Volume 8

Capítulo 260: Depressa, para a Grande Floresta!

Nós determinadamente seguimos par o leste sem parar na cidade de Hanmuno.

Pelo caminho, fizemos uma pequena pausa em um rio.

— Muito bem, peguei um!

Peguei um peixe que parecia uma truta.

Ao remover minha presença com a habilidade Ocultar Presença e Permanecer Oculto, podia aumentar ainda mais minha taxa de sucesso na pescaria em rios onde a distância entre os peixes era menor.

Pesquei nove peixes. Um deles era bem grande.

Achei que tinha sido um pouco demais, mas dos nove, cinco acabaram dentro do estômago do corredor do deserto, incluindo o peixe maior.

Eu espetei os quatro restantes e os comemos após grelha-los.

— Estamos na metade do caminho, não estamos?

— Sim, ainda precisamos de algum tempo até contatarmos os Elfos-Negros assim que entramos na Grande Floresta, mas devemos chegar a tempo. Os Elfos-Negros devem entender se eu for a mensageira.

Shumei disse com um tom forte, cheia de um senso de missão após ela beber água de uma garrafa.

Eles devem entender, já que a Princesa Shumei percorreu todo o caminho para visita-los.

Eu era amigo de Rarael, mas a credibilidade dela deveria ser maior.

… eh?

De repente percebi algo estranho.

— Ei, Shumei. Se você queria falar com os Elfos-Negros, não havia necessidade de se esforçar para chegar na casa do Marquês-sama.

— Eh?

— Você não planeja deter o exército do Príncipe à força, planeja? Nesse caso, não havia necessidade de pedir a ajuda do Marquês-sama e contratar soldados e mercenários

Cruzar o perigoso deserto era muito mais difícil.

— Em primeiro lugar, se você queria falar com os Elfos-Negros, você poderia ter esperados por um mascate dos Elfos-Negros na entrada da cidade de Hanmuno. Se fosse chamativo demais na cidade, você poderia ter os encontrado fora dela, não? Conheci Rarael fora da cidade.

— … não pensei nisso. Agora que penso sobre isso, por que não fiz isso?

— Além disso, os movimentos do exército do Príncipe... Sua Majestade (o príncipe) deveria conseguir adiar um pouco a partida do exército... ou melhor, ele já não deveria saber disso?

— Isso…

— Será que Sua Majestade, o Príncipe, já sabia que o exército iria avançar contra a Grande Floresta em breve? E enviou Shumei, que valoriza os Elfos-Negros, para o Marquês com o objetivo de atrasa-la?

Aliás, era estranho eles escolherem uma única pessoa para acompanhar a princesa para o encontro com os Elfos-Negros.

Nesse caso, o Marquês também podia ser um cúmplice.

— Shumei, você também assistiu ao exame prático?

— … sim, junta de meu tio. Eu vi Ichinojo-sama lá e tive certeza que você definitivamente seria uma força que poderia me ajudar. O tio queria também designar outras pessoas, mas eu recusei.

Além disso, o relatório sobre o ataque dos Elfos-Negros aconteceu em um momento um pouco conveniente demais. Isso aconteceu pouco antes de partirmos.

Talvez o Marquês quisesse designar seu filho em segredo para a posição de guarda e fazer ela esperar em um local seguro até que a guerra terminasse.

Shumei olhou para baixo após reconhecer a intenção de minhas perguntas.

— Sem chances, meu Pai e meu Tio na verdade também querem sacrificar os Elfos-Negros...

— Não, não temos certeza que Sua Majestade, o Príncipe, planeja negligenciar os Elfos-Negros. É possível que eles apenas desejem distanciar você do campo de batalha neste incidente.

Nesse caso, eu poderia estar fazendo algo completamente desnecessário aos olhos de Sua Majestade, o Príncipe, e do Marquês-sama.

Contudo, me desculpem, mas eu não pretendia permitir que os Elfos-Negros fossem mortos.

— …

Olhando para a abatida Shumei, decidi que ela precisava de tempo para pensar com calma.

— Vamos parar aqui por hoje.

— Mas...

— O corredor do deserto exauriu mais energia do que o esperado. Temos que deixá-lo descansar. Não se preocupe, mesmo se descansarmos até amanhã de manhã, vamos chegar na Grande Floresta no entardecer de amanhã.

Comi os intestinos dos peixes e limpei os palitos de ferro usados para espetar os peixes com o feitiço Limpar e os guardei em minha bolsa de itens. Descartei a cabeça e rabo dos peixes no local e o corredor do deserto os roubou no mesmo instante.

O monstro me olhou com um olhar que parecia dizer de modo triunfante: “Mestre, os olhos do peixe são a parte mais deliciosa”.

— Muito bem, hora de voltarmos.

Abri a porta para o Meu Mundo e voltamos juntos do corredor do deserto.

Após retornar para o Meu Mundo, Shumei decidiu descansar em meu quarto na casa de madeira.

Assim, fui dar uma olhada em como as tartarugas estavam indo no mar.

Elas estavam sendo alimentadas com uma mistura de pequenos caranguejos esmagados e pedras mágicas no tanque de água sem saberem que eu as mataria algum dia. Eu acabaria ficando apegado se continuasse as observando, então tinha que fazer isso com moderação.

— Mestre, obrigada por seu trabalho duro.

Pionia disse enquanto me oferecia uma toalha.

Ela sentiu que eu estava suado e deveria limpar meu corpo?

Mas eu tinha a magia Limpar... deixa para lá, vou deixa-la me mimar.

Foi uma ótima sensação apenas limpar meu rosto com uma toalha.

Minha cara ficou refrescada e isso renovou meus espíritos.

Talvez ela tenha preparado isso para que pudesse me sentir refrescado ao invés de apenas limpar meu suor.

— Obrigado Pionia. Como Shumei está se saindo?

— Ela parece ter se acalmado um pouco.

— Entendo...

Ela comeu as frutas que preparei para ela, então não devia haver motivos para me preocupar.

— Mesmo que tenha sido pelo bem dela, ela foi traída pelo pai em que ela confiava. Acho que não há o que fazer.

Eu falei enquanto me levantava e me esticava um pouco.

— Eu deixo o corredor do deserto e Shumei aos seus cuidados.

— O que o Mestre planeja fazer?

— Só vou fazer uma pequena corrida. Se eu me especializar em velocidade, posso correr mais rápido do que o corredor do deserto.

Assim que estava a ponto de abrir a porta para o Meu Mundo, Pionia segurou minha manga.

Ela estava inexpressiva como sempre, então não pude entender o que ela estava pensando.

— Há algum problema?

— Por favor, não se esforce demais.

— … ? É raro ouvir Pionia falar algo como isso.

— Após a Mestra Miryuu desaparecer, o Mestre ficou muito impaciente.

… era verdade que eu estava sendo impaciente.

Mas Miri poderia estar sofrendo, então me sentia apreensivo em agir com calma. Afinal, Miri abandonou sua vida confortável no Japão porque morri em um acidente.

— Se o Mestre morrer, Mestra Haurvatat, Mestra Carol, Mestra Malina irão se lamentar.

— Eu sei.

— Se o Mestre morrer, Neete e eu vamos ficar sem poder mágico e não seremos capazes de nos mover.

— … eu sei.

Mesmo se eu soubesse disso, talvez meu subconsciente não entendesse.

Isso era verdade. Elas morreriam se eu não fornecesse meu poder mágico.

Essa era uma enorme responsabilidade.

— Não planejo fazer nada imprudente. Afinal, fui repreendido com bastante seriedade após a luta com o Leviatã¹. Desta vez, vou escapar para o Meu Mundo se achar que realmente é impossível.

— Por favor, faça isso.

Pionia soltou minha manga e eu saí do Meu Mundo.

O mundo exterior estava completamente escuro, mas fui capaz de enxergar com facilidade graças a habilidade Visão Noturna. Parecia que monstros se reuniram por causa do cheio do peixe grelhado.

Ó, verdade, vou mudar de Samurai para aquele emprego...

— Tudo bem, vamos indo.

Eu corri. Ao mesmo tempo, derrotei cinco feras parecidas com tigre que vieram correndo na minha direção com chutes.

Ichinojo subiu de Level.

Habilidade de Artista da Areia: “Endurecer Areia” adquirida.

Habilidade de Artista da Areia: “Cavar” adquirida.

Habilidade de Santo da Espada: “Espada das Sombras” adquirida

Entendo, a habilidade Endurecer Areia me permitirá endurecer a areia que toco e impedir meus pés de afundarem quando estiver correndo no deserto. Essa com certeza era uma habilidade feita para se atravessar o deserto com mais facilidade.

Coletei as feras parecidas com tigre com minha bolsa de itens para refeições do corredor do deserto enquanto eu mais uma vez voltava meus empregos para o conjunto especializado em velocidade e comecei a correr para o leste.

Com tudo isso dito, me senti inclinado a trabalhar.

Sempre foi um prazer ser capaz de trabalhar por alguém dessa forma.

— … ah, esqueci de receber a recompensa do Marquês-sama.

Percebi isso após correr por cerca de três horas.

Merda, nesse caso, ao invés de trabalhar, isso não era voluntariado?

Shumei… não estava com nenhum dinheiro.

Ah, bom. Atividade voluntária, manda ver!

Eu era capaz de passar horas ou dias pelo bem de outra pessoa sem receber qualquer dinheiro.

Isso era impossível para funcionários regulares que passavam o tempo todo no trabalho todos os dias.

— Minha vida de desempregado me guiou até o caminho do voluntariado!

Eu corri determinadamente para o leste pela estrada na escuridão enquanto dizia coisas desse tipo.

… caminho, esta estrada conta como um?


Nota

[1] Eventos do capítulo 174



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