Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 126: Indo para o outro lado

Como Mer, as armas se tornam tatuagens também. As mãos cósmicas se tornam marcas nas mãos do pequeno NOVA. Caos sem mudar de forma, se cola no dorso do pequeno NOVA, bem no topo, entre as escápulas.

Na parte superior do abdômen, tocando a última costela do lado esquerdo fica Hemera, no mesmo padrão, só que no lado direito, fica Nyx.

A perna esquerda de Mythro é tomada por uma listra branca e dourada rodeada por nuvens.

— Meu corpo vai ficar cheio de desenhos se continuar assim.

“Vão achar que você é um nóia.”

— Quero ver vir tirar minhas pílulas.

“Em seu dorso, ambas enguias agora estão douradas, assim como a ostra.”

— A bigorna-forja, será que ela foi destruída?

Mythro corre até os anciões que viraram puros esqueletos.

“Quando Kromo cortou a conexão com o fluxo de dualidade, estes dois morreram, já que suas vidas pendiam no querer ou não do arma-necromante de deixá-los vivos.”

Pegando o saco preto dos dois, Mythro vasculha até achar a bigorna-forja. Além da bigorna, ele encontra também três armas de segunda terra.

— Elas devem valer bastante, as venderei no leilão.

“Aqueles ovos devem valer algo também. Mas antes, absorva a dualidade que ainda resta. Deve ser o suficiente para te deixar na porta do segundo reino.”

O pequeno NOVA vai até onde o altar foi destruído e estendendo sua mão, ele começa a puxar toda a energia para dentro de si.

As chamas vermelhas acompanham e começam a serem refinadas. O corpo de Mythro começa a sofrer metamorfoses. Primeiro, ele se torna algo parecido com um urso, depois, como A Perdição do Egito.

A Lei de Encarnação se tornou mais completa.

— Ainda faltavam 200 almas a serem devoradas, matei uns 80 para chegar aqui. Mas nessa chama vermelha... Devia ter o restante.

Se colocando de pernas cruzadas, Mythro deixa a energia se fixar em suas artérias enérgicas e depois de alguns minutos, ele se levanta e as separa nas suas mãos esquerda e direita. Ele vai até os ovos e olha as pedras ao redor. Ele segura uma pedra Yang e uma Yin, respectivamente com cada mão.

— Essas são pedras Qi Yang e Qi Yin, é isto?

“Sim. Mas em particular, estas são bem puras, elas devem ter nascido uma ao lado da outra, criando uma harmonia na qual uma beneficia o lado oposto, e o próprio lado.”

— Yin ajudando Yang a ser Yang mais puro, e Yang ajudando Yin a ser Yin mais puro...

“Você pode absorver elas agora e ir diretamente ao segundo reino, ou....”

— Ou?

“Pode levá-las para a Gruta do Paraíso e deixar que a energia fique cada vez mais rica e harmônica. Fora que, com toda a terra numial que estaria ao seu lado, estas pedras poderiam ser mergulhadas com a água numial que é cultivada pela sua runa, assim ela se transformará em lagos Yin e Yang. Os usos para tais elementos seriam permanentes e sempre crescentes.”

— As criaturas nestes ovos, estão mortas?

“Toque nelas e transmita a energia Yin e Yang nas suas mãos.”

O pequeno NOVA as toca e vai transmitindo sua força. Depois de alguns minutos, rachaduras se fazem na crosta.

“Vivos e chocados. Parabéns... Você acaba de se tornar dono dos verdadeiros Avestruzes Alados de Seis Asas e Duas Caudas.”

A plumagem de cada mostrava quem era Yin e quem era Yang. Mythro nomeia o Yang de Yabang, e o Yin de Yibang.

Ele carrega os dois em seus braços até chegar na entrada do túnel. Quando sente algo atrás de si, um frio na nuca indecifrável. Se virando, ele vê algo saindo rapidamente do corpo do avestruz ancião morto e dissipando no ar.

— Aquilo era...

“A alma dele. Ele decidiu não partir e ver o que aconteceria com estes jovens ovos.”

— Estava pensando em deixar ele aqui para honrar sua morte. Mas o levarei, para que ele honre esses dois na Gruta.

Mythro volta até o ninho e coloca o corpo do avestruz no saco preto que ele acabou de conseguir dos anciões.

Ele refaz o caminho e chega a bifurcação onde antes esteve. O pequeno NOVA enrola as duas aves em panos rasgados que ele conseguiu dos corpos mortos e os deixa no cuidado de Núbia e Suife.

— Talvez eles reclamem de fome. Tem mel no saco azul de vocês, todos nós crescemos comendo dele, provavelmente não os fará mal. Para qualquer efeito, hoje eles são parte nossa, nossa carne.

Suife e Núbia acenam. A Sphynx cria uma corda de energia e atrela ambas aves e as coloca em cima do Cavalo Jade Negra. Cada um fica pendurado aos lados das costelas de Suife.

Seus pequenos guinchos mostram certa confusão e desejo por Mythro.

— Vocês estarão sob meu cuidado agora. Vou ali cozinhar um pó e volto logo.

Grásio, no pescoço do pequeno NOVA, sibila para as pequenas aves e elas tremem.

“Ora, muitas aves comem cobras, em vez do contrário. Ainda mais seres de sua linhagem.” — Gornn ri um tanto satisfeito.

Invocando uma serpente de energia nos pés, Mythro sai deslizando pelo túnel da caverna e começa a escutar vozes.

— O ancião disse que algo deu errado. Ele vai desbloquear o altar, fazer os sacrifícios e utilizar para ele mesmo.

— Mas... Isso não era pra ser usado pelo nosso ancestral fundador?

— Agora já não tem como termos certeza.

— Enfim... Separamos cinco meninas para o sacrifício, elas vão ser usadas agora?

— Pelo jeito, sim. Mas isso quando recebermos o sinal do ancião.

Se aproximando e usando as sombras naturais da caverna para se ocultar da luz proveniente das tochas que, na sua frente, quatro garotos seguravam, Mythro escuta tudo e consegue discernir o que fazer.

— Caras, rápido, tem um intruso lá na frente!

O pequeno NOVA pula da sombra assustando os quatro jovens homens do secto Ritual Sangrento.

— Meu deus, que susto seu arrombado!

— Como eu nunca te vi antes? — Um dos garotos encara o pequeno NOVA fortemente.

Ele pode jurar que nunca viu ele antes, mas, com tantos no secto, guardar um rosto é quase impossível.

— Vão ficar falando ou vão vir comigo? Ele matou o menino que segurava os tesouros do príncipe.

— Abadel foi morto? O saco dele continha vários itens caros do príncipe. Se recuperarmos talvez recebamos alguma recompensa.

— Parece que a sorte está do nosso lado, poderemos dividir entre nós quatro!

Os quatro se apressam pelo túnel.

— Mas e eu? Somos cinco. — Mythro reclama, pegando no ombro de um dos homens.

— Menino, você ainda está no primeiro reino. Para sua idade, até que não está mal... Mas deixe isso com os cultivadores de verdade, okay?

O pequeno NOVA recua e deixa eles abrirem mais espaço. Quando eles chegam próximo a sair do túnel para chegar na bifurcação, Grásio pula em um deles e torce sua cabeça.

— Um demônio serpente.

— Matou Farel. Vingue-o, mate isso.

Puxando suas armas, eles se preparam para atacar a Serpente Jade Negra.

— Menino, venha nos ajudar.

— Oh?

— O que você tá fazend—

O homem olha para trás e se depara com uma espada de lâmina completamente branca e nuvens se formando ao redor do punho do pequeno NOVA.

— Não ousarias!

A lâmina faz uma curva e uma cabeça rola.

— Traidor maldito.

— Corte da Nuvem Celeste.

Qi branco se amontoa na ponta da lâmina e é lançado como uma massa de nuvens. Essas nuvens têm um poderoso Qi de espada.

Ao encontrar o corpo do cultivador do Ritual Sangrento, diversos cortes começam a ser feitos. Logo, a nuvem completamente branca começa a se tornar vermelha.

— Nuvem de Sangue, Névoa Assassina.

Com o som de dezenas de dentes batendo, a nuvem vai atrás do último homem e começa a estraçalhar sua carne.

“Você tomou o Qi de Nuvem que Éter produziu e usou seu Comando de Sangue para atacar, criando uma nova magia.”

— Esse Qi de Nuvem... Ele é poderoso. Agora toda a armadura está no segundo reino.

“Eles usaram suas forças para dar um último empurrão que Mer precisava. Como seu conjunto rúnico é uma armadura viva, ele está agora no Condensação de Anima. Sempre que toda a armadura for invocada, terá um asteroide o acompanhando, girando ao seu redor.”

— Pode ser escondido?

“Sim. Como agora seu dantian abriga a névoa, rio, chuva e árvore cósmica. Ele também abrigará o asteroide. Mas, usar ele como intermédio de um feitiço pode tornar a magia mais poderosa.”

— Ficarei atento.

Mythro queima os quatro corpos e pega seus sacos azuis. Desses homens ele consegue quatro armas e dois armamentos defensivos.

Éter volta a ser uma tatuagem e a nuvem de sangue cai no chão e é absorvida pelo solo, que engole todo o líquido vermelho à mando do pequeno NOVA, que usa sua runa de terra para efetuar a ação.

— O cheiro de sangue da outra caverna não vem para cá porque o ar sai direto para fora, mas se eu deixar estes corpos aqui... Com certeza o cheiro começará a alardar todos à frente.

Grásio sobe pela perna de Mythro e se enrola em seu braço esquerdo. Ele invoca as partes de sua armadura e começa a balançar sua cauda com agitação. Há uma sensação pesada a frente que tira sua paz.

Indo mais fundo no túnel, o pequeno NOVA encontra alguns jovens homens, todos no início do segundo reino, e os mata.

Muitos não tinham armas. Pelo jeito, a força principal inimiga estava do outro lado. 

Eventualmente ele chega a um novo domo dentro da caverna. Ele consegue ver cinco jovens penduradas em correntes na parede. Seus corpos nus e sangrando.

Ele foca seus olhos para poder ver seus rostos...



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