Volume 3
Capítulo 95: A Espada da Verdade (Não exatamente)
Puxa, Salrut realmente nos pegou. Eu nunca pensei que ele, de todas as pessoas, seria o verdadeiro responsável puxando as cordas por trás de tudo isto.
Eu realmente queria ter descoberto sua verdadeira natureza quando nos conhecemos, porém, manter o ‖Princípio da Falsidade‖ ativo 24 horas por dia, sete dias por semana não seria exatamente algo que eu estava disposto a fazer.
O problema era, eu realmente estava planejando sentar e interroga-lo, mas eu acabei involuntariamente acreditando nele porque ele era um companheiro dos gêmeos.
Na verdade, nós acabamos confiando nele tanto que nem mesmo consideramos usar a habilidade nele até depois de a usarmos em Naymario.
(Mestre): "Hmm… o que fazer?"
De qualquer forma, nós primeiro decidimos curar os soldados que acabamos de espancar para que eles não morressem enquanto considerávamos nossas opções. Só depois disso eu continuei a ponderar.
Eu estava absolutamente certo que Salrut era um espião raidosiano e que ele estava trabalhando com Naymario. O único problema era que eu não poderia provar isso. Não poderíamos provar que tínhamos a habilidade de reconhecer mentiras, então essa não era uma opção.
Puxa, toda essa coisa de espionagem e conspiração era muito para se lidar. Eu quase desejava apenas ignorá-los e fingir que eu não sabia de nada, mas... nah, isso seria ir longe demais. Nesse ritmo, Salrut provavelmente faria com que os gêmeos fossem assassinados ao mesmo tempo em que silenciava Serid no processo.
Quer dizer, eu não poderia me importar menos sobre o que aconteceria com Serid, porém, eu queria mesmo ajudar os gêmeos. Eles eram amigos de Fran. Ela provavelmente ficaria muito triste se algo acontecesse com eles.
(Mestre): "Nós precisamos descobrir como podemos fazer ele confessar"
[Fran]: ("Espancar ele?")
[Urushi]: ("Woof?")
(Mestre): "Espere, espere. Obter informação de alguém através de violência não deveria ser a primeira coisa a se pensar. Isso é mais como o último recurso"
[Fran]: ("Verdade?")
Da forma como eu enxergava isso, espiões tendiam a ser do tipo de pessoa que não falaria independentemente de quanto você o torturasse, então espancar ele poderia ser completamente inútil.
E se as coisas ficassem ruins, nós poderíamos acabar nos tornando procurados pelo governo.
(Salrut): "Isso é o suficiente? Eu realmente gostaria de começar a questioná-lo"
Merda! Eles vão arrastar Serid para algum lugar se eu não pensar em algo depressa. Vamos lá! Pense! Pense!
[Fran]: ("Força bruta?")
[Urushi]: ("Woof, woof!")
(Mestre): "Espere! Eu já te disse que você deve fazer disso nosso último recurso!"
Se isto continuasse, Fran provavelmente iria colocar em ação seu suposto último recurso.
Espere, já sei! Isto provavelmente soaria muito forçado, mas era basicamente a única coisa que eu poderia pensar dado o pequeno intervalo de tempo disponível.
(Mestre): "Fran, certifique-se de repetir exatamente o que eu disser"
[Fran]: ("Nn. Entendido")
(Mestre): “Urushi, vá discretamente para o local onde Salrut e Naymario estão, assim eles não poderão fugir”
[Urushi]: ("Woof!")
Tudo bem, vamos torcer para isto funcionar…
(Fran): "Espere. Só um pouco"
Antes de tudo, nós temos que ter certeza que eles não levem Serid para nenhum lugar.
(Salrut): "O que foi?"
Salrut parecia um pouco irritado com o fato de que Fran o deteve de novo, o que era bom. Quanto menos calmo ele estivesse, mais fácil isto seria.
(Fran): "Tenho item. Vai ajudar a provar culpa de Serid"
(Salrut): "Oh?"
Salrut ficou com uma cara de suspeita como resposta. Ele provavelmente não queria que nós interferíssemos ainda mais, mas decidiu esperar por ora. Serid, por outro lado, estava com uma cara preocupada. Ele provavelmente pensou que estávamos do lado de Salrut e que tentaríamos fazê-lo parecer ainda mais culpado do que já parecia.
(Fran): "Liberar selo"
Eu imediatamente comecei a me transformar, aparentemente em resposta as palavras de Fran. Eu ativei ‖Lâmina do Trovão‖ enquanto também usava ‖Magia de Purificação‖ para me fazer parecer divino.
(??? A): "Woah!"
(??? B): "O qu-que diabos é isso?"
As pessoas ao nosso redor soltaram gritos de choque enquanto observavam uma espada brilhante subitamente mudando sua forma bem diante de seus olhos. Minha lâmina ficou coberta de várias protuberâncias em forma de asa; eu me tornei o que parecia ser uma arma cerimonial, um armamento usado para nada além de rituais.
(Flut): "O qu-que é isso?"
(Fran): "[Espada da Verdade]. Funcionalidade mais fácil de ver do que explicar. Flut"
(Flut): "Si-sim?"
(Fran): "Diga o nome da irmã"
(Flut): "Quê?"
(Fran): "Me diga o nome da sua irmã. Dê resposta"
(Flut): "Tu-tudo bem. O nome da minha irmã é Satia Diel Fyrias"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Flut): "W-woah, de onde essa voz veio!?"
(Fran): "[Espada da Verdade]. Ferramenta mágica. Reconhece verdades e mentiras"
Yup, uma baita de uma mentira, saindo direto do forno. Bom, na realidade, isso era meio que verdade, vendo como eu realmente tinha o ‖Princípio da Falsidade‖. De qualquer forma, esta foi a ideia que eu tive no último momento possível. Nós iríamos convencer a todos que eu era um tipo de detector de mentiras mágico, então poderíamos demonstrar que Salrut não era o que aparentava ser. Em outras palavras, nós tentaríamos fazê-lo confessar.
Em primeiro lugar, nós teríamos que fazer todos no local pensarem que eu era capaz de discernir entre o que era verdade e o que não era.
Momentos como este quase me faziam desejar que eu tivesse uma habilidade que aumentasse nossa capacidade de atuar ou algo assim, mas, tanto faz. O problema era eu ser um tipo de espada, e eu realmente não estava me movendo nem nada do tipo, então eu não tinha certeza se poderia conseguir convencer a todos que eu era de fato real. Além disso, o ‖Princípio da Falsidade‖ não fazia a própria Fran parecer mais convincente. Contudo, ele me fazia soar mais convincente, o que era bom o bastante, eu acho.
Eu me certifiquei de fazer minha voz ser a mais monótona e parecida com uma máquina possível. Na realidade, eu realmente baseei meu padrão de discurso na locutora do sistema. Eu cheguei até a usar a ‖Interferência de Avaliação‖ para me fazer uma página de Status falsa, mas infelizmente, ninguém aqui poderia usar ‖Avaliação‖, então isso acabou como nada além de desperdício de esforço.
(Fran): "Em seguida, vez de Satia. Faça uma pergunta"
(Satia): "Okay. Nesse caso, eu vou perguntar algo ao meu irmão. Flut, que presente nós recebemos de nossa irmã mais velha, Angellica, em nosso quinto aniversário?"
(Flut): "Eu acredito que ela nos deu um par de amuletos correspondentes"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Flut): "Ela respondeu!"
(Satia): "E isso está correto também"
(Flut): "Eu-eu vou fazer a próxima pergunta. Qual é a comida favorita de nosso pai?"
(Satia): "Eu acredito que seja carne"
(Mestre): "Uma mentira foi dita"
(Flut): "Es-está correto de novo!"
Parecia que o pai dos gêmeos, o Rei, era provavelmente mais fã de pratos doces. Isso significava que ele provavelmente era bem gordo. Me pergunto se ele tem diabetes.
Os gêmeos se revezaram fazendo perguntas um para o outro. Eles começaram perguntando coisas bastante inocentes como o nome da mãe deles e perguntas sobre o cardápio que lhes foi apresentado para o jantar de anteontem. Entretanto, logo isso chegou ao ponto onde eles começaram a perguntar quando foi a última vez que o outro molhou a cama e quem foi seu primeiro amor. Eu quase disse para eles pararem. Eu realmente não precisava saber de seus segredos mais profundos e sombrios.
No fim, nós conseguimos convencer ambos os gêmeos que eu era um genuíno detector de mentiras.
(Flut): "Ela-ela pode mesmo discernir a verdade da mentira"
(Satia): "Que item mágico incrível é esse"
(Fran): "A seguir, Capitão"
(Ringel): "Eu?"
(Fran): "Nn"
O próximo grupo que tentamos convencer foi a tripulação do navio. Diferente do Príncipe e a Princesa, eles só perguntaram sobre coisas indecentes. Eles focaram em perguntas para as quais eu não deveria saber a resposta. Ou seja, eles perguntaram sobre informações a respeito das esposas, animais de estimação e refeições recentes de seus colegas.
E assim, nós conseguimos convencer todas as pessoas ao nosso redor que eu realmente era a [Espada da Verdade]. Em outras palavras, o palco estava montado.
A cara de Salrut gradualmente começou a se distorcer. Ele provavelmente estava em pânico por dentro. Ele sabia que eu seria capaz de dizer que Serid era inocente.
(Salrut): "Hah, hah, hah! Que item incrível você tem aí. Contudo, não há necessidade para isso. Todos nós sabemos que Serid foi a pessoa que contratou os piratas. Afinal, os próprios piratas confessaram isso"
Ele imediatamente tentou escapar, mas não havia formas de que eu deixaria ele fugir assim tão fácil. E assim, Fran ignorou por completo o ⌈Cavaleiro das Trevas⌋ e se virou para Serid com o objetivo de o fazer uma pergunta.
(Fran): "Você planejou matar os gêmeos?"
(Serid): "Eu nunca planejei nada desse tipo! Eu juro que sou inocente!"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Salrut): "Is-isso é impossível! Escute... hghalskjdhg"
Salrut tentou falar, mas eu o calei com a ‖Telecinésia‖. Tudo bem, vamos continuar!
(Fran): "Planejou o sequestro deles?"
(Serid): "Não planejei"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Fran): "Pediu aos piratas para atacar?"
(Serid): "Eu nunca me envolvi com esses malfeitores!"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Fran): "Pediu a Naymario para reservar o navio?"
(Serid): "Pedi"
(Mestre): "A verdade foi dita"
As pessoas ao nosso redor estavam com olhares de choque em seus rostos. Eles pensavam que Serid era algum tipo de traidor desprezível, mas descobriu-se que ele era inocente desde o começo.
(Fran): "Em seguida, Naymario"
(Naymario): "Eu-eu não vejo necessidade para responder suas perguntas"
Yeah, yeah, tudo bem, tanto faz. De qualquer modo, ele não iria escapar vendo como Urushi estava parado logo atrás dele.
(Fran): "Tentou incriminar Serid?"
(Naymario): "É-é claro que não!"
(Mestre): "Uma mentira foi dita"
Os olhos de ambos os gêmeos se apertaram com a resposta dele.
(Fran): "Conspirando com Salrut?"
(Naymario): "…"
Ele não respondeu à pergunta. Oh, bem, que seja.
(Fran): "Conspirando com Salrut? Silêncio é sim"
(Naymario): "Mas…"
(Mestre): "A verdade foi dita"
(Fran): "Salrut queria matar os gêmeos? Silêncio ainda é sim"
(Naymario): "Eu-eu não faço ideia do que você está falando! Absolutamente não faço ideia!"
(Mestre): "Uma mentira foi dita"
Heh.
Todos no navio começaram a voltar seus olhos para a direção de Naymario. Todos eles acreditavam que ele era um traidor. A [Espada da Verdade] podia reconhecer a verdade afinal.
Deixando isso de lado, o ‖Princípio da Falsidade‖ realmente era uma habilidade terrivelmente poderosa. Você provavelmente poderia derrubar um país com facilidade se abusasse desse poder. Mas mesmo com tudo isso considerado, eu ainda sentia que nós deveríamos evitar usar esta habilidade o máximo possível. Quer dizer, nós tínhamos aquele nobre estúpido do Auguste como exemplo, já que ele nos mostrou exatamente o que aconteceria se nós confiássemos demais nessa habilidade. Então, é, eu acho que seria melhor evitarmos usá-la o máximo possível.
(Fran): "Em seguida. Perguntas para Salrut"
Tudo bem, e agora colega? Eu sou a [Espada da Verdade], venha até mim. Eu estou preste a expor todas as suas mentiras!
(Salrut): "Merda! Pirralha maldita!"
Parecia que Salrut também acreditava que eu realmente era a [Espada da Verdade]. Bem, em outras palavras, ele tinha total certeza depois de ver o que eu tinha feito.
Ele claramente entendia que não poderia tentar inventar nenhum tipo de desculpa, e assim, ele imediatamente sacou a espada em seu quadril e saltou na direção dos gêmeos.
(Salrut): "Parece que eu não tenho outra escolha além de cuidar disso por conta... agh!"
Ou pelo menos ele tentou.
(Urushi): "Growl!"
Urushi instantaneamente voltou para seu tamanho normal e prendeu o ⌈Cavaleiro das Trevas⌋ no chão com uma de suas patas dianteiras.
(Fran): "Sem mais perguntas"
Um único olhar nos rostos dos gêmeos revelava que eles agora sabiam a verdade, que Salrut esteve os enganando desde o início.
(Flut): "Não pode ser… Salrut, por quê!?"
A imediata reação do Príncipe Flut foi soltar um grito amargurado, um grito que ressoou por todo o navio.