Aelum Brasileira

Autor(a): P. C. Marin


Volume 2

Capítulo 30: Impetus

GRIS

 

Em pares e opostos: Luz e escuridão, criação e destruição, vida e morte. O professor me explicou há seis meses que os alicerces da realidade foram moldados em pares opostos. Essa foi a primeira lição dada por ele antes de iniciarmos o meu treinamento.

Há algo que não seja dividido assim, algo que seja único? Foi a pergunta que eu fiz a ele, mas sua resposta não fez sentido algum: Dentre os fundamentos do mundo, se há algo único, então é algo que não existe ou não deveria existir, foi sua resposta.

A vontade do guerreiro, impetus, é oposta à manipulação de fluxo, magia. A magia serve para manipular o fluxo ao nosso redor, enquanto o impetus manipula o fluxo em nosso interior.

É uma técnica perigosa, pois alterar o fluxo dentro do corpo também significa alterar o formato da nossa alma, portanto qualquer imprecisão durante o treinamento pode resultar no colapso do recipiente, o corpo. Ou seja, a morte.

Bum!

Esse é o motivo das pessoas esperarem completar quinze anos para começar a treinar o impetus, ao passo que a magia é ensinada para as pessoas com mais de doze anos, idade na qual ela se manifesta pela primeira vez.

É normal para aqueles com aptidão para a magia já abandonarem o impetus tanto pelo resultado mais rápido daquela, quanto pelo risco do treinamento desse. Todavia, o professor disse que, se eu estiver sob sua tutela, não tenho o que temer.

Nesses últimos meses, aprendi quatro dos cinco dons do impetus: Os sentidos aprimorados, a resistência à danos, a resistência mental, a manipulação de massa e, o que eu preciso terminar de aprender agora, o aprimoramento de força.

— Podemos começar, Gris — diz o professor.

Ao respirar, deixo o ar tomar conta de meus pulmões, sinto o calor sair do ambiente e tomar conta do meu corpo. Momento em que não posso deixar este calor se dissipar. Agora, expiro.

Bum!

— Alienor! Pare de explodir as coisas. Estou tentando me concentrar aqui! — grito para ela.

Ah! Deixe de ser chato. Eu estou fazendo algo importante aqui também — responde a raposa, a vários metros de distância. — Concordei em ficar em silêncio lá na floresta, mas não aqui. Vou fazer barulho até meu fluxo acabar, entenderam!?

— Não há problema, Gris — diz o professor —, pois você já refinou fluxo suficiente nos últimos dias. Já pode tentar novamente.

Oba! Quero ver isso também — diz a raposa, a qual para de explodir as coisas e corre em nossa direção.

— Fique longe, Alienor. Ainda é perigoso se manter perto dele enquanto estiver sem o colar.

bom! Mas esperem eu ter um bom ângulo de visão para começarem. Hahaha. — argumenta Alienor, ao passo que se afasta e saltita para longe.

Eu me levanto do chão. Estamos em campo aberto, ao leste da Floresta de Prata e ao oeste de Galantur, já ao norte é Lumínia. Estamos aqui para que nenhuma besta atrapalhe meu treinamento.

Eu já falhei cinco vezes. Já aperfeiçoei os demais dons que deveriam ser mais difíceis, mas este que seria um dos mais fáceis é o que levo mais tempo para terminar. Por que será que tenho tanta dificuldade logo agora?

Olho adiante, e aqui está uma rocha. Ela tem uns cinco metros de raio e uns três de altura. Nela há algumas rachaduras, causadas pelos vários impactos das tentativas anteriores.

— Como das outras vezes — diz o professor. — Espalhe o fluxo pelo seu corpo, flexione os joelhos e bata com a mão aberta, com a parte inferior da mão, pois isto evitará que se machuque. Se concentre somente nisto e não se preocupe em sair do controle, pois, durante o uso da técnica, nenhuma magia sua se ativará e, mesmo que ocorra, eu não serei ferido.

— Certo, professor.

— Então faça, e leve o tempo que achar necessário.

Flexiono os meus joelhos à medida que levo meu braço esquerdo para trás. Olho para o objetivo.

Aumento a resistência do meu corpo para não sofrer com o recuo. A terra começa a ceder por conta do aumento do meu peso, o que faz meus pés começarem a afundar gradativamente na terra, como se eu pisasse em areia.

Então, com um movimento rápido, eu golpeio com a palma da mão esquerda.

BUM! A onda de choque percorre meu corpo, mas eu não me movo um centímetro. Apenas sinto pequenas rochas colidirem contra meu rosto, razão pela qual, eu fecho os olhos.

Quando a poeira se dissipa um pouco, vejo os fragmentos da rocha ainda voarem para todos os lados. É como uma grande explosão de pedra e poeira.

Metade do rochedo acaba de ser estraçalhado, e o restante está repleto de rachaduras.

Uau! Caramba! Vocês viram? — exclama Alienor. — Foi como uma explosão. Você pode me ensinar também, Lor... professor?

Ela o chamou de professor?!

— Você não pode, Alienor — responde Valefar. — Você já é excepcional como uma conjuradora de destruição e vida. Não farei parte de algo que estragará seu futuro.

Ah! Droga, mas o Gris ainda consegue fazer aquelas magias estranhas.

— O impetus não afeta o Gris da mesma forma que aos demais. Por outro lado, para pessoas como você e eu, usar esta técnica nos impedirá de usar magia pelo resto de nossas vidas. Ninguém deve aprender isso, sendo tão bom em magia quanto você é. Você já tem muita sorte e não deve desperdiçá-la.

Humpf! Só não sei o que esse delinquente assediador aí tem de tão especial para conseguir usar os dois.

— O preço de ser um imune é muito alto. Não deseje isso para você.

— Você fala como se eu estivesse com inveja. Humpf! — resmunga Alienor, e vira seu rosto para o lado.

— Alienor, para que você quer tanto aprender impetus? Você já é tão poderosa em magia. Sabe até mesmo usar magia de vida para curar...

— Como assim? Eu quero explodir rochas, castelos e árvores com minhas mãos também.

Ela fala como se fosse óbvio. Não sei se entendo o que Alienor tenta me dizer, mas há algo que eu percebo somente agora.

— Alienor, quando foi que você chegou aqui perto?

A raposa me olha confusa, vira seu rosto e levanta as orelhas. Ela está a dois passos de mim agora.

Ah! Você sabe... eu queria ver de perto. Apesar que parte das pedras caíram em mim e tem um cisco no meu olho agora, mas valeu a pena mesmo assim. Acho que eu não via você fazer algo tão maneiro desde o dia que você quase matou o filho do barão. Hahahaha!

Olho para o professor, e Valefar não parece se importar muito com o que eu fiz naquele dia, ainda bem. Pelo contrário, ele apenas coloca o colar em meu pescoço e diz:

— Parabéns, Gris. Você sabe o necessário sobre o impetus agora. Nós refinaremos seu uso mais adiante. Porém, eu preciso lhe dizer para não ensinar a ninguém o que você aprendeu aqui, e isso se estende a você, Alienor. Não podem dizer a ninguém sobre a existência desse treinamento, muito menos os detalhes.

— Não sei qual a neura com isso, pois impetus é bem comum, e muita gente consegue usá-lo por aí. Até em Galantur há alguns... — diz Alienor.

— De fato, existem usuários de impetus por toda Aelum, mas todos eles usam apenas uma imitação daquilo que eu ensinei. Portanto, isso pode atrair olhares de invejosos. Não ensine isso a ninguém, pois é uma técnica que pode causar o desequilíbrio do mundo, assim como a magia um dia já causou.

— Pode deixar, professor. Eu não contarei a ninguém.

— Ótimo — ele responde.

— Agora, eu acho que conseguirei proteger os santos também, igual ao professor.

— De novo, vocês com esse papinho, que chatice — diz a raposa.

— É algo que temos que fazer, Alienor. Foi o que o professor e eu combinamos.

— Isso é bobagem, eu já falei. Santos são lendas, e essas coisas não existem. Se existiu algo assim, foi na era da magia.

O professor se aproxima de Alienor, encosta seu joelho direito no chão e diz:

— O nome que damos a eles não importa. O fato é que existem pessoas boas por aí, fadadas a morrerem, e nós temos a chance de ajudá-las. Há coisas que podemos fazer pelos demais que custam tão pouco para nós, mas para eles significam suas vidas.

— Você fala igual a um velhote — ela responde.

— Alienor, não fale assim com o professor. Logo chegaremos em Ticandar, e você será curada. Depois disso, o professor e eu continuaremos a procurar, mas você não precisa ir junto se não quiser.

— Já está me expulsando, seu fedelho?!

É difícil de entendê-la às vezes.

Humpf! — ela resmunga. — Mas se desviarmos nosso caminho para ajudar cada pessoa que encontrarmos, não chegaremos a lugar algum.

— Sem ajuda, nenhum de nós estaria aqui — contesta o professor.

Alienor se cala, olha para meu braço direito, fica pensativa por um tempo e, então, responde:

— Caramba, bem que a Srta. Cintia disse que você é um chatão. Você não relaxa nunca?

— Eu não tenho mais esse direito. Em todo caso, não ensine nem aos santos o que eu acabei de mostrar a você, Gris, pois podemos nos enganar e acreditar nas pessoas erradas.

O professor se levanta, olha para a floresta, depois volta sua atenção para mim e complementa: — O treinamento de hoje acabou, e agora precisamos retornar à cabana. Amanhã, partiremos rumo a Ticandar.

Olho para o céu e vejo uma ave avermelhada voando em círculos. O professor também a percebe, então trocamos olhares, entretanto não dizemos nada um ao outro.

Oba! Finalmente poderei voltar a minha forma normal. Não aguento mais ter que me livrar das pulgas. Apesar que é divertido queimá-las. Hahahaha.

— Vamos, e lembrem-se, silêncio — diz o professor, ao passo que não tira os olhos de Alienor.

— Uhum, Uhum. Zip, Zip — caçoa a raposa.

— Cara, já falei para vocês como que eu acho maneira esta cabana? — diz Alienor. — Vocês estão no céu e não sabem. Além disso, nunca comi tanta carne seca. Vocês deveriam vendê-la em Galantur, pois lá tem bastante gente com dinheiro. Quero dizer, depois que eu conseguir resolver aquele... problema familiar.

— Eu posso lhe proteger aqui, porém não quero me envolver em assuntos políticos de Galantur — diz o professor.

Ah! Sim, nem estou pedindo isso. Na verdade, nem eu quero me envolver muito com essas coisas também.

— Como é Galantur, Alienor? É bonito por lá?

— Se você gosta da cor vermelha, sim, é um lugar bem bonito. Como você já sabe, lá é uma cadeia de montanhas com uma depressão bem grande no centro, pois ali era um vulcão antigamente, e a rocha que saia era vermelha. Em Galantur, há uma lenda de que o vulcão era o ninho do dragão vermelho.

— Então ele deveria ser gigantesco, para ter um ninho tão grande — eu respondo.

— Não leve muito a sério — Alienor responde. — São somente histórias antigas para crianças. Minha mãe as contava para eu dormir.

— E vocês não tem medo de que o vulcão entre em erupção?

— Não. Já fazem milênios que ele está adormecido, portanto ninguém se preocupa mais com isso.

Olho para a janela e vejo um animal pequeno, parecido com um gavião, mas suas penas são vermelhas. Alienor também nota o animal, então ela corre em direção à porta, sem pestanejar.

Quando me dou por conta, o professor já está de pé, com uma das adagas na mão. Eu corro para pegar a minha espada, mas antes de alcançá-la eu escuto: — Espere, Alienor! É uma besta! — grita o professor.

A besta voa em direção à porta de entrada, já Alienor ignora o professor e corre em sua direção.

— Pare, Alienor! — eu grito.

Mas ela não nos dá ouvidos. Em contrapartida, a raposa pula e morde a maçaneta da porta, a qual se abre, e ela corre para o lado de fora.

Vejo fogo, semelhante àquele em que Alienor se transformou em humana.

— Não! — exclamo.

Mas que droga. Eu uso impetus para tentar ganhar mais velocidade e alcançar Alienor, então corro e saio pela porta de entrada, já preparado para lutar, entretanto o que vejo é algo inusitado.

— Como você está, minha querida? — diz um homem alto. — Estava preocupado com você, pois me disseram que havia pulado do penhasco...

Ele tem cerca de quarenta anos de idade, de cabelos e barba longos e ruivos, já suas vestimentas possuem várias cores e detalhes, o que indicam que é alguém importante.

— Estou bem, tio Durandal. Você tem que conhecer este lugar, é muito maneiro. Entre aí e fique à vontade.

Você que está muito à vontade!

O Professor coloca sua mão sobre meu ombro, então diz: — Está tudo bem. Ele é amigo.

Percebo que Valefar já guardou sua arma, portanto faço o mesmo com minha espada negra. Todavia, tenho dificuldade de embainhá-la com minha mão esquerda.

— Vamos para dentro. — diz o professor, na medida em que espreita a copa das árvores gigantes. — É perigoso aqui fora.

Durandal balança sua cabeça em afirmação, então todos entram na cabana sem dizer nada.

— Tio Durandal, como você nos achou? — questiona Alienor.

— Não foi muito difícil. Somente segui os sons das explosões, e não é como se estivessem tentando se esconder. Bom, creio que nem precisem. — Durandal diz isso, ao passo que olha para Valefar, então ele prossegue:

— Em todo caso, como você já deve saber, seu tio faz parte do esquadrão de inteligência de Galantur, portanto descobri há pouco tempo que vocês estavam por aqui. E como devem presumir, não sou o único em Galantur que descobriu isso: Sua irmã sabe que você está aqui.

— Aquela biscate... — diz Alienor.

Parece que ela não gosta muito da sua irmã, mas eu não a culpo, pois Loise tentou matá-la.

— Alienor, mais modos. Ela ainda é sua irmã — diz Durandal.

— Você se arrisca ao vir aqui, receio que a condessa não gostará desta sua visita — afirma o professor.

— Não há problema. Tenho boa relação com minha sobrinha. Além disso, ela não terá como descobrir.

— Minha mãe também pensava isso, antes de morrer — contesta Alienor.

— Entendo seu ponto, minha sobrinha. Entretanto, creio que me expressei mal, o que eu quero dizer é que ela precisa de mim, ou melhor, das minhas habilidades.

— Não sei se entendi bem — ela responde.

Já eu não entendo nada.

— Creio que uma guerra esteja emergindo. Há boatos de que Nila Velum vem se fortalecendo há aproximadamente dez anos.

— Não faz sentido — interrompe o professor —, porque eles não têm como chegar aqui. As águas que cercam aquele continente não permitem que qualquer navio o atravesse. O Mar de Betume possui demônios marinhos muito poderosos. Uma ou outra embarcação pequena até pode passar despercebida, mas um exército jamais.

— Vejo que os boatos sobre você são reais, Sr. Valefar. Você tem razão, um exército não conseguiria atravessar o oceano, porém o fato é que o continente demoníaco vem se preparando para algo grande. E demônios começaram a surgir em lugares aleatórios por toda Kordara. Entretanto devo pedir que guardem segredo sobre isso, pois posso ser morto por transmitir tais informações.

— Vou guardar segredo, eu prometo — respondo a ele.

— E você deve ser o garoto imune que espancou o filho do barão e que salvou minha sobrinha. Sou grato a você, meu jovem. Como devo chamá-lo?

— Sou o Gris, filho... Espera! Você disse que sou um imune?

— Ah, sim! Um tenente quase morto reportou há seis meses uma história interessante. Ele disse que um garoto manipulou fluxos de vida e morte sem precisar conjurar, fazer os sinais e tampouco um ritual. Além disso, outro soldado conseguiu retornar e confirmou em parte o depoimento do oficial, salvo que ele disse ter visto um garoto invocar um demônio sem um ritual.

— O tenente era o Fineas? — eu perguto.

— Não, ele estava bem mortinho. Explodiu pelos ares e tal — argumenta Alienor.

— Vocês esqueceram de checar o corpo, verdade? — diz Durandal.

— Bom, eu desmaiei. Então não lembro de mais nada — digo a eles.

Todos olham para a raposa.

— O quê? — ela responde. — Eu estava toda acabada, tão próxima da morte e sem fluxo que mal consegui voltar à forma de raposa para sobreviver. Depois eu somente fui carregada pelo Sr. Bigodes e não consegui fazer mais nada. Já o Fineas estava muito longe, pois ele voou bem alto. Vocês precisavam ter visto. Hahaha.

— Em todo caso — diz Durandal —, ele conseguiu chegar em Galantur, contou uma história bem interessante, mas morreu em seguida. Todavia eu só soube do conteúdo de seu relatório há pouco tempo. Além disso, percebo agora que ele não foi o único que saiu lesionado — Ele diz isso, ao passo que observa meu braço direito.

— Foi ele quem fez isso, mas logo estará normal — eu respondo.

— Vocês precisariam de um mago de vida muito poderoso para curar isso aí. Até onde eu sei, o braço foi cortado. Vocês já encontraram um curandeiro?

— Nós vamos a Ticandar — diz Valefar —, e lá eu conheço alguém que pode curá-lo. Aliás, curá-los.

Durandal olha para a raposa, então argumenta: — Entendo, o festival está próximo. Fico feliz que você esteja em boas mãos, sobrinha. Tenho que admitir que fiquei preocupado que você estivesse aqui no meio da floresta, mas foi bobagem minha.

— Em todo caso — aduz o professor —, Alienor está sob minha proteção, portanto seria bom que os soldados de Galantur não viessem atrás dela.

Loise já se consolidou como condessa agora, e não deve mais causar problemas. Além disso, ninguém teria coragem de vir até aqui.

Ufa! — exclama a raposa. — Eu já estava de saco cheio de correr deles.

— Porém receio que minha visita esteja em seu fim — diz Durandal. — Se eu demorar a retornar, as pessoas erradas poderão fazer as perguntas certas. Lhes desejo sorte rumo a Ticandar, porém creio que com o Sr. Valefar como guia, a sorte será desnecessária. Espero que você consiga retornar em algum momento a sua casa, Alienor. Lembre-se que você ainda tem família.

— Obrigada, tio. Em algum momento eu voltarei para chutar a bunda da minha irmã. Portanto, darei uma passadinha em sua casa.

— Você não tem jeito, verdade? — pergunta o ruivo.

Durandal se levanta da cadeira, cumprimenta Valefar, acaricia a cabeça de Alienor...

Hey! Não sou um animal de estimação! — esbraveja a garota.

— Por favor, continue a cuidar bem de minha sobrinha, Gris. Eu estarei em dívida com você. — Durandal estende sua mão, e eu a aperto.

— Vou cuidar, Sr. Durandal.

— Você não sabe nem cuidar desse seu nariz escorrendo! — exclama Alienor.

O Ruivo vai até a porta e a abre. Ele vira seu rosto e diz para Alienor: — Galantur.

— Um dia, ele voltará — responde a raposa. — Um dia, também voltarei, tio.

 

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