Volume 6

Capítulo 270: O assassino descoberto

— Normalmente, eu daria uma recepção adequada para você, mas, de forma lamentável, estamos no meio de uma emergência. —, disse a princesa.

— Nn. Não ligo.

— Muitíssimo obrigada pela compreensão.

A princesa fez uma mesura como pedido de desculpas enquanto observávamos os aventureiros em volta dela embarcarem na carruagem com chifres. Estava claro que eles precisavam partir o mais rápido possível.

Ao me aproximar, vi que ela não se parecia em nada com o atual Senhor das Feras.

Ela também era meio fraca, então eu duvidava que fosse mesmo filha dele. Ela devia ser uma dublê de corpo, não é?

Isso explicaria sua página de status bizarra. Todos os homens-fera evoluídos deviam receber uma habilidade específica da espécie ao despertar. Por exemplo, um tigre-negro receberia o Ímpeto do Relâmpago e um tigre-negro-celestial receberia o Ímpeto do Relâmpago Brilhante. O Lorde das Feras era um leão-das-chamas-douradas e vi que ele tinha a Chama Dourada da Extinção, então essa leoa-dourada deveria ter algo semelhante.

Hmm... nada parecia fazer sentido. Havia muitas inconsistências. Ela tinha que ser uma dublê de corpo ou algo parecido.

Eu duvidava que o mestre da guilda não percebesse um disfarce desses. Ele devia estar ciente da situação. A escolta extravagante que ele encomendou provavelmente pretendia ajudar a vender a história e induzir as pessoas a pensarem que a guarda real era a verdadeira princesa. Com esse nível de preparação, era impossível para alguém que ainda não a conhecia dizer que era uma farsa, ainda mais se a viam sendo tratada e endereçada como integrante da família real.

— Mestre?

"Nah, não é nada. Só estou pensando na princesa e em como ela deve ser uma farsa."

“Farsa? O que fazer?”

"Boa pergunta. Para ser honesto, eu não sei."

Não havia nenhum benefício em apontar que a princesa era uma farsa. Provavelmente colocaríamos em risco alguma missão importante, irritaríamos o País dos Homens-Fera e seríamos marcados como inimigos como resultado.

No fim, apenas nos despedimos da "princesa". Ela nos fez uma reverência, embarcou em sua carruagem pessoal e depois partiu depressa com o resto de sua comitiva. Ela havia trocado apenas algumas palavras com Fran, mas não nos importamos. Pelo contrário, isso funcionou a nosso favor. Queríamos chegar à capital o mais rápido possível e sermos convidados a tomar um chá com a princesa, ou quem sabe até protegê-la, teria sido um incômodo.

"Tudo bem. Vamos par a guilda.”

“Nn.”

E assim nos viramos para a cidade, mas Fran parou de repente quando chegamos no portão da cidade.

“Qual o problema Fran?”

— Mestre, algo ali.

“Onde?”

Ela apontou para um dos suportes do portão. Lá, captei uma presença estranha, como um monstro tentando escapar da detecção. A pessoa em questão era bastante habilidosa, mas não o suficiente para escapar dos sentidos de Fran. A única razão pela qual eu não o detectei foi porque ele não era hostil. Ele estava apenas tentando se esconder, ao que parecia.

Uau, fiquei impressionado que ela o tenha notado.

Decidi dar uma olhada no homem misterioso, já que ele estava claramente não era o valentão habitual que você encontraria por aí.

“Espere aqui.”, eu disse a Fran.

— Nn.

Eu me teletransportei para mais perto para investigar melhor. Encontrei a pessoa em um beco ao lado do portão. Ele estava escondido nas sombras e usando uma habilidade para ocultar ainda mais sua presença. Eu logo o avaliei.

“Hmm. Então ele é um assassino.”

O nome do homem era Genro e sua classe era assassino. Ele devia ser um veterano, já que tinha o título de Matador de Nobres. Eu o teria ignorado se ele fosse apenas um simples valentão ou uma espada contratada, mas alguém do seu calibre não deveria ser deixado sozinho. Eu decidi capturá-lo e interrogá-lo à força. Usei a telecinesia para congelá-lo no lugar, depois usei a magia da terra para moldar o solo e restringir a metade inferior de seu corpo.

“É isso aí! Ataque surpresa bem-sucedido!”

— O quê-quê!? — ele exclamou.

"Eu te peguei." Eu falei com ele telepaticamente. "Não tente resistir."

— Não mexa comi-...

"Você não vai me encontrar. Nem se incomode com isso."

— Kuh…

Na verdade, eu estava apenas me escondendo do outro lado da parede atrás dele. Mas, sendo uma espada, não seria pego por habilidades capazes de procurar por criaturas vivas. Somente pessoas com habilidades de detecção de magia de alto nível poderiam me localizar.

"Agora vamos ao que interessa, Genro."

— Quê!?

"Não tente mentir. Eu já sei tudo sobre você."

— Você tem avaliação!?

“Por que você está aqui? Para assassinar a princesa?”

— ...

“Silêncio, hum?”

— … guh.

Genro mordeu a boca. Ele tinha uma cápsula envenenada embutida no dente. Enquanto seu rosto ficava roxo, suas pupilas começaram a aumentar...

“Boa tentativa imbecil. Antídoto!”

Eu o curei.

— O quê!? — ele gritou.

"Esse era um veneno poderoso. Mas é uma pena que minha magia de cura seja mais forte."

— ... isso é uma piada?!

"E não se incomode em morder sua língua. Eu também posso curar isso."

— ...

"Agora responda minhas perguntas. Vou ter que ser duro se não o fizer."

— ...

"Bem, você que pediu."

E assim eu o espanquei até deixá-lo à beira da morte. Na verdade, ele não me disse nada, mas eu pude entender a situação usando o Princípio da Falsidade sempre que ele dizia "não" ou "eu não sei". Os resultados? Genro era um assassino do Reino de Bashar e estava ativamente mirando a princesa Nemea. Seu plano era perseguir o comboio e matá-la.

Ele parecia pensar que aquela princesa era real. A dublê de corpo devia estar fazendo um bom trabalho, já que estava atraindo pessoas do calibre dele. Genro gemeu de dor. Agora, o que fazer com um assassino meio-morto?

Eu deveria entregá-lo aos guardas se eu pudesse encontrar uma maneira de chamá-los.

Enquanto mirava com cuidado no céu, disparei uma explosão à base de chamas acima da cidade. O som da explosão reverberou por toda a cidade.

Os guardas com certeza viriam correndo atrás disso. Pois é, na verdade, três deles estavam vindo.

— Você aí! Parado! — eles gritaram.

— É, é, eu sei.

Eu havia feito um doppelganger em forma humana de antemão. Eu levantei os braços como se quisesse me render e depois gesticulei em direção ao corpo de Genro.

— Esse cara é um assassino bashariano. — Eu falei através do doppelganger.

— O quê? Como você sabe disto?

— Ele estava atrás da princesa Nemea, então eu o capturei. Estou entregando ele para vocês. Divirtam-seeee.

— Espere, o que você quer diz-... puta merda, ele está desaparecendo!?

Os guardas, atordoados, observaram meu doppelganger derreter no ar. Depois de piscarem algumas vezes, eles se lembraram de repente que tinham um suposto assassino para lidar. Eles olharam para baixo e viram que suas mãos e pés já estavam amarrados, cortesia minha, é claro. Depois de vê-los levarem o assassino, dei um tapinha em minhas costas por um trabalho bem feito.

Ééé. Hora de voltar para Fran.



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