Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 22: O Sangue do Abismo Continua a Cair Pelo Norte

— Mas o que foi isso? — Mythro treme como nunca, ele mesmo já foi machucado além da conta pelos homens de Fashr, mas ele não podia ver sua miserável situação com seus ossos saindo de seu corpo, pedaços afundados de carne e ossos.

“Esse é o peso da vida dos fracos. Olha para a cara das mulheres e homens daquela vila, eles estão alegres porque terá mais para eles, porque haverá o que repartir com aqueles dois”

Mythro segue o que Gornn diz, ele consegue sentir o olhar frio daqueles homens, mulheres e até mesmo crianças.

Mits sobe no mármore e pega Mythro, ela também treme, mas… parece mais acostumada com essa visão.

Trinto os segue e pega o menino nos braços e volta para a área da vila da caça.

Mitri pega um lenço molhado, gelado como o abismo, passa no rosto de Mythro fazendo com que as dores de seu rosto, e o sangue que já tinha congelado serem limpos.

— Nunca tinha visto isso? — Mitri pergunta com um tom grave.

— Não… — A voz do pequeno NOVA é trêmula.

— É por isso que temos que tirar essas pedras que Mor Fumin disse. Para que não tenhamos que nos sentir satisfeitos com a morte de um filho e uma mãe em nossas vilas, devido a suas fraquezas.

Namhr na bancada central olha para Mythro, e sente seu coração pesar. Isso começa a afetar novamente as pessoas ao redor, com exceção de Hu Ping e Fumin.

Fashr a alcança e abraça sua filha, também com lágrimas se formando nele.

— Nem todas as vilas são iguais a nossas, onde proibimos esse tipo de ato. Você o protegeu bem desta monstruosidade, mas é assim que o mundo é, deixe-o ver, antes que ele morra por sua ignorância e inocência.

Mits fica na arena de mármore encarando seu adversário, Xon Mong.

— Mits, termine com isso logo, vamos levar seu noivo para um curandeiro.

— Sim, pai. — Mits responde respirando fundo e expirando.

Xon Mong treme, ele olha para Mits como um rato encurralado olha para um lobo.

— Eu de-des — Xon Mong está pronto para desistir.

— Não se atreva! — O líder do clã Mong grita.

— Lute filho!

— Mits vai ficar bem?

— Impossível minha irmã perder para alguém, ela é uma Paschi. Os Paschis caçam, não são caçados. — Trinto diz e pega Mythro novamente nos braços, ele começa a recuar, para onde tem alguns homens de branco com aparatos e panos.

— Xon ouve sua mãe, e olha para as pessoas da sua vila.— Ele olha nos olhos da mulher que chora, e vê seu pai, com seus olhos irradiando nervosismo.

Ele então se prepara e fica em pose de luta. Mits olha para ele e também levanta seus braços, inicia pequenas arrancadas, se aproximando do menino.

O menino vai recuando, mantendo a postura, ele encara o mármore e começa a ficar ofegante.

“Aquele garoto já perdeu para si mesmo, o mundo é a arena, e o inimigo, se você temer essas duas coisas, você não tem qualificação para estar vivo.”

Mits para de dar os pequenos arranques, ela começa a correr na direção de Xon. Ela o alcança em questão de segundos e soca a barriga desprotegida do menino. Ela pula e a ponta do seu pé vai direto no queixo do garoto, que vira e cai de barriga.

Ela sobe em cima do garoto e levanta sua perna, aproveitando de máxima flexibilidade, um poderoso pisão desce, e bate na nuca do garoto, um gemido ecoa, sangue começa a sair de onde estariam os dentes do menino.

“Misericordiosa. Ela quebrou o ponto em que os nervos de sua espécie estão localizados, assim ele não sofrerá, qualquer que seja o castigo de sua vila.”

— Me mate, por favor… — Enquanto Mits anda para sair da arena, uma voz viaja aos seus ouvidos.

— Não. Quem deve manchar as mãos com sua vida, são aqueles que te colocaram nesse mundo. — Mits agacha e olha para o garoto, que pede para ela terminar com sua vida. — Não demorará muito, ele já está subindo.

— Não… por favor… eu quero viver… — Estas são as últimas palavras de Xon, até que o martelo cai.

Sua mãe que estava ao lado do líder da vila, já está na carruagem de mortos.

“Eu comecei a gostar daqui.” — Gorn diz, lambendo a boca.

— Como tal demonstração de covardia o entretem? — Mythro não entende.

“Isso vai ajudá-lo a crescer, não me importo com formigas. Se eles não morrerem agora, morrerão cavando a energia Yin que consumirá suas artérias de energia, corrompendo seus dantians. O que falta em você é experiência garoto, é isso que você está obtendo agora.”

O rosto inchado de Mythro começa a desinchar, mas seu corpo não para de tremer, parte por causa do frio, outra pela frieza que assiste.

Hu Ping se levanta e anuncia mais uma vez.

— Próximos, Carmen Paschi e Ping Mong.

“Outra criança do clã dos paschi e também outra do clã Mong.”

O resultado não poderia ter sido menos igual. Carmen, uma menina por volta dos 9 anos, dominou a luta, e pisou forte na nuca do garoto, destruindo seus nervos.

Mits agora está com Mythro, mas ela não o encara, ela se sente envergonhada.

Mitri e Trinto recebem Carmen com um saco, seu conteúdo é carne defumada. Carmen corre para seus pais que choram ao recebê-la.

—  Vida e morte, estão em uma linha bem tênue… não? — Mythro diz, reflexivo.

— Sim… — Mits responde.

— Assim como alegria e tristeza, mas não se deixe abater, as pessoas não são assim em seu cerne, elas só estão desesperadas, tentando viver bem. — Namhr manda uma mensagem cósmica para Mythro

“Mentiras, garota. Ele é jovem, mas não será para sempre. As pessoas seguem seus instintos mais primitivos atrás de recursos e sobrevivência. Somente aqueles com honra suficiente não se curvam ao seus instintos, somente aqueles bravos para guerrear contra seu corpo e alma podem provar seu Dao. Estes cães só estão seguindo o que lhes foi resignado. Você tem que entender também menina, perca sua falsas ideias de bondade, este mundo rasga quem não se armar.” — Gornn diz com tom forte, ele faz Namhr ficar quieta e fechar os olhos, novamente lágrimas descem em suas bochechas.

— Namhr… Acho que o mundo não será o mesmo depois de hoje. — Mythro coloca a mão no seu peito e olha para a chuva que cai sem cessar.

— Viva e crie um mundo onde ninguém jamais vai ter que ser assim, uma gruta do paraíso, onde um belo lago, árvores e plantas belas, e coloridas acompanham seu repouso, animais dóceis e gentis vivam sob as leis do mais forte, e gentil homem… prometa-me…

— Eu prometo. E eu darei ela a você. — Mythro murmura, inaudível a todos, mas Namhr sempre o escuta.

Quando essa promessa é feita, o pesar de Namhr some e a chuva para. Os céus se abrem e a luz do sol paira sobre as pessoas.

— O sol é imparcial, não acha Gornn? Ele brilha claro e esperançoso para alguns… e para outros, a visão do sangue só fica mais viva. — O pequeno NOVA diz isso, olhando para o sangue que está no chão das vilas que perderam seus membros.

“Contanto que você entenda.” — Gornn responde friamente, e fecha seus olhos na área Shen de Mythro.

Aquele dia se sucedeu com exatas 25 lutas, 25 pessoas voltaram para seus clãs, com glória e comida, outras 50 perderam suas vidas.

No outro dia mais 50 crianças foram à frente e lutaram por seus clãs e vilas. Mais um dia seria dado para descanço destes, e então a luta entre os 50 que sobraram ocorreria novamente.

Neste meio tempo, Namhr conseguiu ir visitar Mythro algumas vezes, mas ela era acompanhada de Hu Ping.

Hu Ping, seguindo as ordens de Mor Fumin, perguntou sobre como Mythro teria saído vivo de um linchamento tão pesado, Mythro conseguiu enganar ele falando sobre uma poça cor de leite que brilhava.

Esta poça se chamava Panacea Leitosa, era um líquido naturalmente feito que ajudava a curar feridas e ajudar na cultivação. Quem disse a Mythro esta informação foi Gornn.

Nos aposentos do senhor do abismo, diversos homens nús se encontravam, e rodeavam uma única mulher, que estava recebendo suas ajudas. Esta era óbviamente Fumin, a ninfomaníaca.

Hu Ping, que estava ao lado dela, era o único vestido.

— Minha senhora, tens certeza de que o moleque não mente?

Fumin beija avidamente um belo homem que a segura contra a cama, e faz ela gemer. Outro se encontra em baixo dela, segurando seus seios.

Ela para de beijar o homem, com uma voz ofegante e cheia de excitação diz.

— Sim, esses porcos do abismo só são bons de cama, eles mal sabem o que é Dao. — Ela para um momento e olha para o general, e continua — Você veio daqui não veio Hu Ping? Por que você não tira essas roupas e fode com sua princesa?

Hu Ping olha Fumin, seu esbelto corpo, os seios fartos, as mechas loiras suadas…

— Eu sou casado senhora. Mas me sinto honrado com seu convite.

Fumin ri e se levanta, jogando o homem que estava em cima dela no chão, aproveitando um que estava ajoelhado ao pé da cama, ela se arrasta e coloca o encontro de suas pernas no rosto dele. Então ela fixa seu olhar no general e fala.

— Se eu não fosse a princesa prostituta, você foderia comigo, não foderia?

— São somente boatos, minha senhora. — Hu Ping diz, se ajoelhando e colocando sua testa no chão.

— Como são só boatos? Tem uns 10 homens me fodendo a umas horas aqui… Você acha que o rei do norte ia deixar suas filhas, que deveriam ser puras, castas e intocáveis se casarem com um lixo do abismo? Meu pai me mandou aqui porque ele sabe que esfregar a buceta na cara de homens sem honra, faz com que eles escravizem seu povo com maior ênfase. E quem melhor, se não a famosa princesa prostituta?

— Minha senhora, essas lutas estão fazendo cair a moral das vilas, o que devemos fazer?

— Que se danem esses bostas do abismo, que o sangue deles caiam infinitamente. E lembre-se do destino dos homens deste aposento.

— O mesmo que os da vila Fashr, correto? — Hu Ping diz, se levantando e indo a porta do aposento.

— Sim! — Um grito de prazer soa.

 



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