Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 11

Capítulo 19: Uma Montanha de Cadáveres


Os restos empilhados de monstros tinham chegado a mais da metade da altura dos muros da fortaleza.

Quando se derrotava alguns, eles seriam pisoteados, e com os próximos monstros derrotados também, eles simplesmente continuavam sendo empilhados.

Mas eu não podia ver a figura de nenhum dos monstros que apresentariam uma ameaça para nós.

Os ataques impiedosos da fortaleza, junto aos ataques das qilins do céu. Selados sem espaço para correr, os monstros apenas aguardavam por suas derrotas.

Enquanto durava, o Quinto soltou sua voz de dentro da Joia.

『Essa falta de resistência é estranha. Para o Kong Gigante ser o único monstro da Classe chefe... certamente não é o bastante.』

O presente estado que podia praticamente ser chamado de colheita a este ponto parecia bastante insuficiente.

(Pessoalmente, eu não quero mais lutar aqui. Se eu passasse por um Crescimento a esse ponto, seria um problema enorme.)

Seria impossível eu continuar a batalhar, e ficaria de cama de alguns dias até uma semana.

Como eu não podia ficar fora por um período tão longo, desde que vim à fortaleza, me abstive de lutar tanto quanto possível.

Era uma legião massiva de monstros... mas a maioria deles podia ser chamada de fraca.

O exemplo de monstros representantes — Goblins — estavam presentes, mas também havia muitos monstros insectoides.

Após abater os mais fortes deles, era realmente apenas o processo de selá-los, e derrotá-los.

Números podiam ser um enorme poder.

Mas a esse ponto, nós estávamos vencendo, mesmo em números.

E após derrotar muitos, um problema surgiu.

『Lyle, flechas impulsionadas são sem sentido. Usar flechas normais é mais que o suficiente.』

Da Aria também.

『Usar balas de canhão seria um desperdício quando eles estão tão dispersos.』

Era o mesmo para a Clara.

『Ainda podemos preparar alguns tiros do nosso lado, porém mais que isso seria inútil na minha opinião.』

Elas estava compartilhando informação visual comigo, então o cenário que eu via de cima da fortaleza era visível para todas através da linha da Conexão. Vendo isso, Clara também concluiu que qualquer uso a mais de catapultas não teria significado nenhum.

De dentro de Joia, o Sétimo soltou sua voz.

『... Lyle, é hora de encerrar. Exploda a frente do portão.』

Agarrei a Joia e dei ordens para Miranda.

— Miranda, limpe a frente do portão. Nossas forças farão sua estreia.

『Entendido. E quanto a nós?』

Nosso grupo também deve ir? Quando ela perguntou uma coisa dessas, ofereci um “não”, e recusei.

— ... será duro mesmo depois que terminar. Por enquanto, apenas descanse. Pessoal.

Eu queria que todas descansassem. Bastava ver a escala do campo de batalha. Havia o problema da limpeza.

O Quarto deixou seu alto astral se mostrar.

『Pois bem, daqui em diante é meu turno. Para transformar as Pedras Mágicas e materiais em ferramentas de negociação, devemos avançar eficientemente. Lyle, envie a Mônica-chan e a Clara-chan apara apoiarem a Adele-chan.』

Papelada aguardava. A batalha em si se aproximava de seu fim, mas ainda estaríamos ocupados. E iríamos coletar os materiais caídos que pudéssemos.

Além disso, havia muitas coisas que tinham de ser feitas. Transportar os feridos, assim como os ritos para os falecidos. Aqueles mortos em ação não eram um número baixo.

— ... Deixe o comando do ataque para a Alette. Tenho certeza que ela fará um alvoroço o bastante para servir de distração.

Nisso, Aria e Eva...

『... Não é ruim se não enviarmos ninguém dos nossos?』

『Isso, isso! Precisamos enviar uma ou duas! Yep! Eu me voluntario!』

『E-eu também vou!』

Aria e Eva anunciaram suas candidaturas, e eu podia adivinhar a razão em geral. As coisas ficaram ocupadas, e parece que elas haviam captado que seria suas temidas papeladas.

Nisso, a Miranda falou:

『Sem problemas. Mas quando retornarem, vocês definitivamente irão nos ajudar também.』

Suas palavras as calaram.

Eu podia imaginar mais ou menos as duas cabisbaixas. Sorrindo um pouco, abaixei os olhos para os monstros finais oferecendo resistência diante da fortaleza.

— ... é o fim.

— ... No quartel-general da Guida de Beim, levaram alguns dias antes de a informação sobre o Forte Redant chegar.

Na reunião de executivos da Guida, os membros olhavam os fatos sobre como um forte tinha sido transformado em uma fortaleza, e como uma força aliada de Zayin e Lorphys, lideradas pelo Lyle, foi capaz de derrubar uma força dez vezes maior que seu tamanho.

Participando junto com seu superior, Tanya estava surpresa diante das notícias também.

— O que devemos fazer!? Nossos aventureiros não estiveram desafiando nosso Labirinto ultimamente! Temos Pedras Mágicas e materiais insuficientes!

— ... Nós podemos apenas comprá-las dos dois países que obtiveram vitória. Não, isso foi no território de Beim. Apenas diga que as pedras e materiais que eles obtiveram caem sob nossa jurisdição, e...

— E você acha que isso vai passar? Faça isso, e perderemos nossa credibilidade.

O conteúdo da reunião era referente à vitória do Lyle e Cia. Indo tão longe ao ponto de completamente negligenciar as perdas sofridas pelos aventureiros de Beim.

— Mesmo quando temos baixas próprias.

Quando Tanya falou isso, seu superior olhou para os documentos.

— Da Filial Leste, alguns aventureiros de alta avaliação. Eles tiveram azar. Para estarem no único ponto onde surgiram baixas.

Aventureiros da Filial Leste tinham sido despachados para defender pontos importantes. Mas, atacados pelos monstros que tinham voado da Fortaleza Redant, foram postos em batalha.

Eles tiveram azar.

Se fosse um Grifo, eles teriam sido capazes de lidar. Mas um monstro preto e largo... um corvo...

Atacados por tal monstro, o grupo sofrera baixas pesadas. Por sorte, outro grupo cuidou dele, mas mesmo assim, a taxa de mortos não foi pequena.

Seu superior assistia o fluxo da reunião.

— Ora, ora, ora, mesmo assim, Beim está em um estado meio grave. Uma carga enorme de armas sobrando. Com pedras mágicas e materiais, nós não estivemos desafiando o Labirinto por um tempo, então como devemos compensar... Olhando para o todo, é apenas um número pequeno, todavia.

Numericamente, não pinicaria. Mas não era um número que podia ser ignorado.

E no presente, com planos desmoronando, uma quantidade enorme de equipamentos restava.

O superior da Tanya olhava para os números na página.

— Pode ser aquilo... enviar o equipamento para Zayin e Lorphys em troca das pedras e semelhantes. As coisas provavelmente prosseguirão assim. Mas o que os mercadores dirão então?

Reclamando com sua cabeça doendo, o superior parecia estar pensando sobre contramedidas futuras.

E Tanya afirmou mais uma vez que para o alto escalão, aventureiros não eram nada mais que números em uma página...

... Filial Leste da Guilda de Beim.

Rühe, a recepcionista não sabia que tipo de rosto deveria fazer.

— … Eh?

O aventureiro solitário que havia retornado estava gravemente ferido. Seu braço estava envolto em bandagens. Estava mais do que claro que ele havia sofrido uma derrota. Não era mais possível ele servir como um aventureiro.

Porém, mais do que isso...

— ... São os cartões da guilda deles. Eu vim devolver. E isso era dele.

Um belo ornamento. De vista, era possível dizer o quão caro era.

O aventureiro era um companheiro daquele que era próximo a Rühe.

— Para aqueles que não escreveram testamentos para deixar seus pertences para suas famílias enlutadas, como um membro do grupo, sou eu quem deve carregá-los. Mas pensei que isto em particular deveria ser passado a você.

Enquanto ela aceitava, não sentia um senso de realidade. Ela moveu-se de modo vacilante para buscar as cópias dos cartões mantidos pela Guilda.

Cartões da Guilda existiam em pares, e quando um aventureiro falecia, um corte seria feito em seus nomes. Era assim que a Guilda podia confirmar suas mortes.

Enquanto a Rühe vasculhava o depósito de cartões da guilda, encontrou um cartão com um talho o cruzando.

O nome do aventureiro com quem ela era próxima estava riscado. Sua morte era garantida.

— ... Eh? Mas... ele... falou que tinha algo que queria me dizer quando voltasse.

Sentando-se onde estava, Rühe deixou suas lágrimas caírem em abundância sobre o chão...

Sacos de corpos cheios estavam enfileirados na fortaleza.

Companheiros confirmavam os corpos, e os registravam. Para reembolsarmos os enlutados posteriormente.

Em tal lugar, eu me mantinha imóvel.

A maioria dos sacos de corpos, para que outros pudessem confirmar seus rostos, tinham as cabeças dos mortos para fora. Entre eles, havia alguns deixados em estados terríveis. Os subordinados e superiores desses homens haviam morrido em batalha.

Alguns caíam em lágrimas.

Um dos soldados despejava a bebida em sua mão sobre um corpo.

— Olha, eu comprei essa bebida cara pra vocês beberem. Gostosa, não é... se gostaram, então me digam, merda!

Enquanto ele chorava, o homem de cerca de trinta anos despejava vinho sobre o corpo do soldado de menos de vinte anos. Em volta, alguns estendiam suas mãos para parar o homem, mas pararam sozinhos no meio do caminho.

Em um ponto diferente, aqueles do mesmo vilarejo se reuniam.

Nisso, um jovem em sua adolescência era confortado por aqueles em sua volta.

— Seu pai foi um grande homem. Um dos grandes ele foi.

— S-Sim!

Zayin, e Lorphys... nós havíamos arrastado esses dois grupos não envolvidos. Havia a razão de pagar a dívida, mas essa era uma história dos altos escalões dos países. Era, muito provavelmente, uma história da qual esses homens nunca se sentiriam parte.

Nisso, ouvi a voz da Milleia-san.

『Lyle, dê uma passada na Joia um pouquinho.』

Houve muitos sacrifícios. Os mortos passaram dos mil, enquanto os feridos eram bem mais de três mil.

Mesmo assim, em meio a isso, eu retornei ao meu quarto, e transferi minha mente para a Joia.

Na sala da mesa redonda, os ancestrais... com seus números reduzidos consideravelmente, me faziam sentir um pouco de solidão.

O Terceiro se levantou de seu assento, e se virou para mim.

『Lyle, acho que agora é a melhor hora de perguntar. Já decidiu o que quer fazer a partir de agora? Derrotar a Celes é óbvio. Além disso... Lyle, o que você quer fazer. Deixe-me apenas clarificar logo, mas se você disser que irá assumir a responsabilidade e se matar, eu não vou te perdoar.』

Como sempre, ele tinha um tom de voz e expressão levemente brandos. Mas por suas últimas palavras, eu podia sentir algo similar a uma ameaça.

— ... Não tenho intenção nenhuma de morrer.

O Quarto assentiu após ouvir isso.

O Quinto falou para mim:

『Então o que fará? Ajudará alguém a tomar uma posição? Ou tomará a posição central pessoalmente?』

Duas opções. Mas no presente, minha única opção era a última.

— Não estão sendo meio sorrateiros aqui? Se for para olhar o problema prático, não temos um indivíduo que pode ser a bandeira a se levantar no que se trata de derrotar a Celes. A Donzela Sagrada de Zayin está em uma posição fraca demais. A Princesa de Lorphys está fora de questão. É não há tal indivíduo em Beim, há?

O Sétimo assentiu. Ele assentiu, mas falou para mim em um tom levemente frio:

『Eu já falei antes. E já é hora de você olhar para frente, e agir. Lyle, o que você pensou ao ver tantos cadáveres? O que sentiu vendo aqueles feridos em batalha? Você quer fugir? No exato momento que falhou em encontrar alguém mais adequado que você mesmo para a tarefa, a culpa é sua.』

É verdade, eu tive o tempo para isso. Mas não pude encontrar uma pessoa para ser o estandarte na luta contra a Celes... contra Bahnseim.

O Quarto falou em tom bondoso:

『Se houvesse alguém mais qualificado que você, teríamos lhe dito para apoiar essa pessoa. Mas se não conseguiu encontrar alguém então isso não é tudo o que isso significa?』

Eu assenti uma vez só, e fechei meu punho. O que passou pela minha mente foram as cenas dos pacientes que a Novem viu, e as filas de corpos.

Era tudo minha responsabilidade.

Se eu tivesse ficado quieto, tenho certeza que teria lutado em Beim, e nunca teria que me sentir assim. Eu poderia ter feito isso ser culpa de outra pessoa.

Levantei meu rosto, e lancei um olhar para os cinco. E então falei:

— ... Eu almejarei o topo. Talvez ser rei seja algo difícil, mas mesmo assim, colocarei meus olhos no topo.

Falei que tomaria posição, e que seria aquele posto na frente. Quando disse isso, o Terceiro sorriu. Ele não brincou como normalmente fazia.

『... Entendo. Decidiu isso por vontade própria, não é?』

— Sim. Foi o que decidi.

Finalmente, a Milleia-san se levantou, se virou para mim com uma expressão séria, e abriu sua boca. Ela tocou sua mão direita no peito, e...

『Lyle, certamente tanto você quanto a Celes matarão muitos. Mesmo se conseguir manter as baixas no mínimo, é certo que você irá empilhar uma montanha de corpos. Muitos inimigos morrerão. E muitos daqueles que escolherem te seguir também irão perecer. Então você deverá se colocar no topo de uma montanha de mortos feita de amigos e inimigos. Não se esqueça que o ponto que está fazendo de objetivo, será feito de mortes em cima de mortes.』

Enquanto eu assentia, Milleia-san sorriu:

『Lyle, o lugar que você está almejando é um ponto que nenhum dos seus ancestrais jamais alcançou.』

Eu ri, antes de me virar para todos.

— Estou fazendo isso porque preciso. Não é como se eu estivesse lutando por gostar. Se eu não o fizer, o continente ficará arruinado... Se eu acabar com isso apenas com uma surra em Bahnseim, então tenho certeza que as nações vizinhas irão atacar durante seu estado enfraquecido. Neste caso, uma era de guerras descerá sobre nós.

Não era como se simplesmente derrotá-la fosse o final. Pensando no que viria depois, alguém teria que uni-los. Procurar auxílio de outras nações, e não entregar nada a eles em troca, não deixará ninguém satisfeito.

Mas deixar Bahnseim ser fatiada à mercê de todos não era algo que eu podia ignorar.

E quando Bahnseim for removida e não existir mais, novos países terão novas fronteiras. No pior dos casos, eles entrarão em conflito por disputas territoriais, e a guerra apenas continuaria.

Levaria algumas décadas para se acalmarem. Não, talvez continuassem a disputar por séculos.

— Certo. Aproveitando que já estamos nisso, que tal fundarmos um império?

Quando falei isso, o Terceiro riu:

『Oh, boa.』

O Quarto levantou seus óculos com a ponta de seus dedos.

『Não é uma opção ruim. Mesmo se você unir Zayin e Lorphys, fundi-las gerará alguma resistência. Mas você não pode simplesmente abandoná-los também.』

O Quinto não soava interessado. Mas pareceu refutar minha decisão um pouco.

『Por que você faria uma coisa problemática dessas? Lyle, digo você tem uma personalidade propensa a perdas.』

O Sétimo parecia deleitado.

『Sim, meu neto um imperador... nada mal mesmo. Então finalmente chegou a hora para o domínio continental da Casa Walt.』

Levantei os olhos ao teto. Nesse momento, Milleia-san me chamou:

『Lyle, essa decisão não é nenhuma piada, certo?』

Virei meu rosto para ela, e assenti. Falei para ela que meus sentimentos eram reais.

— Não posso deixar esse trabalho para outra pessoa. E definitivamente não posso deixar para alguém que faria por gostar. Dominação continental pode ser ir longe demais, mas mesmo assim, unirei Bahnseim e seus vizinhos. Veja, eu sou um homem da Casa Walt afinal de contas. E estou no clima ideal para algumas proezas que não ficarão aquém dos meus ancestrais.

Quando brinquei, Milleia-san riu para si própria. Mas também parecia um pouco triste.

『Esse caminho será sombrio. Você já não pode mais volta, mas está certo disso?』

— Eu não me importo.

『Entendo. Então temos que te apoiar com tudo o que temos.』


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Ou Aqui.

 


Notas:

Em minha humilde opinião, o Lyle conseguiu superar o sr. lyle aqui, quase que dizendo: “vou derrotar a Celes e aproveitando o embalo, vou dominar o mundo.”



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