Sinopse
Marte, 700 anos depois do colapso ambiental total da terra: uma cidade brilha ao redor de florestas impressas e lagos cuspidos, iluminando a joia vermelha com seus ídolos de metal e polímero. Eles chamavam de Distritos Humanos Unificados e era eterna pra cada cidadão psicotizado, pra cada prostituta e seu cafetão de aço, para as viúvas amparadas por afentamina, dermas e desespero, e jovens sem rumo que encontram na vida a eternidade breve da loucura. Dois Meia, nosso protagonista, por exemplo, nem sabia para onde ia, até que um dia, debaixo de uma chuva eterna, ele encontrou um velho agonizando de dor e percebeu que a eternidade era a coisa mais frágil de tudo que é humano e que nada criado por eles poderia antagonizar seu espírito: fosse os traficantes e seus membros biônicos, os tanques de organização social, a política que regia tudo isso, ou a mentira e a guerra que seria contada vez por vez. Ele não se dobraria a nada, ele viveria para si mesmo e lutaria por cada migalha, mesmo que dançasse a música de outros, mesmo que estivesse na falange de tantos e que fosse, ao final, um atlas adornado de sílica, beijando bocas rotas de plástico.
Notas
Carta informativa:
A novel tem passagens pesadas. Desde o bullyng que o personagem sofre (xingamentos homofóbicos, pensamentos misóginos, essa coisa que vai se tornando misantropa, talvez meio edgy), até essa visão absurdista que ele tem da vida (vezes suicida, vezes, como já dito, misantropo) e do qual sempre fico meio preocupado de escrever. Pode ser difícil e eu entendo. E aliás, não tenho intensão de me isentar de qualquer coisa dita pelos personagens, nem maquiar dizendo que é uma obra fictícia. No fim das contas, por mais que haja um contexto e que os personagens não sejam extensões minhas ou dos meus pensamentos, eu ainda sou aquele que expõe, que cria. Por tal, me senti responsável de fazer essa nota informativa e me desculpar por qualquer coisa desde então.
Com todo carinho, SaberHero.