Volume 3

Capítulo 72: O retorno de Pudim

Assim que a escola entrou em seu primeiro termo, Sakuya perder seu vigor como uma casca vazia. Preocupados, Rudel e os outros tentaram cuidar dela, mas depois de um tempo, ela mostrou sua energia de novo.

Mas para as pessoas a seu redor, era um doloroso e vazio espetáculo. Ela se esforçou em seu treino par se tornar uma Dragoon, mas Sakuya também estava preocupada demais para chegar a qualquer lugar. Além de seu medo da morte, ela estava triste pela noção de que seria esquecida para sempre. Enquanto ela estava mergulhada em sua própria tristeza, ela notou seus próprios sentimentos...


(Javali): “Ajudar?”

Puxando a espada de Rudel, Sakuya começou uma conversa com os dois de novo. Desta vez, ela pediu para que eles emprestassem seus poderes. Assim que o Javali mostrou sua incompreensão, ela deu uma resposta alegre.

(Sakuya): “Isso mesmo! Eu vou simplesmente desaparecer, não vou? Nesse caso, eu tenho que pagar meu débito com todos”

Com o pedido dessa garota que parecia murchar, os dois, que abandonaram ela antes, decidiram ajuda-la. O Pássaro pensou que isso traria tranquilidade para a mente dela, e fez uma simples pergunta.

(Pássaro): “Então, o que você quer que nós façamos?”

(Sakuya): “Primeiro...”


Quando o tempo estava bom, era possível almoçar no pátio visível da cafeteria da escola. Lá, por volta do meio-dia, Sakuya falou com Luecke, cercado por jovens nobres. Ela normalmente ficava com Rudel, então isso não era um problema, mas os seguidores dele não pareciam aprovar que Sakuya falasse sozinha com ele tão facilmente.

Mesmo que os nobres estivessem atentos com ela, Sakuya comunicou sua intenção. Depois que ela fez isso, Luecke terminou sua refeição e bebericou sua bebida, respondendo sem a menor mudança em sua expressão...

(Luecke): “Há algo que eu queira que você faça para mim? A resposta é não”

(Sakuya): “Qu-qualqer coisa!?”

A cabeça de Luecke estava doendo com essa pergunta peculiar. Quando ele pensou que ela tinha recuperado sua energia, ela subitamente apareceu com essa ideia. Pensando que era por influência de Rudel, ele olhou para Sakuya, que tomou uma postura como se estivesse rezando e esperando pela resposta dele.

(Luecke): “Volte mais tarde. Eu não tenho nenhum pedido. Não, espere, eu peguei emprestado o relatório de Rudel. Apenas devolva ele para mim e isso será o bastante”

O que ele entregou foi um relatório de Rudel sobre magia e um papel que detalhava os pensamentos de Luecke sobre isso. Como não era o tipo de pedido que ela estava esperando, o rosto de Sakuya ficou azedo.

Luecke olhou para a expressão insatisfeita dela e deu sua opinião séria.

(Luecke): “Se você quer um pedido mais decente, você vai precisar conquistar a confiança do seu oponente”

Se lembrando das atitudes normais dela, os ombros de Sakuya encolheram enquanto ela tentava se retirar com o relatório. Mas Luecke chamou ela de volta e entregou sua sobremesa. Em um pequeno copo de cerâmica estava um bolo coberto por creme.

(Sakuya): “O que é isto?”

(Luecke): “Seu pagamento. Não é uma recompensa ruim para o seu trabalho”

Vendo a conversa dos dois, os seguidores de Luecke sentiram uma gentileza que eles nunca viram antes nas ações dele. Como ele normalmente comia com Rudel, seus seguidores, que só almoçavam com ele de vez em quando, estavam extremamente chocados.

(Sakuya): “... muito... obrigado”

Percebendo que ela não estava acostumada com essas palavras, Sakuya ficou constrangida de si mesma enquanto ela saía do lugar.


Depois de entregar o relatório a Rudel, ela seguiu até Eunius enquanto ele esfregava o suor no campo de treinamento. Os estudantes, que deixavam seu suor fluir, ao invés de se sentirem revigorados, eles estavam sufocando. Talvez fosse porque a maioria daqueles que estava no campo de treinamento fosse de homens.

(Eunius): “Algum pedido? Nenhum”

Anexando um peso a sua espada e praticando alguns golpes, Eunius estava treinando sozinho para seu confronto com Rudel no segundo semestre. Sem nem mesmo olhar para o rosto de Sakuya, ele se concentrou no movimento de sua espada.

(Sakuya): “Qualquer coisa serve!”

Assim que Sakuya implorou em voz alta, Eunius suspirou e decidiu fazer uma pausa. Sentando em um banco, ele usou a toalha e bebeu a bebida que seus seguidores prepararam para ele.

(Eunius): “Eu realmente não tenho... ah, tem uma coisa que você poderia fazer!”

(Sakuya): “Oh, o que é!?!?”

Eunius foi atingido por uma inspiração e os olhos de Sakuya brilhavam enquanto ela se animava. Ela se animou... mas o pedido de Eunius era bem duvidoso.

(Eunius): “Há uma garota que eu estou interessado em uma das lojas que eu frequento e eu gostaria de saber as preferências dela. Normalmente, eu seria capaz de descobrir isso, mas ela é do tipo discreto, veja... eu só estava refletindo sobre o que eu poderia fazer, então você poderia cuidar disso?”

Enquanto Eunius animadamente falava sobre a localização da loja e as características da mulher, Sakuya estava ligeiramente assustada.

(Sakuya): “Si-sim... muito bem”

Pensando que ela poderia tentar perguntar ao Pássaro, Sakuya estava a ponto de se retirar, quando Eunius jogou um saco de doces assados que seus seguidores trouxeram.

(Eunius): “Não coma demais”

Depois de ver ela saindo com um sorriso, Eunius recomeçou a praticar seus golpes. Sakuya segurou o saco em suas mãos e abaixou sua cabeça.

(Sakuya): “Muito obrigado!”

Eunius pensou que havia sarcasmo no agradecimento de Sakuya, mas resolveu ignorar isso.


Mandando o Pássaro para investigar, Sakuya realizou uma reunião estratégica com o Javali. Quando Pássaro, que se manifestou em seu corpo pequeno, ouviu que ele precisava investigar a mulher por quem Eunius estava interessado, ele deixou algumas queixas enquanto partia... nenhum dos pedidos era o que ela estava esperando e Sakuya estava preocupada.

(Sakuya): “Essas são só tarefas, não é? Eu não quero parecer exigente, mas não há nenhum pedido melhor para eles fazerem...”

(Javali): “Você com certeza é exigente. Bem, sendo questionado tão subitamente, qualquer um ficaria confuso”

(Sakuya): “Então, o que eu deveria fazer!? Eu não quero encontrar o meu fim como alguém que fica apenas realizando tarefas!”

(Javali): “Você deveria culpar o seu comportamento normal”

Ela encarou com frieza o Javali, mas logo caiu na cama enquanto ela pensava no que aconteceria depois.

(Sakuya): “O próximo é... talvez aquele cara... mas aquele cara...”

Aquele com que Sakuya se espantava era Aleist, que estava a caminho de se tornar o inimigo natural dela. Continuamente chamando ela de Pudim e fazendo piada dela, Aleist estava a irritando. Mas quem apareceu para ela quando ela estava sozinha também foi Aleist. Ela pensou na época em que ela era uma Deusa, sempre esperando por humanos em seu templo desolado.

Assim que ela se lembrou disso, ela concluiu que ela odiava ele, mas ela teria que ir de qualquer jeito. Sakuya deixou a cama e foi procurar por Aleist.


(Aleist): “Hah? Não tem jeito de eu ter algum pedido para você. Meus problemas não são o tipo de coisa que você seria capaz de resolver”

A noite tinha chegado e diante de Aleist (que sentou em um banco com um olhar cansado em seu rosto), Sakuya apertou seu punho e o encarou. Ele era esse tipo de cara. Mas ela se lembrava dele indo até ela quando ela estava sozinha.

(Sakuya): “En-então eu poderia ao menos te escutar. Eles dizem que isso tira um peso de seu peito”

(Aleist): “É algo bem importante para mim, mas... bom, tanto faz. A verdade é, desde a festa, Millia passou a me odiar. Mesmo que eu tente me aproximar dela, ela me evita, então eu não posso esclarecer o mal-entendido”

Um pouco aborrecida por dentro, a motivação de Sakuya queimou assim que ela finalmente escutou o que parecia ser um pedido de verdade. Mas era um fato que Aleist era frequentemente procurado por cinco alunas mais novas diferentes. Olhando isso de longe, ele tinha um harém. Sakuya tinha a sensação de que isso não era um completo mal-entendido.

(Sakuya): “Deixe comigo! Eu só preciso criar uma oportunidade para você se desculpar com Millia, certo?”

Sakuya alegremente correu, se encontrando com o Pássaro, que tinha terminado o pedido de investigação de Eunius, e levando o Javali para encontrarem Millia.

O campus estava ficando escuro, então ela se apressou procurando por Millia. Foi aí que o Pássaro avistou ela deixando a biblioteca, rapidamente agindo para segurar ela. Colando Millia nas costas do Javali, eles se apressaram e correram para entrega-la para Aleist.

(Millia): “O qu-que está acontecendoooo!! Eu não posso mover o meu corpo e um Javali estranho apareceu!”

O Pássaro paralisou o corpo dela com seus olhos e o Javali rapidamente apareceu para levar ela. Millia valorizava seu ar calmo usual, mas com esses desenvolvimentos repentinos, ela só poderia entrar em pânico.

Vendo o Javali trazendo Millia, Aleist também não conseguiu entender a situação. Mas assim que Sakuya se apressou até ele, ela gritou...

(Sakuya): “Agora é a sua chance Aleist! Corrija aquele mal-entendido!”

Sakuya correu até Aleist por trás e com o seu impulso, ela deu um empurrão nele. “Se apresse seu banana!” era o que ela pensou enquanto empurrava ele... mas ela acabou empurrando ele contra Millia, que tinha se libertado dos olhos do Pássaro e desmontou das costas do Javali.

Como resultado, acabou que Aleist derrubou Millia no chão. Empurrando sua paixão, o interior da cabeça de Aleist ficou vazio com a tensão e o excitamento. Ele esqueceu sua intenção original de resolver o mal-entendido. Ao invés disso, ele se confessou em voz alta.

(Aleist): “M-Millia-san! Eu gosto de você! Eu me apaixonei por você! Por favor, saia comigo!!”

(Millia): “O que você está dizendo Aleist!? Dê uma boa olhada ao nosso redor!!”

Empurrada contra o chão, Millia tinha acabado de ser liberta dos olhos mágicos e os movimentos de seu corpo ainda estavam fracos. Ela não poderia fugir de Aleist, mas ela ainda podia olhar ao redor e entender a situação. Quando a noite chegava na academia, as calçadas ficariam lotadas. Assim como Millia deixou a biblioteca, muitos outros estudantes estavam voltando para seus dormitórios.

E o que aconteceria se alguém fizesse algo tão chamativo quando tantas pessoas estivessem por perto?

Uma multidão de espectadores se acumulou para observar os dois.

(Aleist): “E-eeeeeeh!!? Espere, isto é... oy, Cabeça de Pudim!”

Sakuya não fazia ideia do que fazer e o Pássaro e o Javali já tinham desaparecido. Parada de pé como uma estátua, Sakuya explodiu em lágrimas. “Isto não era o que deveria ter acontecido”, ela pensou, enquanto ela chorava e se desculpava.

(Sakuya): “Eu sinto muito...”

(Aleist): “Isso é maravilhoso! Mas o que você vai fazer sobre esta situa... eek!!”

Diante das formas confusas de Aleist e Millia, Izumi apareceu como se estivesse protegendo Sakuya. Ela estava a caminho do dormitório quando ela notou a confusão. Dando uma espiada, ela viu Sakuya se desculpando em lágrimas. Por acaso, Aleist estava empurrando Millia no chão... mesmo essa sendo uma situação onde seria complicado chegar a qualquer conclusão, ela não poderia deixar Sakuya chorando para trás, então ela foi até lá.

Além disso, ela tinha algumas coisas que ela queria dizer a Aleist, que derrubou uma mulher no entardecer e fez outra chorar. O olhar dela ficou afiado e quando Aleist olhou para cima, o Sol se pondo fez ele sentir medo do rosto de Izumi.

(Izumi): “Eu não entendi a situação, mas primeiramente, por que vocês dois não se levantam?”

Havia primeiranistas entre os espectadores e eles testemunharam em primeira mão o medo que Aleist (um dos mais fortes da academia) sentiu por Izumi.


Sendo convidada até o quarto de Izumi, Sakuya provou uma bebida quente enquanto ela explicava o que tinha acontecido. Assim que ela explicou as coisas começando por Luecke e terminando com Aleist, Izumi mostrou um sorriso sem graça.

(Izumi): “Ser prestativa com os outros é importante. Mas veja, há mesmo necessidade para você se apressar tanto?”

As palavras preocupadas de Izumi atingiram profundamente o coração dela. Sakuya não poderia dizer nada sobre sua própria situação. Ela não queria preocupar ninguém.

(Sakuya): “M-mas eu quero ser útil também e eu quero retribuir a gentileza de todos...”

A voz distorcida de Sakuya deixou Izumi confusa. Ela não tinha sido muito energética ultimamente e assim que ela recuperou sua energia, ela subitamente disse que queria ser útil. Ainda assim, mesmo que ela dissesse isso, Sakuya parecia terrivelmente frágil. Izumi decidiu entrar no jogo.

(Izumi): “Então você irá ouvir o meu pedido?”

(Sakuya): “Claro!”

Vendo o encanto de Sakuya, Izumi também se sentiu feliz. Mas Izumi também não tinha um pedido para Sakuya. Pelo que ela escutou, algo no nível de uma tarefa não iria satisfazer a garota, e logo agora que ela parecia estar começando a se sentir melhor, Izumi não queria exigir muito dela.

Ela se lembrou da explicação que Rudel deu quando eles trouxeram ela. Ela era um ex-Deusa e aquela que decidia sua ocupação... não era como se Izumi acreditasse, mas a pessoa em questão proclamava ser uma Deusa com um rosto sério.

(Izumi): “Meu sonho é ser uma Alta Cavaleira. Isso me deixaria muito feliz se você pudesse colocar um encantamento de boa sorte em mim”

Mesmo que lhe pedissem por um encantamento de boa sorte, Sakuya não sabia o que fazer. Mas esse era um pedido de Izumi. Ela não tinha nenhum poder como Deusa sobrando, mas ela tentou o seu máximo para rezar e garantir os desejos de Izumi.

De pé diante de Izumi, não com sua forma habitual de falar, Sakuya usou palavras que ela usava como uma Deusa.

(Sakuya): “Eu sou ela quem lidera; eu sou ela quem deve mostrar a ti vosso caminho. Ela escutou vosso pedido. Tu deves se levantar acima dos Cavaleiros e se tornar a protetora deste país justo...”

Izumi pensou que ela quase parecia uma Deusa de verdade enquanto ela agradecia Sakuya.

(Izumi): “Obrigado Sakuya. Com isto, eu posso ter um pouco de paz de espírito. Eu tenho o certificado de uma Deusa afinal”

(Sakuya): “... não, sou em quem deveria agradecer”

Encantada, a beira das lágrimas, Sakuya abraçou Izumi. Ela não queria que Izumi visse seu rosto cheio de lágrimas.


Quando o primeiro termo estava quase na metade, Sakuya conseguiu escutar a maioria dos pedidos de seus conhecidos na escola. Eles eram em sua maioria tarefas simples, e era muito comum que ela recebesse algum doce, mas mesmo assim, ela completou elas com sucesso.

Apenas Fina se provou um problema para ela, mas no fim, ela foi reconhecida como uma discípula júnior e estava feliz por as duas estarem em bons termos.

Mas um problema permanecia. Rudel. Aquele com quem ela tinha o maior débito, mas mesmo que ela perguntasse pelo pedido dele, ele iria imediatamente responder que não tinha nenhum. Na verdade, Sakuya estava aos cuidados de Rudel e a posição dela era uma em que ela recebia mais do que dava. Rudel era do tipo que iria fazer as coisas sozinho e ela era incapaz de ajudar ele.

Mas Sakuya queria recompensar Rudel de qualquer maneira.

Ao mesmo tempo, Rudel estava olhando para uma carta do palácio. Além de uma permissão para visitar a |Morada dos Dragões| nas férias prolongadas, ela continha documentos para a nomeação de dois Dragoons que iriam acompanhar ele.

(Sakuya): “De quem é isso?”

Curiosa, Sakuya tentou perguntar. Rudel cuidadosamente colocou os papéis na mesa enquanto explicava a situação.

(Rudel): “Eles me deram um tipo de permissão para entrar na |Morada dos Dragões|. Originalmente, eu não precisaria disto, mas foi decidido que dois Dragoons irão me acompanhar. Normalmente eles não iriam juntos, mas minha posição não me permite me aventurar sozinho. Bem, as duas são conhecidas, então eu acho que não será um problema”

Com a explicação de Rudel, Sakuya se lembrou de várias coisas. O Dragão Zumbi e as circunstâncias especiais de Rudel... Sakuya queria que Rudel se tornasse um Dragoon, não importava como. Perdendo seu poder, ela não poderia ter nenhuma utilidade, mas ela queria fazer algo por ele.

Assim, Sakuya percebeu que ela seria capaz de fazer algo. Enquanto alguns definitivamente iriam se opor, era algo que ela poderia fazer. Não, era algo que apenas ela poderia fazer...

(Sakuya): “Então, Dragoons estão indo!? Rudel, eu quero ir para a |Morada dos Dragões| também! Não, eu definitivamente estou indo com você!!”

(Rudel): “Vai ser durante as férias, sabia? Apesar de eu voltar para casa primeiro”

(Sakuya): “Me leve com você! Eu estou te implorando...”

Perdendo para uma Sakuya se agarrando a ele, Rudel deu permissão. A |Morada dos Dragões| era perigosa, então ele pensou em deixa-la em sua casa. Sua irmã Lena estava lá e ele tinha a noção inocente de que ela seria uma boa companheira de brincadeiras.

Por outro lado, Sakuya solidificou sua determinação.



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