Volume 1

Capítulo 11: Separação

Parte 1

 

Faz um mês desde que falei para Paul que queria trabalhar.

Hoje, ele recebeu uma carta. Sinto que a resposta está prestes a ser entregue, então é melhor me preparar. Provavelmente será após o treino de espada ou depois do almoço ou depois do jantar.

Enquanto penso sobre isso, vou continuar treinando minhas técnicas de espada com seriedade.

 

Parte 2

 

Como continuo a treinar, Paul diz:

— Rudy, eu quero te perguntar uma coisa.

— O que é, pai?

Ouço ele com cuidado, usando uma expressão séria. Afinal, esse é o meu primeiro emprego, mesmo contando com a minha vida passada, então preciso trabalhar duro.

— Você... se eu dissesse para se separar da Sylphy, o que você faria?

— Hã? É claro que não quero.

— Verdade.

— O que tá rolando?

— Nada não. Mesmo se eu dissesse, você mudaria as coisas do preto ao branco.

No instante em que diz isso, ele muda por completo e libera uma sede de sangue ao ponto que até mesmo eu posso sentir isso, por mais que seja um novato.

— Eh!?

Ele dá um passo adiante junto com uma pressão silenciosa.

Morte.

Esta palavra pisca em toda a minha mente. Instintivamente uso toda a minha magia para atacá-lo, usando vento e fogo ao mesmo tempo, criando uma explosão entre ele e eu. Salto para trás, impulsionado pelo vento quente me empurrando.

Tenho simulado isto muitas vezes. Com Paul como um adversário, não há nenhuma maneira de eu ganhar se não me afastar. Mesmo que o vento explosivo cause danos em mim também, desde que eu possa ganhar alguma distância, posso assustar o adversário. Mas ele não presta atenção nisso e segue em frente com a pose de antes inalterada.

Rudy usa Vento Explosivo, mas não é muito eficaz...

Mesmo que esperasse por isso, ainda sinto medo brotando.

Preciso dar o próximo passo para manobras evasivas. Ir para trás é impossível, pois ele está avançando muito rápido. Posso criar uma pequena onda de choque para mover meu corpo na lateral.

Com a força da onda de choque, meu corpo voa para o lado. O som do vento sendo cortado passa pelo meu ouvido, me fazendo suar frio.

Paul, com a espada, ataca no local onde minha cabeça estava antes.

“Boa!”

O primeiro golpe foi evitado; um ponto vantajoso. Mesmo que a distância ainda seja curtíssima, posso dar o próximo passo para me afastar.

A vitória passa nos meus olhos.

A próxima etapa é afundar a terra onde será seu próximo passo. E, de fato, a perna dele afunda com o passo. Logo quando penso que ele havia caído na armadilha, ele muda seu centro de gravidade de imediato para a outra perna e continua a avançar sem demora.

“Eu realmente tenho que imobilizar as duas de uma vez!?”

Criei um pântano aos meus pés. Antes de afundar, faço uma corrente de água e deslizo para trás como se estivesse esquiando.

“Merda, é tarde demais!”

Era tarde demais quando tive essa ideia — ele já havia reagido e estava em terra firme na beira do pântano. Ao pisar com força, o chão sob seus pés afunda.

Há apenas um passo para me alcançar.

— Tsk! Aaahhh!! — Uso a espada para atacá-lo em pânico com um golpe desajeitado que não pertence a nenhum estilo.

Sinto uma sensação escorregadia de ódio em minhas mãos conforme movo a espada com força bruta.

Ele desviou do meu ataque com o Deus da Água...

Eu só sei que.

Baseado no meu conhecimento sobre o estilo, após se defender de um ataque, vem o contra-ataque. E mesmo que soubesse disso, não pude reagir.

Como em uma cena em câmera lenta, ele move sua espada em direção ao meu pescoço.

Ah, felizmente é uma espada de madeira...

Minha consciência mergulha na escuridão ao sentir o golpe no meu pescoço.

 

Parte 3

 

Quando acordo, vejo que estou numa pequena caixa tremulante, talvez um meio de transporte. Tento sentar, mas não consigo sequer mover um dedo. Abaixo a cabeça numa tentativa de saber meu estado atual e percebo que estou preso; camadas após camadas para me imobilizar.

“O que aconteceu...?”

Viro meu pescoço e encontro uma enorme onee-chan sentada na minha frente.

Pele cor de chocolate, uma roupa de couro reveladora, poderosos músculos e cheia de cicatrizes por todo o corpo. Usava um tapa-olho em seu rosto impassível, dando a impressão de uma anego ou uma guerreira amazona de alguma história de fantasia. Também tem orelhas e uma cauda grossa como de um tigre. Ela é de uma raça bestial?

Ela percebe que estou olhando para ela e seus olhos se encontram com os meus.

— T-tudo bem? Meu nome é Rudeus Greyrat. Sinto muito falar com você em tais circunstâncias.

Me apresento primeiro. As noções básicas de uma conversa é falar antes do outro. Você pode manter a iniciativa se atacar primeiro.

— Você é muito educado para um filho do Paul.

— É porque eu também sou filho da minha mãe.

Aham, você também é filho de Zenith.

Me sinto um pouco aliviado quando vejo que ela sabe sobre meus pais.

— Eu sou Ghyslaine. Espero nos darmos bem daqui em diante.

“Daqui em diante? Do que ela está falando?”

Erm, obrigado. Por favor, cuide de mim também.

— Ok.

Em qualquer caso, uso magia de fogo para queimar as cordas.

Meu corpo inteiro está dolorido. Será que é porque dormi em uma postura estranha? Enfim, me estiquei.

“A sensação de liberdade!”

Mesmo que já estivesse acostumado a um quarto pequeno, movendo apenas os dedos, estar amarrado em frente a ela e sendo observado me faz sentir um pouco incomodado.

Olho ao meu redor, e o local onde estou só pode ser descrito como uma pequena caixa. Sem nada melhor para fazer, me sento no lado oposto a Ghyslaine. Há janelas de ambos os lados, e pode-se olhar para fora. É uma pastagem que nunca vi antes.

Como esperado, estou em algum tipo de transporte. A agitação é tremenda, e parece que vou ficar enjoado se andar aqui por muito tempo. Há um som de cascos provenientes da frente, provavelmente um cavalo, o que significa que estou em uma carruagem.

Por que estou sentado em uma carruagem com ela?

... Hah!!

Será que eu fui sequestrado por esta mulher musculosa? Talvez ela queira o amável eu como um brinquedo para fins de conforto. Não, eu realmente não me importo com mulheres musculosas, mas já entreguei meu coração a uma menina chamada Sylphy.

Você pode, por favor, ser gentil? É minha primeira vez...

Não, não, não, não e não!!

A-acalme-se. Eu preciso me acalmar. Contar os números primos deve ajudar.

“Os números primos são números que só podem ser divisíveis pelo número um ou por eles mesmos... três, cinco e… onze? Qual é o próximo? Treze? Em seguida, o próximo é… Não me lembro!!”

Relaxa e pensa. Por que acabei aqui? Bom. Inspire com força.

Res… pire.

Ótimo.

Vamos reorganizar as coisas que sei. Primeiro, Paul de repente me atacou e me fez desmaiar. Quando acordei, estava amarrado aqui. Temo que ele me deixou inconsciente por algum motivo e me jogou em uma carruagem com uma mulher que falou “espero nos darmos bem daqui em diante”. Voltando a Paul, ele disse algo estranho antes de me atacar; algo sobre deixar Sylphy. Sobre Sylphy ser boa demais para mim. Ela não é minha, ou coisa assim.

“Q-que lolicon condenável... Ele está tentando colocar suas mãos na minha Sylphy!?”

Espere. Ele não disse algo assim no segundo semestre?

Hm?

Não entendo o que ele quis dizer na parte sobre Sylphy.

Maldição, é tudo culpa dele!

Bem, deixe-me tentar perguntar primeiro.

— Com licença.

— Pode me chamar Ghyslaine.

— Ah, então me chame de Rudy-chan.

— Deixa comigo, Rudy-chan.

“Parece que ela é do tipo que não percebe as piadas.”

— Ghyslaine-san, meu pai deixou alguma mensagem?

— Chame-me de Ghyslaine, sem o ”san” — diz enquanto tira uma carta do bolso.

— Paul me deu esta carta. Leia em voz alta, pois não sei como ler.

— Tudo bem.

Abro a carta e começo a ler.

— “Para meu querido filho, Rudeus. Quando ler esta carta, creio que não estarei mais neste mundo”.

— O quê!? — grita surpresa e se levanta.

O teto da carruagem é surpreendentemente alto...

— Por favor, sente-se. Tem mais.

Hm, é mesmo. — Ela se senta em obediência.

— “Essa é a primeira vez que tento escrever uma piada. O que acontece é que você foi surrado por mim, e em seguida, ao ficar inconsciente, foi amarrado com cordas e jogado para dentro da carruagem como uma princesa aprisionada. Acho que você não se lembra do que aconteceu, então pode perguntar para a grandona musculosa… O cérebro dessa pessoa é composto de músculos, de modo que não sei se ela poderá explicar de maneira adequada”.

— O quê!? — grita de raiva e se levanta.

— Por favor, sente-se. As próximas linhas são em louvor a você.

Hm, é assim. — Ela se senta em obediência.

— “Ela é um Rei da Espada. Se quiser aprender técnicas de esgrima, você não vai encontrar alguém melhor, a menos que vá para o solo sagrado dos espadachins. Sua força pode ser garantida por mim. Nunca ganhei uma única vez contra ela... exceto na cama”.

“Não escreva coisas inúteis, idiota.”

Mas Ghyslaine parece satisfeita.

Esse cara é mesmo popular, mas você é muito forte, Ghyslaine-san.

— “Bem, falando sobre seu trabalho, você foi designado como o tutor de casa para uma jovem que mora na cidade de Roa, em Fedoa. Terá que ensiná-la línguas, matemática e magia. Ela é uma senhorita teimosa pra caramba e violenta ao ponto onde a escola pediu-lhe para não vir mais. E até este momento, ela afugentou vários tutores particulares... Mas acho que se for você, você será capaz de ensiná-la”.

Fazer o quê? Quanta irresponsabilidade.

— Você é tão teimosa quanto a carta diz, Ghyslaine?

— Eu não sou tão jovem.

— Isso é verdade. “A grandalhona é a guarda-costas e tutora de esgrima da jovem. Ela parece querer que você ensine magia e linguagem a jovem senhorita, em troca de treinar-lhe com a espada. Por favor, não ria dela por ter músculos no lugar do cérebro, ela vai se irritar (risos)”.

— O quê...?

Há uma veia pulando para fora da testa dela.

Esta carta pode ter explicado a situação, mas, ao mesmo tempo, provavelmente, ele esteja tentando mexer com Ghyslaine. Que relação esses dois têm?

— “Mesmo que suas capacidades de aprendizado não sejam muito boas, vale a pena se você pode economizar em custos de aula”.

Taxas de lição. Entendo. Estou aprendendo técnicas de espada dessa pessoa. Como Paul pertence ao tipo instintivo, ele me ajudou a encontrar um professor melhor. Ou será que ele sente desespero por eu não estar melhorando? Você pode, por favor, assumir a responsabilidade até o fim...?

— Qual seria o valor a ser pago se eu quisesse aprender você?

— Duas moedas asura de ouro por mês.

“Duas moedas asura de ouro!! Roxy recebia somente cinco moedas asura de prata por mês. Quatro vezes o montante. É, de fato vale a pena.”

Só para acrescentar, uma pessoa precisa de cerca de duas moedas asura de prata por mês para despesas pessoais.

— “Você vai ficar na casa da jovem senhorita pelos próximos cinco anos para ensiná-la. Nestes cinco anos, você está proibido de vir para casa ou escrever cartas. Por sua causa, Sylphy é incapaz de se tornar independente. Não só isso, mesmo você está se tornando dependente dela, então estou forçando-os a viver separados”.

— Hã...?

Espera, por quê?

Calma.

Processando informação…

... Eh?! Você está brincando comigo? Eu não posso ver Sylphy por cinco anos? Cinco? E não vou poder escrever cartas?

— O que foi? Você foi separado de sua namorada, Rudy-chan?

Mostro uma cara de desespero e Ghyslaine parece me perguntar de uma maneira agradável.

— Não, eu só fui expulso de casa por um pai que não vale nada como um adulto.

Nem sequer tive tempo para me despedir. Você realmente fez isso, Paul.

— Não fique tão triste, Rudy-chan.

Erm.

— O quê?

— Acho que seria melhor você me chamar de Rudeus.

— Ah, entendi.

Porém, uma vez que penso sobre de forma racional, percebo que ele está certo no que diz. Na verdade, se Sylphy continuar a crescer assim, ela pode tornar-se como uma amiga de infância de um eroge mal feito. Sempre colada ao protagonista, tratando-o como se fosse o mundo e agindo como um satélite girando em torno dele — uma personagem sem identidade própria. Se isso ocorresse no mundo real, convivendo com amigos na escola, essa dependência iria de pouco em pouco desaparecer ao longo do processo de aprender outras coisas. Mas nesse caso não é possível, pois ela não tem amigos. Pode ser que, mesmo depois de cinco anos, a possibilidade dela ainda ser apegada a mim seja muito grande. Mesmo que não me importe, os adultos ao nosso redor não concordam com isso. Isso é bom. Não é um mau julgamento.

— “Em relação ao seu salário, você será pago com duas moedas asura de prata por mês. Mesmo que seja mais barato do que os tutores comuns, é muito dinheiro para o bolso de uma criança. Se estiver livre, pode ir para a cidade e aprender como usar o dinheiro. A questão sobre ele é que, se não usá-lo normalmente, não saberá usá-lo bem em casos de emergência. Embora, eu sinto que meu filho ainda vai usá-lo bem, mesmo se não vier a aprender... Ah, mesmo se você cometer um erro, não o use para comprar mulheres, ok?”

“Eu já disse para não escrever coisas inúteis. Ou ele está aproveitando Ghyslaine para atuar como um clube avestruz¹?

Por favor, não faça isso.

— “Após os cinco anos, se você não desistir de ensinar linguagem, matemática e magia para a jovem senhorita, como uma recompensa especial, o empregador irá pagar a taxa da universidade para duas pessoas. Esse é o contrato”.

Entendi. Nestes cinco anos, se eu levar o trabalho de tutor de casa a sério, ele vai cumprir o que pedi.

— “Bem, Sylphy pode não querer segui-lo daqui cinco anos e seu amor pode esfriar e ter uma mudança de paixão. Vamos tentar convencer ela sobre esse assunto.

Tentar convencer... Tenho um mau pressentimento.

—  “Espero que fique bem nesse tempo. E aproveite para descobrir e aprender e buscar alturas ainda maiores. Beijos, o grande papai genial, Paul”.

“Que gênio...!? Você não usou força bruta!!?”

Mas agora o seu julgamento me obriga a tirar o chapéu. Fazer as coisas por mim e por Sylphy também... Embora possa se sentir solitária, se não resolver as coisas por si mesma, não será capaz de crescer como pessoa. Não é bom que dependa de mim para tudo.

— Paul realmente te ama. — Ghyslaine diz enquanto ri em ironia, e eu respondo:

— No início não nos dávamos muito bem, mas, uma vez que ele viu que éramos bem parecidos, ele se aproximou de mim. Não foi o mesmo com você, entretanto...

— Hm? Comigo?

Continuo a ler a última linha.

— “Nota: Se a jovem for agradável com você, está tudo bem em colocar suas mãos nela, mas a grandalhona é minha mulher, por isso não toque-a”, ele disse.

— Hmph, mande essa carta para Zenith.

— Entendido.

Assim, foi definido que eu iria para a maior cidade da região de Fedoa, Roa.

Apesar de ter muitas coisas em mente, tentarei deixá-las de lado por ora e descansar um pouco. Essa é a coisa certa a se fazer; devo me afastar de Sylphy e não tenho nenhum arrependimento… Continuo dizendo isso a mim mesmo, porém eu queria vê-la, de verdade, pelo menos uma vez por ano...

Meu coração ainda tem algumas dúvidas.

 

Parte 4

 

Ponto de vista de Paul:


— Is… isso foi perigoso… — Olho para o meu filho, desmaiado, e meus sapatos sujos.

Como hoje é o último dia que vou estar ensinando-o a usar a espada, eu queria agir seriamente para assustá-lo, mostrando a dignidade de um pai, mas não imaginei que ele iria usar magia contra meus reflexos relâmpagos. Não me atacou, entretanto, conteve meus movimentos usando diferentes tipos de magia.

— Como esperado do meu filho. Seu senso de combate é incrível.

Mesmo que tenha sido apenas um instante, realmente tive que usar três movimentos para incapacitá-lo, e ainda atacando de surpresa. Ainda mais na última parte, onde se eu tivesse qualquer hesitação, minhas pernas teriam sido contidas e eliminadas de imediato.

Usar três movimentos contra um mago... Se houvesse outros companheiros, teriam coberto a sua esquerda e direita para protegê-lo. Ou se ele fosse ainda mais longe, eu teria precisado de um quarto movimento.

Eu perdi completamente em termos de conteúdo.

Mesmo se você apenas jogasse-o em algum grupo de aventureiros em uma dungeon, ele seria útil o suficiente como mago.

“Um verdadeiro gênio que fez uma maga de nível Santo da Água perder a confiança…”

Meu filho com certeza é aterrorizante... todavia estou muito contente. No passado, eu teria sentido apenas ciúmes quando me encontrasse com alguém mais talentoso do que eu. Quando se trata do meu filho, eu só consigo me sentir satisfeito.

“Ah, agora não é a hora de falar sobre isso. Se não me apressar, Rawls e o resto vão todos vir aqui.”

Rapidamente amarro meu filho inconsciente e jogo-o para a carruagem, que acabou de chegar. O momento é oportuno, e Rawls está vindo.

Sylphy também.

— Rudy!? — Ela vê Rudi amarrado e pula para resgatá-lo de repente, lançando magia de nível Intermediário com encantamentos sem voz.

Mesmo que eu possa evitá-los com facilidade, a magia tem velocidade e potência, além do encantamento sem voz… Se fosse qualquer outra pessoa, é muito capaz que teria morrido.

“O que diabos Rudy andou ensinando pra garota?”

Passo a carta para Ghyslaine, coloco ele na carruagem e digo para o cocheiro se apressar e ir embora. Olho para o lado, e Rawls está ajoelhado ao lado de Sylphy, ensinando-lhe algo. Está certo. O ensino é trabalho dos pais. A parte que foi dada a Rudy está sendo devolvida às suas mãos, Rawls.

Eu suspiro, enquanto observo a cena de Rawls conversando com a filha, quando ela levanta a voz e fala.

— Eu entendo. Vou me tornar forte para ajudar Rudy...!!

Mmm, você está sendo amado, meu filho.

Vendo esta cena, minhas duas esposas saem de casa. Como seria perigoso, disse a elas para assistir de dentro, mas creio que estejam saindo agora para vê-lo partir.

— Ah, meu querido Rudy.

— Senhora, isso é parte da educação.

— Eu sei, Lilia. Ooh, Rudeus!! Vá em frente e se aventure mundo afora, criança!! Coitada de mim, cujo único filho foi levado!!

— Senhora, o jovem mestre não é mais o único filho.

— É, agora ele tem duas lindas irmãs.

— Duas... s-senhora!!

— Está tudo bem. Também cuidarei de sua filha!! Porque eu também te amo!!

Ooh!! Senhora, eu também!!

Elas fazem uma cena ao ver a carruagem partindo. Já que Rudeus se destaca muito, elas não deveriam se preocupar tanto.

Elas têm mesmo uma relação boa. Seria bom se fossem tão boas assim comigo. Ou eu deveria dizer, vou estar feliz se eles não forem tão bem juntas para me intimidar.

“É uma pena que ele irá perder cinco anos do seu relacionamento com suas irmãs…”

Ele parecia estar planejando ser um bom irmão mais velho. Que pena. O amor das minhas lindas filhas vai ser monopolizado por mim.

Ho, ho.

Espere um minuto. Depois disso, ele receberá treinamento de Ghyslaine, uma espadachim de nível Rei. Daqui cinco anos, ele terá doze anos de idade. Seu corpo estará bem mais desenvolvido. Quando voltar, pode ser que tenhamos uma batalha simulada onde ele poderá usar magia. Será que poderei ganhar? Ah, merda. Minha dignidade como um pai estará em perigo daqui cinco anos.

— Senhora Greyrat e Lilia. Já que ele está partindo, quero começar a treinar um pouquinho.

Zenith mostra um olhar surpreso, e Lilia sussurra em seu ouvido.

— É porque ele quase perdeu para o jovem mestre Rudeus. Ele está se sentindo em perigo agora.

— Ele sempre foi assim; não vai colocar qualquer esforço, a menos que quase perca.

Doh... A dignidade desse pai já está em sério perigo. Bem, não me preocupo muito quando se trata de dignidade. Sei como uma figura paterna que sempre mostra sua dignidade se parece, e creio do fundo do meu coração que é infinitamente melhor ser apenas um velho inútil que tem problemas com mulheres direto, porque o importante é ser um pai amoroso que sempre estará ao lado de seus três filhos até que se tornem adultos.

Olho para Zenith. O corpo dela é bom o suficiente para que as pessoas não pensem que ela deu à luz duas vezes... Certifique-se de continuar assim até a quarta ou quinta, hehehe.

Deixando de lado o quarto ou algo assim. Rudeus, saiba que também não gostei desse método. Porém, mesmo que lhe dissesse, não tenho confiança de que poderia persuadi-lo. Mas apenas assistir e não fazer nada me tornaria um total fracasso como pai. Já que não tenho habilidade suficiente, só posso pedir a outras pessoas. Mesmo que eu tenha feito o uso de força bruta, o inteligente você deve ser capaz de entender o porq…

Não, mesmo se você não entender, tudo bem. As coisas que vão acontecer de agora em diante não poderiam ser experimentadas na aldeia. Mesmo que não entenda, apenas reagir às situações e aprender com isso se tornará sua força.

Então me odeie. Me odeie e amaldiçoe por não ser capaz de se opor. É assim como cresci com meu pai me oprimindo. Já que fui incapaz de me opor a ele, deixei minha casa, lamentei e refleti sobre tudo. Não desejo que você experimente a mesma coisa, mas graças a isso eu cresci e amadureci.

Mesmo que não saiba se tenho a força para vencer meu pai, tenho a mulher que quero, protegi as coisas que queria proteger e pelo menos fui capaz de ajudar meu filho.

Se quiser opor-se a mim, vá em frente. Depois, retorne ainda mais forte. Reúna forças o suficiente para que não perca nunca mais contra este pai brutal.

No horizonte, a carruagem com Rudeus pode ser vista levantando poeira.


Nota:

 

1Um estilo de comédia. Um trio composto por um líder que leva a discussão, um outro membro responsável pelo tsukkomi, (pessoa séria que corrige as coisas fora do comum) e mais um responsável por continuar as piadas ou fazer comentários excessivos e estranhos.



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