Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 122: Kromo tenta ascender dos mortos(1)

Desviando o olhar, Mythro finalmente segue o que lhe foi apontado pelo Leão Rubro e descobre que há um ninho com uma ave com quatro asas e uma cauda cuidando de dois ovos.

Ambos os ovos tem seis pedras de Qi as guardando. O da direita possui pedras brancas de energia Yang pura e o da esquerda, pedras preta-azuladas.

A ave não tem resposta alguma ao que acontece.

“Está morta, seu coração, na mão daquele ancião”

Um dos anciões levanta o coração, que é bem maior do que a de um humano, e começa a entoar um cântico em voz rouca.

Devido a distância que Mythro tinha dele, ele acaba não entendendo tudo. As únicas partes que ele conseguiu ouvir foram, “retornar aquele que caiu”, e “por via de um pedaço da alma, refazer o corpo”.

— Isso é um tipo de ressurreição? — O pequeno NOVA lança um pensamento.

“Definitivamente. Isso deve ser um dos planos de voltar daquele maldito arma-necromante.”

— Kromo!

As chamas do candelabro se agitam e um pedaço do espaço racha. Das mãos do outro ancião, um ser com o tamanho de um feto, mas com a cabeça de um adulto é erguido.

As correntes verdes brilham e a aura dos 100 experts do segundo reino começam a ficar cada vez menores.

“Essas correntes são pseudo-cármicas, mas ao utilizar a vida destes homens como energia, Kromo terá uma gota de poder cármico para poder aumentar a dualidade.”

— Depois disso, qual será seu próximo passo?

“Dependerá do que irá sair daquela bolsa-monárquica.”

— Bolsa-monárquica?

“Sim. Quando você construir sua Monarquia Espiritual dentro de seu dantian, você irá poder guardar itens dentro de si. Indo além, você poderá separar partes do seu dantian com um item e escondê-lo no espaço de algum lugar. Somente você ou seres de maior cultivação poderão ver através disso.”

— Isso quer dizer...

“Kromo já tinha se preparado para ressuscitar aqui. Deixou este item para que sua vinda fosse a mais segura e escondida possível. Tenha certeza garoto, se estas aves que compartilham dualidade estivessem fora dessa montanha, uma fada ou até mesmo um Deus das areias douradas já teria vindo aqui tomá-las.”

“Seres como esses são difíceis de se encontrar. Mas... Não é dualidade o suficiente para propulsionar sua vinda de volta a este plano de forma material. Aquele feto é feito das últimas pesquisas realizadas por este secto maligno. Dá para sentir a mesma aura vindo dele, com a mesma aura daquele lobo que roubou energia celeste.”

— Então as tentativas de fazer um conjunto rúnico em animais eram apenas formas de pesquisa de como criar um corpo ideal o suficiente para segurar energia celeste?

“Sim. Kromo não foi quem fez as runas. Elas não são epítome em qualidade, significado ou cultivação. Um ancião deve tê-las feito. Porém, este feto é com certeza um item trazido de fora deste planeta, dele se emana pele de gigante de bronze Arnkn, uma raça mística conhecida por sua pele forte e quase impenetrável.”

A criança mal gerada, ou seja lá o que poderia ser chamado esta casca de Kromo, abre sua boca e guincha.

Da bolsa-monárquica, mais e mais fendas e rachaduras se fazem até que um orbe azul se mostre. Quando a bola azul pula para fora da bolsa-monárquica, as rachaduras no espaço se desfazem e tudo volta ao normal.

— Sim... Está dando certo!

— Nosso antepassado nos deu a missão de trazer ele dos mortos, para que possamos reinar supremos em nosso mundo. Deem suas vidas para que ele possa viver novamente irmãos e irmãs.

 — Sim!

Em um último fulgor, todas as correntes brilham e começam a cair no chão como pó, mas uma linha verde permanece conectando todos.

De repente, um por um dos 100 homens e mulheres começam a cair no chão, sem mais emitir aura ou sinal de vida.

Todos eles derrubam 9 asteroides completos. O ancião move sua mão e todos os 900 cometas se levantam e começam a rodar.

O ancião move sua mão novamente e uma bigorna cristalina aparece. Ela possui um líquido flamejante em seu centro que se parece como diversas artérias ao longo de seu corpo. Sendo que há uma maior concentração na sua parte superior.

“Uma bigorna-forja. Ótimo item.”

Levantando suas duas mãos para cima, o ancião começa a controlar todo o líquido vermelho como lava e começa a refinar todos os 900 asteroides.

Como uma teia, o líquido sai da bigorna, abraça e volta ao corpo cristalino. Utilizando uma cachoeira de energia cósmica, o ancião mergulha até a última gota de suas forças para poder transformar a grande quantidade de asteroides em uma pequena membrana oval.

O que seria o corpo de Kromo é então enfiado nessa membrana.

— O que foi isso afinal?

“O segundo reino é quando se gera a placenta da alma. Os asteroides tem o poder de criar essa membrana espiritual. Ele juntou estes 100 homens com este propósito. Ele forjou uma placenta forte o suficiente para que sua alma que já carrega grande cosmicidade possa ser ressuscitada dentro desse corpo. Mas só isso não é o suficiente, o Yin e Yang deles é completamente desbalanceado e sem harmonia. Afinal, não eram estrelas cadentes, eram apenas asteroides completos.”

Mythro sabe que existe quatro níveis de asteroides. Eles são: Quebrados com detritos, asteroides completos, asteroides perfeitos e estrelas cadentes.

Mas claro, os recursos necessários para ter um cultivador com asteroides de nível estrela cadente são esmagadores, somente o clã anfitrião do oeste profundo possuía tais recursos e conhecimento.

Ainda assim, era muito difícil aparecer alguém na geração que conseguisse criar ao menos uma estrela cadente.

Porque o maior segredo de se alcançar essa qualidade de asteroide, é a cosmicidade!

Um dos requisitos para se ter estrelas cadentes é uma imagem viva, uma cultivação viva.

O orbe que flutuava expande e devora as três garotas. Momentos depois toma uma forma circular fina, como um prato.

— Kromo...

Um olho se desprende no orbe. Seguido do olho, duas pernas e braços se estendem do olho, como partes dele.

— Anmefgrakoc, chegou o dia de tomar você para mim. — De dentro da placenta, a voz do arma-necromante soa.

— Maldito cão. Você usou a energia celeste para separar minha dualidade, trancou-me em seu castelo e me fez ficar aqui, preso neste lugar assolado pela raiz maligna, abandonada pela Kasmim. — Enquanto fala com sua profunda voz, que confunde a trajetória de estrelas, um sol de raios fixos(ou seja os raios não estão se movendo) se manifesta, dando ainda mais luz a entidade.

— Velho Caos, você nasceu pra isso! Agora que eu lhe libertei você poderá se reunir com as outras peças que eu juntei para promover minha reencarnação.

— Sua ressurreição barata será facilmente vista pelas luzes corpóreas. Achas que conseguirá sair deste lugar vivo?

— Você se engana ai. As fadas abandonaram este lugar e estão caçando nas dimensões escondidas com os Neteru. Os deuses que ficaram para trás são inexperientes e jovens. Eles não irão nem ao menos perceber que as linhas cármicas foram levemente alteradas. Ah, esta montanha foi projetada por uma fada há muitos anos atrás para impedir que ondulações como as nossas fossem escapar também, então não se preocupe, que os filhos de seus filhos não irão perceber seu retorno. Sei que você se sentirá agradecido por isso, já que eles não suportam mais sua existência.

Um manto preto começa a sair do orbe. Ele cobre alguma coisa.

— Filha...

— Caos, pai. — De dentro do manto, uma mulher sai. O teto da caverna fica escuro, como o céu a noite.

Ainda do manto, outro ser sai, igual a mulher em muitos detalhes, mas com feições masculinas.

Ele faz com que o ambiente mude completamente. Como se o ar estivesse quase intragável. 

A barriga da mulher cresce em segundos, e dela nasce dois seres. Um carrega luz que faz com que a noite que tinha se instaurado mude para o dia.

O outro, mais parecido com o homem que antes saiu do orbe, faz a sensação pesada harmonizar e diversas rochas caem do teto e pegam fogo.

É como assistir uma ambientalização do universo infinito que tinha além da abóbada celeste.

— Agora todas as cartas foram dadas. — A placenta com Kromo é colocada no altar com sangue das três jovens. 

É possível ver os olhos verdes do arma-necromante brilhar através da membrana, olhando para a menina decepada.

Seu corpo violentado pega fogo e se torna uma pequena chama vermelha. Que então suga as outras chamas das velas do candelabro.

A energia Yang do ambiente começa a se convergir do lado direito, e a energia Yin do lado esquerdo.

No centro há esta chama, ela começa a se alimentar da harmonia que as energias estavam fazendo prosperar.



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