Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 2

Capítulo 27: Viagem de negócios. Parte 2.

Dessa vez quando Tyler chegou ele foi direto para um hotel, não um hotel qualquer. Era um 5 estrelas de frente para o central park.

Ele ficou esperando lá até que o contato do hacker o chamasse.

Hoje era uma reunião muito importante para Tyler, se ele realmente conseguisse fechar uma parceria com esses caras, seus problemas estariam acabados.

Ele seria capaz de vender toda prata e ouro em uma tacada só. E sendo um pouco otimista poderia vender as pedras preciosas também.

Apenas no fim do dia ele conseguiu marcar uma reunião.

****

— Será que eu vou ser morto? — Tyler estava com esse pensamento, ele estava sozinho em um prédio de estacionamentos. Parecia até uma cena de filme.

Pouco tempo depois uma limusine branca chegou.

Um jovem saiu de dentro do carro e caminhou até ele. — Senhor Newman, eu presumo?

O jovem estava bem vestido com um terno caro feito por alfaiates e como bom judeu praticante, usava também um quipá na cabeça.

Tyler também não estava mal vestido, ele sabia muito bem que aparência contava, e muito. Quando o assunto era fechar acordos comerciais, ele não tinha se vestido de forma diferente antes, afinal eles eram seus amigos.

Entretanto nesse momento ele estava usando um terno fino, em uma de suas viagens a Itália ele comprou um terno, havia um boato que todo homem que se preze deveria ter ao menos um terno feito sob medida na Itália ou na Inglaterra. 

— Sim, sou eu mesmo. — Ambos se cumprimentaram e entraram no carro.

No interior bastante luxuoso um velho que aparentava ter a mesma idade de Tyler falou: — Meu nome é Abel Broflovski, fui informado que o senhor tem muita prata e ouro para vender.

— Sim é verdade.

— Posso saber a origem?

— Posso contar apenas sobre parte dele, eu e um grupo de investidores temos algumas minas na américa do sul. O metal foi extraído de forma legal lá, mas quando queremos entrar com ele no país… Bem apenas digamos que a burocracia tornou tudo mais difícil. — Não havia um modo de Tyler dizer que toda essa prata ou ouro era legal. Ele se lembrou de um péssimo conselho que ele havia escutado de um amigo de faculdade, o cara era especialista em colar nas provas, Tyler não fazia ideia de como ele conseguia as respostas, mas ele sempre às tinha.

Quando Tyler perguntou como ele conseguia o homem simplesmente disse: — Se for fazer algo errado, faça do jeito certo!

O pior de tudo era que pensando um pouco isso até que fazia sentido. A mentira de hoje tinha que ser bem contada, não era problema para esse comprador que o metal tivesse entrado de forma ilegal, não era da conta dele.

Contudo saber da situação o ajudava a ser mais discreto e estar preparado para uma futura investigação.

— Sabe-se que de todo jeito os valores irão para alguma conta, isso eu não posso lavar.

— Não se preocupe, temos pessoas prontas para fazer todo esse processo.

— Onde está? — O velho perguntou.

Tyler fez uma ligação e poucos minutos depois um carro-forte, chegou.

— Venha ver. — Tyler falou e os dois foram dar uma olhada na mercadoria.

Os guardas abriram a porta do furgão e o metal estava em sacos empilhados, Tyler puxou um e ele caiu com um baque surdo no chão.

Muitas pessoas não sabem, mas o ouro é muito mais pesado que o aço, por exemplo se eu pegasse uma caixa de leite de um litro e colocasse aço dentro ela iria pesar 7,8 quilos, entretanto se substituíssemos a mesma embalagem por ouro ela pesaria 19,33 quilos!¹ 

Sem conseguir levantar ele abriu a sacola e mostrou.

O judeu pegou uma barra e inspecionou. Tyler podia ver um brilho nos olhos de Abel. 

— Acho que podemos fechar negócio, senhor Newman.

Ambos apertaram as mãos e fecharam o acordo, embora não fosse muito conhecido, existe um costume judeu de fechar grandes acordos apenas apertando a mãos, quando há muita coisa envolvida então cada homem dá um fio da barba para o outro.

— Algo a mais para mostrar. — Tyler disse e pegou um baú de madeira. 

Quando Tyler abriu… O velho ficou pasmo.

— Vo... vo... o qu... meu Deus!!! — Depois de muito gaguejar só foi isso que ele conseguiu dizer.

Esse homem tinha mexido a vida dele inteira com joias e metais preciosos, como ele não poderia ficar sem fôlego com rubis e safiras do tamanho de uma uva para maior.

Cada gema pesava entre 20 e 40 gramas, 1 quilate pesa 200mg, ou seja 5 quilates é igual a uma grama. O preço de um quilate de safira ou rubi é em média 12.000 dólares!

Ou seja, as pedras nessa caixa valiam algo entre 240.000 e 480.000 cada pedra!

Tyler fechou a caixa antes do homem poder pegar uma.

— Eu só vendo todas de uma vez. Posso até vender abaixo do valor de mercado, mas é jogo certo, ou o pacote todo ou nada.

— Vamos ao meu escritório.

Os dois entraram no carro novamente e partiram.

Em um prédio alto no centro de Manhattan, Tyler estava sentado em uma sala muito luxuosa. O próprio Abel tinha avaliado pedra por pedra e ia somando os valores. Tyler tinha contado 180 pedras!

— Já tenho um valor senhor Newman. — O velho disse nervoso.

— E qual é? — Tyler fingiu indiferença.

— São 4.800 quilates.

— Cobro 10.000 por quilate. — Embora Tyler não tenha diminuído muito no preço, no montante total o valor era muita coisa.

— O valor total são 48 milhões. Não posso pagar tudo de uma vez só...

— Ou arranje mais gente para comprar ou não há negócio, quero lembrá-lo que o preço final está muito abaixo do mercado.

— É verdade... Pode me dar até amanhã para achar um parceiro?

— Posso… — Tyler suspirou, se essa transação fosse finalizada então seus problemas acabariam de vez.

Tyler terminou a conversa e foi para o hotel, mesmo antes de chegar lá, Abel ligou informando que tinha o dinheiro.

48 das pedras, mais 6 da prata e ouro, Tyler agora tinha 54 milhões para gastar no seu projeto.

 

[1]: O ouro é mais pesado que o chumbo, no volume de 1 litro, teríamos 11,4Kg de chumbo, e 19,3Kg de ouro, mas a patina é ainda mais pesada (e mais cara), com sendo 21,4Kg para cada litro.



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