Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 192: Voltando para a superfície(2)

— A sua filha devia se colocar no lugar dela.

O nome do Patriarca da Avalanche Tortuosa era Antémo Mol.

— Ora, por quê?

— Porque pelo menos nós temos como cultivar nossa arte principal.

Era sabido de todos no Oeste Profundo que há muito tempo não aparecia alguém que conseguisse cultivar as Pentaformas de Predação. Logo, a alfinetada foi direto na ferida.

Porém, diferente de como era esperado. A Montanha do Tigre Branco fica muito calma. Laura até começa a rir.

— Do que você tá rindo?

— Felizmente meu clã conseguiu finalmente descobrir os mistérios da nossa arte principal. Minha neta está versada em uma forma também, e meu filho já consegue executar três. Minha família nesta geração foi abençoada com talentos extraordinários.

O Alto Ancião é o único que realmente não consegue se segurar em dar uma resposta a isso. Na sua geração em particular, o clã foi muito humilhado pelos seus iguais. Começaram até boatos que eles iam perder sua qualificação de pertencer ao Oeste Profundo. 

Antémo arregala por instantes os olhos. Dizem que a arte principal da Montanha do Tigre Branco era tão forte quanto as magias lunares, porém muito mais estritas pois tinha que se ter o sangue do Tigre Branco correndo nas veias.

As Pentaformas da Pedração em particular, o progenitor do clã dominou quatro dessas formas, e é sabido que ele já venceu Reis do clã da lua na sua época.

Eventualmente, algumas gerações acabaram perdendo os métodos de cultivar as formas, e elas ficaram cada vez mais difíceis de serem treinadas. Um dia eles perceberam que não tinha base nenhuma nem para cultivar a primeira forma da arte.

Isso causou um declínio sério nos seus poderes militares e influência. Já que na guerra, seus cultivadores começaram a ser menos e menos relevantes na luta.

— Oh, sério? Então este velho um dia irá pedir a cortesia de provar da sua arte principal. Estou curioso quanto essa lendária arte!

Alguém vem na distância. Acompanhado de uma mulher.

— Sogro. — Antémo se curva cumprimentando o Alto Ancião de seu clã.

Este homem é Deusdete Mol.

(OBS: Alto Ancião é o título de anciões que alcançaram o Quarto Reino, não sei se está claro ou não.)

A mulher ao lado é sua esposa. Ela se coloca ao lado de Anast, e encara o patriarca e a Sra do clã Montanha do Tigre Branco com desprezo.

A última batalha em particular de Anast e Laura, foi bem perigosa. Anast ficou na cama por quase uma semana.

— Se não são os selvagens. Desceram da sua montanha vil?

— Olha a boca, Anastasia!

A mãe de Laura interjeita.

— Olha as garrinhas da sua filha antes, Dâmaria.

Era incrível esses clãs não terem entrado em guerra até hoje. Por três gerações eles brigam, como se o conflito entre eles fizesse parte da herança.

Fazendo um pigarro, o ancião que cuidava da tutela de Laura levanta a mão.

— Alto Ancião, o que você conseguiu encontrar indo lá embaixo, se me permite perguntar?

Se lembrando do que vieram fazer, eles se permitem um minuto de controle para inspecionar o caso.

— Hmph! Alguém esteve aqui, e causou uma explosão dentro da ruína. Depois disso, uma rede foi criada no final do rio.

Deusdete aponta na distância. Tem cultivadores da Avalanche Tortuosa usando diversos tipos de artefatos mágicos para poder analisar o que de fato aconteceu.

— Que tipo de formação de rede era? — o Alto Ancião da Montanha do Tigre branco pergunta.

— Uma bem forte. Além disso, não conseguimos rastrear direito o que ela pegou. Existe um Qi de água sobressalente, mas é isso.

— Se houve uma explosão, e uma rede... Porque essa barreira está aqui ainda?

— Não sabemos, mas decidimos não abrir antes que o clã da lua chegasse.

Um novo tremor acontece. Além da barreira, é possível ver algo se movendo. É o esqueleto de alguma coisa muito grande.

Essa coisa finalmente atravessa a barreira, e irrompe do rio. Quando ela deixa o rio, a barreira explode sua energia e o rio desce alguns centímetros.

Felizmente o buraco é tampado, se não o rio seria comprometido.

— Ei, vocês como ousam? Este é o território da Avalanche Tortuosa, não podem entrar como bem entendem!

Os cultivadores da Avalanche Tortuosa que estavam na região começam a bufar coisas vazias.

Olhando com mais detalhes, da para ver que o gigante esqueleto não era a única coisa em si que tinha saído da barreira.

Havia um touro puxando o esqueleto todo em si. Nas costelas haviam pessoas sentadas, e não só pessoas, alguns animais também.

— Avestruzes?

Olhando para o interior da besta gigante. Podia-se ver uma outra viga enorme, que parecia uma outra coluna.

As costelas se ligavam nessa coluna. Fios prateados, que reluziam com o sol ligavam os ossos de maneira requintada e davam um ar luxuoso.

Havia diversas pessoas ali, devido a distância, não podia se ver muito das mesmas. Mas os animais por serem maiores, podiam ser discernidos.

Um dos cultivadores da Avalanche Tortuosa se irrita por não ter respostas, e voa até o touro.

— Seus arrombados, vocês pensam que podem agir assim contra a Avalanche Tortu—

O touro bate seus cascos no ar. A onda de ar de seus cascos faz a água afundar alguns centímetros.

Um berro de amedrontar almas sai de sua garganta e o cultivador instintivamente tenta fugir.

Infelizmente para ele, um garoto com máscara de Carneiro sai da estranha embarcação, e o colhe.

— Alto lá! — Deusdete grita.

Ele não podia deixar algo assim acontecer na frente de um clã de fora.

Mais três saem da embarcação. Uma serpente, que pula no pescoço do garoto. Um cavalo e um tigre sem pelo.

O Alto Ancião explode sua força, e deixa sua aura borrifar nos quatro. Mas como se sua aura não existisse, os quatro sobem voando até onde ele estava.

Segurando o cultivador pelo pescoço, o menino com máscara de carneiro libera sua aura. Assim também os outros três.

A aura do Alto Ancião é completamente varrida, e por alguns segundos, parece que um mar de sangue se instaurou na região de quilômetros.

Mas ela logo é suprimida com a aura dos outros reis e anciões da região.

— Me solte, seu vagabundo. Você está na presença do grande Deusdete Mor, Alto Ancião do meu clã. Um poderoso Rei!

O menino tira a sua máscara. Ele deixa sua cultivação a todos bem clara, e também, faz as meninas na região entrarem em um transe.

Nem Laura que já tinha visto ele antes consegue se conter. Um ano tinha se passado, e o que era belo, se tornou ainda mais.

— Grande bosta.

Mas suas palavras quebram um pouco do feitiço. Todos ficam com sentimentos misturados nesse momento.

— Mythro Zumb’la?

O avô de Laura é quem consegue se recuperar mais rápido.

— Alto Ancião. Isso aqui é seu? — O jovem Hipernova balança o homem na sua mão, como se fosse uma borracha que ele achou no chão.

— Não?

— Posso jogar fora?

— Hã? Heum... Hã?

O Alto Ancião da Montanha do Tigre Branco fica completamente estupefato. A “coisa” que eles estavam falando era um ancião, um fodendo Ancião! Abaixo deles tinham milhões, acima deles apenas uma, ou duas centenas de pessoas.

Alguém assim estava sendo tratado igual a lixo!

— Cesse suas loucuras, Serpente do Abismo.

Deusdete não consegue mais ignorar essa humilhação. Ele dá passos no ar na direção de Mythro, e tenta pegar o homem de sua mão.

O jovem Hipernova afasta o homem. O Alto Ancião usa mais força, e tenta colher seu subordinado.

Mythro, novamente esquiva o homem das mãos do Alto Ancião. Depois ele olha fundo nos olhos de Deusdete e joga o homem para ele.

— Cuide mais de seu lixo, defender a natureza é um dever de todos.

— Moleque!

— Vovô!

Deusdete estava prestes a atacar Mythro, mas sua neta segura seu braço.

— Foi ele que me salvou. Se lembra?

Com sua neta implorando por ele, como poderia ele atacar o garoto na sua frente?

— Escute aqui, eu deixaria isso ir desta vez.

— Tem certeza? Talvez na próxima seu clã inteiro não seja o suficiente para nem ao menos, me arranhar.

Mythro provoca de propósito. Ele queria deixar uma marca na mentalidade desses experts que se achavam o topo da cadeia alimentar no continente.

— Você se acha muito garoto. Mostre o expert que está atrás de você, os ajudando, hein!? Venha, se mostre, covarde!

A embarcação se move, e o touro trota pelo ar a trazendo. O Touro para a embarcação com a espinha da baleia nos pés de Mythro.

Algumas pessoas e animais saem de lá. Yibang, Yabang, Balacar, Odyel, Zara, Arkab e Alura.

— Alura!

Laura pula na menina. A mãe dela se assusta com sua ação, e puxa a menina de volta.

— Mãe?

— Para que se sujar tocando nesse monstro? Ela não é humana!

Laura fica boquiaberta, sem saber o que responder. Mas Mythro sabia.

— Um monstro? Expert atrás de mim?

A aura de todos se une, desta vez, não tinha como negar o que estava na frente deles.

Mythro, Suife, Núbia e Grásio eram poderosos seres no Terceiro Reino. O restante da comitiva, estava no topo do Segundo Reino.

Mas o poder que eles irradiavam não era normal, a aura que estava sendo suprimida por seis reis já não consegue mais ser contida.

— Observem com seus olhos de cachorro, vocês são os monstros sujos! Mortais de sangue sujo, e cultivações vazias e rasas. Sem direito algum de falar daqueles ao meu lado, os verdadeiros filhos dos céus!



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