Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 139: Apagando o fogo do oeste profundo(1)

— Aquele garoto está querendo roubar todo o Qi que estamos fornecendo? — Marcus Drak diz solene, em sua posição.

— Temos recursos suficientes para todos. Cada um aqui pagou o que deveria ser pago, mas depende da capacidade individual deles de absorver o Qi e solidificar a própria cultivação!

Suta Fuoco alfineta Marcus. Os olhares hostis começam a empilhar.

— Calem a boca e trabalhem.

Ao contrário do que se pensa, em vez de ficarem irritados com a frase proferida, os reis se aquietam.

Tudo isso porque quem disse foi Suoro Pakin, patriarca do clã Sol Dourado.

— O Sol Dourado quer forçar outros a ficar abaixo de sua majestade?

— O Ritual de Fogo não é para discussões de relacionamento. Sei que a Pira Anímica tem relações boas com o Dragão Flamejante, mas todos aqui estão com o mesmo objetivo em mente: Fortalecer o oeste contra as próximas batalhas a serem enfrentadas. Claro, a não ser que a Pira Anímica esteja com outros planos.

— Uma língua afiada a sua. Acho que essa foi a diferença principal que deixou o Sol Dourado acima do Sol Escarlate.

— Felizmente o meu Sol Dourado não depende da língua para dominar o elemento de fogo. Diferente de vocês, que devem ter as línguas queimadas.

— Ora seu!

Os reis acabam soltando a pressão de suas cultivações e sufocam os jovens abaixo.

— Suoro e Pairo parem com isso. Essa formação é volátil para nossos jovens com todos nós cooperando, nos enfrentando então, estamos querendo a morte da nova geração de nossos clãs?

O Patriarca da Assolação Vermelha, Solis Qima tenta acalmar as coisas. Para os clãs do meio-oeste o dinheiro investido é exorbitante. Se ele deixar que os clãs do oeste profundo fiquem brigando durante o ritual eles não teriam o valor do seu dinheiro gasto usado em toda sua extensão.

— Eu estou com Solis Qima, por gentileza. Sei que para vocês do oeste profundo 30 bilhões por cabeça talvez não seja um rombo nos cofres. Mas para nós é! Respeite o espaço que o clã da lua proporcionou para o ritual ser realizado.

— Quem diria, Raico. Seu filho Suta ficou bocudo! Olha aqui seu pirralho de nem cem anos, você—

Um novo chupão de energia acontece em um dos lados. Desta vez, maior do que antes e deixa a briga dos reis de lado por um momento.

**

“Aquelas crianças estão brigando. Tolos, mal sabem que isso é seu benefício.”

— O Qi de fogo ficou mais agressivo. Isso está dificultando a absorção dos outros, deixando a energia saturada... Que bando de idiotas, eu vou construir meu próximo asteroide aqui, junto com meus irmãos.

O blazar acima de Mythro brilha e começa a expandir. Dentro dele estão os dois cristais que brilham vermelho com o Qi de fogo que é absorvido.

Os Asteroides Ars de Suife, Núbia e Grásio aparecem e vão direto ao centro do disco, fazendo-o crescer novamente.

“!!!”

O Qi de fogo começa a se amontoar no perímetro da cúpula, e então entra como uma névoa. Yibang e Yabang grunhem. Núbia toca suas patas nos pés deles e compartilha seu Qi de fogo branco.

A camada não só os protege como também facilita a solidificação da energia. As linhas cármicas brilham e vibram com a energia que é compartilhada entre todos e um aumento notável de força começa a ser experienciado pelos seis.

— Garoto, o que você está planejando?

Mythro recebe uma mensagem cósmica que atravessa a cúpula de fogo e estressa a formação.

— Sênior, se puder não fazer isso, por gentileza. Não somos do mesmo clã e tenho meus direitos garantidos, pois paguei por isso eu mesmo.

— Você deve ter aprendido a ter uma língua assim com o Sol Dourado. Junior demente, se você continuar sugando o Qi de fogo assim você trará prejuízos ao meu clã Dragão Flamejante, e aos outros companheiros como Pira Anímica etc.

Os outros clãs do “etc” se sentiram um tanto ofendidos. Todos os anciões e reis dos clãs olham para Marcus Drak mas, concordando com a ideia de que o Jovem Sábio está absorvendo Qi demais, eles não respondem a altura.

— Muito bem então, vou deixar de absorver por alguns minutos. Acho que assim os clãs do oeste profundo conseguem alcançar.

— O oeste profundo é quem os outros tentam alcançar, não o contrário, criança inútil do abismo.

Mythro não diz mais nada e foca na consolidação do Qi que foi absorvido.

— Hunf, apressem-se e deem mais Qi para nossos jovens. — Pairo diz bufando.

5... 10... 15... 20 minutos se passam sem que o pequeno NOVA absorva o Qi de fogo. Tosses e respirações pesadas começam a soar de todos os lados.

— O que está acontecendo Roman?

— Vô, é muito Qi de fogo...

— Como assim garoto?

— Pai, acho que saturamos a formação do ritual. Nos apressamos para dar a eles o Qi que Mythro tinha absorvido por aquele vórtice esquisito e acabamos sobrecarregando os seus corpos. — Suta vira para seu pai e fala baixo, embora isso não impedisse ninguém do terceiro reino adiante de ouvir suas palavras.

— Acontece! É um ritual que não se faz sempre, suportem a dor e se foquem mais. Vocês sairão daí como verdadeiros campeões do oeste. — Pairo diz alto para todos ouvirem.

Mais 10 minutos se passam.

— Pai, pede para o Mythr—

— Esse menino Roman quer mesmo continuar com a velocidade de um cultivador do meio-oeste. Assim você não trará honra alguma para seu clã, garoto.

Marcus ri e olha para Suta e Raico com escárnio. Ele torna seus olhos para seu lado da moeda e vê... Sua filha respirando em bocados.

— Mariana!?

— Não se preocupe pai...

— Filha, seus canais enérgicos...

A pele da princesa do Dragão Flamejante está vermelha e dá para ver um fluxo caótico de energia indo e vindo em seu corpo. Isso é uma sobrecarga de energia nas artérias que pode levar um indivíduo a ficar aleijado.

Marcus olha pela primeira vez em 30 minutos para a cúpula de fogo do pequeno NOVA.

Novas reclamações começam a soar de outros clãs, os reis debatem se absorvem algum Qi de fogo para aliviar a pressão dos mais jovens.

— Essa formação é ideal para nossos jovens, todos os recursos colocados são de maior grau para aqueles na condensação de anima, se podarmos um pouco estaremos tirando a oportunidade deles de criar um Asteroide.

— Mas se continuar assim...

— Por que não simplesmente pedimos para Mythro voltar a sugar energia?

— Ora, não o proibimos...

— Ele toma energia demais para si mesmo, mas...

Gritos começam a soar. Um dos jovens começa a vomitar sangue borbulhante da garganta. Uma fumaça com forma de escorpião se forma e tenta atacá-lo.

Caluf Uin se move e um jato de água resfria o menino e purga a fumaça. O menino é rapidamente removido por um filete de água.

— Meu filho, patriarca Uin, como ele está?

— Começarei o tratamento das queimaduras agora. Não se preocupe ancião da Pira Anímica.

— Obrigado...

— Que vergonha. Foi um erro trazer alguém com dois asteroides, e um deles quebrado com detritos por cima... — Pairo olha para seu ancião como se estivesse implícito que ele seria punido severamente.

Desta vez, mais duas pessoas cospem sangue e uma delas até mesmo tem suas roupas em chamas.

O patriarca das Ondas Barbáricas se move novamente e salva os dois jovens.

— O que é isso afinal?

Pairo se assusta. Ele vê seu filho tentando expulsar Qi de fogo do corpo para não se queimar. Quão irônico seria isso? Clãs de fogo se queimando!

— Da última vez que fizeram essa pose estelar, quantos tinha e qual foi o resultado?

Mirmo II Mopak se pronuncia. Ele vê abaixo que o clã Espada sob o Sol também está em apuros, mas devido ao aviso de Mythro eles tiveram o senso de absorver pequenas quantidades de Qi e solidificar com firmeza.

Todos eles foram ensinados pelo pequeno NOVA que não adianta ter energia cósmica abundante no corpo se ela não tiver substância. Por isso eles foram mais devagar, porém de forma segura visando ter uma fundação poderosa.

Isso os deixou para trás na questão de conseguir mais rapidamente novos asteroides em comparação aos outros clãs. Mas bem, isso era até 20, 10 minutos atrás...

Com Mythro deixando o Qi de Fogo saturar para os outros, ele obviamente tinha um plano. A pose estelar do Escorpião Ardente criava algo além da compreensão destes reis e anciões, algo que apenas um clã conhecido possuía, e por nascerem com ela se não por coincidência.

As Animas Praesidii’s!

Apenas seres na Sobreposição de Anima podem dar terreno para uma Anima Praesidii, mas antes disso é possível obter uma marca de reconhecimento que faria a constelação lhe garantir ajuda para construir uma Anima Praesidii a sua imagem.

“O Escorpião Ardente foi um ser que nasceu mortal, mas devido ao ótimo ambiente que ele nasceu, sua ingressão na cultivação foi possível. Não preciso dizer que este ambiente era repleto de Qi de fogo. Ele cresceu provando seu Dao de fogo, vencendo os grandes obstáculos cósmicos... até que morreu nesse atual quadrante, pelas mãos dos Neteru. Ele estava a um passo de pisar na divindade-deíca quando morreu... Foi aí que um NOVA teve compaixão por sua morte e decidiu torná-lo em uma constelação.”

— Um Supernova? — Mythro se assusta com essa revelação.

“Nem todas as constelações são trabalhos dos NOVAs, não quero que pense assim. Mas algumas delas são...” — A voz de Gornn fica contemplativa e distante, como se pensasse em uma poderosa figura.

— Isso tem a ver com o novo tipo de meditação que você me falou que eu despertaria no segundo reino?

“Sim... Agora não seria o melhor momento para mostrar isso. Mas tenha certeza que o Escorpião Ardente mostrará seu favor por você.”

— Para transformar um imperador morto em uma constelação... Qual foi o NOVA que transformou o escorpião em constelação?

“Sua vó!”



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