Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BCzeulli e Heaven


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 110: Escultura guardiã(2)

As peças de mel são deixadas no chão. Minhocas se levantam da terra e vão comendo a doce iguaria.

Com certeza uma minhoca normal não seria capaz de comer mel, ainda mais mel congelado. Mas estas tem 50cm e uma coloração cinza. Tudo na Gruta do Paraíso evolui ao seu ápice de forma natural e simbiótica.

Mesmo se não fossem as minhocas, a própria terra e as plantas absorveriam o mel.

Mythro pega um dos pedaços e morde. Grásio sobe pela sua perna até seu pescoço e se enrola de forma confortável. Entre suas presas há também um pedaço de mel.

Não seria exagero dizer que mel era a coisa preferida de todos os seres que agora vivam sob a gruta. Até este dia, quando o pequeno NOVA trazia carne, esta carne era banhada em mel antes de ser consumida, como Mythro e Núbia faziam logo no começo.

Mythro assobia e aponta para Suife. O cavalo Jade Negra relincha e energia negra começa a irradiar de seus três chifres. A montanha de pedras Qi dentro da parede começa a se mover e flutuam uma atrás da outra.

Fazendo alguns selos de mãos, o pequeno NOVA invoca o sol negro da gruta e Suife controla as pedras para se dividirem em duas fileiras diferentes. Elas rodeiam o sol e então ficam retilíneas.

Olhando para cada fileira de pedras, Mythro acena brevemente e invoca suas adagas. Estas adagas são da série Samarina, elas possuem uma cor negra com uma forte energia elétrica a rodeando.

Primeiro, Mythro faz o sol cuspir fogo nas pedras. Por ter aderência ao Qi, pedras Qi são como vidro, mas com a firmeza da rocha.

Logo o ar fica mais quente.

Núbia se aproxima e abre sua boca. Dá para ver suas presas cósmicas se sobrepondo em sua boca.

Mythro invoca suas mãos cósmicas e elas se sobrepujam a suas mãos. Ele move as adagas no ar em um certo padrão, e joga uma pérola para cima, direto de seu saco azul.

Essa pérola é uma das produções de Mer. Nela está gravada a runa da palavra ancestral, “Khr”(cabeça).

Esta pedra preciosa tinha 10cm, e trazia grande essência cósmica dentro de si. Ela poderia ser considerada uma pedra Qi de pureza de 2 a 3 estrelas.

Mythro a lança dentro das outras pedras e faz sua runa incandescer numa cor branca. Ele se move e com as adagas, começa a esculpir. Os golpes são fortes, mas não são brutos. Os movimentos podem ser ditos exagerados, mas trazem consigo a Aura Primal Mortal.

Para criar a cabeça da escultura guardiã, ele precisaria separá-la, e depois criar um canal que ligaria o núcleo as outras partes do corpo, que também teriam um núcleo.

O núcleo da cabeça seria essa exata pérola com a runa Khr. O fogo para de derreter a fileira de pedra em que Mythro está esculpindo e foca-se mais na outra.

Depois de 10 minutos cravando a lâmina na escultura, ele separa cerca de 30% dela e manejando sua energia cósmica, ele a separa e joga para Núbia, que a segura junto com um canal previamente feito.

O canal gira entre os dentes da Sphynx, e como se fosse uma agulha, penetra a fileira de pedra Qi derretida e se conecta à pérola.

Novamente, as adagas voltam a dançar sobre a parte separada de pedras Qi derretida e ele começa a dar detalhes.

Esta seria a cabeça da escultura guardiã. Depois de quase uma hora a esculpindo, Mythro finalmente termina a cabeça.

Sem dúvidas isso era a cabeça de uma abelha. Haviam três antenas e elas pareciam com os chifres de Suife, com certeza houve inspiração nele.

Com alguns selos de mão, Mythro sela a cabeça com energia e a resfria com água do Lago do Paraíso.

Com o restante da primeira fileira de pedras Qi, Mythro faz o corpo da abelha, mas ainda faltam suas asas e ferrão.

Como o corpo precisava de menos detalhes, mas ainda assim era maior que a cabeça. O tempo necessário foi de apenas 1 hora e meia. No meio do corpo da Abelha Guardiã, havia uma pérola de Mer, com a runa de corpo, “Lao”.

O canal entre Khr e Lao foi conectado e estava emanando grande força enérgica. Suas ondulações indicavam uma força de segundo estágio do primeiro reino.

Com a outra fileira, primeiro foram feitas as asas, que levaram 60% das pedras Qi derretidas. Em cada uma das 4 asas havia uma pérola com a runa de asa, “Ihhur”.

Para o ferrão, uma pérola com “Zumm”(ferrão).

Tudo foi unido com canais que formavam tanto o que unia as partes como também os próprios canais enérgicos da escultura guardiã. O melhor é que, quanto mais forte for a Gruta do Paraíso, mais forte será a escultura.

Ela “cultivaria” a energia ao redor e acumularia em um dantian artificial. Esse dantian artificial foi criado com 10 pérolas de Mer. Foi uma estrutura que se provou difícil de ser feita, devido a alta necessidade de energia, força mental e também do uso da runa “hanban”(dantian).

Mythro a colocou nas margens do Lago do Paraíso, e construiu uma pequena formação de suporte. Havia diversos ferros de planta Tinamon na vizinhança da escultura, e, caso a escultura viesse a batalhar, esses ferros fariam a reposição de partes quebradas na escultura. Desta forma, caso ela precisasse lutar vezes consecutivas, ela não estaria em cada luta subsequente com partes faltando.

Embora Mythro não espere que a Gruta seja encontrada, devido aos selos de confinamento ao redor, ele sabe que, se um dia alguém “simplesmente” der por entrar pelo túnel, seja para se abrigar de uma chuva ou outra situação, a gruta seria encontrada.

Para aqueles que quiserem fazer mal a este lugar, a escultura atacaria. Aqueles que obedecerem as regras, seriam isentos do ferrão!

Outra forma de utilizar a escultura seria a de trazer o inimigo até aqui e usá-la para lutar junto com Mythro, caso fosse alguém que ele não pudesse suprimir, mesmo com todos os seus meios.

Depois de ter terminado todos os devidos arranjos para que a gruta pudesse ficar segura, Mythro decidiu partir.

O resultado final da cultivação da escultura guardiã foi o pico do terceiro estágio. Definitivamente forte. 20% da população do oeste não tinha cultivação maior que a escultura.

**

— Já encontraram o pequeno Sábio?

Na Casa Maior, Mopak, o ancião do clã Espada sob o Sol fala com um de seus subordinados.

— Ainda não, embora tenhamos informações sobre um cavalo negro que com certeza é o Suife, do pequeno Sábio, ainda não conseguimos encontrá-lo.

— O que você acha, pai? Será que ele nos abandonou?

— Mythro nunca faria isso!

— Filha, não interrompa seu pai e avô.

Maki bate o pé no chão e sobe as escadas para o outro andar.

Mopak II ri e suspira.

— O que deve ter acontecido? Se ele realmente encontrou pistas de movimentação de sectos malignos, ele deveria avisar a nós imediatamente.

Mopak pega uma garrafa com licor e a vira, líquido vai garganta adentro.

— Será que ele combateu alguns jovens discípulos do secto maligno? Ouvi falar que Mythro já matou alguns antes, salvando as meninas Haokon.

— Mhm… Mas isso são pequenos discípulos, sabemos que por aquela região, seres de segundo reino se tornam mais comuns. Mesmo que ele não tenha se deparado com sectos malignos, com certeza algum monstro forte o suficiente o fez cavalgar por dias a fio.

O som de pessoas correndo vem do lado de fora. Mopak, Mopak II e Gahilia olham para porta, seus olhos mostram a ansiedade que sentem.

Três batidas são escutadas.

— Entre!

Um homem entra, ele possui uma cicatriz na garganta.

— Jock? O que foi?

— Senhor ancião, Patriarca, fomos convidados a um leilão.

— Leilão? Onde? — Mopak II fica surpreso.

— Será realizado na Vila Déka, do meio-oeste. Terá a apresentação de diversos itens de ruínas recém escavadas e será presidida pela filha do Lorde anfitrião.

— Quando ele será realizado!? — Mopak fica alerta quando ouve falar sobre o clã anfitrião.

— Dentro de dois meses, Senhor ancião!

Jock vai até Mopak e entrega uma carta.

— Itens de ruínas recém escavadas, com certeza devem ter utilizações únicas. Mas, por que elas seriam vendidas no meio-oeste?

— Bem, eu não tenho muitos detalhes. O mensageiro do clã anfitrião apenas me deu alguns detalhes vagos, Sra Gahilia, e disse que tudo estaria explicado na carta.

— Abra, pai. Vamos ler sobre as condições deste leilão.

Mopak II olha a frente da carta. Está escrito o seguinte.

“Mopak II, Patriarca do clã Espada sob o Sol, devido às contribuições de seu artesão convidado, Mythro, você e seu clã estão convidados ao leilão de novas conquistas desta princesa”.

— Ela quer ver o pequeno Sábio… — Gahilia murmura.

Mopak abre a carta e começar a ler seu conteúdo.



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