Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 165: Matando o que precisa ser morto(3)

— Eu servirei.

Odyel é o primeiro.

— Ofertarei meu visco ao Lorde. Estarei sob ti, general ou escravo. Como árvore ou adubo.

Mythro aponta para Odyel, e ele se junta a formação de “Uma Árvore Fazendo Florestas”. Ele sente a conexão esmagar seu corpo, e até mesmo alma. A semente de um véu dentro dele começa a criar raízes e elas se embrulham nas linhas cármicas e diversas flores começam a florescer. A imagem espectral de Odyel se materializa e é possível sentir senciência sendo conjurada sobre ela. Ela estava ganhando vida!

“Isso não é mais uma simples formação. Está na hora de torná-la algo a mais.” — Gornn comenta.

— Zara e Arkab Camiltiafso.

— Que nosso sangue de ferro seja sua arma. — Eles gritam juntos.

Mais dois são aderidos pela formação. Eles sentem a conexão de todos multiplicar seus conscientes, a cultivação deles enchem de cosmicidade desconhecida. A semente de primeiro véu os alcança também, fluindo poder natural.

A própria Gruta do Paraíso começa a liberar toda sua energia para eles. Os que estavam longe voltam para perto. Mythro dá a bola de sangue Camilitia para os dois. Eles começam a refinar ela automaticamente. O sangue sai quase que infinitamente e vai ajudando a cultivação deles a ganhar vida. Uma rachadura se abre no tesouro deixado pelos Camiltiafso, e dois pequenos cristais se soltam e vão até o coração deles.

“Ferro Místico Camilitiniano. Feito sendo incubado por gerações na Bola de Sangue. Eles se preparam por muito tempo para isso. Estes dois realmente são a última esperança desta raça no Ventre das Fadas.”

A energia começa a ficar mais pura e poderosa na Gruta do Paraíso. Era a cultivação de seres místicos se tornando vivas por tesouros de mais alto grau em todo o universo. Embora não pudessem se comparar ao Torá, nem a Mythro. Uma mudança visível acontece.

Aproveitando o momento, o pequeno NOVA coloca a Semente de Sol bem abaixo do “Sol” da Gruta. A Alga Esmeralda é colocada na Água do Paraíso, algo que alegra o coração de Mythro é sentir que o Lago está criando senciência. Em níveis mais elevados, as runas podiam tomar uma forma e se comunicar.

A rocha solar é colocada embaixo da Semente de Sol. Mythro vê a olho nu os acúmulos Yang nascendo, logo 10 se fazem e se juntam em uma semente, que cai ao lado da atual Semente de Sol.

“Se dez destas nascerem na mesma terra, um “Girassol Portador de Frutos” nascerá, e dele frutos Yang serão gerados.” — Gornn comenta.

Mythro coloca o ovo ao lado da Semente de Sol. Ele sente que a vida ali começa a fluir com mais vigor.

Ele se vira para Alura e vai até ela.

— Falta você. Sei que você tem algo aí de seus ancestrais. Quero que você seja minha suprema general. Mudarei os nomes adiante, a casta da Aranha será a mais alta, e os outros três atenderão a você. Está disposta?

— Eu...

— Alura. Você tem que matar o que precisa ser morto. Renove sua cosmicidade.

— Renovar minha cosmicidade?

— Você está presa por si mesma, por um senso de dever que não pode cumprir imediatamente. Eu sei disso porque eu mesmo estive na mesma situação, e sei que devo primeiro conquistar poder para tornar o que almejo realidade. Eu posso acelerar o que você quer mais do que qualquer outro, você acredita em mim?

— Sim. É que prometi a meu pai, mãe, tios, tias, até mesmo minha irmãzinha... Meus líderes, meus anciãos...

— Você não os está traindo. Eu estou te dando o que eles queriam quando disseram que você só podia se unir a uma criatura divina. Provavelmente você tem aí... O exoesqueleto da Yu Shin Mo, correto?

O respirar de Alura aumenta, seu desespero é evidente. Este era um segredo que não podia ser deduzido por simplesmente conhecer demais, era muito específico, sem livros, contos, rumores ou antigas lendas existentes para poder trazer isso à luz deste jeito.

— Não se preocupe. O jeito que eu pude descobrir isso, ninguém mais pode. Eu sou o hospedeiro do Torá, o caminho do criador. Kether e Chokmah já estão acordados e comigo. Através de Chokmah eu consegui saber o que provavelmente era você, que é tão diferente dos outros.

— Lorde Mythro... o Senhor do Torá... Sui Generis... Rairashi’rar Supernova e Arfoziano... Hospedeiro das mais poderosas armaduras divinas... Alura Boor, última de sua raça no Ventre das Fadas, servirá você e sua casta da Aranha. Que meus fios profanos possam ser a rede de seu descanso, e enforquem seus inimigos. Serei o que permitido for.

Então, Alura Boor entra na formação, assim como também o ser dentro do ovo.

— Ele se chamará Balacar. Pois será a pena para seu coração em julgamento.

(Isso foi uma referência ao coração que era pesado contra uma pena da mitologia egípcia.) 

A boca de Alura chama o nome da ave. A Rocha Solar solta raios de energia yang pura dentro do ovo, a Semente de Sol que caiu já está grande e gerando seu quinto acúmulo, a primeira já solta mais uma semente. O Sol acima libera seus mais poderosos raios, a runa de fogo que ali estava no segundo estágio, runa florescente. Mas a no dedo de Mythro já tinha alcançado o patamar de runa completa. Liberando a energia e a compreensão de fogo da runa em seu dedo ele melhora o fogo do Sol. A região do ovo estava absorvendo todo o calor gerado. A casca estava com pelo menos 300 graus celsius.

Mythro também libera seu próprio fogo negro, e usa Éter com suas chamas brancas para criarem uma região ainda mais próspera. Núbia também ajuda.

Usando Érebo, o pequeno NOVA molda a região como um dantian. A temperatura novamente sobe. A Semente de Sol quase queima, mas a terra santificada a ajuda a se manter viva. Já haviam 7 Sementes do Sol, e logo mais algumas nasceriam. Com certeza haveriam mais do que simplesmente um “Girassol Portador de Frutos”.

As raízes da Semente de primeiro Véu tocam a rocha solar e conectam o precioso minério com as Sementes do Sol. As pequenas plantas crescem e se tornam mais robustas, e ainda mais belas.

— Se a de primeiro véu está fazendo isso, imagine a de terceiro... Onde quer que você esteja, logo será minha. A filha busca a mãe.

Gornn uma vez disse a Mythro que uma semente de terceiro véu poderia criar uma de primeiro véu a cada 10 mil anos. Isso foi o que com certeza aconteceu, era impossível para o Ventre das Fadas gerar uma. Geralmente elas ficariam juntas, a não ser que... Alguém a tivesse encontrado e estivesse tentando usá-la de alguma forma que ela lutasse contra. Neste caso ela soltaria a filha usando magia espacial para um lugar distante, se enfraquecendo, mas salvando sua prole.

Alura finalmente termina o contrato com a ave. Seu corpo está recebendo algumas queimaduras. Mas ele teria que passar por isso. Logo, o segundo selo é quebrado, e seus quatro olhos se abrem. Olhos completamente vermelhos como sangue fresco.

— Alura pode ver o Lorde agora.

O terceiro selo aparece. Mas Mythro nem o lê. Utilizando seus poderes Arfoziano ele concentra sua energia no dedo e rasga o selo como se estivesse limpando tinta da pele da jovem menina.

O quarto selo aparece, e é removido igual. O quinto selo aparece, e desta vez, Mythro sente resistência.

A cultivação de Alura sobe, e de sua boca um exoesqueleto de aranha emerge. Ele olha para o pequeno NOVA e começa a crescer.

— Os selos são sagrados, e devem ser respeitados! Não permitirei que faça isso Arfoziano!

O exoesqueleto detinha uma origem extraordinária, não era estranho ele ter consciência, e até mesmo poder falar. Suas presas se preparam para morder Mythro, mas então...

A própria Gruta começa a emanar intenção assassina. Até mesmo minhocas sem cultivação emergem da terra e se contorcendo em raiva jogam suas minúsculas intenções assassinas no exoesqueleto.

Os olhos dourados de Mythro se tornam vermelhos com a Aura Primal Mortal. Seu corpo doura, seus braços e pernas se tornam o azul escuro mais belo. A armadura se veste em seu corpo, as adagas, vão até as mãos de Caos, que se funde a Mer. As quatro pernas se prendem ao chão como pilares de sustentação dos céus.

— Shiva?

Por um momento, o exoesqueleto fica completamente imóvel.

— Mythro Zumb’la. Não envergonhe Yu Shin Mo, último exoesqueleto.

— Como sabes?

— Chokmah me revelou. Agora se cale, e se torne um com Alura Boor. Sua face deve perseverar como uma máscara em seu rosto.

— Você não pode mandar em mim!

— Posso! Você está em minha casa, foi feito para engrandecer a minha serva, e é apenas um remanescente de minha irmã para que um dia os sonhos dela pudessem ser reconhecidos por Caenn. Então cale-se e faça seu trabalho.

Mythro pega na cabeça do exoesqueleto e o separa. Ele usa suas mãos cósmicas e começa a refinar a cabeça em uma máscara. O corpo do exoesqueleto se transforma na imagem de Alura e começa a se integrar em sua pele. A pele queimada é renovada e sua cultivação novamente dá um salto, e mais importante, se torna viva! No dantian de Alura, uma aranha aparece, era uma Anima Praesidii.

O dedo de Mythro rasga o quinto selo. O sexto aparece, uma corrente dourada.

— Quebre para mim!

Usando seus quatro braços, o pequeno NOVA pega a corrente que descola do pescoço da Pálida Júri e a puxa até ser completamente quebrada.

Alura se levanta, e atrás dela a imagem de uma gigante Aranha albina de olhos vermelhos aparece.

**

Fora do Ventre das Fadas, Xaemi observava tudo ao lado de Abigail.

— Xaemi Zumb’la.

— Yu Shi Mo.

Uma aranha albina aparece, e ele voa até ficar lado a lado com Xaemi.

— Logo aí...

— Meu filho está lá. Ele protegerá sua cria, e fará com que você volte a ser um divino completo quando os cosmos reconhecerem a Alura Boor.

— Alura... Este é o nome dela?

— Sim...

A aranha se vira para ir embora.

— Você deixou de ser um ser divino completo. Mas ainda é uma NOVA, e sendo assim, nossa irmã. Não há vergonha em amar demais a ponto de ir contra a vontade divina. Fique tranquila, você não precisará se esconder por muito mais tempo.

— Obrigada. — Yu Shin Mo chora, suas lágrimas de sangue dourado percorrem seu corpo completamente branco.



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