Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 2 – Arco 3

Prólogo: Olá deserto

Quando partiram de Sagesse, ainda levaram um bom tempo para sair do território, pois a fronteira ficava a cerca de quatrocentos quilômetros da cidade. A viagem foi extremamente confortável. A estrada era pavimentada com lajotas de pedra, o que contribuia ainda mais para o conforto. Além disso, a estrada tinha poucas curvas sendo praticamente uma linha reta. Na cabine, não se sentia o balanço causado pela variação suave do terreno nem o galopar dos camelos. Os materiais luxuosos da carruagem. Como a lã dos estofados, proporcionavam um aconchego excepcional aos passageiros. Sua estrutura também bloqueava, os sons externos, impedindo ruídos indesejados, como o trotar dos animais ou o atrito das rodas contra as pedras. 

Tomoe adormeceu assim que deixaram a cidade. Ela dormia com a cabeça encostada no ombro de Kamui. Kamui e Akila conversavam em voz baixa para não atrapalhar o sono de Tomoe. Akila falava sobre o Império Anka, e Kamui prestava atenção em cada detalhe. 

Após algumas horas de viagem, eles chegaram à fronteira do Império Anka. Sequer foram parados pelo controle de fronteira. Assim que os guardas avistaram o brasão imperial que era em formato de escudo com uma serpente semelhante a uma naja em seu centro. Eles liberam imediatamente a passagem da carruagem. 

Agora a estrada deixara de ser pavimentada com pedras e estava coberta por areia. A mudança de terreno despertou Tomoe. Ela se espreguiçou e, ainda bocejando, perguntou:

— Já chegamos no Império Anka? 

— Ah, você acordou. Você estava dormindo como um bebê, estava tão fofinha. 

— Ei! não fale desse jeito.

Tomoe corou com o elogio de Kamui, ficando com a face vermelha como um pimentão. Akila deu uma risada curta enquanto observava a cena.

— Sobre sua pergunta, nós acabamos de passar pela fronteira.

— Ah. Mas ainda falta muito para chegarmos na capital?

— Ainda estamos longe de Markaz. Não chegaremos hoje. Teremos que parar em Vaha e seguir viagem no dia seguinte.

— Hum… estou ansiosa para conhecer Markaz e Vaha.

— Tenho certeza que vocês irão adorar o Império Anka.

Kamui abriu a cortina da janela da carruagem, revelando a paisagem. O céu estava alaranjado devido ao pôr do sol. Da janela era possível observar os característicos morros de areia do deserto de Anka, que lembravam os do deserto do Saara. Ao olhar pela janela, Tomoe ficou surpresa com a paisagem.

— Então esse é o deserto de Anka. Quanta areia!

— Realmente é como um mar de areia. — comentou Kamui.

Após mais algumas horas de viagem, chegaram à cidade de Vaha. A cidade era pequena, porém movimentada mesmo à noite. Várias carruagens de comerciantes estacionadas ao redor da cidade e, ao cruzarem pela rua principal avistaram várias lojas de todos os tipos e tabernas cuja animação era sentida de longe. As construções eram todas feitas de arenito e exibiam janelas de madeira. 

Eles se dirigiram à mansão de Kéfera, líder da cidade. Ao chegarem, passaram por imponentes portões de ferro, onde no centro estava cravada a imagem de uma lua que era o símbolo da família de Kéfera. A mansão, cercada por um muro de arenito, escondia em seu interior um jardim com arbustos típicos do bioma e algumas flores que recebiam irrigação através de um dispositivo mágico. A construção majestosa, erguida em arenito, ostentava dois andares, vários arcos na fachada e vitrais amarelos nas janelas. 

A carruagem estacionou em frente à entrada. Do lado de fora estava um homem de pele parda, cabelos negros e curtos, vestindo uma túnica branca. Assim que desceram, ele fez uma reverência e disse:

— Sejam bem-vindos a Vaha. Sou o mordomo de Kéfera. Levarei vocês até ela. Por favor, sigam-me.

Eles o acompanharam até ao hall de entrada, onde encontraram uma jovem, sua idade parecia ser próxima da de Akila. Ela possuía pele parda, usava um longo vestido branco e calçava sandálias de couro. Seu cabelo era castanho e ondulado e seus olhos também eram castanhos. A garota fez uma reverência e disse:

— Seja bem-vinda a Vaha. Princesa Akila.

— Kéfera, quantas vezes eu tenho de te dizer que você não precisa ser tão formal comigo? Somos amigas e não precisamos dessas formalidades chatas da nobreza.

Kéfera deu uma risada curta e, exibindo um sorriso envergonhado, disse:

— Sabe como é. Eu acabo ficando tão acostumada com encontros e reuniões que esqueço que você não gosta disso.

— Tudo bem, eu entendo e te desculpo. Mas, por favor, não esqueça disso da próxima vez.

— Vou me lembrar. 

Kamui e Tomoe se aproximaram, fizeram uma reverência e se apresentaram:

— Acho que conheço vocês. Vocês são os aventureiros que salvaram Blumendorf e,  há pouco tempo, Sagesse.

— Sim, somos. — respondeu Kamui.

— Imagino que estejam com fome depois dessa longa viagem. Vamos para a sala de jantar. Lá também poderemos nos conhecer melhor.

Eles seguiram Kéfera até a sala de jantar. Era uma ampla sala e, no seu centro, havia uma grande mesa com a base de madeira e tampo de pedra, cercada por várias cadeiras. A mesa tinha um grande forro vermelho com linhas douradas que se estendiam até o chão. Sobre ela, havia um banquete com diversas comidas típicas de Anka. Como carne de animais locais e algumas frutas e legumes. Todos se acomodaram sem formalidades. Eles se serviram e, enquanto saboreiavam a refeição, Kéfera perguntou a Akila:

— Então, Akila, o que fez você retornar a Anka?

— Voltei porque soube que os Nachtagenten estão planejando atacar o nosso império.

— Nossa! A mesma organização que realizou aqueles atentados em Sagesse há pouco tempo? O que eles realmente querem com esses ataques?

Kamui intrometeu-se na conversa e explicou a Kéfera:

— Não temos certeza. Mas descobrimos, em um interrogatório com um membro dos Nachtagenten, que o motivo de eles quererem dominar as nações é o desejo da chefe da organização, conhecida como Nachthexe. O objetivo dela é expandir o seu império.

— Mas que império é esse? Seria Nachthexe algum tipo de governante?  Essa organização é muito estranha.

— Realmente. Enfim, tudo que podemos fazer é lutar para impedir os planos deles. — comentou Akila.

— Deixando esse assunto de lado, me conte como foi seu período na Academia.

— Ah! Foi ótimo. Aprendi muitas coisas, principalmente a utilizar melhor a Khopesh. 

— Que bom!

Eles continuaram conversando por um longo tempo. Kamui e Tomoe contaram um pouco sobre suas aventuras, e Akila lembrou de momentos engraçados da infância dela e de Kéfera. Depois disso, despediram-se para descansar e seguir viagem no dia seguinte.

— Vou pedir às empregadas que arrumem os quartos de hóspedes para vocês.

— Para mim e para a Evelyn não é necessário. Minha espada é capaz de criar uma outra dimensão. Então, praticamente, nós sempre podemos voltar para casa.

— Sério? Que interessante! Eu gosto de ler sobre as armas lendárias. Essas peculiaridades me deixam fascinada.

Kamui e Tomoe despediram-se e foram para o interior da Muramasa no Kitsune. No dia seguinte, logo ao amanhecer. Eles se despediram de Kéfera e continuaram com a viagem até a capital do império, a cidade de Markaz. Eles chegaram por volta do meio-dia. Antes de entrarem na cidade, Akila pediu para que a carruagem parasse. 

Eles desceram e se deparam com uma vista impressionante. Por estarem do alto de um morro, era possível observar quase que a cidade inteira. Markaz era um grande centro, com cerca de um milhão de habitantes. Do ponto que estavam, viam ruas largas e estreitas, além de casas e edifícios. De onde estava, também era possível observar, o grande rio Aswad cortava a cidade, e ao longe o palácio RamlKum, cujo telhado revestido de ouro brilhava.

Kamui ficou  praticamente paralisado diante da beleza da paisagem. Tomoe estava igualmente surpresa. 

— Chegamos! E então, o que acharam de Markaz?

— Que cidade incrível! É enorme. Aquele palácio no alto daquele morro é a sua casa?

— Sim, aquele é o palácio RamlKum.

— Ramlkum… Que nome diferente. — comentou Tomoe.

— Ramlkum, vem do idioma de Anka. Traduzindo para o idioma mundial, seria algo como areia forte. Ramlkum faz referência à força do povo de Anka.

— Tem um significado bem profundo. — comentou Kamui.

— A paisagem é linda, mas o calor daqui é insuportável. 

Tomoe balançava a mão próxima ao rosto, tentando minimizar a sensação do calor. Após o comentário sobre o clima escaldante de Markaz, Akila deu uma risada discreta e respondeu:

— É melhor irem se acostumando com o clima escaldante de Anka.

Em seguida, seguiram para o palácio. A imponente construção era feita de arenito, com cúpulas de ouro e diversos arcos adornando as paredes. Quando a carruagem parou em frente ao edifício, Akila anunciou:

— Chegamos. Sejam bem-vindos ao palácio RamlKum.

— Vendo de perto, é ainda mais belo.

— Realmente não é à toa que o palácio atrai vários turistas.

Enquanto conversavam, uma jovem se aproximou de Akila. Sua pele era parda, usava um vestido branco e calçava sandálias de couro. Seus cabelos eram ondulados e pretos,  e seus olhos, castanhos.

— Bem-vinda de volta, senhorita Akila. 

— Ah! Há quanto tempo, Ayat.

— Olá. — cumprimentaram Kamui e Tomoe.

— Prazer, eu sou Ayat, empregada e ajudante da princesa Akila. Fiquem à vontade. O Imperador Seth está esperando por vocês no hall de entrada. 

Eles seguiram Ayat até o hall de entrada do palácio.

Lá, Seth e sua esposa, Isis, aguardavam. Ele tinha pele parda, usava uma coroa que lembrava as dos faraós do Egito antigo. Seus cabelos eram pretos e seus olhos também. Isis vestia uma blusa que deixava o abdômen à mostra e usava uma calça. Seus cabelos eram longos e pretos, e seus olhos eram castanhos. Ela também usava uma coroa no estilo faraônico.

Ao chegarem, Akila correu e deu um grande abraço em seu pai. 

 — Bem vinda de volta, Akila.

— Estou de volta, pai. Estava morrendo de saudades. 

— E quem são eles?

— Ah! Estes são meus amigos, Kamui e Evelyn.

— Olá, prazer em conhecê-los. — Cumprimentaram Kamui e Tomoe.

— Olá. Sejam bem-vindos ao Império Anka.

Em seguida, digiram-se à sala de jantar. As paredes eram cobertas por pinturas históricas do império Anka, retratando desde figuras importantes até batalhas épicas. No centro da sala, havia uma grande mesa de madeira maciça, com cadeiras  estofadas em dourado. Sobre a mesa, havia um grande banquete, composto por uma variedade de frutas, pães e carnes. Além disso, jarras com cerveja típica de Anka completavam o cenário.

— Nossa, esta mesa está bem farta. — comentou Tomoe.

— Fico feliz que tenham gostado. Sintam-se à vontade. — disse Isis.

Todos se sentaram em seus lugares e começaram a se servir. Enquanto isso, Seth perguntou:

— Como estão as coisas em Sagesse?

— Estou muito bem na Academia. Recentemente passamos por alguns problemas, mas tudo foi resolvido.

— Ah! Eu fiquei sabendo que uma organização chamada Nachtagenten atacou o país. Foi a mesma que, algum tempo atrás, atacou Blumendorf.

— Sim. O Kamui e a Evelyn ajudaram muito a detê-los. Eles também lutaram contra eles em Blumendorf.

— Hum… falando em Blumendorf, quem venceu as eleições da Liga de Sagesse foi a princesa Suyane. 

— Sim. Pai, tenho uma coisa para lhe contar.

— O que é?

— Então, a princesa Suyane recebeu uma mensagem de um membro dos Nachtagenten que foi capturado. Ela descobriu que uma discípula dos Nachtagenten, conhecida como Nefertari, saiu em missão para tentar tomar o controle do Império.

— Isso é preocupante.

— Por isso, ela convocou o Kamui e a Evelyn, que têm muita experiência com eles, para nos ajudar.

— Entendo. Conto com vocês.

— Certo. — responderam Kamui e Tomoe.

Após o fim da refeição, em um dos corredores do palácio, Kamui, Tomoe, Akila e Ayat conversavam.

— Bem, agora vou para meu treinamento diário. Ah, a Ayat mostrará o quarto de vocês. Sei que vocês podem ir para o subespaço da Muramasa no Kitsune, mas também é bom terem um quarto para vocês aqui no palácio.

Eles agradeceram a gentileza de Akila e seguiram Ayat até a outra parte do palácio onde ficavam os dormitórios. 

Ao chegarem à porta do quarto, Ayat entregou-lhes a chave. Kamui agradeceu. Em seguida, Ayat fez uma reverência e foi embora. Eles entraram no quarto. O quarto tinha uma cama de casal, dois criados-mudos, um guarda-roupa e uma escrivaninha, além de uma vista para o jardim e para a cidade.

— E aí, Kamui, o que iremos fazer agora?

— Hum… Não sei. O que acha de explorarmos a cidade?

— Ótima ideia.

Eles saíram do palácio e foram explorar a cidade. As ruas estavam muito movimentadas. Nas laterais havia várias barracas de comerciantes que vendiam os mais diversos produtos. Uma dessas barracas chamou a atenção de Tomoe. Era uma barraca de jóias. Nela havia jóias de todos os tipos como colares, braceletes, pulseiras e anéis.

—  Ei, Kamui.

— Oi.

— Olhas essas joias! Elas são lindas.

— Verdade. Pode escolher uma; eu compro para você.

— Está bem.

Tomoe escolheu um anel cuja base era feita de ouro, e tinha uma pedra de coloração esverdeada, a pedra Sahrajem. Esta pedra preciosa se assemelha a uma esmeralda e normalmente é encontrada em regiões profundas.

— Eu vou querer esse anel. 

— Hum… Um anel de Sahrajem. É uma boa escolha. você tem bom gosto, moça. 

— Quanto custa? — perguntou Kamui.

— Custa vinte moedas de ouro.

— Aqui está.

— Obrigado. Vejo que vocês não são daqui. De onde vocês são?

— Eu sou de Blumendorf. — respondeu, Tomoe.

— Eu venho de uma terra distante.

— Hum… Legal. Tomem cuidado com o calor. Minha mulher tem uma loja de roupas. Se quiserem, podem dar uma olhada.

— Obrigado pela dica. Onde ela fica? — perguntou Kamui.

— Ela fica logo à frente. Vocês verão  alguns tecidos do lado de fora. O nome da loja é Terzi.

— Certo, obrigado.

Eles caminharam mais um pouco e encontraram a loja. Assim como descrito pelo vendedor de joias. Havia uma placa com o nome da loja e alguns tecidos estendidos do lado externo. Então, eles entraram na loja.

— Boa tarde. Gostaria de olhar algumas roupas. — disse Kamui.

— Tudo bem. Vou pegar algumas peças para vocês.

— Obrigado.

— Aqui estão.  Os provadores ficam ali. — disse a vendedora, apontando para o local onde ficavam os provadores.

— Certo, Obrigado.

Eles foram para os provadores. Depois de um tempo, Kamui saiu vestindo uma camiseta, uma calça, e uma capa, todas tinham um tecido bem leve que era ideal para as altas temperaturas.

— E aí, gostou da roupa? — perguntou à vendedora.

— Sim, gostei.

Logo após isso, Tomoe saiu do provador. Ela estava vestindo uma blusa que deixava seu abdômen à mostra, seguida de uma calça. Sua roupa era semelhante à de Akila, porém com um pouco menos de detalhes. 

— Nossa, Evelyn, essa roupa ficou perfeita em você. 

— Obrigada.

Kamui pagou pelas roupas e, em seguida, eles continuaram a explorar a cidade até que encontraram uma taberna. A construção era feita com arenito. Também possuía uma sacada sustentada por quatro pilares, além de algumas mesas ao ar livre. Na frente do guarda-corpo da sacada havia uma placa com o nome do estabelecimento: Zahrgece. 

— Hum… essa taberna parece ser interessante. O que acha de entrarmos nela? 

— Pode ser, realmente parece ser um ótimo lugar.

Eles entraram na taberna. O local estava muito movimentado, com várias pessoas espalhadas pelas mesas e um músico apresentando sua performance. Kamui e Tomoe sentaram-se próximos ao balcão. Logo depois, foram atendidos por uma garota de cabelos pretos e ondulados, olhos também pretos e sua pele era parda. Ela vestia um vestido branco com um avental marrom. A jovem disse:

— Boa tarde, sejam bem-vindos à taberna Zahrgece. Prazer, meu nome é Alya.

— Prazer, meu nome é Kamui.

— Prazer, eu sou Evelyn.

— Vocês são aventureiros?

— Sim, somos de Blumendorf.

— Hum… então vocês são de Blumendorf. Imagino que o calor daqui deve estar incomodando vocês, né?

— Sim, e muito. — disse Kamui.

— Haha, os turistas têm dificuldade em se acostumar com o clima daqui. Então, o que vão pedir?

— Você tem um cardápio? — perguntou Kamui.

— Sim, aqui está.

Alya entregou o cardápio a Kamui. No cardápio havia petiscos como carne seca, castanhas. Alguns pratos principais como carne de carneiro e diversas opções de bebidas. Eles leram o cardápio por um tempo, e decidiram o que iriam pedir.

— Eu vou querer um suco de laranja. — disse Kamui.

— Eu vou querer uma cerveja. 

— Certo.

Depois de alguns minutos, Alya voltou com as bebidas e as colocou sobre o balcão. O Suco estava em um copo de vidro, a cor da bebida era um laranja intenso e no topo havia uma fatia de laranja como decoração. A cerveja estava em uma clássica caneca de madeira e a espuma era abundante.

Eles agradeceram e saborearam suas bebidas. Enquanto bebiam, Alya perguntou a eles:

— Me contem mais sobre vocês.

— Viemos de Sagesse para Anka e temos alguns negócios para resolver aqui.

— Hum… interessante. Eu faço alguns negócios com Blumendorf. Vendo muitas frutas e especiarias para a taberna Bergorse.

— Então você conhece o Egon.

— Sim. Conheço ele.

Eles passaram um bom tempo conversando. Quando começou a escurecer, voltaram para o palácio Ramlkum.

— Gostaram da cidade? — perguntou Akila.

— Sim. Curtimos bastante. — respondeu Kamui.

— Hum… Que bom.

— Bem, nós já vamos para a cama. 

— Certo. Boa noite.

— Boa noite. — responderam Kamui e Tomoe.

No ambiente interior da Muramasa no kitsune, na sala de jantar, Kamui, Tomoe e Raiden conversavam.

— Ei, Tomoe, tenho uma surpresa para você. — disse Raiden.

— O que foi?

— Tenho um saquê especial que quero tomar junto com você.

— Hum… gostei da ideia.

— Só para me deixar de fora, né?

— Que isso, você pode beber com a gente.  

— Raiden, você sabe que ele não pode.

— Ah, se o Kamui veio da terra, como vamos saber a idade dele? — perguntou Raiden.

— Quantos anos você tem?

— Tenho dezessete.

— Hum… Quantos meses tem no calendário da Terra? 

— Têm doze meses.

— Nosso calendário é formado por dezenove meses de vinte dias.

— Na terra, um mês tem entre trinta e trinta e um dias. 

— Aqui, todos têm vinte dias.

— Você faz aniversário em que dia?

— No dia vinte e dois do mês oito.

— Hum… Para beber, você precisa de vinte e um anos. Nós estamos no mês dez. Se você tem dezessete, ainda faltam três anos. 

— Mas em que dia seria o aniversário dele, já que o calendário da Terra é diferente do nosso?

— Um ano na Terra dura aproximadamente trezentos e sessenta e cinco dias.

— Nosso calendário tem trezentos e oitenta dias no total. 

— Meu aniversário na terra acontece no ducentésimo quadragésimo segundo dia do ano.

— Hum… então, no nosso calendário, cairia no dia dois do mês treze.

— E você, Tomoe? Que dia é o seu aniversário?

— O meu é no dia cinco do mês quinze.

— Legal. E o seu, Raiden?

— O meu é no dia dez do mês três. Ah, agora que sabemos a data do aniversário do Kamui, podemos planejar uma grande festa para ele. 

— Sim, mas vamos deixar isso para depois. Estou curiosa para provar esse saquê.

— Só não beba muito. Amanhã temos uma reunião com a Akila, e não seria nada legal você estar de ressaca.

— Que isso! Eu sei a hora de parar.

— Tô vendo no que isso vai dar.

Tomoe e Raiden se divertiram conversando e bebendo o saquê. Como de costume, Tomoe acabou abusando e bebendo demais.

— Ei… Kamui… por… quê…tudo está girando?

— É, realmente não adianta avisar ela. Boa noite, Raiden. 

— Boa noite, Kamui.

Kamui carregou Tomoe em suas costas até o quarto e a colocou na cama. Depois, ele beijou a testa dela e disse:

— Boa noite.

— Boa…

Tomoe nem conseguiu acabar de falar e caiu no sono.

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