Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 89: Saindo da vila Chamto para se aprofundar no oeste!

A placa ressoa e brilha com a trava, que estava no peito de Mythro, ela sobe e as tatuagens de corrente começam a ebulir para fora.

— Vamos ver. — A placa flutua e Onofrio averigua com todo cuidado a aura despertando de Mythro.

Ela é fraca. Primeiro nível do segundo estágio.

— Isso... — Oprita começa a ficar nervosa.

— A cultivação dele caiu! — Tuin não segura, e sua aura começa a esmagar não propositalmente.

Ariã mexe sua energia cósmica e protege os mais jovens.

— Acontece. A última vez que usamos uma trava foi a muito tempo, mas isso é simplesmente o natural. — Onofrio lança energia na placa, e as correntes e a trava caem no chão e começam a se corroer até não mais existirem. — Senhor Kou Yulang pediu que a trava fosse destruída, porque ele nem quer vê-la, pois se lembraria do quanto pecou com você garoto das serpentes negras.

— Caluf Uin, tem que pagar por isso! — Oprita enlouquece, seu cabelo começa a ficar branco, atrás dela, em sua imagem espectral, é possível ver uma criança que se parece muito com ela.

“Terceiro nível do segundo estágio do segundo reino.”

— Essas nomenclaturas são enormes, por deus. — Mythro reclama, lançando um pensamento para Gornn.

— Oprita, acalme-se! — Onofrio aponta o dedo para Oprita e faz sua aura retroceder.

“Um ancião deste planeta.”

— Está tudo bem Oprita, Tuin. Eu vou recuperar o tempo perdido em um instante. Eu sei onde há uma poça enérgica cheia de energia, ela vai me ajudar a cruzar os estágios. 

— Uma poça enérgica!? — Onofrio fica lívido.

— Verdade, Mythro!? — Tuin recua sua aura por si mesmo, e seu rosto mostra surpresa e alegria.

Uma poça enérgica era algo muito difícil de encontrar. Quando diversas pedras cósmicas sofrem de alguma maneira um derretimento e sua energia não se esvai, mas, permanece em um determinado local, essa energia vai se purificando e se tornando mais densa e de alta qualidade. Dizem que se um homem mortal entrar em uma dessas, ele pode ir direto ao terceiro estágio do primeiro reino!

O terreno ao redor dessa energia se morfa e fica propenso a guardá-la, porém, ao cutucar demais a energia, o próprio terreno vai se libertando da adaptação feita para a energia, o que pode fazer com que ela fuja da área.

E, uma quantidade tão grande de energia só pode ser consumida em semanas de intensa meditação e absorção.

— Deixe-nos acompanhar você, podemos evitar com que muito da energia escape.

— Não precisa, esqueceram do meu poder sanguíneo? Eu controlo energia à vontade.

Oprita e Tuin se olham e a mulher pega Mythro no colo.

— Pronto! Suas pernas estão curadas, você tem o que pode ser a mais forte montaria do oeste e aquela serpente que não sabemos muito bem o que faz, mas com certeza não é nada normal, e o apoio do clã da lua. Ninguém vai impedir você de crescer agora. — Tuin esfrega a mão na cabeça de Mythro, contente.

Onofrio vê os dois bajulando o menino, e da um sorriso torto. Não de descontentamento, mas sim um de ansiedade e antecedência. Não é somente estes dois artesãos que dão muita importância a vida e crescimento deste menino arrogante, mas sim o próprio Grão-Artesão Mestre, Kou Yulang!

— Oprita e Tuin, terminamos o que viemos fazer aqui. Vamos embora!

— Mas, já?

— Vou acompanhar vocês até o portão da vila. — Mythro diz, abraçando o pescoço de Oprita.

— Mm. Mythro, temos alguns pergaminhos e livros para você — Tuin pega um saco azul e o dá para o pequeno NOVA.

— Obrigado, Tuin.

— Você amadureceu muito. Está mais corajoso, mas sabe que deve respeitar as pessoas dentro de certo limite. Sei que o senhor Onofrio não se apresentou da melhor forma, mas ele também espera muito de você, afinal, ele é um discípulo direto do senhor Kou Yulang. — Oprita explica, olhando para o ancião.

— Se você diz, muito bem. Obrigado por tudo senhor Onofrio, não vou decepcionar as expectativas do clã da lua. Na verdade, pretendo só superá-las.

Onofrio ri, e pega um pergaminho de seu saco preto.

— Você é um artesão e um sábio. Mas deve entender que tudo na vida é experiência e vivência. Viaje pelo oeste, cresça em crenças e moral. Um homem não prova ser homem somente com sua força, mas também com sua alusão moral. Sua aura deve trazer medo aos seus inimigos, e segurança aos seus aliados. Quando você alcançar o segundo reino e tiver mais de 15 anos, será seu dever servir a mão poderosa do oeste contra o norte e o sul. Espero que um dia você possa ser um de nossos príncipes.

Oprita coloca Mythro no chão, ele vai até Onofrio, pega o pergaminho e se curva. Ele pôde ver nos olhos do homem verdadeira intenção em suas palavras.

— O norte é meu inimigo número um, enquanto eu viver, viverei para apagar cada alma nortenha. Meu luto, e o luto de minha esposa só vão acabar quando o sangue do norte cessar correndo nas veias de seus hóspedes. — Ativando brevemente sua Aura Primal Mortal, Mythro mostra sua determinação.

— Ótimo! Eu me sinto mal por ouvir isso de uma criança tão nova, mas as crueldades do norte são tão imensas que tudo que posso fazer é rezar por sua segurança enquanto você cresce, precisamos de pessoas que entendam na pele como aqueles cães precisam de suas cabeças cortadas. Leve-nos ao portão. — Onofrio vira e começa a subir as escadas.

Mythro o acompanha junto de Oprita e Tuin. Minutos depois ele se despede dos três.

Depois de se despedir ele volta para a casa dos Urto. Lá, Bijin, Baki e Brosch estão comendo e bebendo.

— Mãe, pai e irmã. Os embaixadores da lua vieram e tiraram a trava de cultivação.

Os três se entreolham.

— Ficamos sabendo. Venha, coma conosco antes de ir. — Baki diz, dando tapinhas em sua coxa.

Mythro vai até ela e senta na perna da mulher.

Os quatro comem e conversam como se fosse mais um dia normal. Quando a noite chega, montado em Suife e com Grásio em seu pescoço, ele está prestes a se despedir dos três.

— Quatro anos passaram rápido. Sei que posso vê-lo de novo na gruta do paraíso, meu filho, mas vou pedir que você também venha a Chamto para nos ver. Honrar mãe e pai, lembre-se disso. — Baki diz, arrumando o cabelo de Mythro.

Mythro assente.

— Você fez eu colocar brincos, garoto! — Brosch ri, e toca no brinco de sol e lua em cada orelha. — Fiz isso para ficar mais parecido com meu menino, a quem eu amo muito. Lembro do dia quando você veio nos braços da Bijin, falando que tinha matado uns lobos. Uma primeira impressão que não sairia da cabeça de ninguém!

— Irmão. Se me dissessem que encontraria mais um irmão que admiro tanto, eu negaria. Mas quer saber? Você, desde que chegou na minha vida tem mudado todos os conceitos e percepções sobre tudo, cultivação, artesanato, e muito mais. Acho que todos evoluímos como família, e continuaremos evoluindo. Não tão rápido como você, mas o suficiente para não ficar muito para trás. Você no meio desses quatro anos pediu para que eu guardasse este colar de caninos cinza, que foi sua promessa com sua noiva. — Bijin pega o colar de caninos de seu pescoço e o orna novamente no pescoço de Mythro. — Guarde bem, é seu dever proteger isso.

— Obrigado por tudo. Não vou demorar para convocá-los aos assentos de convidado distinto. Onde eu for reconhecido neste oeste, vocês estarão lá. Isso eu juro. — Uma cor azul reflete em todo o corpo de Mythro, e, com isso, ele se vira e começa a cavalgar até um ponto da estrada, ele se vira e entra em NOVA Statum.

Mer vira sua armadura e rapidamente ele está com seu conjunto rúnico colocado.

Suife relincha e se põe em pé, Mythro levanta sua lança e solta um ponto luminoso no ar.

Núbia pula de algum lugar e chamas brancas cobrem a área de 10 metros ao redor deles. 

Grásio se transforma em uma serpente negra com mais de 15 metros e, rodeando todo o grupo em seu imenso corpo, ele sibila no alto.

Que despedida!

Em outro instante, as chamas brancas se tornam ainda mais densas e os escondem, quando elas finalmente morrem, Mythro e seu grupo se foi.

Os Urto assistem tudo com lágrimas nos olhos. O menino deles cresceu, ele vai agora ainda mais forte para o mais fundo do oeste, onde inimigos e aliados de patamares cada vez maiores vão ser encontrados.

— Ó deusa, proteja meu menino... — Com uma lágrima caindo no chão, Baki profere essas palavras.

Eles voltam para casa.

**

Horas depois, um ser belo e cheio de penas aparece e cisca onde uma lágrima caiu.

— Não sou bem uma deusa, mas... Aceito esta oferta.

Se Mythro pudesse ver este ser, ele com certeza saberia que este era o lendário pavão normal sem cultivo aparente!



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