Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 32: Riolo

— Rátim está acabado, vamos! — Fernan grita, logo os cinco se juntam no começo do segundo corredor, eles fazem a curva e se apressam pelo primeiro corredor do estábulo.

Enquanto eles saíam, uma menina aparece na frente deles.

”Mate-a, ela deve ser a filha da prostituta, e eu quero que você faça isso Mythro.”

— Por que eu? — A voz de Mythro é assustada, sua mente fica caótica.

”Sua voz treme até mesmo em seus pensamentos, você está deixando o abismo, deve deixar o homem que cresceu morto nele, renasça entre as chamas e o sangue, ou fique aqui e morra.”

— Pai! — Mits grita pro pai dela, eles param abruptamente.

— Uma criança, não é necessário a matar. — Fernan grita, então olha para Trinto, que anda na direção da menina.

Mas enquanto Trinto anda, uma adaga voa, e acerta no coração da menina, que tinha tamanho para não ser tão mais velha que Mythro e Mits.

— Mythro, qual a necessidade disso? — Mitri grita com Mythro, que está do seu lado.

— Quando ela acordasse… Ela poderia falar sobre o que aconteceu aqui, pessoas mortas não contam histórias.

Todos se viram para Mythro, apenas para ver seu rosto em prantos.

”Não chore. Vidas não são inocentes porque não tiraram algo de você, vidas só são inocentes se elas estiverem do seu lado da moeda. Quando você levantar as bandeiras de guerra e massacrar os impérios na sua frente, você vai deixar os civis vivos? JAMAIS! Todos pagam, até os mortos em seus túmulos tem que ser queimados e profanados.” — A voz de Gornn irradia uma enorme intenção assassina, faz até mesmo os outros quatro tremerem momentaneamente.

— Continuem! — Mythro grita, eles voltam a si e continuam correndo.

O pequeno NOVA passa pela criança, uma menina que agora está sem vida, com seus olhos abertos olhando o vazio do céu, negro e brumoso. Ele tira a faca de seu peito e limpa a lâmina na sua testa. O rosto da menina reflete grande espanto e desespero.

”É assim que seus inimigos devem terminar, irradiando medo até em morte. É aviso para os outros que seguirem os passos de sangue que você deixa ao trilhar seu Dao.”

Mythro treme com a adaga na mão, mas ele olha para o céu e uiva, um uivo de dor, um uivo de sangue.

Ele então volta a correr, e logo chega perto dos outros quatro, que estavam correndo mais devagar para que ele pudesse acompanhá-los sem perdê-los de vista.

Agora que eles tinham o saco azul, eles poderiam sair do abismo.

A cidade do abismo era maior do que muitas vilas, mas ainda assim, pequena. Nos cantos direito e esquerdo tinham os aposentos e lojas, respectivamente. No centro também havia alguns aposentos e mais lojas, mas eram para pessoas de maior status, na parte sul, entrada da cidade, havia as caravanas que se moviam para as lojas, onde elas deixavam os produtos e voltavam para suas próprias vilas. E na área norte havia a casa maior, onde era decidido tudo sobre política na cidade do abismo, e era lá também que o Senhor do abismo ficava.

Neste momento, ele estava tendo uma noite prazerosa com uma de suas esposas. Mor Fumin estava no quarto que à ela foi arranjado para satisfazer seus prazeres carnais, que terminavam em banhos de sangue pela mão do senhor Hu Ping. Nesta visão, é muito simples ver que, qualquer coisa que viesse a dar errado seria respondida com tardeza suficiente para não ser resolvida.

Mas seria mesmo, a cidade do abismo, simples assim de ser revirada?

Seria. Mas não nesta noite, quando Mor Fumin veio, ela trouxe consigo mais que Hu Ping.

Um velho anda em um corredor que tem homens nus com suas cabeças no chão, neles há o cheiro forte de corpos entrelaçados, e o cheiro frio de sangue coagulado. Ele anda até alcançar uma porta, e a abre sem se despender em formalidades.

A porta dá visão a diversos homens em volta de uma mulher, e outros a espera dela nos cantos da cama.

— Que cheiro horrível — O velho diz. Ele levanta uma das mãos para tapar o nariz, e abre a boca em descontentamento, ele então estende a mão e poderosas ondas de energia cósmica saem dele, e ataca os homens, os explodindo em pedaços de carne.

Hu Ping estava sentado em uma das cadeiras, rapidamente se põe de joelhos.

— Senhor Riolo.

— Levante-se, Hu Ping, temos uma caçada a fazer.

— Riolo, como VOCÊ SE ATREVE! — Fumin se levanta do meio da carne que a rodeou, e pulando da cama, ela flutua brevemente e estapeia o velho, que pega a sua mão.

— A princesa prostituta não tem moral, nem autoridade da bater no rosto de um ancião. Se é que posso dizer algo para confortá-la, fodam-se os pedaços de carne, enquanto ainda estão quentes, tem um ainda dentro de você, se prestar atenção.

Fumin corre os olhos no seu corpo, e ela vê que ainda há a parte de um homem dentro dela.

— Senhor Riolo, quanto a esta caçada, o que é?

— Homens da vila da caça estão cruzando a ponte, eles devem ter descoberto algo.

— Isso é impossível, eles nem devem saber o que é a pedra Yin-Qi, nós mesmos só soubemos recentemente com o achado de um documento em uma das ruínas antigas.

— Vocês dois, vão me ignorar? — Fumin está vermelha de raiva, sua aura sobe, o poder de um cultivador de segundo reino é inegável em seu corpo.

— Se não se contentar com os mortos, pode nos seguir menina. Sem mais delongas. — Riolo então se move rapidamente e some do aposento.

— Senhora Fumin, sei que deve estar brava, mas não podemos desrespeitar um ancião do terceiro reino! — Hu Ping pega um jarro de um saco cinza em seu casaco e joga água em Fumin, limpando o sangue nela, depois que a água corre em seu corpo todo ele pega panos.

Fumin fica batendo os dentes, mas ela fica parada, esperando Hu Ping limpá-la.

— Vila da caça? Mits e Mythro devem estar com eles, vá pegar Namhr. Estes três são propriedade do norte.

— Sim, minha senhora.

Hu Ping, se curva e sai correndo pela porta, indo em direção ao centro, onde estão os aposentos de Namhr.

Fumin sai pelada do aposento, ela anda até que uma escada aparece em sua frente, ela sobe essa escada e um corredor com dois caminhos se estende, ela vai pelo direito, que em seu fim tem uma porta.

Ela abre a porta. Ela vê o Senhor do abismo deitado com sua mulher, sons ofegantes emanam dos dois. O barulho da porta sendo aberta é completamente ignorado devido às atividades ali praticadas.

— Vocês também vão me ignorar!? — Mor Fumin concentra energia cósmica na sua palma e anda na direção do casal, que se vira a voz repentina.

— Senhora Fumin!? — A mulher grita e sai debaixo de seu marido,

— Mil perdões, não tinha lhe visto, o que minha senhora deseja?

Fumin pula na cama e bate sua palma no peito da mulher. Segundos se passam, e energia cósmica irrompe da carne, mutilando e criando um buraco no peito da mulher.

— Senhora, porquê? — O senhor do abismo grita, a visão é horrenda e repentina.

— Porque eu estou de mau humor! — Fumin joga o homem na cama, ela tira de sua vagina o que restava do outro e enfia na garganta daquele a sua frente, o senhor do abismo começa a vomitar sangue enquanto Fumin o monta.

Saindo direto da casa maior, Riolo pisa no ar e voa em direção ao sul da cidade do abismo, minutos depois Hu Ping sai da casa maior e se dirige ao centro.

Mythro, Mits e os outros três já estão fora da cidade do abismo, eles cavalgam nos cavalos da vila da caça, que são os mais fortes garanhões de todo o abismo.

A cidade do abismo é muito próxima à ponte, eles rapidamente chegarão lá. E cruzando a mesma, seus destinos mudarão para sempre, longe da escassa e inóspita região.

 



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