Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 62: Inimigos Inusitados

— Onde deveríamos ir? — Mythro coloca a esfera no saco azul.

Núbia roda algumas vezes no mesmo lugar, cheirando. Ela eventualmente para e levanta a pata em uma direção.

— Eu também escolheria esse lado, parece que tem algo para lá, não é mesmo?

“As habilidades físicas de um felino deviam ser bem maiores do que a de um humano, mas já que você tem as habilidades físicas de Ammit, você não deve estar muito longe dela.”

— Como é que a Núbia vai treinar o corpo dela? Tipo eu vou comer almas, e ela?

“Ammit deve saber.” — Gornn passa a bola.

“Não tem algo em particular. Esta raça mística foi feita para agradar e acompanhar Bastet. A maioria se banhava no sol e absorvia sua energia para aumentar seu cultivo. Somente as Sphynx Reais eram usadas para batalhar, e lutavam lado a lado de Bastet em guerras. Elas eram velozes e impiedosas, assassinas ágeis e silenciosas. Mas como eu estava presa em Duat, eu só conseguia saber disso pela boca dos homens que estavam prestes a morrer pelos meus dentes.”

— Então a Núbia é uma Sphynx Real!

“Não. As Sphynx Reais tinham uma marca na testa. O sistro de Bastet.”

Mythro depois olha para a Núbia.

— Ela perdeu o sistro, e conseguiu um blazar. Tudo que foi tomado dela foi reposto vezes mais.

Núbia não fazia ideia com quem Mythro estava falando, mas a última frase a fez ronronar na sua perna.

— Gornn, já que você é um gato grandão que nem a Núbia vou deixar com você as artes dela.

“Nem pensar. Você é o dono dela.”

— Onde é que eu vou achar arte para gatos superdesenvolvidos se não com um gato superdesenvolvido?

“Shangdi fez bem em me prender.”

Mythro ri alto. Núbia acha que tem algo errado com ele, e começa a ir sozinha na direção que eles escolheram.

— Calma! — Ele rasteja pelo chão tentando seguir a gata que fica cada vez mais distante.

**

Horas depois deles seguirem pela distância. Eles param para comer à luz da lua. Mythro tira um coelho com chifre do saco azul e o assa. Quando ele fica pronto, ele oferece para a gata, que fica tocando com sua pata no saco azul.

— Você quer mel?

A gata mia.

— Eu deixei em casa.

Núbia pega o coelho inteiro e dá as costas para Mythro.

— Mas que folga! — Ele se levanta e tenta pegar o coelho de volta, mas ela bate sua longa cauda em seu rosto.

“Desista. Asse outro.”

Mythro tira outro coelho e começa a assá-lo. Quando ele fica pronto, do seu saco azul, ele pega um pequeno pote de madeira, que tem escrito sal no topo. Pegando um pouco na mão, ele passa pelo coelho assado e um novo cheiro vem no ar, e claro, atrai a gata.

Ela se levanta e olha o coelho. Mythro morde a carne macia e sorri. Isso não poderia irritar mais Núbia. Ela junta energia cósmica na boca e dispara no coelho, que explode.

— Você tá brincando.

Ela gira no chão, caçoando ele.

— Ora, sua!

Então, como gato e rato, Mythro começa a correr atrás de Núbia.

Com o físico dos dois, andar centenas de metros sem cansar seria simples. Era a primeira vez que isso acontecia com o pequeno NOVA, obviamente ele ficou bem irritado no início, mas depois uma sensação de alegria tomou conta dele.

Quando no abismo ele pode fazer isso? Com exceção de Namhr, todos os outros achavam que ele era um tipo de meio-humano, um Markho.

Agora que ele tinha Núbia, ele poderia ter algo que ele não teve nos 2 primeiros anos de vida.

Eles correm um atrás do outro até cansarem. Núbia faz diversas fintas, entra em moitas e sobe em árvores.

Pula de trás dele, o derrubando e depois faz uma pose de zombaria.

Eventualmente Mythro para, e deita no chão, olhando para as estrelas. Núbia aparece de um arbusto e cai em cima dele.

Ali mesmo, ele fecha os olhos, e dorme. Núbia não dormiu aquela noite, sempre alerta, ela supervisiona o sono do pequeno NOVA.

No outro dia, Mythro acorda e não acha Núbia. Ele invoca a serpente, e novamente, como se suas pernas fossem uma cauda, ele começa a andar.

Ele se concentra no ambiente para ver possíveis marcas de passagem. Por cerca de 10 minutos andando, ele acha um tipo de rede, feita de cordas, e com um tipo de líquido amarelo fraco caindo das cordas.

— O que é isso?

Ele se aproxima, e ouve o som de vozes. Sem pensar duas vezes, ele corre na direção das vozes.

Sem nem mesmo perceber, seus olhos dourados já estavam cheios de vermelho. Sua Aura Primal Mortal se ativa, e intenção assassina o envolve. Serpentes de energia saem de sua camisa e pegam suas adagas, já as tirando da bainha.

A cultivação viva de Mythro já estava refletindo o estado de suas emoções.

Ele chega num pequeno declive, e acha Núbia lutando contra 5 adolescentes.

— Este tigre sem pelo com certeza é um animal raro!

— Seja o que for, os dentes serão meus!

— Seu burro, ele tem o cultivo no segundo estágio, é muito melhor ter esse bicho como um tipo de montaria, ou até mesmo um cão de guerra!

— Conversem sobre isso depois, primeiro vamos capturar isso aqui!

— O sangue disso aqui deve ser especial, podemos pedir para que o nosso alquimista faça pílulas de sangue!

O que o último adolescente fala deixa os outros ainda mais ansiosos. Pílulas de sangue eram a forma mais fácil de conseguir melhorar seus corpos, e, dependendo da raça do que eram feitas, era possível absorver algumas habilidades únicas.

Mas eles erraram no alvo. Dentre os cinco, o mais forte era um que estava no terceiro estágio do primeiro reino.

— Parem, deixe ele em paz!

Uma voz feminina. Mythro encontra três garotas com as roupas rasgadas, e com as peças molhadas com um líquido amarelo fraco. O mesmo líquido encontrado na rede. Elas estão a alguns metros atrás de Núbia.

“Provavelmente Núbia encontrou estes cinco carregando essas meninas na rede. Este líquido deve ser algum tipo de atordoante muscular.”

— O que eles querem com elas?

“Não sei. A primeira coisa que poderíamos pensar é estupro. Mas dependendo da situação política deste lugar é um sequestro de mulheres de um clã inimigo.”

O coração do pequeno NOVA começa a bater mais pesado, uma sensação que ele não tinha sentido ainda toma todos os seus sentidos.

Os raios negros ficam enfurecidos em sua pele. Uma serpente deixa uma adaga cair na sua mão, ele levanta seu braço, e energiza a adaga.

— Essas baratas vão deixar de existir.

Com um forte giro de seu braço, a adaga, completamente energizada com poder de seus relâmpagos, voa na direção do adolescente com maior aura.

Quando eles percebem algo como um relâmpago negro voando, ele já está na garganta de um dos seus.

Mesmo estando em estado de fúria completa, Mythro foi esperto o suficiente para matar o mais forte primeiro. Ele sabe que no mano-a-mano derrotar um cultivador de um estágio acima seria apenas um sonho.

Cada estágio tinha uma força de qualidade e quantidade enorme nas reservas de energia de uma pessoa.

— Quem!?

— Uma adaga, mas o que foi essa coisa negra?

Os outros quatro olham para onde a adaga foi lançada. Um deles pega o menino que estava caindo de joelhos no chão, jorrando sangue pela boca, e ocasionalmente espasmando.

— Saia daí seu covarde!

— Eu!? Covarde!? — Mythro sai de dentre as árvores jogando outra adaga.

Esta adaga tem uma serpente a rodeando.

— Serpentes de energia?

— Ataque ele juntos, como fizemos nas garotas!

Um dos meninos puxa um machado e intercepta a adaga. Mas como ela estava presa em uma serpente, ela volta para a mão do pequeno NOVA, que está ficando cada vez mais próximo a Núbia.

— Ele quer roubar o tigre sem pelo.

A inexperiência de um dos garotos se mostra. Com o medo de perder o ‘’Tigre sem Pelos’’. Ele se separa do grupo, e puxando uma espada de um saco azul, ele dá três passos pequenos, e no quarto ele viaja metros como se estivesse caindo de uma cachoeira.

Mythro fecha, e abre o punho. Garras se materializam. É sua arte, ‘’Mão Buscadora de Corações’’, o menino nem entende onde errou, até que com um movimento simples, Mythro faz com que a serpente que o segura, diminua seu tamanho, fazendo com que o golpe no ar erre de forma ridícula, e então, seu braço se move, e sua mão entra na caixa torácica do menino. Raios rastejam de seu braço e atacam o menino, que já não mais se mexe.



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