Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 40: O Abismo Entra no Seu Regime

Muitos homens e mulheres derrubam altas paredes feitas de pedra, eles têm um sorriso contente e trabalham com vigor.

No meio da cidade, quatro homens erguem uma bela cadeira, onde uma mulher senta. Ela é bela, de cabelos loiros e um corpo que faria até mesmo lobos pensarem duas vezes antes de rasgá-la com seus dentes.

Esta é Fumin.

Sob os comandos de Fumin, toda a cidade do abismo vai ser reformada. Agora que o senhor abismal está morto, o povo do abismo precisava de um novo líder e quem melhor que Fumin?

Riolo, Hu Ping e seus filhos, voltaram para o norte junto com Namhr, que está submetida ao poder deles. Eles viajam em uma carruagem.

Ela está presa em correntes, seu semblante está em prantos. Do lado dela, a cabeça de um homem em uma bandeja.

É a cabeça de Fashr.

— Por quê? O que o abismo fez para vocês?

Riolo estava com os olhos fechados, ele os abre e encara a menina. Seu braço balança, e um tapa é lançado contra sua face.

O tapa é tão forte que a cabeça de Namhr bate na madeira da carruagem, e a mesma racha. Linhas de sangue descem por suas bochechas, e se mesclam ao seu rosto, aterrorizado.

— Fique quieta, menina. Aquele seu irmão quase inutilizou o braço de minha filha, ainda bem que ele morreu. — Hu Ping diz.

— Mentira… — As lágrimas de Namhr começam a descer mais rápido, sua tristeza escala em seu peito, que pesa como uma montanha.

— Uma pena eu não poder trazer alguma parte dele. — Hu Ping

Os filhos de Hu Ping, Hu Ming e Hu Xu, olham para Namhr com desprezo, algumas lágrimas juntam em seus olhos.

— Pai, mestre, essa menina está me dando tristeza, façam algo! — Hu Xu reclama.

— Pare com sua bruxaria.

— Eu não controlo isso…

— Então aprenda! — Riolo grita, e novamente bate em Namhr.

Desta vez sua cabeça vai de encontro com a bandeja, que derruba no chão a cabeça de Fashr.

Hu Ming olha para a cabeça do morto, e cospe nela. Ela levanta seu pé para pisar, mas Namhr se atira na cabeça e a protege, levando os pisões no lugar.

— Você e seu povo devem ser escravos para a poderosa mão do norte. Lixo do abismo. — Hu Ming diz, rindo da menina ao seus pés.

***

Dois meses se passam desde o dia em que Mythro ouviu Ammit sobre o Torá. Seu cultivo é estável, ele está próximo de ir para o próximo nível da névoa cósmica.

Neste momento, ele está circulando o poder de seu sol no seu corpo, diversos raios dançam na sua pele. Eles se desprendem de seu corpo e acertam árvores aleatórias, mas seu poder ainda é pequeno, no máximo ele as eletriza, mas não as destrói.

“Muito bem. Você aprende rápido além do esperado.”

Mythro relaxa a posição e se levanta. Tudo que ele traz consigo é um saco cinza e o colar no pescoço. Fora isso ele está completamente nu. As roupas que ele tinha ficaram completamente acabadas durante as lutas na floresta, então ele as deixou.

O que está cobrindo atualmente suas vergonhas é seu cabelo, que ele joga por cima.

— Mas falta muito ainda, eu preciso cultivar mais rápido. Eu sinto que quanto mais eu entro nessa direção mais forte vai ficando a energia.

“Deve ser resultado de glifos de atração. Eles atraem a energia cósmica pairante para lugares exclusivos. E também tem as as fontes de Qi elemental, que unem a energia cósmica a seu núcleo e se alimentam, tornando-se cada vez mais poderosas.”

— Você me falou delas, é quando a própria natureza gera um espaço em que um respectivo Qi se acumula, como Qi de fogo em um vulcão, ou no fundo do oceano um Qi de água.

“Exato, sempre que os encontrar, una as energias nas suas runas, assim você poderá utilizá-las com mais poder e maestria. Elas possuem quatro estágios diferentes de força, que são: semente de runa, runa florescente, runa completa e runa perfeita. A que você possui de relâmpago é de segundo nível, runa florescente. O diferente de suas runas, é que elas tem o molde da essência, elas demorarão para passarem de estágio, muito mais do que em outras pessoas, mas elas lhe darão um poder mais vasto e dominante do elemento”

O pequeno NOVA acena, e continua andando. Ele passa algumas horas andando até que começa a ouvir barulhos de vozes, ele encontra uma árvore e se esconde entre as flores da copa.

Ele então avista duas pessoas passando, montadas em cavalos. São dois garotos, eles possuem um rala barba em seus rostos, devem estar próximos da idade adulta.

— Nos afastamos demais, temos que voltar logo para a vila!

— Para de reclamar! Fizemos uma boa caçada, quando chegarmos em casa poderemos vender tudo por um bom preço. Podemos pegar até 40 mil gradães!

— Você sonha muito alto.

— Ca-la-do. — O garoto desfere um pescotapa no garoto ao lado.

— Ei! — O outro reclama e tenta alcançar o agressor.

O menino que deu um tapa bate suas rédeas do cavalo, e então o animal começa a correr, ambos se distanciam e eventualmente somem da visão de Mythro.

— Deve ter uma vila por perto.

“Mm, você deve ir lá, deve haver artes que possam lhe beneficiar”

— Você não sabe um monte de artes?

“Sim, eu sei. Mas quero que você monte seu próprio estilo de luta. Eu já escolhi sua arma, o resto é contigo.”

Mythro pula da árvore e segue correndo na direção que os dois garotos foram. Pelo menos quatro horas se passam até que ele consegue ouvir novamente barulho de cavalos e até mesmo de carruagens.

Ele sobe novamente em uma árvore e olha a movimentação de pessoas. Homens e mulheres saem cavalgando, ou então a pé mesmo, carregados com diversas bagagens.

“Este lugar deve movimentar sua economia nos transeuntes. Desça e tenta ficar na parte de trás de uma dessas carruagens.”

O pequeno NOVA desliza novamente pela árvore e fica agachado, escondido. O barulho de uma carruagem passa à seu lado, as vozes podem ser ouvidas.

— Logo chegaremos! Esta vila tem como reestocar nossos suprimentos.

— Pai, é uma vila do oeste de fora, ela deve ser bem pobre.

— Mm, mas isso é militarmente. Nós que somos do leste viajamos até aqui para nos encontrar com as pessoas do meio-oeste e do oeste profundo trazendo os raros minérios, especiarias e produtos do leste. O oeste de fora tem clãs poderosos, mas suas vilas tem foco em reestoque de transeuntes. Então será possível encontrar mais mantimentos.

Agachado, Mythro abre bem os olhos, em surpresa.

— É como você disse Gornn! Esse povo vem do leste, é onde a Mits deve estar.

“Mm. Mas tem coisa faltando, se ele viajou do leste para o oeste, ele deve ter entrado em contato com caminhos que o norte usa para ir em contato com o sul. Só tem duas possibilidades: Existem canais respeitados entre os quatro pontos cardeais, alimentando um mercado livre de transações, ou então soldados e guerreiros que protegem os pontos de fronteira, e os comerciantes são escoltados juntamente com pelo menos alguém do segundo reino.”

Mythro então ouve o som de pigarro.

Ele olha para trás e tem três homens e duas mulheres lhe encarando.

— O que você está xeretando garotinho? — Uma das mulheres tenta pegar Mythro no colo, mas ele recua e pega uma adaga. Ele as têm enroladas nos cabelos, pois suas mãos ficam ocupadas com o saco cinza.

— Uma arma de quarta terra! Qual o feitiço dela? — Um homem reconhece as ondulações da adaga e se aproxima de Mythro querendo pegar a arma.

Mas ele não esperava que Mythro não era bem uma criança que ia ficar parada para o sênior inspecionar o que ele carregava.

Alguns raios dançam na mão de Mythro, ele a enfia na mão do homem. Como o golpe é repentino, ele mal entende o que aconteceu, mesmo vendo a adaga com seu sangue. É só quando a eletricidade percorre seu corpo que ele solta um grito e cai para trás.

— Matem esse moleque!

— Você ia roubar minha adaga! — Mythro começa a dar passos para trás, ainda em posição com sua adaga.

Um dos homens se agacha e com um pano, estanca o sangramento de seu companheiro.

Os outros três ficam parados por um momento. Eles não conseguem acreditar que uma criança fez isso!

— Tal nocividade, você é do norte garoto? — Um dos três homens se aproxima de Mythro, mas ele pega uma espada e a aponta para o menino.

— As pessoas do norte não usam artes elétricas. Na verdade… Não tem clãs em nosso continente que usam.

— Markho?

— Ah, cala a boca. Se fosse um Markho o pai desse moleque já teria matado a gente no momento que você puxou essa espada.

Mythro percebe um momento de distração dos homens na sua frente, ele se vira e tenta correr, mas dá de cara com… o homem na carruagem.

O homem encara Mythro. Sua mão se move em direção a sua adaga.

Mas com certeza ele não deixaria sua adaga ser tomada! Raios dançam no corpo inteiro de Mythro e ele empurra a lâmina contra o homem.

Mas segundos depois, o homem pega a adaga de Mythro, e a tira da mão dele como se fosse nada. O pequeno NOVA tenta recuar e pegar a outra adaga em seu cabelo, mas o homem aponta para ele e, energia cósmica viaja até Mythro e o prende no lugar.

— Você é forte garotinho, mas está no primeiro reino ainda.

“Ele está no segundo reino.” — Gornn avisa Mythro.

— Tio, ele me furou!

— Eu já tinha percebido ele a tempos, ele não tinha intenções de nos atacar. Mas como você é um pobre fodido, e tentou roubar até mesmo uma criança ele teve que atacar.

— Eu não ia roubar ele! Só ia olhar com mais detalhes…

— Conte suas histórias para outro Fushan. — O homem diz, ele pega Mythro e o carrega até a carruagem.



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