Volume 4

Capítulo 2.2: Tu Vens a Mim

Naquele instante, a expressão facial da Sitri congelou.

O silêncio reinou sob o local por um tempo considerável.

A chuva pesada se reduziu a uma garoa, fazendo parecer que os céus estavam temperando levemente a terra com as gotas. Retirei minha camisa e esfreguei meu corpo com uma toalha surrada. Mesmo permitindo que a chuva me atingisse, eu ainda tinha que me secar de vez em quando para evitar que ficasse resfriado. A razão para eu sentir as minhas entranhas esfriando não era só a chuva.

Os lábios da Lorde Demônio se abriram.

“Como?”

“Como será? Não foram poucos indícios. Para começar, você se aproximou de mim agindo de uma forma amistosa demais. Então dividiu o pão em dois e me entregou metade, enquanto você, Senhorita Sitri, comeu a outra metade. Esse tipo de comportamento é visto normalmente entre duas pessoas próximas, tal como membros de uma mesma família. Já a relação entre nós dois, por outro lado, não é muito… favorável.”

“…”

Sitri era próxima a Paimon. Partindo do ponto de vista dela, não seria estranho acreditar que eu era um inimigo político da Líder da Facção das Montanhas. Mas a Sitri se aproximou de mim, um indivíduo com esse currículo, de maneira amistosa e me ofereceu um pedaço de pão?

Eu poderia só considerá-la uma pessoa generosa e que não se importa com questões mundanas. Sendo bem honesto, isso seria uma perspectiva bem positiva. Infelizmente, desde que nasci, sempre fui um desgraçado com praticamente nenhuma recordação de olhar o mundo com uma perspectiva positiva. Ela tinha alguma segunda intenção. Era sensato concluir isso.

Por exemplo, pensar que ela comeu propositadamente do mesmo pão para evitar suspeitas de que havia envenenado o alimento.

Pensando assim, fiz minha suposição.

Da mesma forma que faço desde criança.

“Em seguida, o fato de você ter vomitado após escutar minha descrição das obscenidades que ocorrem entre mim e a Barbatos. Não sou surdo. Consigo me lembrar das várias vezes em que fui informado de que você, Senhorita Sitri, tem um nível de perversão deveras elevado. Em comparação a alguém como você, os atos que pratico com a Barbatos mal devem passar de meras brincadeirinhas. Apesar disso, você vomitou… Sou obrigado a acreditar que a Senhorita forçou de propósito a saída de tudo que estava no seu estômago.”

“…”

“Não tenho certeza de qual a razão por trás deste envenenamento, mas vamos conversar tranquilamente sobre isso agora. Para começar, o antídoto. Você está com ele, certo? Se não considerar uma descortesia, por favor, entregue-o para mim. Mesmo que não me falte experiências de vezes em que fui envenenado, certamente, não há nada que consiga fazer quanto a isso, sou incapaz de descartar meu desejo de viver.”

Então coloquei minha mão para fora da cela.

Com o rosto rígido, Sitri encarou a minha mão. Por ela não fazer mais nada além de ficar me encarando inexpressivamente, já estava ficando um pouco preocupado. Ela não pretende me entregar o antídoto? Apesar da maneira com que me comporto, sou um homem que só aceitará a morte se vier pelas mãos da Lapis ou da Elizabeth. Se morrer envenenado por uma personagem secundária igual você, então estaria desonrando aquelas duas mulheres…

“Tudo bem para você se eu começar a gritar agora? Com toda certeza aqueles sentinelas logo ali irão vir correndo até minha cela. Então tudo será resolvido. Testemunharei que a Senhorita Sitri tentou me assassinar com veneno, dado como a Senhorita é muito próxima a Sua Excelência, Paimon, a Facção das Montanhas como um todo será responsabilizada por esse crime. Você quer que isso aconteça?”

“…”

“Depois de que o julgamento militar foi rejeitado, o Lorde Demônio, que estava sob custódia partilhada por todas as três facções, foi assassinado por uma das figuras de liderança da Facção das Montanhas. Que maravilhoso. Já consigo ver perfeitamente essa notícia sendo contada por todo Continente Demoníaco. Aha, mas é claro, se causar comoções for um dos fetiches da Senhorita Sitri, então não te impedirei. Muito bom. Caos. Eu também adoro isso.”

Sitri mordeu seus lábios com força.

Então, levou sua mão ao bolso do seu casaco e de lá retirou um frasco de vidro. E dentro desta pequena garrafa estava um líquido amarelo escuro, bem semelhante ao mel natural. Peguei o objeto e tomei o remédio de uma vez só.

Mm, que gosto horrível. Um gosto muito ruim mesmo. Porque é que tantos venenos são tão saborosos, mas os seus antídotos têm um gosto tão repulsivo? É bem curioso.

“… Já posso ir adiantando, isso tudo não teve nenhuma relação com a irmãzona Paimon. Foi algo que eu fiz por conta própria.”

“Uma bela justificativa. No mínimo, a meu ver, parece uma desculpa plausível. Espero encarecidamente que, durante o julgamento, os outros Lordes Demônios também sejam convencidos por essa bela desculpa.”

Assim que falei isso, um dos soldados que estava de guarda a uma curta distância da cela retirou o seu uniforme branco. Assim que o chapéu militar caiu e o seu manto foi ao chão, a pessoa que estava ali, surpreendentemente, era a Lorde Demônio Paimon. O olhar de pânico estava bem aparente no seu rosto. Até então, essa performance delas já estava suficientemente intrigante, mas o que a Paimon falou para a Sitri em seguida deixou ainda mais melhor.

“Sitri, você…! Você disse que queria fazer um pequeno teste para descobrir que tipo de pessoa ele era, mas você usou veneno!? Era esse o teste que você queria fazer!?”

Sitri coçou a cabeça.

“Haa… Irmãzona, como eu já esperava, não gosto nada desse cara. Ele tem um certo cheiro. O fedor de um corpo apodrecendo. É claro que, já que a irmãzona é a líder da Facção das Montanhas, não tenho o menor direito de discordar das suas decisões, mas…”

“Sua tola! O problema não é esse agora!”

Paimon correu apressada até a minha cela e abaixou a cabeça. Não foi só uma vez. Duas vezes, três vezes, quatro vezes, como se estivesse tentando provar o quão baixa era a sua própria existência, ela se curvou várias vezes.

“Esta dama pede desculpas, Dantalian. Com toda sinceridade, esta dama lamenta por isso. Sitri não tinha más intenções. É só que, quando se trata de assuntos relacionados a esta dama, essa menina fica estranhamente agitada… Esta dama implora pelo seu perdão. Esta dama fará tudo que for preciso para se desculpar, então, por favor, perdoe a Sitri…”

“Não teve más intenções, é mesmo?”

Assisti despreocupado ao pedido de desculpas agitado da Paimon.

Não tinha porque me sentir impaciente, já havia sido mortalmente envenenado minutos atrás mesmo. No aspecto político, uma tentativa fracassada de assassinato é um dos crimes mais deploráveis possíveis. Dependendo de como eu utilizasse isso, seu valor era incalculável.

Primeiro que, a Paimon não tinha nem uma fagulha sequer da minha confiança. Depois de todos esses acontecimentos, não havia o menor motivo para estranhar que ela utilizasse veneno contra mim.

“Não se passou nem um ano desde que recebi as desculpas de Vossa Alteza Paimon durante aquela Noite de Walpurgis. Naquela ocasião, Vossa Alteza tentou me eliminar através da política. Já que as calúnias não foram efetivas, agora tentou utilizar veneno e assassinato? Mas que encantador.”

Da minha primeira palavra até a última, todas elas foram proferidas com calma e repletas de sarcasmo. O rosto da Paimon empalideceu.

Três dias haviam se passado desde o início da guerra. Ouvi que ao passar desses dias, Paimon havia conseguido boas conquistas enfrentando o Exército Imperial da Francia. Apesar de que nenhuma batalha decisiva tivesse ocorrido ainda, já se podia dizer que ela obteve resultados excelentes. Os resultados exibidos pela Barbatos eram o completo oposto, sofrendo grandes perdas enquanto enfrentava o Exército Imperial de Habsburgo.

Contudo, essa tentativa fracassada de assassinato continha o poder de inverter completamente esta contabilização de méritos. Na perspectiva da Paimon, isso só podia ser visto como um pesadelo.

“Dantalian, esta dama está sendo sincera. Como desejava aceitar oficialmente você, Dantalian, na Facção das Montanhas… Antes que pudesse te contatar diretamente, Sitri pediu a permissão desta dama para que ela conversasse com você primeiro para descobrir que tipo de pessoa você era…”

“Ao que parece, na Facção das Montanhas vocês envenenam as pessoas e checam quanto tempo elas conseguem sobreviver para julgar o caráter delas. É um método impressionante.”

“Dantalian…”

Paimon olhou para mim como se estivesse prestes a desfalecer a qualquer instante. Lentamente ela se abaixou até ficar de joelhos. O chão, que estava úmido por causa da chuva, sujou a saia do seu vestido com a lama. Vendo esta cena, Sitri franziu o cenho.

“Irmãzona, você não precisa fazer isso por um homem des-”

“Cale-se. Você não tem o direito de falar.”

Paimon cortou com frieza as palavras da sua aliada próxima.

“Dantalian. Esta dama compreende que, aos seus olhos, ela não aparenta ser uma pessoa confiável. Sim, esta dama já duvidou de você e o caluniou por diversas vezes. Contudo, garanto-lhe que não há nem um traço de segundas intenções na proposta de te recrutar sob a bandeira da Facção das Montanhas… Se pedir para que esta dama prove isto, então ela o fará. Portanto, por favor, escute o que esta dama tem para dizer.”

“…”

Era incrível.

O mais impressionante era a habilidade de atuar da Paimon ser tão admirável que conseguia convencer até a mim de que as suas palavras eram apaixonadamente sinceras. Essa personalidade expressiva dela, que servia de base para sua capacidade de atuação, era extraordinária. Meus Deuses. Se fosse qualquer outra pessoa assistindo, então com certeza eles já teriam sido completamente enganados.

Essa mulher não só tentou me incriminar por algo ridículo, como ter disseminado a Peste propositadamente, mas também tentou utilizar o inimigo vendendo o Artefato Tocador de Memórias para a Princesa Elizabeth. Ela rejeitou a execução do julgamento militar para conseguir interferir entre mim e a Barbatos, e caso fosse necessário, ela era uma mulher capaz de fazer algo arriscado, como envenenamento. E ainda assim, Paimon esperava que eu acreditasse nela quando afirmou que não havia nenhuma segunda intenção por trás das suas atitudes.

Isso não era esplêndido? Nem mesmo o meu pai foi capaz de ter tão pouca vergonha. Inconscientemente, dei um sorriso amargo.

“Por favor, levante-se Vossa Alteza. Isso é vergonhoso.”

“Como disse?”

“Existe alguma razão para Vossa Alteza me recrutar para Facção das Montanhas? Não importa o quanto Vossa Alteza deteste a Barbatos, você iria tão longe assim só para prejudicá-la? É claro, isso não é algo que cabe a mim dizer, afinal, fui eu que requisitei o meu próprio julgamento militar tendo plena certeza de que Vossa Alteza agiria de tal forma…”

Bom, se tratando do uso das emoções alheias, Paimon era igual a mim. O problema era que, apesar de ser como eu, ela continuava agindo como se estivesse acima de todos e correta, certa de si mesma.

“Estou genuinamente curioso. Te agrada viver assim?”

Tenha orgulho de ser uma pessoa influente astuta, Paimon.

Tenho ciência de que você valoriza os seus subordinados. Contudo, não importa se você é um malfeitor utilizando uma boa pessoa ou uma boa pessoa fazendo uso de um malfeitor, a partir do momento em que você utiliza uma pessoa para realizar os seus desejos, você já passa a ser igualmente uma manipuladora. Não somos ambos bestas, seres selvagens possuidores de presas e garras capazes de arrancar e cortar a carne um do outro?

Paimon implorou.

“Não, não é assim. A sua opinião está sendo formada a partir de um mal-entendido. Até quanto a Barbatos, há um enorme mal-entendido… Agora é sua última chance. Você precisa aceitar a proposta desta dama. Barbatos com certeza utilizará essa oportunidade para te eliminar.”

“…”

“Sitri estava falando a verdade. Barbatos, aquela garota, não deixa ninguém que conhece a sua fraqueza impune. Ela é uma mestra da atuação. Se você não entrar na Facção das Montanhas o mais rápido possível e se estruturar, então será eliminado em um mero piscar de olhos e…”

“Agora também está tentando fazer uso da alienação, é sério?”

Deixei escapar um grande suspiro. Paimon estremeceu.

Havia chegado a hora.

Vasculhei as minhas roupas, que eu havia retirado antes, e de dentro delas retirei o relógio de bolso. Este item era familiar para essa Lorde Demônio. Era a evidência que passou das mãos da Humbaba para a Paimon, e em seguida foi entregue para a Princesa Imperial Elizabeth, que por sua vez entregou para mim.

“Isso é…”

 

Os seus olhos vermelhos tremeram. Balancei a cabeça, como se estivesse concordando, e mostrei o relógio para ela.

“Oh minha cara. Parece que você conhece bem esse relógio, Vossa Alteza. Será que você, por um acaso, se recordou da última vez que você o viu?”

“…”

 

“Sim, por favor, levante-se para poder ver mais perto. É um Artefato Tocador de Memórias. O segredo da minha general, a senhorita Laura de Farnese e as suas origens estão contidas neste objeto. Depois das negociações com a Princesa Imperial, ela entregou o relógio para mim. A Elizabeth é uma pessoa inteligente. Utilizando esse segredo ela iria, com toda certeza, atacar a dignidade da Farnese. Além disso, é muito provável que o dano político que a minha general recebesse seria dirigido diretamente a mim.”

Cantarolei como se estivesse contando uma história divertida. Contudo, conforme minhas palavras continuavam a fluir, o rosto da Paimon ficava cada vez mais rígido.

“Não posso afirmar quem foi o responsável por isso, mas a meu ver, quem quer que tenha presenteado isso para a Princesa Imperial devia me odiar muito. Isso me entristece. Não me recordo de ter feito qualquer má ação em particular, mas mesmo assim alguém me ressente tanto… E por causa desse ressentimento, mesmo que não seja minha intenção, uma relação antagônica se forma entre mim e a pessoa em questão. Não é mesmo, Vossa Alteza?”

“…”

Porque está com o rosto assim, Paimon? Não existem muitas coisas no mundo mais belas do que a jornada do autodescobrimento. Portanto, mesmo que essa sua verdadeira face, que você acabou de descobrir, é a face de uma hipócrita terrível, essa é a sua verdadeira natureza. Se você for incapaz de amar o seu verdadeiro eu, então quem mais será capaz de te amar?

Mas não tema. Algum dia até mesmo você irá amar essa sua vida hipócrita. Afinal, o motivo para amarmos a vida, não é pelo apreço que temos a ela, mas sim pelo apreço que temos pelo amor. Até eu, como já era de se esperar, amo a minha vida enlouquecida pela autoridade.

Os cantos da minha boca se ergueram em um sorriso.

“Não se preocupe. Também não sou tolo. Ao menos, sei porque a Princesa Imperial colocou uma bomba como essa nas minhas mãos. É muito provável que ela esperava que eu utilizasse isso para criar um problema e causasse conflitos internos na Aliança Crescente. A Princesa, também, é uma pessoa bem impressionante…”

No dia em que as negociações haviam acabado, fiquei bem surpreso ao ver o conteúdo do relógio de bolso após retornar ao acampamento. Fiquei imensamente comovido com a teimosia da Paimon, que insistia em tentar me eliminar. Não estou brincando. Talvez a Paimon tenha tido algum salto lógico e conseguido perceber através da sua intuição.

Que esta era estava sendo movida por um indivíduo, eu, Dantalian.

Dentre as figuras com autoridade, Paimon foi a primeira a perceber este fato. É por isso que ela lutou para se livrar de mim…

Foi uma percepção digna de nota. Devo mesmo te elogiar. Contudo, você cometeu um engano. Ao invés de tentar me ostracizar, deveria ter tentado me atrair. No mínimo, deveria ter criado uma parceria, onde usaríamos um ao outro, assim como a Barbatos havia feito.

O seu erro mais grave foi ter mostrado as suas presas para mim enquanto eu estava agindo com fragilidade. O fraco jamais esquece a arrogância do forte.

Então, agora.

“Vossa Alteza Paimon.”

O fato de você ser uma traidora, que me entregou para o inimigo, foi claramente revelado. O que fará agora? Pessoalmente, estou tremendamente curioso para descobrir o quanto essa fachada que você mantém consegue aguentar.

“Você, por um acaso, tem mais alguma coisa para me dizer?”

“…”

Paimon baixou seus olhos. Ela também não levantou mais a cabeça. De onde estava, eu conseguia ver seus lábios se abrindo, fechando, e abrindo de novo.

Pouco depois, Paimon murmurou baixinho.

“… desculpa. Por esta dama…”

Com sua voz falhando, e parecendo que suas palavras estavam saindo do fundo do seu coração.

“… por esta dama ser incompetente… Por ser infinitamente incompetente, esta dama pede desculpas…”

Essa era uma escolha de palavras um pouco estranha para um pedido de desculpas.

Paimon não tentou mais implorar ou dar mais justificativas. Ela apenas se levantou, com seu rosto ainda voltado para o chão, e saiu. As pontas das suas roupas, que haviam ficado sujas pela lama, se moveram junto a ela como se fossem uma correnteza.

“…”

Sitri, a culpada pelo incidente de hoje, olhou para mim inexpressivamente, então em seguida partiu em busca da Paimon.

Assim, as únicas coisas que continuavam aqui comigo eram, mais uma vez, um punhado de palha, a cadeira velha de madeira e as duas poças de lama que ainda não haviam secado. Depois que todos foram embora, finalmente deixei escapar um suspiro de alívio. Apesar de ser uma vida com poucos bens, eu estava satisfeito assim.

“Haaa.”

Será que já chegou a hora?

Olhei para o céu escuro da noite.

Apesar da Paimon ter insistido que eu estava entendo algo errado, na verdade, era eu que queria dizer isso para ela. Não só Paimon, mas a Barbatos também parecia estar firme em seu mal-entendido. De forma similar à como a Paimon parecia acreditar que essa era uma guerra com a qual ela precisava lidar, Barbatos parecia acreditar que essa era uma guerra que ela havia começado. Infelizmente, as duas estavam erradas. Do princípio ao fim, essa guerra me pertencia.

Eu precisava fazer com que elas entendessem isso.

Se planejam me manter distante da guerra, então que seja. Tentem me afastar. Contudo, amanhã elas irão perceber.

––– O fato de que, mesmo que eu não me aproxime da guerra, ela ficará mais do que feliz de vir até mim.

Farnese.

Chegou a nossa hora.

 



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