Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 170: Ruínas Aquáticas(1)

Laura se levanta segundos depois. Um bocado de sangue escorre da sua boca e sua transformação quase se desfaz.

— Esse é seu problema com essa arte? Você não consegue manter ela se apanhar muito?

Mythro pergunta. Sua voz genuinamente preocupada, já que ele estava sendo pago para ajudar a jovem mulher.

— Eu não sou inútil. Eu sou mais forte do que lixo do oeste de fora. Eu sou a Princesa Coroada, um grupo recém-formado de escravos não pode me—

Alura joga fios no alto, saindo de seus dedos. Eles seguem em linha reta até pararem como agulhas de 4 metros. Da ponta dos fios, outra linha reta de fios sai até se engrenarem em toda Laura.

— Boneco Marionete. Alura vai brincar com esta mortal.

Esta técnica era possível porque as próprias teias dos Boor se conectavam ao corpo do seu inimigo e drenava eles. Enquanto ela toma toda a força do alvo, Alura também o controla como uma marionete de fios.

Odyel dá alguns passos, pensando em impedir a Líder das Castas. Mas olhando para o pequeno NOVA, ele vê que há um sorriso um tanto maligno em seu rosto, e acaba cruzando os braços e se dizendo para aproveitar o show.

— Larga, me larga, sua aranha maldita. Suja, imunda do oeste de fora, escrava, brinquedo sexual de lixo.

Laura cospe, mas o bocado de saliva e sangue voa só 2 metros e logo morre no chão. Ela levanta seu olhar na mesma altura de Alura, mas o que vê na única coisa que pode ser vista atrás da máscara a assusta. Os olhos vermelhos intensos da Pálida Júri. Ao lado da hedionda máscara de aranha albina, ainda havia Balacar, com seu corpo emitindo uma aura ardente e sanguinolenta.

Não era incomum escravas virarem brinquedos sexuais de seus donos. Mas infelizmente, Alura não achou isso um simples insulto a ela, e sim a Mythro, isso mudava tudo.

Os olhos feitos do minério Coração do Trovão alumiam. Linhas elétricas percorrem a armadura vermelha e encostam na mão de Alura, seguido então de um devagar percorrer de serpentes elétricas pelas teias.

— Odyel, Zara.

Vendo que as coisas já não ficariam tão calmas como antes, o pequeno NOVA tira o sorriso maldoso do rosto e comanda aos dois para interceptar a Pálida Júri, antes que ela trucide a Princesa Coroada da Montanha do Tigre Branco.

— Alura, volte a si. Não podemos matar essa garota ainda. — O Druida aparece na frente da Pálida Júri e toca em seus braços, os forçando a baixar.

— Ela insultou o Lorde.

— O Lorde que me pediu para parar você.

Enquanto Odyel falava com Alura, Zara caminhava até Laura. Sacando sua espada, ela prepara uma camada de Qi de Espada para cortar os fios, caso o Druida não consiga parar sua Líder.

Alura se contém, mas a história é outra para Balacar. Como ambos tinham suas vidas ligadas, o corvo de três pernas era ligado as emoções dela, assim como uma cultivação viva. Por ser jovem, ele acaba sucumbindo a raiva transmitida pela sua companheira e alça voo.

Suas asas fazem uma envergadura sinistra. Fogo copiando sua forma erupta, e faz com que a sensação de tamanho dele dobre.

Zara corta os fios e rapidamente se coloca na frente de Laura. Mas antes que Balacar chegue, Núbia aparece e pula na ave de rapina. Balacar tenta contra-atacar, mas chamas brancas cobrem o corpo de Núbia, extinguindo completamente as da ave.

 Mythro suspira. Ele se levanta e anda até Odyel e Alura.

— Você e Balacar são unidos físico e espiritualmente. Tome cuidado com o descontrole de suas emoções, para não matar ele em momentos de perigo. Lembre-se que isso também é pra você, se ele morrer, você também morre. Você deve estar ciente que posso restaurar almas quebradas, mas se a sua quebrar por causa da morte dele — Olhando fundo nos olhos da jovem Pálida Júri, Mythro diz, usando o poder da Ordem de Cima e sua Aura Primal Mortal — eu vou deixar você afundar ao nada.

— Sim, meu Lorde.

Deixando Odyel e Alura para trás, ele vai até Laura para ver se seus ferimentos são muito graves.

— Por que você está tremendo? — Alura pergunta a Odyel, que treme segurando o seu braço.

— O Lorde estava certo em fazer você de Líder de Casta. Eu sou o único que consegue conter você em uma luta, perdendo por muito pouco. Mas sobreviver a essa aura... Meus joelhos querem alcançar o chão e nem foi eu quem o Lorde olhou e reprimiu.

Todos os quatro eram variantes. Se colocássemos em papéis em um time de expedição, eles tinham certamente uma formação muito forte.

Odyel Yammir era um Druida Titã. Druidas normais conseguiam controlar a terra e o fogo normalmente, eles eram selecionados alquimistas devido a isso. Não somente alquimistas como também ótimos “jardineiros”. Todo o contato com a natureza com essa raça mística era beneficiada. Principalmente sendo que ele tinha a Semente de Primeiro Véu como seu Tesouro Anímico.

(OBS: Tesouro Anímico é o que dá vida a cultivação)

Um Druida Titã no caso, tinha também essas capacidades. Mas ele tinha algo a mais, que sua misticidade variante garantia. Força e defesa descomunais, maior aptidão para magias de guerra e maior controle sobre os elementos naturais, principalmente o de fogo. Druidas Titãs eram os mais próximos do próprio sonhador deles.

Na verdade, assim eram todos os quatro.

Alura Boor era na verdade uma “Albina Júri”. Seu próprio sangue também era branco, antes vermelho devido a seus selos, que impediam ela de ter até mesmo capacidade de sua transformação total a aranha. O seu Corpus Fons.

A própria diferença de talento em um Pálido Júri era sua quantidade de selos, e Alura tinha todos os seis antes de conhecer Mythro. Milhares de anos se passaram desde a criação de sua raça, talvez não mais de 3 destes nasceram e com certeza nenhum deles antes dela chegou até mesmo no quarto selo.

Os irmãos Camilitifso eram Onis Anciões. Suas maiores formas eram retráteis, fora isso eles conseguiam se manter basicamente em uma forma humanoide perfeita. Suas maiores características eram ter sangue como ferro e uma arma especial que podia ser trazida de seu dantian. Era uma Anima Praesidii estranha, um porrete cravejado com pontas de ferro, esse mesmo ferro era refinado a todo momento pela cultivação, e no futuro enquanto ele avançava os terços e passava os seis estágios de peso do sangue, se tornaria ainda mais forte.

Os Onis eram guardiões dos infernos que haviam entre as galáxias. Lugares onde Fogo Lambe-Alma era conjurado para que armas anímicas fossem forjadas a custo de almas que morressem na região.

(OBS: Fogo Lambe-Alma é um tipo de chama que atrai almas pelo Yin que há nelas. É um fogo julgador que só atrai almas corruptas.)

Por sua alma ser extremamente pesada, o Oni era o melhor para esse trabalho. Ele podia lutar sem fraquezas em regiões com Fogo Lambe-Alma enquanto outros só seriam enfraquecidos pela força que queria tornar sua alma lenha para o fogo.

Todos eles eram o ápice de que sua raça podia oferecer. Devido a isso, eles podiam se considerar como quase seres divinos. Alura com toda certeza estava no mesmo patamar de força que um. Os outros precisariam de mais oportunidades, logo atrás dela estava Odyel, que poderia cultivar a semente e nutrir novos véus.

Os irmãos Camilitiafso tinham o seu ferro, mas ele era místico apenas, não divino.

Vendo que nada demais havia acontecido com Laura — fora o ego de uma princesa sendo surrada e usada como uma boneca de pano — Mythro começa a cuidar dela com itens que ele trouxe consigo da Gruta do Paraíso.

Não leva muito tempo para que ela acorde. Ao se levantar, ela se encontra ao lado de Alura, que está acariciando Balacar.

Ela olha o rosto de Alura, que agora sem máscara a olha de volta. Laura era uma mulher simples, se fosse colocado em questão de caráter. Cresceu no melhor ambiente possível, sem ter que arriscar a vida uma vez sequer.

Os melhores recursos, a adoração de todos ao seu redor. O topo da pirâmide não só do oeste, ela pertencia ao alto escalão do continente. Não era fácil para ela aceitar que tinha apanhado de uma menina que meses atrás era uma escrava aleijada.

Alura a olha de cima para baixo. Sua dentição aperta em sua boca e ela suspira, liberando forte expressão.

— Meu Lorde disse que seu problema com essa arte é falta de uso. Você provavelmente só usou ela em situações que realmente não puseram sua vida na linha, por isso sua arte do tigre é fraca. Isso não é somente para esta arte e sim para toda e qualquer arte que envolva trazer o poder da linhagem do Tigre Branco para fora. Um tigre é um ser solitário, que caça com excelência e mata em golpes fortes e letais. Você no entanto... É uma gata doméstica.

— Eu não sou!

Laura tenta retornar a ofensa, mas um som estrondoso a impede. Há uns 120 metros dela, Odyel e Mythro trocavam golpes que faziam a terra partir e o ar tremer.

Os irmãos Camilitiafso estavam usando armas e as jogando no alto, e então as recolhendo no ar e usando elas para cada golpe desferido. A velocidade fez com que a recém acordada Laura tivesse um sangramento nasal.

— Vocês são sequer humanos? — Laura pergunta para Alura, que age como se não tivesse nada demais acontecendo.

— Eu tenho quatro braços e olhos. Isso é humano?

— O que você é então? Quem são vocês?

— Somos os emissários da vontade do Lorde. As vidas que foram abençoadas por servir ao grande Príncipe Cósmico.

Ao longe, Odyel é derrotado. Mythro em sua Imagem Encarnada da Perdição do Egito volta ao normal e sorri para as duas garotas que pareciam estar mais entendidas.



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