressada, posso saber onde estava indo?

— Honestamente, procurando a mesa das comidinhas. Vim numa vontade de comer doce que você não faz nem ideia.

— Então posso te acompanhar até lá?

Seu tom foi nada menos que galante, nem parecia o mesmo gato de alguns segundos atrás. Sua voz até parecia diferente. Há quanto tempo estavam longe, mesmo? 

Bruna aceitou e continuou a seguir pelo corredor, agora em passos lentos e ao seu lado.

— Juro que não te imaginava nessa festa nem em sonhos — disse a ele. — O que um morcego atrofiado como você faz num lugar lotado desse?

— Sendo sincero, eu sei lá. Sair um pouco de casa, ver uma última vez esse lugar chato... O mesmo motivo que você, talvez.

— Eu vim atrás da comida, pô.

Ele não conseguiu manter a pose, a frase o fez rir como uma criança.

— Esfomeada!

— Ah, é a única coisa que presta aqui! E eu nunca comi muito doce.

— Sério? Então você nunca comeu chocolate?

— Não. Não sou acostumada com esse tipo de coisa…

Diante disso, a expressão quase sedutora de segundos antes retornou ao seu rosto.

— Então vou ter o prazer de te apresentar.

Num movimento inesperado, ele segurou sua mão enquanto apressava o passo, guiando-a. 

Um calafrio tenebroso se apossou dela. Perguntou-se, por um instante, que tipo de audácia era a dele em se aproximar tanto depois que esteve meses distante. 

A vergonha fazia a temperatura do seu corpo aumentar involuntariamente. Andando mais rápido que ele, conseguiu soltar sua mão com discrição, sem parecer grosseira. Ele não podia sentir seu calor ou isso geraria interpretações indesejadas.

Quando entraram no refeitório, um cheiro de padaria rondava os ares. O aroma a guiou até a uma mesa extensa qualquer, repleta de bandejas prateadas enfeitadas com mosaicos de doces coloridos.

— E aqui estamos. — Ele alcançou-a, com as bochechas vermelhas como maçã. — Pode se fartar agora, esfomeada. 

Se estivesse sozinha, teria pegado o primeiro sem hesitar, somado a uns quatro pedaços de bolos que nunca provou, mas a simples presença dele a deixou desconfortável o suficiente para tirar seu apetite. 

Algo nele lhe despertava estranheza — talvez por estar bem-vestido pela primeira vez na vida, ou por olhá-la com aquelas amáveis bochechas vermelhas. Estava desconcertado em vê-la e isso a deixava constrangida também. 

Sem saber lidar com o sentimento, Bruna pegou o primeiro doce que viu e jogou inteiro na boca. A dificuldade em mastigar lhe disse que foi uma péssima ideia e tentou cobrir a boca para disfarçar. 

 

Estava torcendo pra que ele não reparasse em nada, até que ele de repente incitou:

— Você conversou com Lukas?

A menção ao nome fez seu coração pular, o que ocasionou um engasgo nada sutil. O esforço que fez em se recuperar tirou a atenção do que diria a seguir:

— Conversei. Há umas duas semanas atrás.

— E que explicação ele deu?

Diante disso, Bruna se viu sem saída. Lembrar do que ele havia dito era doloroso. E imaginar o que Léo reagiria também.

— Apenas se desculpou. 

Não convencido, Leonardo ergueu uma duvidosa sobrancelha, fazendo reluzir seus olhos vermelhos como madeira envernizada. Aquele gesto a irritou e tentou ao máximo conter isso no tom ao perguntar:

— Por que a pergunta? Você também se afastou sem motivos. Ele até parecia deprimido por algo, mas você...

— Só pra saber. — Ele a cortou, ríspido. Desviou os olhos para qualquer coisa na multidão na tentativa de esconder a raiva, que era tão evidente que quase se podia sentir pelo ar. — Pensei que ele nunca fosse se desculpar. Ele nem olhava na cara quando a gente tentava descobrir algo.

O doce em sua boca agora parecia insosso e por um momento quis cuspi-lo.

— Ele tem seus motivos — respondeu, se forçando a engolir. — Todos nós temos, assim como você teve os seus pra sumir também.

— Ele se despediu de você, pelo menos?

A memória da despedida a fez se retrair novamente. 

— Olha, Léo, vamos esquecer isso. É só o encontrarmos e irmos conversar, caso ele não venha primeiro. E se ele não estiver aqui, a gente aproveita esse projeto de baile até dar vontade de sair para um lugar melhor. Você sabe. Conversar normalmente sem um monte de gente gritando.

Ao menos nisso Bruna o entendia bem. Não queria passar seus últimos momentos com ela falando do quão Lukas era medroso. “Pff. Também não é como se eu tivesse coragem de sobra.”

Leonardo guardou uns docinhos no bolso antes de saírem do refeitório, certamente os que ela ainda não provara, só pra entregar-lhe quando achasse melhor. 

As conversas que se sucederam lembraram Bruna o quanto ainda gostava dele como amigo. Não conseguia imaginar agora qualquer motivo que pudesse tê-lo afastado, já que ele parecia tranquilo o bastante para conversar com ela. 

Isso a fez ponderar se havia algo de errado em si mesma, mas isso também parecia infundado, já que ele viera ao baile só para vê-la. Qualquer suspeita que tivesse seria ofuscada pelas memórias que tinha com Léo. Ou simplesmente por sua própria presença, já que ele parecia querer fingir que nada aconteceu.

Dentre o papo, aproveitou para comentar sobre o livro de magia que Lucas, seu tutor, comentara com ela horas antes. Sempre que olhava os lustres, alegrava-se cada vez mais e involuntariamente tocava o colar biótico.

— Então você não sabe mesmo o que é esse colar? — Ele reparou que seus dedos brincavam com a florzinha pingente.

— Não faço ideia. O ganhei por acaso, não sei nem como ele se acomodou em mim. Mas pelo menos é bonito.

— Realçou seus olhos.

Bruna encarou-o fixamente, desafiando-o. Como esperado, ele desviou o rosto enrubescido.

— Meus olhos são escuros demais para se realçar assim — concluiu ela. — Se fossem azuis ou verdes, quem sabe...

— Mas eu acho seus olhos bonitos. De vez em quando, quando você anda de cabeça baixa, eles ficam escuros, como se você não tivesse alma. Isso dá medo, sabia?

— Sério? Então só vou andar assim agora.

— Ah, não, você tá fofinha hoje. 

— Não sou fofa — murmurou gravemente, segurando o riso ao tentar reproduzir a pose que supostamente sumia com sua alma. — Sou uma assassina.

— Com essa florzinha, tá mais pra leva-sina.

— E o que raios é leva-sina?

— Uma sacerdotisa de Solária, das que rezam missas. Elas levam uns estandartes gigantes com o símbolo da religião, as sinas, e marcham por toda a avenida central. Ou voam, eu sei lá.

— Ah, nem me fale de religião. — Voltou a andar normalmente, o que não mudou muita coisa. — Não sou acostumada com isso. Nem sei o que é missa, na real.

Ele gargalhou.

— Você não entendeu nada do que eu disse?

— Não, e nem quero saber.

Ele a perseguiu, acabando por chegar a um corredor onde a festa não alcançava. Exceto por alguns casais que trocavam papos, não havia muito barulho para incomodá-los.

— Tem mais doce aí?

— Ah, então você só tá comigo por causa dos doces? — Revirou o bolso da jaqueta, fingindo uma indignação. — É o último.

Sentaram-se no chão, já que ali permanecia mil vezes mais limpo do que o resto da festa.

— Então, como vai a vida?

— Razoável. — Ela respondeu, cabisbaixa. — Estou feliz porque ano que vem mudarei de escola e de vida, mas ainda um pouco chateada com o Lukas.

Leonardo conteve-se. Jogou o rosto pro lado pra que ela não notasse seu incômodo.

— Pra que escola você vai? — perguntou ele.

— Sinceramente, não tenho certeza. Quem cuida disso é minha tutora, só ela sabe onde é melhor ou não.

— Tutora? Você considera sua mãe adotiva como tutora?

— Já disse que não a considero como mãe. Ela é mais tutora do que responsável, e já te falei quem é o responsável. Mas com ele eu acho meio estranho chamar assim, então ele é mais um irmão.

— Irmão que cuida. Sei como é.

— Você tem irmãos?

— Apenas uma. O nome dela é Veronicca. Ela é meio doidinha, meio criança, mas é uma garota legal. E assim como eu dou sermão nela, ela briga comigo. Inclusive vivia me incentivando a falar com você de uma vez...

Sua voz foi interrompida abruptamente, mas não antes dela notar o rubor em seu rosto.

— Falar comigo? — Um riso escapou de seus lábios. — Então há um ano você estava planejando falar comigo, hein? Que coincidência... Desde que descobri sobre o bilhete, fiquei curiosa em te conhecer.

Bruna havia se esquecido dele por um momento. Prometera devolver, mas nunca entregou — curiosamente estava usando a mesma calça que usara no dia em que o guardou no bolso.

— C-como soube que era meu? — Ele estava nada menos que pasmo.

— Pela letra. Naquele dia que passei carimbando, vi o seu caderno e reconheci. Você até escreve bem, mas ô garrancho, hein?

— Não sou obrigado a ter letra perfeitinha.

— E acha que um escrivão pode ter a letra feia?

— Ah, eu melhoro até lá. Assim como você vai treinar até se tornar... Guarda civil, talvez. Ou soldado, se é que é isso que você quer mesmo. Talvez aí, nós trabalhemos juntos.

— Escrivão mensageiro. Até agora nunca entendi isso. Como raios você ia atravessar mil planícies até o castelo só pra entregar um relato que podia ser enviado por outra pessoa alada?

Ele sorriu com olhar esperto.

— Um dia você vai saber.

A raposa reparou no relógio que ele usava no pulso e se lembrou. Já estava bem escuro, a hora a chamava. Ergueu-se abruptamente, limpando a sujeira da calça com pressa.

— O que foi?

— Prometi que iria voltar cedo hoje. Que horas são?

— Sete e quinze.

Bruna abaixou o olhar, chateada em não ter planejado isso. Um breve silêncio preencheu a despedida antes dele realmente dizer:

— Então... Isso é um adeus.

Bruna não o olhava, mas sentia sua tristeza pairar no ar. 

— É. — Ela forçou um sorriso. — Manda um oi pra sua irmã por mim.

— Bruna, antes de você ir...

Ela ergueu o olhar para encará-lo. Por um breve momento, viu seus olhos escuros como carvão, mas jurou ser só impressão quando os percebeu amarelos como ouro derretido.

— O que foi?

Ele engoliu, depois se levantou.

— Você foi... A pessoa mais incrível que já conheci. — Sua voz era quase um sussurro.

— Você também foi pra mim, Léo. Mesmo que tenha se afastado...

— Fiz isso porque não conseguia falar com você. Sentia que estaria excluindo Lukas de uma vez e isso me incomodava. Me afastei por isso, só. Desculpa.

Quase não conseguia olhá-la até o momento em que a sentiu encostar o rosto em seu peito. Em outros tempos, teria se afastado para que ela não sentisse o ribombar de seu coração, mas agora... “Que se dane”. 

Queria que entrassem em sincronia, que seus corações se ritmassem. Só por hoje, por este dia ou para sempre. Envolveu-a com seus braços enormes e abraçou-a forte. 

Era magra demais para uma garota de sua idade, talvez sua puberdade ainda não houvesse chegado, mas foi tão bom sentir aquele pedacinho de raposa nos braços que esqueceu-se de qualquer outro detalhe que pudesse interferir.

Não havia festa, não havia casais apaixonados ao redor, não havia música. Apenas eles. Talvez também pudessem ser um casal. 

Sentia o cheiro do seu cabelo, aromatizado pelas raízes que o prendiam — iria guardá-lo para sempre. Rezava para que grudasse em suas roupas.

— Nunca vou te esquecer.

— Eu... Eu preciso mesmo ir. — Ela afastou-se do gigante. — Se eu soubesse que você estaria aqui, teria pedido mais tempo. Perdão.

— Então eu te levo até a saída.

Enquanto ele a acompanhava, a raposa sentia um imenso peso no peito. Não pensou que uma despedida fosse doer tanto, pelo menos não depois de superar a ida do orfanato, a sua ida. 

Sentia que devia estar mais preparada, mas foi tão momentâneo que sequer compreendeu antes de abraçá-lo. Era o mínimo que podia — e o máximo que conseguia — fazer, já que o considerava tanto.

— Eu amo flores. — Léo pronunciou de repente, tirando-a do devaneio. — Elas me lembram a melhor época da minha vida.

— Gostaria de saber que época foi essa.

— Quando eu era moleque e corria pelo jardim da minha mãe. Era o maior jardim do mundo pra mim e tinha o melhor cheiro do mundo. Quando te conheci, me lembrei disso, porque você tem cheiro de flores.

— Não sabia que cheirava tão bem. Sempre achei que fedesse, na verdade.

— Bem no fundo, tem um pouco de madeira queimada também. Você me lembra aquele jardim.

— Mas não sou nenhum mar de rosas. Isso é uma despedida, certo?

O silêncio dele foi resposta suficiente. Atravessavam o pátio, que parecia estar ainda mais cheio do que no início. Pouco antes de chegarem na metade, Leonardo parou, já prevendo o que ela ia fazer. 

Certamente Bruna não deixaria que ele a acompanhasse até a rua, onde provavelmente haveria uma tocaia dentro de um carro preto a esperando — não podia permitir que Lucas suspeitasse algo a mais de uma simples amizade.

— É, acho que agora sim, né? Adeus.

Sem dizer absolutamente nada, ele aproximou-se dela. Em passos vagarosos, aos poucos, como se tentasse contato com um bicho enfurecido, ele chegava mais perto, tão próximo a ponto de receber o ar quente de sua respiração. 

Bruna sentiu sua pele ferver no instante em que ele passou a mão trêmula e hesitante pelo seu pescoço. Não teve tempo de se preocupar com a própria temperatura, não vira mais nada quando sentiu sua boca encostar na dele. 

Sentiu o focinho úmido, a camurça da pele dele, o sabor nulo da saliva, sentiu tudo ao mesmo tempo, inclusive suas costas molharem de suor. Só podia ser um sonho; Bruna nunca suava, nem ao menos sentia calor. E por que o sentia tanto?

— Nos vemos no castelo, princesa.

Ficou tanto tempo congelada que quase não reparou, em sua visão turva, que ele acenava, afastando-se com um sorriso esperto de bochechas vermelhas. 

 



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