Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Delongas


Volume 3

Capítulo 195: Também...

E o tempo passou.

Logo chegou o dia do lançamento de Origens, e lojas em todo o mundo começaram a vender o aparelho.

Nesse dia, Baijian estava supervisionando as obras na floresta enquanto bebia chá. Na sua frente, Yanyan estava sorrindo estranhamente enquanto o olhava, e por perto, Xue’er estava pintando alguns pássaros que estavam piando em cima de uma árvore.

O sorriso de Yanyan estava o incomodando um pouco, então ele sorriu e perguntou:

“E esse sorriso aí?”

Surpresa, Yanyan colocou a mão na boca e falou:

“Ah, esse? Não sei, ele aparece de vez em quando.”

Com um sorriso brincalhão, Baijian perguntou:

“Quando que ele aparece?”

Parecendo pensar seriamente sobre essa pergunta, Yanyan finalmente respondeu fingindo surpresa:

“Ah, é você?”

Sorrindo, Baijian respondeu:

“Você começou a dar em cima de mim? Pois saiba que eu só te vejo como amiga.”

Fingindo estar chocada, Yanyan colocou a mão no peito e falou lamentavelmente:

“Ah, fui rejeitada.”

Se levantando da cadeira, ela foi até Xue’er e a abraçou por trás enquanto fingia chorar:

“Xue’er, eu fui rejeitada.”

Xue’er escutou toda a troca. Com um meio sorriso, ela falou:

“Vocês dois estão flertando?”

Se soltando de Xue’er, Yanyan fez uma cara chocada:

“Flertando? Ele acabou de me rejeitar falando que só me quer como amiga.”

Xue’er balançou a cabeça e voltou a pintar enquanto respondia:

“Não desista, talvez um dia ele veja os seus encantos femininos.”

Como se tivesse sofrido um ataque, Yanyan começou a girar enquanto falava:

“Mas eu estou transbordando de encantos femininos… eu sou bonita, gentil e sei cozinhar… o que está faltando em mim?”

Baijian, que tinha saído da conversa, respondeu:

“Humildade.”

Yanyan mostrou a língua enquanto voltava a se sentar. Olhando para ele, ela falou:

“Quando você sabe que é bonita, mas finge que não sabe, isso é hipocrisia.”

Yanyan era uma menina linda, ela obviamente sabia desse ponto. Por isso que ela nunca faria algo como fingir modéstia.

Baijian balançou a cabeça e comentou:

“Você é muito linda, mas já disse, só te vejo como minha amiga.”

Ouvindo isso, Yanyan deitou a cabeça na mesa e murmurou:

“Ah, friendzone…”

Depois de alguns segundos em silêncio, ela pareceu pensar em algo e então saltou:

“Aah, é hoje o lançamento do jogo!”

Baijian, que estava em silêncio apreciando o vento, sorriu e falou:

“Sim, daqui à uma hora.”

Com olhos brilhando, Yanyan declarou:

“Vai lá comprar.”

Sorrindo, Baijian assentiu e respondeu:

“Eu vou lá daqui a pouco.”

Prezando a velocidade, Yanyan pediu que ele fosse.

Quando estava perto do horário, ele se levantou da cadeira e sem outra palavra pulou no ar.

Embora tenham se mudado, Baijian e as meninas tem ido para a escola normalmente. Afinal, só aumentou o tempo de viagem, nada mais. Por medo de deixa-las sozinhas, especialmente depois do que aconteceu com Yanyan, Baijian tem ficado com elas quase sempre, essa será a primeira vez, em semanas, que ele se distancia delas.

Por não ter tido tempo de testar, ele decidiu testar sua velocidade de voo. Com sua força física muito melhorada, Baijian queria saber em que velocidade ele conseguia viajar agora.

Pisando no ar, Baijian de repente usou [Propulsão] com todas as forças e…

A “granada de ar” foi completamente destruída, não conseguiu se manter com a força exercida pelo seu pé.

Vendo isso, Baijian entendeu que a sua força atual é muito grande para usar [Propulsão].

Regulando sua força, ele diminui e tentou novamente…

Novamente foi destruída.

Depois de múltiplas tentativas, Baijian finalmente conseguiu usar [Propulsão] e começou a voar para frente numa velocidade vertiginosa.

“1224 km/h”.

Calculando rapidamente a velocidade que seu corpo se movia, Baijian sorriu ironicamente, sabendo que isso era algum tipo de barreira na técnica [Propulsão].¹

Ou seja, a sua técnica só lhe permite voar, no máximo, a essa velocidade…

Suspirando, Baijian entendeu que ultrapassar a barreira do som não é tão simples quanto parece.

Deixando esses pensamentos de lado, só passou alguns segundos e ele já chegou perto da loja de venda do aparelho.

Parando em cima de um prédio, ele olhou para a loja que estava ao alcance da sua visão, e sorriu ironicamente.

Tinha uma fila enorme de mais de duzentos metros…

E observando o entorno, dava para notar que ainda tinha pessoas chegando.

Descendo do prédio, ele andou na rua em direção a loja e parou na ponta da fila.

Baijian poderia usar sua habilidade e sua aparência para fazer as pessoas simpatizarem com ele e assim conseguir furar a fila… Mas ele honestamente sentia que isso era bem injusto, então decidiu esperar na fila.

A fila era enorme, mas ela andava relativamente rápido. Isso porque os atendentes estavam trabalhando o mais rápido que podiam para entregar o aparelho enquanto agilizavam bastante o processo de compra.

As pessoas na fila também sabiam o quão chato era esperar, então colaboravam para comprar o mais rápido possível.

Com o número crescente de pessoas chegando a cada momento, a fila já se tornou tão grande que vários atendentes tiveram que aparecer para organizá-la.

A maioria dos clientes foi cooperativa e tentou não atrapalhar, embora tivesse alguns que fizeram um alarde, ou tentaram furar fila…

A loja estava bem preparada. Não é uma loja da própria ISIS, mas a empresa avisou que, devido à natureza do produto, haveria um número enorme de pessoas comprando, e por isso seria um caos.

A loja entendia muito bem que ia ser assim, então semanas antes do lançamento, elas se prepararam pedindo que os atendentes que trabalhavam em outros dias, ajudassem no dia do lançamento, até mesmo contrataram funcionários de meio período só para isso.

Depois de meia hora esperando, chegou finalmente a vez de Baijian. A mulher, já acostumada, perguntou educadamente com um sorriso:

“Quantos e quais cores?”

Ela mostrou uma palheta de cores, e a expressão de Baijian de repente ficou pensativa.

Não levou muito tempo para ele decidir:

“Quero sete, todos de cor branca.”

Ele não sabia por que, mas inconscientemente escolheu essa cor.

A atendente sorriu e se moveu para a parte de trás da loja, onde tinham várias caixas enormes com muitas pequenas caixinhas.

Pegando sete caixinhas, a atendente as colocou em cima do balcão e começou a explicar:

“Esse é o Anel de Imersão, com ele você poderá entrar em Origens. Tudo que você precisa fazer para usa-lo é colocar no dedo. Mas que fique claro, o anel tomará um pouco do seu sangue para colher DNA. Então quando você colocar o anel no dedo pela primeira vez, vai picar seu dedo para tirar o sangue.”

“Depois que o anel recebe o seu sangue, ninguém mais poderá usá-lo, e será seu e só seu. Dentro da caixinha, terá um manual com outras explicações sobre o aparelho, bem como algumas explicações sobre o jogo em si que serão úteis, então, por favor, leia.”

Baijian entregou seu cartão, e a mulher o passou rapidamente. Pegando a sacola com as sete caixinhas, ele se virou e foi embora.

Vendo Baijian saindo, o sorriso da atendente endureceu e o ar que ela estava segurando foi expelido.

Respirando fundo, ela olhou para uma atendente ao lado que estava olhando na direção que Baijian foi embora e falou com uma expressão estranha:

“Ele era bonito, né? Embora ainda fosse tão jovem, eu me senti muito nervosa falando com ele.”

A outra atendente finalmente saiu do transe e falou enquanto um cliente se aproximava:

“Vamos voltar ao trabalho.”

Chegando em casa, Baijian procurou por Yanyan e Xue’er, e viu que elas não estavam na mesa de antes.

Ele então se moveu para uma direção e logo chegou na frente de uma casa enorme de três andares.

A casa era muito bonita, com muitos vidros e era quase toda branca, com alguns detalhes coloridos diferentes.

Essa é a casa que Baijian construiu junto com os homens que Ye Hong mandou nas últimas semanas… Na verdade, ela já está totalmente construída faz uma semana.

O problema é ele não precisa construir só a casa. Graças à formação que ele escolheu para a casa, precisou de construções em outros lugares, e essas construções ainda vão levar um tempo.

Dentro da casa, Baijian sentiu o cheiro de comida e percebeu que estava quase na hora do almoço. Yanyan deve ter entrado para cozinhar.

Indo até a sala, Baijian viu que as meninas estavam sentadas na mesa conversando alegremente. Sua chegada as fez sorrir. Ele então se sentou à mesa enquanto colocava a sacola contendo as caixinhas em cima.

Tirando uma por uma, Baijian entregou para cada uma delas e explicou:

“Só colocar no dedo. O anel vai picar seu dedo para extrair o sangue para a identificação de DNA. Leiam as instruções dentro da caixinha depois.”

As meninas abriram a caixinha rapidamente, e dentro havia outra caixinha.

Abrindo a caixinha, tinha um anel branco que parecia feito de cristal. Era um anel pequeno e bonito, totalmente branco e simples.

Parecia uma aliança.

Olhando para Baijian com o canto dos olhos, o coração das meninas agitou ligeiramente enquanto colocavam o anel no dedo.

O anel era maior que o dedo delas, e por isso ficava folgado. Assim que iam falar isso para Baijian, o anel de repente apertou e ficou preso no dedo.

Elas também sentiram uma pequena picada no dedo, mas não doeu tanto.

Baijian observou isso ao lado, e assentiu com a cabeça, aumentando suas suspeitas de quem criou o jogo não ser da terra…

Na verdade, ele tem certeza que não foi alguém da terra.

Indo até a cozinha, Baijian olhou para Yanyan fazendo a comida de avental e sorriu gentilmente. Se aproximando, ele pegou a caixinha e a colocou em cima do balcão.

Vendo-o entrando na cozinha, Yanyan sorriu e falou:

“Já voltou?”

Assentindo com a cabeça, Baijian olhou para a comida, e seus olhos brilharam.

Yanyan é uma grande cozinheira, sempre fazendo muitas comidas diferentes. Para Baijian, que adora experimentar comidas novas, as refeições são momentos felizes.

Percebendo seu olhar fixo na comida, Yanyan sorriu e falou:

“Me ajuda a abrir a caixinha?”

Baijian assentiu sem pensar muito. Ele abriu e tirou a caixinha menor de dentro. Abrindo, ele tirou o anel e entregou para Yanyan.

Mas assim que ele ia entregar o anel na mão dela, Yanyan tirou a mão e falou com um sorriso:

“Coloca no meu dedo.”

Sorrindo ironicamente, Baijian a olhou nos olhos, e vendo que ela parecia querer muito, ele desistiu. Pegando a mão dela, ele colocou cuidadosamente o anel no dedo anelar.

Assim que entrou no dedo, o anel apertou e Yanyan sentiu uma pequena picada que não doeu muito.

Com um sorriso, ela continuou a olhar para o anel na mão por tanto tempo que Baijian teve que chamar sua atenção:

“A comida vai queimar.”

Saindo do transe, ela sorriu e voltou a mexer a comida. De vez em quando ela olharia para o anel com um sorriso no rosto.

Saindo da cozinha, Baijian viu que as meninas sentadas na mesa pareciam irritadas, já que nenhuma delas o olhou direito.

A única que ainda o olhava, embora um pouco hesitante, era Shuang’er, que se aproximou dele e falou em voz baixa:

“Elas viram.”

Baijian assentiu com a cabeça, ele já sabia desde o inicio. Para elas estarem irritadas, obviamente, era por terem o visto colocando o anel no dedo de Yanyan.

Ele só podia sorrir ironicamente, e se sentar à mesa, esperando que elas parassem de fazer birra.

Parecia uma guerra de paciência, já que as meninas continuaram a ignorá-lo e ficaram em silêncio.

Depois de alguns minutos, Meimei, impaciente, se virou para Baijian e falou:

“Isso foi muito injusto.”

Com um sorriso irônico, Baijian falou:

“Yanyan pediu. Vocês não pediram isso.”

Meimei não parecia convencida, já que retrucou:

“E daí? Era para você ter pensado nisso antes.”

Baijian novamente sorriu ironicamente, e pensou internamente:

“Pensar, eu pensei. Mas achei que seria estranho, então nem falei nada.”

Se levantando da mesa, Xue’er se aproximou de Baijian, tirou o anel do dedo e o entregou enquanto falava:

“Coloque no meu dedo.”

Suspirando, Baijian olhou nos olhos de Xue’er e viu o mesmo desejo que viu nos olhos de Yanyan mais cedo. Com um sorriso, ele pegou a mão de Xue’er, e quando ia colocar o anel em sua mão, mas sua visão de repente caiu em seu dedo, e ele percebeu que não havia nenhuma ferida…

‘O anel ajuda na regeneração? Que desnecessário.’

Afinal, o corte provavelmente seria pequeno, ia se curar em um ou dois dias. Sendo cultivadora, o corte ia se curar ainda mais rápido em Xue’er, então é desnecessário.

Deixando isso de lado, Baijian colocou o anel no dedo de Xue’er com um sorriso no rosto enquanto a olhava nos olhos.

Vendo o olhar de Baijian, Xue’er corou e, sem outras palavras, voltou a se sentar na cadeira com a cabeça baixa.

Meimei rapidamente se levantou e falou:

“Agora que chegou a isso, você tem que colocar no dedo de todas.”

Baijian assentiu com a cabeça e colocou os anéis nos dedos de Meimei e Bingyue, sempre as olhando nos olhos.

Sem outras palavras, elas se sentaram à mesa com a cabeça baixa enquanto olhavam para a sua mão esquerda que tinha um anel.

Vendo que todas já haviam feito isso, Shuang’er olhou em volta incomodada.

Vivendo junto com Baijian e as meninas, Shuang’er honestamente passou por uns momentos desconfortáveis.

Eles frequentemente flertam, e estão quase sempre se abraçando ou de mãos dadas.

Do que ela observou, Baijian gosta de passar um bom tempo ensinando medicina à Xue’er e tocando música com Bingyue.

Ele também passa muito tempo as instruindo em matéria de luta.

Constantemente, eles fazem brincadeiras uns com os outros, e estão sempre juntos se divertindo.

Para ela, esse lugar era honestamente um pouco desconfortável, parecia como se ela estivesse vivendo junto com casados apaixonados.

Mãos dadas, abraços, flertes…

Ela sente como se estivesse dentro de uma panela de doce, a doçura estava no ar, e isso a incomodava um pouco.

Esse momento, por exemplo, é um deles…

Cada uma delas recebeu o mesmo tratamento, e todas estavam felizes enquanto olhavam para o anel em seus dedos de forma hipnotizada.

Num momento como esse, ela, que é a que sempre se coloca como se estivesse de fora, se sente sempre desconfortável.

Depois de algum momento de hesitação, ela viu Baijian a olhando com um sorriso. Vendo aquele sorriso, Shuang’er corou, sabendo que ele viu através dos seus pensamentos.

Hesitando, Shuang’er, que estava sentada ao lado de Baijian, tirou o anel do dedo, estendeu sua mão e entregou o anel para Baijian sem olhá-lo.

Vendo ela assim, Baijian sorriu, sabendo o que passava em sua cabeça.

Ele pegou o anel da sua mão e, a olhando nos olhos, colocou o anel no dedo.

Shuang’er estava tentando evitar contato visual, mas quando sentiu ele pegando sua mão, ela virou o rosto para olhar, e ao se encontrar com os olhos de Baijian, sua expressão mudou .

Ela o olhou profundamente nos olhos, e se sentiu hipnotizada.

Os olhos de Baijian pareciam tão profundos quanto o mar, ela se perdeu nesse sentimento.

Ao vê-la assim, ele sorriu e colocou o anel em seu dedo.

Saindo do transe, Shuang’er olhou para Baijian profundamente, e voltou seu olhar para a sua mão que tinha um anel branco parecido com uma aliança.

Olhando para o anel, ela sorriu e murmurou:

“É diferente…”

Percebendo isso, a realidade bateu a sua porta.

Se levantando da mesa, ela saiu da casa e foi para fora. Estendendo a mão para o céu, ela começou a olhar para o anel na sua mão e murmurou:

“Ele mudou…”

Ela sabia que o anel em si não mudou, é o mesmo anel que ela colocou da primeira vez, mas…

“Quando ele colocou, o sentimento mudou…”

Antes, quando olhava para o anel, ela não sentia nada demais. Mas agora, ao olhar para o anel, o sentimento era totalmente diferente.

Ela percebeu o que isso significava.

Com um sorriso suave no rosto, ela murmurou:

“Então eu também me apaixonei…”

Ao lado, a mulher dourada que estava escondida, observou isso e murmurou:

“É o destino de vocês amá-lo.”


Nota:

1 – A  velocidade do som é 1224 km/h.



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