Volume 5

Capítulo 224: Como viajar para a Nação dos Homens-fera

— Eu tenho que dizer, você com certeza parece atrair problemas. Você já se envolveu com dois figurões diferentes em um único dia. Para ser justo, isso deveria ser algo que você já esperava que fosse acontecer. Você chamou muita atenção e atraiu muitos olhos. Nós, como a guilda, somos gratos pela sua ajuda, mas acho que você não sente o mesmo.

"Sim, nós preferíamos não nos envolver com nenhuma dessas pessoas."

— Hahahaha, sim, foi o que pensei. Que pena para você, posso garantir que isso continuará acontecendo.

— Como fazer parar?

— Fico feliz que você esteja disposta a pedir meu conselho, em vez de ficar enrolando ou pensando que, de alguma forma, encontrará a solução para escapar de todas as situações. Você se lembra de como eu te disse para ir ao país dos Homens-Fera? Meu conselho pessoal seria que você se apresse nessa viagem. Os idiotas do nosso país não poderão te fazer nada se você for embora.

"Parece uma ótima ideia, mas não tenho certeza de que será tão fácil para nós apenas aparecermos em outro continente."

Provavelmente precisaríamos de um navio e de um visto se quiséssemos seguir nosso caminho.

— Não se preocupe com o visto, a guilda o cobriu nesse assunto. Qualquer pessoa que tenha um pedido designado pode usar seu cartão tanto como uma permissão de entrada quanto de saída.

Uau, cartões da guilda eram muito mais convenientes do que eu imaginava.

— Haverá um escritório na fronteira. O inspetor terá um item mágico e deverá te deixar passar desde que você mostre a ele seu cartão da guilda.

— Obrigada.

"Acho que isso significa que encontrar um navio será tudo com que teremos que nos preocupar."

— Essa parte será um pouco mais difícil. Barbola provavelmente será sua melhor aposta, mas não acho que eles tenham transatlânticos em serviço.

"Hum, isso é esquisito. Como as pessoas costumam chegam à nação dos Homens-Fera?"

— A maioria dos aventureiros costuma ter comerciantes que os contratam como escolta.

"Parece uma boa ideia."

O problema com isso era a aparência de Fran. Eu duvidava que alguém estivesse disposto a contratá-la como guarda, uma vez que ela era do jeito que era. Se eu tivesse que contratar uma escolta e minhas opções fossem uma criança e um homem corpulento, eu com certeza escolheria a segunda opção.

Conseguimos uma missão de escolta ao ir de Dharz a Barbola, mas isso foi apenas porque conhecemos o Príncipe Flut, a Princesa Satia e Salrut. Em outras palavras, só conseguimos pegar uma carona porque tínhamos o poder do nepotismo em mãos. Não tínhamos mais as conexões com-... espere.

"Poderíamos tentar perguntar aos caras do Conglomerado Luciel."

— … quem?

"Tá, não estou surpreso que você já os tenha esquecido."

Eu também quase me esqueci deles. Fran não era boa em se lembrar de nomes, então ela ter esquecido deles não era nenhuma surpresa.

"Você se lembra de como tivemos que andar de navio para ir de Dharz a Barbola? O conglomerado é a empresa dona do navio, lembra? Chegamos até a receber uma moeda do capitão, uma com algum tipo de brasão."

— Nn…? Recebi moeda?

"Sim, nós recebemos."

O conglomerado era uma das maiores corporações de Barbola, então havia uma boa chance de eles terem um navio ou dois indo para Chrom.

— Acho que você não terá problemas para encontrar um trabalho de escolta. Os comerciantes são conhecidos por suas vastas redes de informações, suas muitas conexões permitem que eles se espalhem e capturem informações com mais rapidez do que qualquer um. Tenho certeza de que os mercadores de Barbola já souberam de suas realizações.

— Então será fácil encontrar navio para escoltar?

— Acho até seguro dizer que eles estarão lutando por sua atenção. Dito isso, deve ser melhor você tirar vantagem "daquela" conexão do que se esforçar para encontrar um navio para o País dos Homens-Fera que pode nem existir.

— Nn?

"Ééé, bom ponto."

Fran parecia não ter percebido isso, mas eu, eu já tinha pensado muito sobre o que Dias estava sugerindo no momento. A conexão a que ele estava se referindo era a que compartilhamos com o Lorde das Feras.

Eu não sugeri no mesmo instante pedir ajuda, porque não tinha certeza se era a melhor ideia.

Havia várias razões pelas quais eu pensava que era esse o caso, com a primeira sendo que parecia que estávamos confiando nele mais do que deveríamos. Eu não queria ficar com uma dívida ainda maior da que já tínhamos com ele.

A segunda foi que o Lorde das Feras não estava planejando voltar tão cedo para sua nação. Ele era um rei, um que provavelmente seria recebido com uma recepção calorosa, independentemente de onde ele fosse. Lidar com as pessoas que o receberiam era parte de seu trabalho. Sua personalidade fazia com que ele não fosse tão receptivo, mas Royce e seus outros companheiros sempre pareciam estar trabalhando para impedir que ele agisse com base em seus caprichos egoístas. Em outras palavras, ele não voltaria ao seu país por um bom tempo.

Senti que poderíamos chegar ao nosso destino muito mais rápido se encontrássemos um navio que nos levasse direto para lá.

Dias, no entanto, estava inclinado a discordar.

— Sua primeira razão também pode ser questionada. De qualquer maneira, você precisará pedir um favor a ele, visto que precisará fazer uma visita a Kiara.

“Verdade.”

— O mesmo vale para o seu outro ponto, duvido que ele faça muitas paradas no caminho de volta.

“Por que isso?”

— A equipe do Lorde das Feras quase não parou no caminho para cá. Eles sempre faziam uma grande demonstração de que o Rei dos Homens-Fera estava se movendo em sua carruagem sempre que entravam na cidade, mas passavam o resto do tempo como faria um grupo normal de aventureiros.

Suas ações faziam sentido para mim, pois agir da maneira que eles agiam com certeza permitiria que eles se movessem em um ritmo mais rápido. A única questão era que eu não tinha muita certeza de que conseguiríamos acompanhar um grupo classificado como rank S.

Essa não foi a única preocupação que eu tinha com isso. Havia uma chance de eles descobrirem sobre mim se viajássemos com eles. Homens-Fera tinham boa intuição e aventureiros de alto nível eram afiados. A combinação das duas características me fez sentir que eles com certeza entenderiam se ficássemos com eles por um longo período de tempo.

— Bom, uh… boa sorte. Eu não sei mais o que dizer a você sobre isso.

"Sim, eu imaginei isso."

Mesmo assim, para início de conversa, eu não tinha muita certeza se o Lorde das Feras estaria disposto a nos deixar viajar com ele. Havia uma chance de ele nos mostrar um navio e nos deixar partir sem ele, se tivéssemos sorte.

— Vou perguntar ao Lorde das Feras.

"Sim, não há problema algum em apenas perguntar, eu acho."

— Diga a ele e a seus amigos que eu mandei um oi.

— Nn.



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